sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
Canicola numero due
Revista italiana de bd de autor, Canicola no seu segundo número - em continuo programa de publicação das novas tendências do "fumetti". Para evitar repetições descritivas leiam este post.
Destaque para a bd de Andrea Bruno - o autor que sobressai da estética "naif" que a revista tem cunhada nas suas belas páginas - que se encontra a desenvolver uma estranha história (de continuação) pós-apocalíptica em que mete militares-padres e dramas familiares com prostitutas. Uma revista que provoca calor insuportável mesmo no frio do Outono... ou no Inverno.
4,5
sábado, 17 de dezembro de 2005
Mais um brainstorm underground na Caixa Económica Operária
Mais electro break’n’noise strange electrónica na Caixa Económica Operária [R. Voz do Operário 64, Lisboa] HOJE, às 22h30 com as actuações live de shhh... e Mikroben Krieg, as bancas das associações Thisco e Chili Com Carne e DJing com representantes da Connexion Bizarre.
Entrada gratuita. Oferta do split "Give me ambiguity or give me something else" às 50 primeiras entradas.
shhh... é para escrever sempre em minúsculas, mas o silêncio que resulta do pedido é quebrado por batidas agulares em ambientes cinzentos, um modo muito particular de brokenbeat. shhh... terá para muito breve edição própria pela Thisco, após inclusões nas compilações "Thiscotronica", "Thiscology" e no split "Give me ambiguity or give me something else" com Mikroben Krieg e Sciencia, de que resultaram elogiosas críticas nacionais e internacionais. Representou a editora Thisco na compilação do Número Festival, edição de 2005.
Mikroben Krieg é um projecto de Leiria que se encontra perfeitamente ambientado no seio do electro-industrial europeu, de onde vieram as mais elogiosas palavras da crítica especializada. Na sua música os elementos rítmicos variam entre um possante techno beat e exóticos loops étnicos.
Enquanto trabalha para novas edições para a Thisco, comemora 10 anos de existencia do projecto nesta apresentação ao vivo. Temas nos discos "Thiscotronica", "Thiscology" e no split "Give me ambiguity or give me something else".
O webzine Connexion Bizarre lida com música electrónica alternativa e underground, mantendo-se a par dos mais recentes desenvolvimentos em campos que vão de Industrial a Electro e IDM, de Power Noise e Experimental a Synthpop, Ambiente, Breakcore e Mash-ups. Esta webzine organiza também o Connexion Bizarre Club, um evento mensal regular no Porto, dedicado a música electrónica dançável, com selecção musical a cargo de uma equipa com conhecimento e prática neste campo e parcialmente responsável pelos webcasts semanais em www.connexionbizarre.net, e colabora com outras organizações. Para este evento, em colaboração com a editora Thisco, a equipa Connexion Bizarre será constituida por M. e :JW:
Organização: C.E.O. + Thisco + Sindicato + Alquimia + Chili Com Carne + Connexion Bizarre + Phono + Base.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2005
Xmas Étable Destructive
presépios em plasticina facilmente destrutíveis
no Mercado do Cavalo já no próximo sábado!
tu que és cristão ou judeu,muçulmano ou agnóstico, satânico ou apenas parvo,
surpreende a tua familía!
substitui a maria por um t-rex,o menino jesus por um coelhinho,
josé por um macaco! e ainda te habilitas a ganhar a mini-prisão
cheia de pinipons cristãos.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
The Last Hurrah
É incrível o que se pode fazer numa hora... bem, pode-se fazer um zine de bd por exemplo. Joana Figueiredo lançou na exposição Zurzir o Gigante (na semana passada) um dois-em-um. Dois zines prometidos há muito, Everybody Codfish e We have barnacles, foram esborrachados neste The Last Hurrah para ver se finalmente saía cá para fora. Com desenhos de André Lemos, José Feitor, bd's de Rafael Gouveia, Pitchu, Piggy e Joana Figueiredo e textos de Axima Bruta, um mini-cd (pirata!) como extra é feito um zine em formato A5, montado e fotocopiado numa hora. Zine mais zine não há.
A capa é bem fixe!
3,5
http://www.crime-creme.blogspot.com/
[brevemente haverá uma versão revista e melhorada - vamos esperar]
Qwert #10: "Low Density" ; #11: "wien, ein mensch stirbt"
O amigo alemão Dice Industries enviou as suas novas coisas! Dois números do seu zine Qwert desta vez em formato livro.
O primeiro, Low Density, é um catálogo do trabalho de artes plásticas do autor. Usando - abusando - imagens dos «tios patinhas» (a font do título não deixa dúvidas) e outras bd's/imagens populares, elas são manipuladas ao ponto de ruptura sendo recriadas em ruído abstracto. A deformação é impressionante, o efeito estranho do texto que as acompanha (diálogos "ready-made" sacados também dos "tios patinhas e afins") cria uma espécie de "Lynch meets Lichtenstein". Fico com pena em não poder ver estas aberrações em grande formato. Quem sabe um dia... [4]
O segundo livrinho é uma bd em que por estar escrita em alemão pouco ou nada percebi. Visualmente é bonito como é geralmente o trabalho de Dice - vejam as bd's nas Cricas! Bem que ele podia ter traduzido! [3,9]
terça-feira, 6 de dezembro de 2005
presenças CCC
2) Dia 17 de Dezembro, estará na Caixa Económica Operária para mais uma noite organizada pela Thisco e outras entidades underground. Nessa noite, actuam os Shhh… e Mikroben Krieg. A CCC estará presente, também, com uma banca de zines.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2005
Vai e vem
Assírio & Alvim; 2005
é chato ver ideias tão boas serem tão mal exploradas. Este "Vai e vem" é ilustrado pelo elegante-imperfeito traço de Filipe Abranches - também autor de bd, conhecido pelos dois excelentes volumes de "História de Lisboa" numa edição bonita, de série limitada a 400 exemplares.
Um livrinho ou caderninho para os fetichistas pelos objectos editoriais, num formato um bocado superior ao A6 impresso a duas cores. A prosa de Manuel de Freitas (em tempos mais contudente) é que não convence de tão inócua e estraga tudo. Um formato a copiar!
3,4
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Zurzir o Gigante
A exposição e venda de originais de Ilustração e outras artes gráficas, a ter lugar nos dias 1, 2 e 3 de Dezembro de 2005, no Espaço Interpress, foi organizada por um grupo informal de artistas gráficos com o objectivo de proporcionar a compra de originais de ilustração, desenho, gravura e serigrafia, assim como de edições independentes, ao mesmo tempo que se cria um espaço agradável de convívio e troca de experiências artísticas durante 3 dias.Esta iniciativa insere-se numa lógica que pretende a proximidade entre o público e os artistas, e a possibilidade da aquisição de obras de arte a preços acessíveis, desafiando assim a filosofia das galerias de arte, através da realização de eventos organizados e promovidos pelos próprios artistas, sem intermediários. A experiência filia-se em outras já ensaiadas e plenamente conseguidas, como A Arte dos Trezentos (2001), as Fantasias de Natal (2003) e as mostras de ilustração que decorreram paralelamente às diferentes edições da Feira Laica, organizadas de forma independente.Na exposição estarão patentes trabalhos de cerca de 30 artistas gráficos, entre os quais o pintor Artur Varela e os ilustradores Pedro Zamith, André Lemos, Joana Figueiredo e André Ruivo, assim como jovens artistas que, em alguns casos, se vêm expostos pela primeira vez, tais como Mina Anguelova e Lucas Barbosa.
Paralelamente à exposição decorrerão outras actividades, nomeadamente espectáculos musicais, venda de publicações independentes e fanzines e a exibição de filmes.
Horário da exposição: Quinta 1 das 19hàs 02h - Sexta 2 e Sábado 3: das 13h às 02h.
ESPAÇO INTERPRESS . Rua Luz Soriano, 67 . Bairro Alto . Lisboa
domingo, 20 de novembro de 2005
Voxer #03 / period 03
Enquanto neste país a cultura gráfica e o conteúdo das revista gratuitas continua a ser uma merda neo-conservadora pseudo-fashion como a Dif, na zona da Europa 1 (zona europeia que começa a partir de Vilar Formoso ou Elvas) editam-se revistas brutais. Recentemente estive em Bruxelas e trouxe meia dúzia de panfletos, folhetos, revistas e livros que só agora estou a ver/ler como deve ser... Entre as coisas sacadas dos sítios públicos está a Voxer, revista de novas tendências gráficas e auditivas, com o apoio de grandes marcas de roupa pipis mas com páginas recheadas de bons artigos (Soul Jazz, a colagem), boa selecção de discos e bandas para resenha e/ou artigos, e sobretudo páginas-galerias de ilustradores fabulosos.
Deixo aqui os links deles e o desejo de hemorróidas aos nossos pobres diabos de editores: Insect - insect.co.uk, Jean Lecointre (ilustrador de La Balançoire de plasma com argumento de Pierre LaPolice!): jean.lecointre.free.fr Kenneth Tin-Kin Hung: tinkin.com
Tango ou... tanga?
Pepedelrey, Joana Figueiredo, Pedro Moura e Marcos Farrajota participam neste evento em Buenos Aires com reproduções de bd's publicadas na CriCa Ilustrada. O festival é organizado pelo colectivo La Productora.
domingo, 30 de outubro de 2005
...brainstorm... amanhã!
Electro Break´n´Noise Strange Electrónica... na Caixa Económica Operária [Rua Voz do Operário, 64 (Graça) Lisboa; eléctrico 28; autocarros 34 e 26] AMANHÃ, Sábado, 22h30.
ENTRADA LIVRE
Sci Fi Industries vs. Flat Opak + Slow Soldier, live
Structura, live
L´Ego, Video projecção
Dj Goldenshower
Samizdata Club é um espaço ultracultural de confronto e experimentação artística e social incentivado por um colectivo de editoras discográficas, bd, produtores musicais, djs, vjs, designers que decidiram dar resposta a lacunas existentes no panorama artístico nacional através de sinergias e parcerias, de forma a criar uma efectiva rede de disseminação de informação por canais alternativos.
Sci Fi Industries ainda em plena divulgação do terceiro álbum "The Air Cutter" e após elogiosas palavras aos dois anteriores trabalhos em praticamente toda a crítica especializada europeia, Luís van Seixas apresenta-se mais uma vez ao vivo em despique com Flat Opak e Slow Soldier. Nesta batalha de ritmos electro-industriais e drum´n´bass destaca-se a assinatura muito pessoal do projecto que combina beats produzidos à velha escola e ambientes de cariz orgânico.
Flat Opak tem demonstrado uma aptidão nata na composição rítmica e como catalizador das noites dançantes da Thisco. Uma Groovebox e alguns efeitos externos são espremidos até aos seus limites físicos de modo a garantir movimentos musculares da assistencia. Electro puro e duro.
Slow Soldier - divide o recente EP duplo "Sloppy Seconds" com Flat Opak e demonstra igualmente uma componente rítmica altamente dançável com travos electro e trance. Tem participado em inúmeros eventos e projectos electrónicos.
Structura Nascido em 2000 em Lisboa, Structura é um projecto de exploração sonora tendo como principais ferramentas a composição electrónica, a modulação de frequências e efeitos, o cut-up (de textos), a spoken-word, Djing, Sampling, o video e outros. Structura trabalha sonoridades normalmente associadas a correntes da electronica experimental como o Ritmic-Noise, Power-Electronics, Break'n'Noise, IDM, Spoken-Word mas com liberdade suficiente para não se deixar prender pelas mesmas. As composições sonoras de Structura estão ligadas a conceitos, imagens, referências literárias, cinematográficas e de outras artes.
L´Ego Eurico Coelho é o homem por detrás do multifacetado projecto multimédia L´Ego e dos consagrados pais do electro-industrial nacional - os H.I.S.T. Recentemente tem vindo a compilar um extenso trabalho video de animação 2D e 3D que servirá de base visual às prestações dos projectos acima referidos. A par disto editou muito recentemente " Os Ladrões do Tempo" da peça multimédia homónima pelo Teatro do Mar.
Dj Goldenshower queria ser um DJ panilas do Electro mas como gosta de Metal e outras coisas na vida decidiu continuar heterosexual e passar toda a espécie de música que gosta. Entre as várias festinhas e barzinhos por onde tem posto música só foi expulso uma vez, o que não é mau. Junto com Ovelha Negra organizam as violentas noites Industrial XXX. Vive com Axima Bruta e a gata Deus, embora só com a primeira escrevem no www.gentebruta.blogspot.com e na revista Entulho Informativo. Está integrado nos Osama Secret Lovers, um colectivo de un-dj's - pessoas que a) gostam de música b) que tem uma colecção considerável de boa música c) que gostam de partilhá-la em espaço virtual e físico d) fazem DJihad ao Bairro Autismo!
:::
Axima Bruta escreveu sobre o evento no sítio online da revista Entulho Informativo.
terça-feira, 25 de outubro de 2005
Roteiro breve da banda desenhada em Portugal
CTT; 2005
- Porque é que a galinha maoista atravessou a estrada?
- Para fazer Mao Mao!
Portugal gosta de gastar dinheiro com projectos cheios de boas intenções mas sempre concretizados por criancinhas. O que raios vêm esta edição (bem feitinha apesar de alguma paginação kitsch) vem trazer de novo em relação aos "Comics em Portugal" (Cadernos da Bedeteca, Bedeteca de Lisboa e Cotovia; 1997) ou a "Das conferências do Casino à Filosofia de Ponta" (Bedeteca de Lisboa; 2000)? Nada excepto duas coisas, uma aproximação ao público dada à distribuição nos infinitos balcões dos CTT aliada à tiragem de 7000 exemplares, e uma síntese generalizada da história da bd portuguesa (cujo o património está ao maior nível europeu!) em texto "light"/rapidinha (o que não é mau propriamente dito). Então onde falha? Basicamente na capacidade de Carlos Pessoa de ignorar os tempos contemporâneos com uma tal displicência que seria imediatamente expulso do Comité se ele fosse maoista... e claro aliado ao Leonardo de Sá, um psicopata bedófilo que insiste em aparecer com o nome assinado "De Sá" (sim o "d" maiúsculo no "de"), só podia sair um registo que elimina nomes como André Lemos, Isabel Carvalho, Pedro Nora, David Soares, Marte (a série Loverboy é referida mas o criador/argumentista não é referido), Pepedelrey, Janus, Richard Câmara, Esgar Acelerado, Rui Ricardo, etc... nem o Mesinha de Cabeceira (o único zine que é editado há mais de 10 anos e que ainda existe!)... talvez num plano institucional e "clean" (como é o caso) a maioria destes nomes não merecem entrar só que para um "roteiro", onde este livro podia se distanciar dos outros já referidos seria precisamente na observação do que se passa nos dias de hoje ou o que se passou nos últimos 10 anos.
Reaccionário? Burrice? Ignorância? Incapacidade de "ler" as novas gerações? São hipóteses viáveis para definir o perfil de Carlos Pessoa. Só podemos esperar pela sua reforma ou morte (natural ou acidental) para que o Público (e outras instituições que não sabem com quem estão a trabalhar) fique saneado deste tipo de gente para dar lugar à nova geração de críticos e investigadores de bd.
Por fim, é giro inventar um sub-título como "Da Picaresca Viagem à Pior Banda do Mundo" (soa a qualquer coisa, não é?) que só se encontra timidamente na ficha técnica. Covardia será outra característica da pessoa do Carlos? Ou do De (com D grande!) Sá?
- Mao Mao!
2,5
quarta-feira, 19 de outubro de 2005
História trágico-marítima ; Cozida Portuguesa
Lisboa e Portugal fascinam os estrangeiros... não sabemos porquê, talvez por sermos uma espécie de país onde a Europa civilizada acaba e começa África caótica. É verdade, aqui podemos arrotar à vontade, ou peidar, ou morrer na estrada que ninguém nos irá incomodar... talvez por isso que o pessoal de fora se passa e curte este pedaço de bosta. Recentemente um casal de suiços (Laurabein e Hobbydog!) viveram em Lisboa durante 3 meses, eram uns jovens artistas que até fizeram uma série de postais, um mini-zine sobre uma sereia desenhado (História...) tudo num estilo gráfico "free". Giro. Entretanto bazaram, não responderam aos e-mails durante uns tempos... O mistério ficou ainda mais denso. Até que num dia que pensava neles aparece justamente um livro (Cozida Portuguesa) feito naquele antigo de papel de fax (mais lustroso que o de fotocópias) também repleto de desenhos e colagens caóticas. Bonito livro para gente estranha...
laurajurt@hotmail.com
3
domingo, 16 de outubro de 2005
Velha-Desenhada
Aqui e acolá aparecem iniciativas amadoras que deveriam servir de massa crítica para germinar novas propostas e novos autores numa cena cansada como é a actual bedéfila... Neste caso, a Velha-Desenhada, resultado de um workshop de bd que aconteceu em Braga, na associação Velha-a-branca - estaleiro cultural, é mesmo só isso, mais umas páginas de edição de bd amadora & juvenil. Infelizmente nada de novo nem de brilhante.
quinta-feira, 8 de setembro de 2005
Stereo Chili
quinta-feira, 28 de julho de 2005
Porca Frita #5/6
Número duplo de um zine de bd e de ilustração de pessoal das Caldas da Rainha. O que quer dizer caos gráfico e desorganização mental como convém. Um viveiro de experiências mas de conteúdo quase vazio por não ser pensado - o que encontramos quase sempre nos zines das Caldas são esboços, esboços de ideias, uma coisa feita em cima do joelho e nunca nada com príncipio, meio e fim. O #6 em formato A6 é suplemento do #5 que é um A5. A complementar, uns autocolantes iconoclastas porreiros, um deles diz «Desobedece às Regras» ("Regras" com o logotipo da cerveja Sagres). Sim, e depois?
3,1
tiaagh@gmail.com
quinta-feira, 21 de julho de 2005
Canicola numero uno; Inguine Mah!gazine #5
Duas revistas italianas de bd de autor em regime indie, Canicola faz a sua primeira investida e impressiona logo à primeira, por várias razões o formato (idêntico a um A4), pelo grafismo (simples, directo, funcional e... bonito), pelo conteudo (já lá iremos) e organização editorial - as bd's estão traduzidas para inglês e estão no fundo da página como acontece com as edições filandesas, Malus e recentemente com a revista alemã Orang onde curiosamante dois dos colaboradores da Canicola participam, nomeadamente Amanda Vähämäki (uma finlandesa que mora em Itália desde 2000) e Michelangelo Setola. Curiosamente são estes os meus dois autores favoritos em Canicola, embora a revista seja toda ela "um calor de verão" de novos talentos italianos de uma qualidade gráfica invejável - entre eles também encontramos Andrea Bruno (que já teve trabalho exposto no Salão Lisboa 2001). Revista obrigatória das novas tendências de "fumetti"... 4,5
www.canicola.net
A segunda revista, já conhecida aqui na gente bruta quebra a sua "serialização" com um especial "Mussollini" - já retomada no #6 que saiu em Abril. Gianluca Constantini, Paper Resistance, Alesandar Zograf entre outros são chamados para refletirem sobre o criador do Fascismo. No meio ainda encontramos uma bd de Joe Sacco sobre os bombardeamentos em Malta (de onde ele é originário) descritos pela sua mãe - em inglês encontram no livro "War Junkie" pela Fantagraphics. Revista bem trabalhada... como sempre. 4
http://www.inguine.net/
quinta-feira, 14 de julho de 2005
Milk+Wodka Sex
Cada vez que há uma edição do festival de bd "Fumetto" em Lucerna (Suiça) lá aparece um novo número do fanzine Milk+Wodka, e como sempre com uma mão cheia de portugueses a participar. Neste número Sex (six, seis) estão Paulo Pinto (que costuma participar no Succedâneo), Nuno Fisteus (Lx Comics #6), Marcos Farrajota, Catarina Granizo (quem?) e Richard Câmara que participam com bd e ilustração sobre o tema "Sex, Love and Romance" (não necessáriamente por esta ordem).
Número um bocado fraco sendo de destacar o trabalho de San Remo (um dos editores) que enche a vista para além de ter um sentido de humor porreiro.
www.cookieluck.ch/milkandwodka
sábado, 9 de julho de 2005
Brasil III
Hy Brazil, Gibiteca; 2003?
E para fechar este ciclo brasileiro... a revista dirigida pelos autores Allan Sieber, Leonardo e Arnaldo Branco que segue as pegadas da Chiclete Com Banana (e Piratas do Tiête e Níquel Naúsea) mas com menos força. Sofre de megalomania saudável, pois é grande (27x30cm) e tem poucos trabalhos - para respirarem bem fundo no formatão!? A bd e o poster nas páginas centrais de Fábio Zimbres dão uma pinta Arty à coisa. A entrevista ao realizador Cláudio Assis é bem "pedagógica" - o que ele diz e provoca serve para o cinema português também! O resto é humor como só esta "escola brasileira" é capaz. Fixolas mesmo quando o papel é mais ranhoso que o habitual...
sexta-feira, 8 de julho de 2005
Brasil I
Vários
miniTonto; 1996-2003
A coleção miniTonto é idêntica à Patte de Mouche da L'Association ou à "nossa" Quadradinho (ASIBDP; 18 números), ou seja livrinhos de bd em formato A6., um formato económico para editar. A miniTonto é essencialmente composta por autores brasileiros embora também abra portas a alguns sul-americanos. Alguns dos números publicam-se bd's completas ("Pinóquio vai à guerra" de Elenio Pico), diários de viagem ("Chumalocatera" de Guazzelli, autor que esteve presente no Salão Lisboa 1998), textos ilustrados ("Roma" de Eduardo Oliveira), colectâneas de cartoons ("As últimas palavras" de Allan Sieber) e de bd's ("Urrú" de MZK). Bd's essas que passam por temas lynchianos (Dimensão Z" de Fido Nesti), porno-trash ("Mulher preta mágica" de Schiavon), adaptações literárias ("Comércio" de Guilherme Caldas que adapta um conto de Boris Schnaiderman sobre um batalhão brasileiro na 2ª Guerra Mundial). No meio disto tudo, destacaria quatro números, correndo o risco de me escapar algum número com interesse, uma vez que faltam-me os números entre o 4 e o 8 – aliás, desconfio que o número do Fábio Zimbres deve ser bastante bom, mas avante:
"Réquiem" (#8) é o que se trata, um homenagem a um amigo falecido do autor Lourenço Mutarelli - já editado em Portugal, pela Devir, cerca de 4 ou 5 livros, creio. Escrito num registo semi-autobiográfico sobre a morte desse amigo, Mutarelli não abandona o seu estilo violento de narrar e desenhar. Uma homenagem forte, quase que inédita como temática na bd.
"Mellitus" (#12) é do Jaca... e quem sabe quem é o Jaca já sabe o que pode esperar, surrealismo iconoclasta, art brut urbana, doideira sónica, visual descontrolado... devedor ao espírito de Gary Panter e também de Kaz. Muito bom!
"J.C. - duas histórias hereges" (#13) do argentino Angel Mosquito (publicado em Portugal na antologia Mutate & Survive) são duas bd's em Moron, território imaginado onde se passam maior parte das histórias de Mosquito. Moron é uma distorção da realidade sul-americana, provavelmente não muito afastada dela, cheia de narco-satânicos-traficantes e outras criaturas. Para quem curte Brujeria, este Mini-Tonto serve perfeitmente!
"Nunca pasa nada" (#15) do uruguaio Gabriel Frugone são 4 bd's completamente diferentes entre elas mas todas elas parvas e com piada. Gostei especialmente uma que usa os "póneisinhos" que brincam à "negligência médica", um mimo...
quarta-feira, 1 de junho de 2005
CCC de norte a sul... Sto. Tirso, Lisboa, Pinhal Novo e Estoril
quarta-feira, 25 de maio de 2005
CCC na Feira de Fanzines de Almada e no Salão Lisboa 2005. presença de Dice Industries. lançamento de "Do Acidente e da culinária"
a CCC tem a honra de receber o autor alemão Dice Industries - colaborou em 2 números da "CriCa Ilustrada" - que visitará o Salão Lisboa 2005 no primeiro fim-de-semana do evento. Conhecido pela sua boa-disposição, trabalho no grafitti, gosto pelo Funk & Soul, bem como o provado talento no álbum de bd Remini Redux (Reprodukt; 2003), Dice estará disponível para conversas, autógrafos e “o-que-vier” nesse fim-de-semana. Para além disso, é de referir que mais dois autores publicados pela CCC estarão presentes também nesse fim-de-semana, e com exposições: Pedro Zamith e o sueco Lars Sjunnesson, ambos publicados na antologia Mutate & Survive. Mais uma desculpa para visitar o Salão Lisboa 2005 na Estufa Fria.
O 4º volume da Colecção CCC: Do acidente e da culinária, sketchbook 2002/04 de João Cabaço é lançado na Feira de Fanzines do Salão Lisboa 2005 (este fim-de-semana) organizada pela Associação Chili com Carne. MAS o lançamento/festa acontece antes na Quinta-Feira no espaço G.A.T. (Caldas da Rainha) com um concerto dos Xu (banda do autor) e DJ Goldenshower.
terça-feira, 19 de abril de 2005
Último número de CapitãoCriCa Ilustrada!
O terceiro e último número do «laboratório sincopado de texto + imagem», CapitãoCriCa Ilustrada vai ser lançado no bar Souk dia 21 de Abril, a partir das 22h.
A festa conta com o DJ GoldenShower e também o lançamento do zine Aqui no canto #3, de João Rubim & Cia. que também executam uma intervenção gráfica no bar com imagens geradas do zine.
O novo número da CapitãoCriCa Ilustrada edita trabalhos de bd de Khatarina Hausladen com Dice Industries [Alemanha], João Maio Pinto, João Rubim, Till Thomas [Alemanha], Rick Thor, Ondina Pires, Mike Diana [EUA], Pepedelrey, Francisco Sousa Lobo, Tatiana Gill [EUA], Drope Orbit, Pedro Moura & Marcos Farrajota, Joana Figueiredo, André Lemos, e ainda conta com Nuno Valério (capa), Miguel Caldas (texto com ilustrações de Daniel Maia), e André Ruivo e José Smith (ilustrações).
quinta-feira, 14 de abril de 2005
Lado-B
Fanzine monográfico de José Vaz, um autor desconhecido (!?) do Porto que fez uma bd suficientemente estranha, que trata de pessoas viciadas em imagens (cinema e bd) e discos, isto de forma literalmente uma vez que discos/livros/k7's vídeo são sintetizados para fumar ou injectar nas veias... três situações insólitas que no fim da bd são confrontados com um sistema totalitário. Graficamente é um bocado anos 80 mas os cinzentos convencem porque dão uma boa textura às páginas.
[sem contacto... se alguém souber, por favor avisem-me!!!]
terça-feira, 12 de abril de 2005
Toupeira #1: "Bófias" ; Venham +5 #1
E no Sul tudo de novo! Em Beja abriu uma Bedeteca, e com ela um modelo idêntico à de Lisboa, nomeadamente na publicação de novos autores. Tanto que a cópia à Lx Comics é descarada - e ainda bem que hajam mais iniciativas assim, mais vale um bom modelo bem copiado que algo completamente "original" mas mal feito ou uma cópia mal feita. Assim, agora também há uma colecção para novos autores em formato comic-book, chamada Toupeira, que se estreia com a bd "Bófias" de Véte. Chama-se Toupeira em jeito de homenagem ao Atelier Toupeira que desde 1996 tem feito um bom trabalho com jovens autores (locais), editado fanzines vários e foi a semente para a inauguração da Bedeteca de Beja. Sobre "Bófias" pouco de bom a dizer, história confusa e sem piada (embora tenha pretensões a isso), grafismo seguro de si mas paradoxalmente amador e "copiador" a várias imagens... É um policial em volta de um assassínio mas sem qualquer tipo de emoção, vontade de deixar uma marca pessoal e perfeitamente "anti-clímax" do princípio até ao fim. Um bocado triste, até! A iniciativa da nova colecção é de louvar no entanto, esperamos mais autores para os próximos tempos!
Quanto à "Venham +5" é uma revista em formato A4 cheia de autores bejenses que para o mal e para o pior, matam umas árvores para projectarem as suas experiências na bd. Destacam-se Lam e Susa Monteiro pela maturidade gráfica e originalidade dos textos, o resto é amador até dizer chega. É uma faca de dois gumes, por um lado, não percebo porque os editores e autores não tem olhos para perceber que ainda estão verdes e que meia-dúzia de fotocópias seriam suficientes para divulgar o trabalho deles, por outro lado, havendo uma nova revista, abre-se mais portas/estruturas com trato semi-profissional para novas colaborações/autores/bd's - venham elas para melhorar a "coisa"!
Como apontamento final, é de distinguir o design das duas publicações, moderno e bonito q.b. É engraçado, que apesar destas minhas criticas negativas, achei a "Venham +5" mais arrojada e à vontade nas suas bd's publicadas que por exemplo a recente Blastmagazine, editada na "cosmopolita" Lisboa pelos seus "artistas" das Belas-Artes. Contrapondo ao isolamento e/ou esquecimento da interioridade que o Alentejo sofre, os últimos estão bem melhores do que os resultados pretensiosos e falhados da Blastmagazine.
A Toupeira está de parabéns, mesmo!
2,1 ; 3 respectivamente
domingo, 27 de março de 2005
El otro ; Nestor Comics #1
O colectivo La Productora é da Argentina que edita uma série de comic-books formato A5, ora com os seus autores a solo, como o caso do "El otro" de Angel Mosquito (autor já publicado em Portugal na antologia "Mutate & Survive" (Associação Chili Com Carne; 2001), ora em conjunto como é Nestor Comics.
Curiosamente, ambas edições dedicam-se à História, no primeiro caso uma bd pantomima passada à 40 000 anos atrás (algures no sul da Península Ibérica) sobre um encontro entre os Neandertais e o "homem novo"; no segundo caso, são várias estórias no fim do império romano (a ascensão do cristianismo e invasões bárbaras).
O TPC sobre a iconografia das duas épocas foi bem feito, as narrações são escorreitas embora as histórias pouco impressionem, excepto a de Atila em que aprendemos que não devemos fazer as coisas para amanhã quando as podemos fazer hoje. Moral da história vindo do Atila, hein!?
3,5
terça-feira, 22 de março de 2005
Industrial XXX Disorder - HOJE
O barulho infernal vai chegar ao Disorder em mais uma noite INDUSTRIAL XXX, HOJE, das 23h às 04h, com os DJ's GoldenShower e Ovelha Negra. --- ENTRADA LIVRE ---
Xtra1_Oferta os últimos exemplares do zine Mesinha de Cabeceira #13 (Associação Chili Com Carne; 1997) que tem a única bd psycho-goth-punk de qualidade feita em Portugal. De chegar lá bem cedo para o massacre antes que esgote!
Xtra2_Ovelha Negra apresenta a promo do seu novo álbum (pela thething Records).
quarta-feira, 9 de março de 2005
Go to wwwpunkt ein Reisebericht
MonDieu Bücher; 2002
Ilustradora alemã, Katia Fouquet, entre 2001 e 2002 realizou um projecto de livro ilustrado sobre a Internet. A autora pesquisou nos motores de busca, temas ou palavras como "vida familiar", "Boris", "A internet salva vidas", "seveteen", "Krieg" ("Guerra" em alemão), "beleza da natureza"... e depois ilustrou os resultados que nem sempre óbvios da navegação da World Wide Web, aliás, alguns ou a maior parte dos resultados são hilariantes. Desde os cães "Boris", os sites porno d'"a beleza da natureza", "a vida familiar" revelar como a Courtney Love e o Kurt Cobain se conheceram e casaram...
O desenho "free-style" de Katia é bastante convicente e tem um resultado meio "bruto" com piada. Parece que foram só feitos uns 100 livros, impressos em fotocópia digital de muito boa qualidade.
4
katia.fouquet@gmx.de