Clamnut Comix; 200_
Até a Irlanda tem merda desta: Mbleh! é um comic book auto-editado por Bob Byrne na linha da escatologia politicamente incorrecta do engraçado e supra-imitado ("supra-imitado" existe?) "Johnny, the homicidal maniac" (foda-se, é assim que se escreve!?) do norte-americano (esqueci-me do nome mas é uma bd gira ao contrário desta)... onde ia? Ah, sim! Temos então umas bd's cheias de violência, humor negro, desenhos meio grafitti & street-wear com efeitos básicos & chatos de photo-shop (será que tem hífen a palavra "photoshop"?) e como na Irlanda há mais vacas que humanos e os ingleses são uns cabrões para os irlandeses - e para o resto do mundo já agora - o autor teve de auto-editar-se...
Giro saber que na Irlanda também há bd. Uma pena que seja mais um débil mental no mundo que acha que tem piada.
terça-feira, 30 de março de 2004
sábado, 27 de março de 2004
A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer
Alice Geirinhas
Fenda, 1995; Mimesis, António Henriques, 2003
Três livros em volta das exposições de Alice Geirinhas, artista plástica e ilustradora que também editou fanzines de banda desenhada (juntamente com João Fonte Santa criaram o selo A vaca que veio do espaço). Nas suas intervenções artísticas, Alice mistura vários médiuns, e a prova é o primeiro volume de "A nossa necessidade (...)" que num formato pequeno imita a estrutura e intenções dos mini-zines, por um lado publica duas bd's que fizeram parte da sua exposição na Galeria Zé Dos Bois em 1995 servindo como catálogo ao mesmo tempo que divulga de forma económica o trabalho da autora.
Já o segundo volume, existe nitidamente um aburguesamento de intenções pois assume-se mesmo como um catálogo da exposição na Galeria Marta Vidal (no Porto) em 2002. Embora o aspecto do livro seja muito agradável enquanto produto final e as participações "marginal deluxe" seja (sempre) interessantes - como a controversa escritora Sarah Adamopoulos e a esquizofrénica poetisa Adília Lopes - acho que a organização do livro é confusa para dar um efeito "alucinado" mas que acaba por ser dar um ar falso a todo o livro...
O trabalho de Alice neste ciclo é sobre a condição feminina na sociedade portuguesa nos últimos 15 anos. No primeiro volume o tema é abordado pelas tenções entre gerações e as vivências urbanas, já o segundo volume trata das questões da mulher (já) emancipada. Ambos deixam sempre questões no ar, como se a Alice (projectada nas personagens de alguma forma) se questiona do seu próprio futuro. Em 1995 a Alice tinha os seus 20 e tal anos dai a temática ser mais "bad" + "punk" no primeiro volume e há pouco mais de 2 anos tem 30 e tal (eu sei que não se deve revelar a idade de uma "Leide"!) a visão é mais tecnocrata no segundo...
Entretanto pensava eu «Hum... será que daqui uns anitos vamos ter uma terceira entrega (exposição + livro) com uma Alice quarentona? Vai ser bonito-vai!» mas esqueci-me que já tinha havido uma terceira exposição desta vez na Galeria António Henriques (em Viseu) que parece muito pouco inspirada, ou pelo menos o catálogo não dá para perceber o que se passou...
3,7 ambos
Fenda, 1995; Mimesis, António Henriques, 2003
Três livros em volta das exposições de Alice Geirinhas, artista plástica e ilustradora que também editou fanzines de banda desenhada (juntamente com João Fonte Santa criaram o selo A vaca que veio do espaço). Nas suas intervenções artísticas, Alice mistura vários médiuns, e a prova é o primeiro volume de "A nossa necessidade (...)" que num formato pequeno imita a estrutura e intenções dos mini-zines, por um lado publica duas bd's que fizeram parte da sua exposição na Galeria Zé Dos Bois em 1995 servindo como catálogo ao mesmo tempo que divulga de forma económica o trabalho da autora.
Já o segundo volume, existe nitidamente um aburguesamento de intenções pois assume-se mesmo como um catálogo da exposição na Galeria Marta Vidal (no Porto) em 2002. Embora o aspecto do livro seja muito agradável enquanto produto final e as participações "marginal deluxe" seja (sempre) interessantes - como a controversa escritora Sarah Adamopoulos e a esquizofrénica poetisa Adília Lopes - acho que a organização do livro é confusa para dar um efeito "alucinado" mas que acaba por ser dar um ar falso a todo o livro...
O trabalho de Alice neste ciclo é sobre a condição feminina na sociedade portuguesa nos últimos 15 anos. No primeiro volume o tema é abordado pelas tenções entre gerações e as vivências urbanas, já o segundo volume trata das questões da mulher (já) emancipada. Ambos deixam sempre questões no ar, como se a Alice (projectada nas personagens de alguma forma) se questiona do seu próprio futuro. Em 1995 a Alice tinha os seus 20 e tal anos dai a temática ser mais "bad" + "punk" no primeiro volume e há pouco mais de 2 anos tem 30 e tal (eu sei que não se deve revelar a idade de uma "Leide"!) a visão é mais tecnocrata no segundo...
Entretanto pensava eu «Hum... será que daqui uns anitos vamos ter uma terceira entrega (exposição + livro) com uma Alice quarentona? Vai ser bonito-vai!» mas esqueci-me que já tinha havido uma terceira exposição desta vez na Galeria António Henriques (em Viseu) que parece muito pouco inspirada, ou pelo menos o catálogo não dá para perceber o que se passou...
3,7 ambos
terça-feira, 23 de março de 2004
Notibó #5?
J. Cabaço; 2003
Mais um número não numerado do fanzine de João Cabaço, ultra-talentoso desenhador já publicado no Mutate & Survive e na CanibalCriCa Ilustrada (ambas edições da Chili Com Carne). O Notibó é um depósito de desenhos e bd's livres sem pretenções nem acabamentos finais para consumo de terceiros. São desenhos puros, expressivos e selvagens. E é só isso mesmo. Talento em bruto. Esperamos a algum tempo que Cabaço saia do casulo - as participações que ele teve nos projectos já referidos foram tirados a ferros!!!
3,8
jcnotibo@icqmail.com
Mais um número não numerado do fanzine de João Cabaço, ultra-talentoso desenhador já publicado no Mutate & Survive e na CanibalCriCa Ilustrada (ambas edições da Chili Com Carne). O Notibó é um depósito de desenhos e bd's livres sem pretenções nem acabamentos finais para consumo de terceiros. São desenhos puros, expressivos e selvagens. E é só isso mesmo. Talento em bruto. Esperamos a algum tempo que Cabaço saia do casulo - as participações que ele teve nos projectos já referidos foram tirados a ferros!!!
3,8
jcnotibo@icqmail.com
domingo, 21 de março de 2004
Floralia
Ulf K.
Edition 52, 2002
Floralia é um livro de banda desenhada "muda" (sem palavras) do alemão Ulf K., autor que esteve presente no Salão Lisboa 2003. A história é simples e tecnicamente bem narrada (e desenhada) tal como se podia esperar deste autor já com provas dadas em vários trabalhos publicados - inclusive em Portugal com dois livros pelas edições Polvo. Existe sempre uma aura minimalista no trabalho de Ulf K., seja no desenho que opta seguindo a tradição da «linha clara» quer pelas histórias que podem ser lidas por vários públicos. Neste caso temos uma história sobre um palhaço apaixonado por uma flor. A Morte aparece como é habitual nos temas de Ulk (Noite, Lua, Morte...) mas mais não posso contar pois é uma bd tão simples e curta que não aguenta nem uma sinopse. É um livro giro para oferecer no Dia dos Namorados - Ops, já foi! E que tal na comemoração da Primavera!? Nã! Sendo o livro impresso a preto e amarelo, talvez lá para o Outono se possa oferecer a quem se ama...
3,9
Edition 52, 2002
Floralia é um livro de banda desenhada "muda" (sem palavras) do alemão Ulf K., autor que esteve presente no Salão Lisboa 2003. A história é simples e tecnicamente bem narrada (e desenhada) tal como se podia esperar deste autor já com provas dadas em vários trabalhos publicados - inclusive em Portugal com dois livros pelas edições Polvo. Existe sempre uma aura minimalista no trabalho de Ulf K., seja no desenho que opta seguindo a tradição da «linha clara» quer pelas histórias que podem ser lidas por vários públicos. Neste caso temos uma história sobre um palhaço apaixonado por uma flor. A Morte aparece como é habitual nos temas de Ulk (Noite, Lua, Morte...) mas mais não posso contar pois é uma bd tão simples e curta que não aguenta nem uma sinopse. É um livro giro para oferecer no Dia dos Namorados - Ops, já foi! E que tal na comemoração da Primavera!? Nã! Sendo o livro impresso a preto e amarelo, talvez lá para o Outono se possa oferecer a quem se ama...
3,9
quarta-feira, 10 de março de 2004
Foi uma festa!
Foi no sábado, no dia 4 de Março, que lá saiu o último número do fanzine Zundap como um falso número 100 mas um verdadeiro fim. Neste número participaram André Ruivo e Marcos Farrajota. Estão vários números deste zine disponíveis no nosso catálogo.
quarta-feira, 3 de março de 2004
Bíblia #18, 19
T.Gomes, Fev'2004
Dois números de uma só vez, talvez para comemorar a 20ª edição desta revista de experimentação artística e literária (ilustração, fotografia, design, bd, video prints, prosa, conto...). Comemoram também uma prova de resistência incrível, enquanto as outras publicações do género tem morrido, a Bíblia têm se mantido. E se de Morte falo, não é por acaso. A Bíblia também anda a morrer mas é uma Morte Cerebral pois há muito tempo que deixou de ser interessante e/ou atraente tendo afastado da sua esfera os trabalhos de mérito e progressivamente publicado trabalhos cada vez mais fracos. Exceptua-se o interessante ensaio (no #18) sobre música Noise por Jorge Mantas e o arranjo gráfico de ambos números [é sempre um designer diferente que trabalha em cada número] e ficamos por aqui!
É notória a vontade de continuar mas também é notável a debilidade do projecto. Se é verdade que "a Bíblia salva" então também é verdade que Bíblia precisa de ser salva. Criadores do mundo: enviem para lá bons trabalhos!!!
2,7
http://biblia.werbehure.com
Dois números de uma só vez, talvez para comemorar a 20ª edição desta revista de experimentação artística e literária (ilustração, fotografia, design, bd, video prints, prosa, conto...). Comemoram também uma prova de resistência incrível, enquanto as outras publicações do género tem morrido, a Bíblia têm se mantido. E se de Morte falo, não é por acaso. A Bíblia também anda a morrer mas é uma Morte Cerebral pois há muito tempo que deixou de ser interessante e/ou atraente tendo afastado da sua esfera os trabalhos de mérito e progressivamente publicado trabalhos cada vez mais fracos. Exceptua-se o interessante ensaio (no #18) sobre música Noise por Jorge Mantas e o arranjo gráfico de ambos números [é sempre um designer diferente que trabalha em cada número] e ficamos por aqui!
É notória a vontade de continuar mas também é notável a debilidade do projecto. Se é verdade que "a Bíblia salva" então também é verdade que Bíblia precisa de ser salva. Criadores do mundo: enviem para lá bons trabalhos!!!
2,7
http://biblia.werbehure.com