terça-feira, 26 de dezembro de 2006
CD-Red Beatles
Primeiro havia Jesus, depois vieram os Beatles, e ao que parece entretanto vieram os Oasis e os Arcade Fire sabe-se lá porquê... Deste grupo sem dúvida que os Beatles são os mais interessantes (Jesus não deixou registos fonográficos... e dos outros: "sem comentários") a julgar por esta compilação que junta versões e reconstruções das músicas dos "Fab Four"...
Esta compilação deve ter sido feito num Soulseek ou algo assim, foi colocada "beatles covers" no "procurar" e... pimba! Ao contrário das compilações limpinhas de "covers" de uma Mojo, esta é feita sobretudo com as versões dos "perdidos da História" como gajas que cantam em falsete (Cathy Berberian, Tiny Tim), concurso de talentos escolares (Tangley School), um fadista (sem creditação - um anónimo que pagaremos a peso de ouro pelo seu nome) com alguns sérios problemas de inglês no "Hey Jude" (hilariante!), malta mais dada para a dança seja funk-soul ou electro-disco (Shirley Scott & the Souls Saxes, Cassetteboy/Hylda Baker, Cristina)... Mas também há nomes sonantes como Buttholes Surfers (muito boa quando eles também eram muito bons), Siouxie & the Banshees, Cornershop, Residents, Daniel Johnson, Feelies e Chris Eckman (dos Walkabouts) cada um no seu tom e estilo. Há ainda o polémico plunderphonic John Oswald que (des)constroi os de Liverpool.
A melhor versão de sempre é a "She loves you" de Peter Sellers a recitar a letra em tom de alemão nazi - mesmo de chorar por mais!
domingo, 24 de dezembro de 2006
Incentivando a Pirataria em duplicado
Os Electric Newspapers foram projectados pelos Psychic TV (fase Genesis P-Orridge e Larry Trasher, 1994-1997) usando outra designação, os Splinter Test, para servir vários propósitos. O mais egoísta foi para guardar samplers não utilizados pela banda após o trauma do incêndio de uma mansão Houdini (de Rick Rubin) que destruiu toda a sua colecção de samplers e colocou em risco a vida de P-Orridge; e o mais altruísta, oferecer ao mundo samplers que possam ser usados por quem quiser para fazer nova música. F. Leote compilou os únicos quatro "números" (originalmente projectados como seis volumes) desta série fonográfica para um CD-R.
Verdadeiro catálogo (desorganizado) de sons aleatórios, ouve-se de forma agradável e eclética, sons atrás de sons sem que isso seja uma má experiência non-sense. Desde de um órgão ácido de estilo Mod ao Voodoo de Exuma, guitarradas a percussões industriais, loops a vozes com ou sem manifesto político, linhas de baixo ou batidas electrónicas,... E por fim uma interessante entrevista de P-Orridge a favor do anti-copyright da Música e da Arte. Algo foi remontado em 5 faixas pelo Leote (alguns "números" tinham 90 faixas!) mas não sei o quê /como - espero que o Leote edite um CD-R com manipulações sonoras deste material!
sábado, 23 de dezembro de 2006
Bíblia #25
É triste repetir a mesma lenga-lenga mas é o que se pode fazer pela Bíblia, a revista de arte-a-rodos e rodízio de literatura. Perdeu a garra dos primeiros 8 números, arrasta-se desde então, onde com sorte num número ainda podemos encontrar um trabalho interessante no meio de páginas e páginas de criação sem talento ou piada...
O seu editor Tiago Gomes devia puxar pelas pessoas para trabalharem e não devia mendigar para darem trabalho. Ainda assim, é incrível que a revista continue quando o apoio à Cultura de meios pequenos é cada vez mais reduzido. Como as baratas, a Bíblia talvez sobreviva a um holocausto nuclear mas como sabemos, ninguém gosta de baratas. Enfim...
PS
Entretanto, espreitei o #21 e não me pareceu mal (em relação aos últimos números), tinha até um autor de bd da Canicola...
2,8
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Toing! Toing!
Começo com o horror sónico de Resonant objects (Sirr-ecords; 2005) de André Gonçalves & Kenneth Kirschner. A explicação do projecto está neste link - objectos suspensos ressoam e esse som é processado - o resultado é puro "white noise" irritante durante 50 e tal minutos, em que o único momento de interesse é quando ao minuto 36 um tipo do público tosse - e mais tarde outro - dando um sentimento monty-pythiano à coisa. Serve este CD para registro da performance de uma exploração sonora, de resto também serve para irritar os vizinhos brasileiros ao fim-de-semana, o que é bom...
Dissolution (Fario; 2005) de Troum e Christian Renou enquadra-se na veia ambiental electrónica criadora de ligeiras opressões anti-new-age, drones misturados com restos de industralismo poético e que se prolongam por uma hora fantasmagórica. O francês Christian Renou inicia o "caminho para o céu", o alemão Troum acompanha-o nesse caminho até concluir a obra com uma peça de 27 minutos, IN-GALEIKON. Nada de novo para quem já tiver Coil na sua colecção de discos. De salientar a agradável embalagem (simples cartão dobrado e impresso com imagens fotográficas, formato ao alto) que me fez comprar o produto via Thisco.
Uma das pessoas com quem gostei falar na Laica foi o Nuno Moita, da editora de "freelectronica" Grain of Sound, pessoa bastante simpática e que me ofereceu dois CD's da "série mutante". A ideia principal é pegar numa peça com pouco tempo de duração, como o 747 de Noto ou Creamy burst de Rafael Toral, e usá-la para criar uma maior - mas tendo exclusivamente os sons da peça original como matéria-prima. Assim Etch, PL, Draftank e João Castro Pinto originam One mutant minute: based on Noto's 747 (Grain of Sound; 2003) enquanto Richard Chartier, Ent, Ian Epps, John Kannenberg, Stapletape, @C, Kim Cascone, Sawako, Blake Stickland, Pita e Allto exploram "35 mutant seconds: based on Rafael Toral's Creamy Burst (Grain of Sound + Baskaru + Fonoteca de Lisboa; 2005). No primeiro caso a maior partes da (re)composições assumem em média 15 minutos de duração, o que não deixa de ser curioso se a peça original só tem 1 minuto. Em regra, os sons são "minimalistas" e "concretos", ruídos de quotidiano electrónico alinhados em repetição estática. João Castro Pinto revela-se o mais audaz sacando um ritmo (funcional) seguído de ambientes (de) líquidos e Noise. O segundo CD, tem maiores variações de tempo (dos 3m aos 8m) e começa com a peça original do Rafael Toral para podermos comparar - o que é uma boa ideia! Mais próximo do conceito de "landscape" electro-acústico (a marca de Toral é difícil de suprimir) mas ainda assim há mais "biodiversidade" neste disco do que no primeiro: da barulheira à melodia, do white noise aos blips soluçados, do silêncio à irritação auditiva...
A Grain, além de editora de discos e uma revista PDF, Sonic Scope Quarterly, ainda organiza um festival de Freelectronica e Improv. Sonic Scope 04: the portable edition (Grain of Sound + Fonoteca; 2004) é a "versão caseira e transportável" da edição de 2004 onde vamos encontrar ainda mais ecletismo em relação às antologias já referidas. Além das experimentações & improvisações electrónicas que entram em óbvias referências e situações já ouvidas noutros sítios - é estranho falar em Música Experimental quando se seguem cânones - entram também projectos menos ortodoxos como as "baladinhas com loops" de Audiopixel (o mais sofisiticado), Davide Balula e The Patriotic Sunday, verdadeiros nenúfares depois da asfixia no lago do transístores torturados, acabando com beats contidos dos The Producers. Dos 18 projectos que enchem este CD destaco ainda Soundtrap, por nenhum motivo especial...
Por fim, ainda temos Calenda (Rudimentol; 2006) que é mais um CD de barulheira e outros poemas Improv com um conceito engraçado de ter sido dado a cada participante uma faixa que representa um mês do ano. Sendo assim temos então 12 faixas com 12 autores: F.Leote, nalalana, Guilherme Proença, Miguel Cabral (mentor deste projecto, bem como do Nevermet Ensemble, dono desta interessante editora e que em tempos editou um zine de bd!), Rodrigo Magalhães, Iff + Travassos, Paulo Razoável + João Matos, Frango, Miguel Leiria Pereira, Pedro Alçada, João Silva + Carlos Santos e Emídio Buchinho. Como o projecto é apresentado: «um calendário ilustrado com as visões de vários autores sobre cada mês do ano. Da electrónica, passando pelos instrumentos convencionais, eléctricos e acústicos, até à samplagem ou às gravações de ambientes, tudo cabe neste calendário. Uma viagem sonora ao longo de um ano. Do ano que quisermos.» A faixa que gostei mais foi do F.Leote - não só porque o gajo é fixe! O Leote é fixe! - mas porque consegue fazer Noise com humor!
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
«Dentes de ouro e flow de platina»
Começo pela colectânea Bota'sentido! 1995-2014 (Matarroa; 2006) que foi lançada para comemorar os 5 anos de existência da editora de Hip Hop Matarroa. Hip Hop? Não só, na realidade a editora tem apostado em mestiçagens de sons Black através da edição de artistas angolanos (Verbal, Crewcial, Conjunto Ngonguenha) e ritmos jamaicanos (Prince Wadada, Bezegol) em que se ouve crioulo (Factos Reais) ou a "pronúncia do Norte (MataZoo).
Para uma colectânea de comemoração - em que os limites temporais foram esticados para a pré-história da editora e para o futuro - temos uma selecção um bocado preguiçosa (não há raridades ou versões alternativas) nem bota-tanto-sentido-como-isso (nem tudo o que foi editado é reapreciado). Realmente parece que o que se ouve aqui é pensado para 2014 e não para 1995. A tendência da Matarroa é cada vez mais o Reggae / Dancehall / Ragga do que propriamente o Hip Hop - parece-me! Entretanto as escolhas de Hip Hop neste disco (curiosamente) tratam mais de temas sobre gajas e noitadas do que as habituais diatribes da cena - embora também haja no tema (sacado para o título deste "post") de Pródigo & Virus. Faixa porreira é do(s) Nerve com uns samples Jazz bem esgalhados. O futuro são fumaradas jamaicanas o que me deixa curioso do que vai ser a Matarroa de futuro... PS: e como sempre: excelente trabalho gráfico do Chemega.
No campo do Rock pesado (Metal, Hardcore), o especialista do momento é a Raging Planet do qual a última novidade é o álbum Volume II: The hollow dos More than a Thousand. Após um CD-EP de estreia com um título engraçado como Trailers are always more exciting than movies (Raging Planet; 2004) dá vontade de dizer que o segundo registo desta banda Emocore deveria ser Don't judge a record by it cover porque é a melhor capa dos discos da Raging (que o Zamith me perdoe!) autoria do norte-americano Sam Weber mas sem o correspondente musical. Igual a mil e uma bandas do género Emocore - tipo as últimas edições da Victory - com tudo certinho e no lugar, melodioso & orelhudo até à medula, sem emoção apesar das letras serem consideradas "negras", voz plástica e aborrecida como o mundo ocidental... Não temos aqui nem Lynch ou o selecionado do ano do Festival de Sundance mas sim um filme vindo de Holywood com tudo previsível do príncipio ao fim. Foda-se, o que se passa com os putos de hoje?
Surpresa foi a edição de Sucess in cheap prices (Bor Land; 2006) do projecto Most people have been trained to be bored, aka, Gustavo Costa, aka, papa-bandas e colaborações (Genocide, Stealing Orchestra, Três Tristes Tigres, John Zorn, ...) . Este novo projecto começa com Noise inesperado - da Bor Land espera-se as melodias-mais-melodias de índios e alt.countreiros - e revela-se pelos campos do Improv electro-acústico, Jazz não-purista, Glitch e lixo sónico cheio de fantasmas, ready-mades e peças de composição clássica contemporânea entre outras mil-e-uma fontes. O que se sente ao ouvir todo o álbum é que se concentrou quase todos restos mortais das vanguardas do século XX sem nunca parecer colocá-lo num cânone. Música Experimental? Sem dúvida, agora se começarem com as sub-variações, a coisa complica-se e ainda bem.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Laica no Espaço - Dezembro
- Concerto: The Great Lesbian Show
Às 18h30. Entrada: 3,5€
7 DEZ
- Pintura mural com Mina Anguelova e Teresa Amaral
- banca de zines e edição independente
Às 19h. Entrada livre
- Festa da Troca de Discos com unDJ GoldenShower.
Às 22h. Entrada livre.
9 DEZ
- Concerto: Anjo Cão
Às 18h. Entrada: 3,5€
14 DEZ
- Experiência de desenho automático com trabalhos de José Feitor, Teresa Amaral, Lars Henkel, Mina Anguelova, Filipe Abranches, Luís Henriques, João Maio Pinto, Joana Figueiredo, Marcos Farrajota, S.G., Piggy e Rosa Baptista.
- Banca da zines e edição independente
- Pintura mural com Lucas Barbosa
A partir das 19h. Entrada livre
16 e 17 DEZ (Sábado e Domingo)
- 5ª FEIRA LAICA: feira de fanzines, edição independente (livros, discos), artesanato urbano e artigos em segunda mão
- Inauguração das exposições de serigrafia do atelier MIKE GOES WEST e da colectiva ANIMAIS NO ESPAÇO: DESASTRES GENÉTICOS, resultado da experiência de desenho automático (até 23 Dez.)
Entrada livre. Horário: Sábado 15H-24H - Domingo 15h-22h
22 DEZ
- Festa com o colectivo unDJ’s OSAMAsecretLOVERS
- Pintura mural com Rosa Baptista
- banca de zines e edição independente
Às 22h, entrada livre
23 DEZ
- Concerto: Latex 25
Às 18h30, entrada: 3,5€
Stone Comics #2
Quando o camarada Rattus apareceu na 5ª Feira Laica com este zine, pensei: «fogo! ainda há disto e continua a ser verdade que isto dos zines são mesmo incontroláveis.» Já não via um zine destes há anos - desde dos tempos do pessoal de Castelo Branco do colectivo "Humanóides Associados" (creio... ou era Androídes?) que editavam o Reator [sic] até aos meados dos anos 90.
Bd de fantasia / aventura / ficção científica com desenhos de quem está a começar e que cria universos do tipo «no sistema solar 25.784, lua central 9» (I shit you not!), coisas irritantes como legendas feitas no computador, a história até parece mais bem construída que a média habitual (é a primeira parte de três de uma saga intitulada "Os Errantes") o que mostra um esforço da parte do autor, Luís Sanches.
A edição é mesmo da velha guarda: 16 páginas A5, fotocópia ranhosa e não tem contacto - o Ratus deve arranjar, suponho... Ah! Há gajos com jactos nas costas (Rocketer?) e espada na mão (como?), há lutas / massacres com monstros numa onda de arena romana, vilões que deitam raios das mãos (como é possível?) mas infelizmente de "pedra" nada tem.
2,1
domingo, 17 de dezembro de 2006
CCC na 5ª Feira Laica
cartaz por José Feitor
A CCC está a dividir mesa com a Imprensa Canalha e disponibiliza todo o seu catálogo bem como de alguns dos seus associados (MMMNNNRRRG, Opuntia Books, ...) e ainda várias edições nacionais e estrangeiras (Stripburger, Glomp, C'est Bon, L'employ du moi).
O Mesinha de Cabeceira Popular #200 é a novidade editorial da CCC.
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Samizdata Club / especial Espaço After-hours
No Espaço - Centro de Desastres: rua Maria Andrade nº5:: (aos Anjos) Lisboa::: Sábado 16 de Dezembro:::: 00h-02hTatsuMaki vs. Sci Fi Industries - hardware machines warfare!
Para o lançamento oficial do split CD Seek and Thistroy! de TatsuMaki, Devhour e City of Industry, o "Ciclone de Braga" e SFI repetem duelo travado anteriormente, usando exclusivamente maquinaria, desta vez em Lisboa e no contexto da 5ª Feira Laica (ver + informação abaixo).
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
O hábito faz o monstro #7
Zine já referido aqui ainda recentemente, neste novo número saltitante (não se sabe dos números 4 e 6) é no entanto especial, todo ele preenchido com uma bd de Lucas Almeida intitulada "O jovem queria dor de amor". Trata-se de um épico 18 páginas de bd - e que continua no próximo número - feito pelo Lucas em que se discute sobre o que é o Amor aproveitando alguns textos de um trabalho sobre o mesmo tema que o autor fez para uma cadeira de Teoria da Cultura lá prás Caldas da Rainha.
Graficamente o trabalho é bastante desconexo, ora tendo desenhos de um amadorismo desnecessário ora até mostrando algum virtuosismo. O ritmo do texto é igualmente desigual sobretudo com páginas cheios de texto, tipo massacre. O resultado final não chega a ser completamente satisfatório formalmente. A história em si parece ser porreira, apesar do tom trágico e esotérico de segunda, há humor e estupidez que nos diverte. O jovem encontrou o diabo, cortou-lhe a pila e saiu de lá uma tipa que lhe concede um desejo... O Elvis está metido ao barulho no próximo número - A date with Elvis!
3,5
O tempo não espera por mim, pt. 2
Talvez por também samplar Scanner e/ou por ser uma banda sonora de uma peça de teatro e/ou o tema da peça ser sobre as questões relacionais entre o Tempo e o Homem que não consigo deixar de achar um paralelo com Os Ladrões do Tempo de L'Ego. «Please feel free to sample me as I already sampled you!» escreve Phil Von (dos Von Magnet) neste disco enquanto descrimina alguns dos projectos musicais que samplou: Meat Beat Manifesto, Scott Walker, Erik Satie, Kronos Quartet... atitude idêntica no citado disco de L'Ego.
Tão semelhante é também a minha relação entre os dois discos que dava vontade de fazer aquele divertido exercício de "copy'n'paste". Pegava na crítica de L'Ego e despejava nesta, seguído de alguns ajustes como substituir os nomes dos eventos (este é referente à peça "Deadline now" apresentada no Festival Imaginarius, em Sta Maria da Feira e produzido pela Sete Sóis Sete Luas) e mudar as questões biográficas. Ou até podia discutir como concordo com o texto do livreto sobre o facto de apesar de nós (humanos) estarmos cada vez em contacto permanente (via tlm's e 'net) mas também cada vez mais estamos isolados neste mundo. Mas não faço nada do que proponho por preguiça de começo de Inverno... Uááá
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Laica no Espaço - Novembro
- Inauguração de exposição temática colectiva GRANDES DESASTRES HISTÓRICOS: UMA ANTOLOGIA (até 16 Nov) com trabalhos de José Feitor, Joana Figueiredo, Mina Anguelova, Teresa Amaral, Filipe Abranches, Luís Henriques, Joanna Latka, Rosa Baptista, Pedro Zamith, Lucas Barbosa e Lars Henkel.
- banca de zines e edição independente da Chili Com Carne e Imprensa Canalha
- Pintura mural com Jucifer
- Festa da Troca de Discos com unDJ GoldenShower.
Horário das exposições: 5ª/Sab. das 20h-24h. Entrada livre.
4 Nov
- Concerto: Stuka
- banca da CCC
Às 18h. Entrada: 3,5€
9 Nov
- Pintura mural com Pedro Zamith
- DJ Ardo
- Banca de zines e edição independente da CCC
Às 19h. Entrada livre
17 Nov
- Inauguração de exposição colectiva QUE INFERNO! d’A MULA (Porto) com trabalhos de Miguel Carneiro, Marco Mendes, Mauro Cerqueira, Janus, Carlos Pinheiro e Nuno Sousa (até 29 Nov.) e O SOL DERRETE TUDO E AS MONTANHAS SÃO REDUZIDAS A QUASE NADA individual de JOÃO MAIO PINTO (até 13 Dez.)
- Banca de publicações d'A Mula
- colectivo de unDJ's: OSAMAsecretLOVERS - comemoração de 1 ano, 1 mês e 2 dias de existência.
- Pintura mural (e presença) de Miguel Carneiro, Marco Mendes e Mauro Cerqueira.
Horário das exposições: 5ª/Sab. das 20h-24h. Entrada livre.
18 Nov
- Concerto: Mad Lynn
Às 18h, entrada: 3,5€
23 Nov
- Pintura mural com Piggy
- banca de zines e edição independente da Chili Com Carne
Às 19h. Entrada livre
25 Nov
- Concerto: Mudo or Maria Like the others
Às 18h, entrada: 3,5€
30 Nov
Inauguração de exposição temática colectiva LUTA LIVRE: COREOGRAFIAS BRUTAS (até 13 Dez.) com trabalhos de José Feitor, André Lemos, Teresa Amaral, Artur Varela, Daniel Lopes, Lucas Barbosa, Mina Anguelova, Filipe Abranches, Luís Henriques, João Maio Pinto, Joana Figueiredo, Edgar Raposo, Barbara Róf, Pedro Zamith, Rosa Baptista, Lars Henkel, Artur Varela, Daniel Lopes e Cátia Serrão & Daniel Lima.
- Banca de zines e edição independente
- Pintura mural com João Fazenda
Inauguração às 19h. Horário das exposições: 5ª/Sab. das 20h-24h. Entrada livre
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Fato de Macaco : O símbolo
O Fato de Macaco apareceu ao público pela primeira vez na colecção Lx Comics editada pela Bedeteca de Lisboa.
O ambiente que Rui Gamito usa no mundo do Fato de Macaco, é de conspiração total. A política vulgar, nossa, transportada para uma escala maior em que governos são derrubados por loucos desgovernados.
...
«Pessoas da mesma profissão nunca se reúnem senão para conspirar contra o público em geral» - Robert Anton Wilson
Damo-nos demasiada importância. E tentamos – gostaríamos de – mudar o mundo. O estranho é que apesar de todas as tentativas de ruptura pouca coisa muda de tão misteriosas que são as relações e operações do Poder sobre a “realidade”. Se o conceito do Leviatã de Hobbes (1587-1666) já é um conceito colossal e desanimador de qualquer iniciativa privada contra o Estado, será no século XX que Gianfranco Sanguinetti em Do terrorismo e do Estado dará a machadada final. Segundo este autor, não existe tal coisa como o “terrorismo” – ou pelo menos aquele com laivos de romantismo novelesco ou de puro mal concentrado, conforme as perspectivas de cada um. O Estado com meios materiais e pessoais quase ilimitados e extrema liberdade de manobra de que goza infiltra-se e usa as “células terroristas” para o seu proveito: ou para absorver / desviar outras ou novas facções, ou para liquidar indivíduos que já não lhe interessa como foi o caso do Primeiro-Ministro italiano Aldo Moro (1916-1978), raptado e assassinado pelas Brigate Rosse. Lembro-me que durante e após o 11 de Setembro que a única estrutura mental que me “mantinha vivo” era conhecer as sábias e polémicas ideias de Sanguinetti – por mais paradoxos que possam advir daí – e realmente mais tarde provou-se que afinal havia histórias mal contadas com aquilo tudo - o avião contra o Pentágono e outras conspirações. As conclusões, no entanto, poderão ser fáceis de entender quando George Orwell (1903-1950), em 1984, colocava a questão do próprio governo inglês bombardear Londres «só para manter a população num estado de terror».
O único terrorismo verdadeiro no mundo é o individual como Unabomber (Theodore "Ted" Kaczynski) provou nas últimas décadas do Século XX. O seu Clube da Liberdade tinha como membros, Direcção, Mesa de Assembleia, Divisão de Execução, Direcção Fiscal, Vice-presidente, vogal da Tesouraria e Presidente, o próprio Kaczynski. Provou-se que Clubes (de Combate) privados com sócios reais infelizmente só servem para vender carros ou para organizar excursões de bebedolas – alguém já ouviu falar naquele grupo de gajos que se juntam só porque todos os elementos do grupo se chamam António? Adegas do Azeitão, cuidado! Ou aquele clube de motards, no Algarve, cujos elementos não tem motos e ficam-se pela tasca para não provocar nenhum acidente rodoviário?
Rui Gamito (1974; Lisboa) desde que apresentou o seu Fato-de-Macaco, na colecção Lx Comics (#8; Bedeteca de Lisboa, 2000), tem querido mostrar, com todos os exageros à americana – Jack “the King” Kirby & Marvel Comics & Dr. Doom, Exterminador III ama Zombie Masterclass Romero, Roswellito chop suey footage, educação feminina à Russ Meyer, vídeo-80’s teenage holocausto extravaganza, Twightly OZonerama e mais ET’s from Marte, Pulp Trash B - … dizia, que ele, o Gamito, queria… hem… queria… mostrar com todos aqueles exageros acima referidos… hum… ah! A paranóia das conspirações. Nestas bd’s de Gamito, uma realidade sucede a outra como sucediam vómitos intermináveis nos últimos dias de Roma. Na realidade, ler estas bd’s dá-nos vontade de rir porque já sabemos que a revelação de uma conspiração não é lá grande coisa como feito. Uma conspiração é uma coisa vulgar, ordinária, praticada até por todos nós, humanos sem importância. Desvendar e anunciar publicamente uma conspiração só tem a vantagem para derrubar um determinado governo. Suspeitar que ela existe ou que poderá ter existido não é prova de nenhuma inteligência superior nem é uma revelação fulminante per se. Se sabemos disto tudo então porque não fazemos nada? Porque não temos forma de desatar todas as teias e preferimos agir como se os bárbaros tivessem acabado de cercar a cidade. Sabemos da chacina que irá acontecer assim que passarem os portões, por isso viveremos a derradeira bênção divina com cabeças a rebolar dopadas de drogas sintéticas, braços mutilados a saltarem pela rua ao ritmo do Breakcore, fogo a queimar os vestígios da cultura idiota que erguemos… - a última consciência colectiva, o fim de tudo, iupi!
Amém!
Marcos Farrajota, Pastor
sexta-feira, 24 de novembro de 2006
Samizdata Club apresenta Industrial PT
Numa iniciativa Samizdata Club a Associação INDUSTRIAL PT apresenta-se pela primeira vez, numa festa/showcase de DJing de vários membros da comunidade bem como algumas participações especiais pt.core, synth-etics, connexion bizarre e OSAMAsecretLOVERS.
...
A CCC e a Thisco estarão presentes como sempre com uma banca de edições independentes.
Line up (sujeito a alterações):
DJs
22h/22h30 — DJ Hex [industrialpt] — industrial/EBM/electro
22h30/23h — DJ Bak_teria [industrialpt] — industrial/EBM old school
23h/23h30 — unDJ GoldenShower [OSAMAsecretLOVERS] — industrial XXX
23h30/00h — M. [connexion bizarre] — noise/power noise
00h/00h30 — DJ Tantz [synth-etics/industrialpt] — noise/power noise
00h30/01h — DJ Cryogenic [synth-etics/industrialpt] — noise/power noise/hardcore
01h/01h30 — Hefesto [pt.core] — hardcore/gabber
01h30/02h — Genius DJ [pt.core] — hardcore/gabber
02h/fim — M. [connexion bizarre] — ambient/industrial/chill out
VJs
22h/fim — VJ Myn
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Amphibia de André Lemos (último dia na Laica no Espaço)
Amphibia é uma exposição de 12 desenhos a tinta da china sobre papel no formato 70x50 cm da autoria de André Lemos (autor de Super Fight II e Tribune Brute pela MMMNNNRRRG e editor dos Opuntia Books), inserida na Laica no Espaço até 15 de Novembro.
[Horário das exposições: 5ª/Sábado, 20h-00h. Entrada livre.]
vídeo por jötha e música por el gritante
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
Isto não é uma revista - de terror
Eis que chegou ao apartado da Chili Com Carne um zine brasileiro de bd dentro de uma carta. O envelope tinha selos verdadeiros colados - sem serem daqueles selos automáticos das estações de correio! Ah! que rica sensação old-school receber o inesperado no apartado como nos bons velhos tempos!
Tão old-school que é este zine, que o conteúdo propaga trash, humor xunga e escatológico e dedica (este primeiro número) ao Terror - suponho que um número dedicado a batatas venha transformar o título do zine para "Isto não é uma revista de batatas".
É feito por três autores: Cláudio Mor, Leonardo Pascoal e Thiago Cruz, é impresso, aspecto todo profissional e em formato A6 (tipo colecção Quadradinho). Os autores tem uma solidez gráfica - embora os desenhos do Thiago Cruz sofram bastante com o formato reduzido - só que as histórias (textos, ideias) são, na essência, bastante parvinhas, ao nível de um "teen-zine"... Talvez com o tema das batatas eles melhorem.
3,4
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Actividades espaciais do dia 2 de Novembro...
Jucifer - pintural mural
nova exposição inaugurada: Grandes Desastres Históricos
vídeo por jötha e música por el gritante
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Lucifer
Faltava uma semana para ir para o Festival de BD de Helsínquia quando recebo este livrinho de Jyrki Heikkinen, um dos autores finlandeses mais interessantes que passaram pelo Salão Lisboa 2005. O autor começou a fazer bd já tarde, ou melhor, o autor recomeçou a fazer bd nos últimos anos após um hiato dedicado à poesia e à escrita. Desconheço a sua poesia e o trabalho anterior, só estes mais recente que tem sido publicado em revistas, antologias, livros a solo e livros auto-editados como é o caso deste de 24 páginas 17,5x17,5cm, 22 delas contam a queda de um anjo no nosso mundo.
Apesar de não ser um desenhador por excelência, o trabalho de Jyrki é reconhecível pelo aspecto que dá aos seus mundos prestes a descambarem - graficamente os seus desenhos apresentam-se "tortos" e ligeiramente distorcidos, a lembrar algumas sessões de cinema de animação de um país de leste ou de qualquer animador com LSD na tola no tempo do Vasco Granja. Detecta-se também uma frieza (tipicamente) nórdica mas que é sempre acompanhada (também) por uma histeria sentimental a dada altura. Parecia que o homem estava a adivinhar que ia para aqueles sítios...
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Belo Cadáver
Já está à venda na CCC o Belo Cadáver, zine que compila uma noite fora do normal, eis a explicação de Marcos Farrajota: «Uma semana antes de tudo isto, logo de manhã a caminho do emprego, a Joana veio à janela com a sua SuperSoaker (com alcance de 12 metros) para molhar. Eu agachei-me e consegui desviar-me do jacto de água, mas a coluna vertebral pregou-me uma partida mais fatal que a da Joana. O problema resolveu-se naturalmente no dia seguinte. Mas, dias depois, na Terça-Feira seguinte, a dor voltou. Andei, literalmente, de rastos, até ir ao hospital e resolver este problema de trintão. O que tem isto que ver com o “Belo cadáver”?
Quinta-Feira.
Todas as Quintas, haja vernissages ou haja sol, um grupo de pessoas ligadas à edição independente e às artes gráficas reúne-se numa tasca (pária da estupidez das regras higiénicas de Bruxelas*) para experimentar os novos sabores de cervejas que a Super Bock e a Sagres insistem em lançar para o mercado todos os meses. Ah! E discutem a actualidade política ou falam sobre banda desenhada e zines, evocam recordações beirãs e outras palermices mundanas. O fim desta “tertúlia” pode acabar em jantarada e matrecos. Temos uma comunidade-simulacro da vida rural, portanto. E eu a tomar Adalgur – 2 comprimidos de oito em oito horas – mais o gel Voltaren.
Nessa noite íamos ver um DVD, em paz e descanso total, quando “o grupo” veio da tasca, todo mamado, com frangos e embalagens de batatas fritas e claro, umas 5 litrosas. Vinham ter com o camarada convalescente – e eu que não podia beber álcool!
Que ricos amigos! ‘Tou a gozar, é malta fixe!
E o jantar em casa correu bem, até o André Lemos começar a rabiscar – exigiu papel e canetas! – e a passar os desenhos para o Filipe Abranches, o Bruno Borges, o Mike (goes west), a Joana, eu e o José Feitor. E estava a correr bem, em registo de “cadáver esquisito” mas sem o anonimato. Bastava acrescentar mais “coisas” na folha e chegar ao absurdo quase tão dadaísta possível. E escrevo Dada não por tentar justificar o injustificável, ou aliás, justamente por isso. O Dada não se justifica nem reflecte. E queiramos, quer não, era o que estava acontecer, uma orgia de criatividade espontânea. Pretensão Zero. Obrigado, meus caros leitores.
«O que há nesta casa para beber?»
O Mike fez uns rabiscos e foi-se embora. A Joana ainda fez mais uns desenhos e foi para o sofá, cansada.
«Isto está a correr bem… se calhar dava para uma edição.»
(Fixe, boa ideia.)
«Mas temos que fazer mais! Conta quantos estão aí… precisamos de uns 32 desenhos para fazer uma edição! Se temos 16 então temos que fazer o dobro…»
(Oh não!)
…
E andava eu a guardar as bebidas que restavam, a tirar os cinzeiros cheios da mesa, implorei para irem embora, mas os desgraçados continuavam a rabiscar e a passar uns aos outros em azáfama marada. São quase 3 da manhã e estes gajos não saem de casa. Juntei-me à Joana no sofá e começamos a ver o DVD.
«Então boa noite!»
* onde os cabrões dos belgas não as respeitam, como verifiquei em Outubro de 2005!
Mais informações aqui e aqui. Custa 5€ / 4€ para associados
Selected Stories
Material esquecido... trocado com o autor na minha visita ao Festival de BD de Berlim em 2003. O tipo não merecia este esquecimento mas mais vale tarde do que nunca.
Zine em formato A4, reproduz duas bd's, uma sem palavras e a outra em inglês com o objectivo claro: promover o autor para além dos vários livros, revistas e comic-books em que participou na Alemanha.
Dono de uma segurança gráfica, notam-se nitidamente as influências do "alternativo dos anos 90" norte-americano (ex: Charles Burns) e europeu (Blanquet) acompanhado sempre de um binómio de ternura e de crueldade seja nas parábolas mais mirabolantes (Heart Core Story - um tipo sem coração é levado por Deus que é representado pelo Egas da Rua Sésamo!) sejas nas histórias de ficção mais reais (The portait of a young lady - um guarda de um museu de arte antiga apaixona-se pela figura do quadro e uma menor...).
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sábado, 4 de novembro de 2006
sexta-feira, 3 de novembro de 2006
depois dos batráquios
gosto de vir aqui água
ali barreira betão barragem
entre mim e os ribeiros são sonoros
para um vulto aquático:
um portanto batráquio
a água espelha as margens árvores
e eu recebo a dádiva do lugar:
um estilhaço de paz
longe das pessoas
(aqui não sinto medo
nem vontade de morrer)
estar muito em silêncio tempo
é dar autorização a que bichos
e árvores
se aproximem
atiro pedrinhas à água
e ela mostra-me circulos concêntricos
de geometria líquida
os batráquios correm grotescos
no fundo do lago extraterrestres
como homens de esponja orgânica
agora chegou uma pessoa
e quebrou a harmonia do lugar
odeio-a e gostava de a matar,
para reencontrar a paz
passado um tempo
o homem de ganga azul-rock afasta-se,
e eu fico outra vez com esta bacia hidrográfica
para poder pensar à vontade
estou ao pé
de uma mini queda de água
não é nenhum fenómeno notável
mas para mim está a ser estar importante,
aqui sentado com ela no tempo presente do indicativo
esta cascata é igual a um cão
na maneira como me faz companhia
tento refrescar a minha cabeça
tão lodamente de pensamentos eutróficos
cheia...
mas estou com pressa
e tenho que me ir embora
(nota: este texto foi escrito em sintra, um dia depois de ver os desenhos anfíbios do andré lemos)
Voodoo! #1
Do Brasil estamos sempre à espera de uma nova-bomba-revista-de-bd por termos ficado mal-servidos com as injustas mortes daquelas revistas emblemáticas como a Animal (feio, forte e formal) ou a Chiclete Com Banana. Embora saibamos que essa Época Dourada já foi e não voltará, sempre temos uma esperança que um dia apareça "aquela revista". Tem havido alguns esforços já aqui referidos (ver o arquivo do mês de Julho'05) ou esta mais ou menos recente Voodoo! mas ainda não é "aquela revista".
Para número Um parece antes o número Zero porque se lê rápido demais. Graficamente é atraente, tem uma boa entrevista ao Fábio Zimbres (um dos cabecilhas da Animal caramba! e um dos melhores ilustradores daquela porra de país!), umas bd's fixes, um inspirador e provocante manifesto sobre filmes trash DIY, umas imagens porno feitas pelo Moebius (para quê?) e um artigo da Cindy Sherman - quem é que não a conhece? É estranha esta combinação de trabalhos menos conhecidos com autores famosos. É aqui que o casamento falha, os alfinetes do "voodoo" não acertam e o feitiço vira contra o feiticeiro, ficamos com aquele sabor que podíamos ter comprado a revista Umbigo que daria no mesmo. Para sabê do conhecido não é preciso fazer revista, cara! Si manca vai!
quinta-feira, 2 de novembro de 2006
O Homem que desenhava na cabeça dos outros
Oficina do Livro; 2006
Livro de contos e prosas várias em que o sistema de ilustração foi invertido, ou seja, Pedro Zamith desenhou primeiro e depois deu a várias entidades escreverem sobre elas. Não sobre as ilustrações per se - sob o ponto de vista crítico ou analítico - mas sim sobre o que eleas sugeriam de imaginário.
Entre os 20 autores, vamos encontrar os associados Marcos Farrajota e Rafael Dionísio mas também Adília Lopes, a crítica / jornalista Ana Ruivo, o galerista e crítico António Cerveira Pinto, David Soares, João Paulo Cotrim, José Jorge Letria (que pena não o terem proíbido de escrever após o 25 de Abril!), Luís Camilo Alves (que fez o Design do catálogo Tóquio - Hong-Kong - Xangai - Singapura editado pela Chili Com Carne), Pedro Rosa Mendes, o sempre horroroso Rui Zink, entre outros nomes hype e outros nem por isso num ecletismo mediano em que muitos dos textos estão muito pouco sincronizados com as distorções visuais dos trabalhos de Zamith.
Creio que o livro valerá mais pelos desenhos de Zamith do que pela maior parte dos textos...
sábado, 28 de outubro de 2006
Mantorras noiser
Lançado no último Samizdata Club, eis o primeiro CD-R de Eye.8.soccer - do Dr. Gama: DSM666, KUT, etc... - constituído de Japanoise - pode haver Japanoise fora do Japão? - de qualidade - pode haver Noise de qualidade? - na tradição Merzbow com samples ligados ao futebol - que o Dr. Gama odeia e já agora eu também. Mais lúdico que o habitual Noise - austero e sombrio - só é estranho os fade out - de cada faixa - que dão uma pinta amadora ao trabalho.
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
Laica no Espaço
A Laica deixa o seu terreno de eleição – a Feira, enquanto espaço de comércio cultural justo e de confronto de ideias – e aventura-se no Espaço. No fundo, volta a casa.
Fruto de uma sinergia de contornos difusos, cuja história levaria demasiado tempo a contar, a iniciativa LAICA NO ESPAÇO combina as infra-estruturas e o poder mobilizador da Feira Laica com o potencial do bar Espaço, novo spot cultural lisboeta, num cruzamento que promete oferecer o melhor da cultura subterrânea e do comércio alternativo: concertos (co-organizados com a Groovie Records), exposições, pintura mural ao vivo, sessões de desenho automático, feiras de fanzines e trocas de discos.
A ocupação do Espaço atravessará os meses de Outubro, Novembro e Dezembro e culminará na 5ª Feira Laica (em Dezembro).
Para as duas primeiras semanas de programação já se encontram previstas as seguintes actividades:
19 Out
- Inauguração de exposição temática colectiva sobre GUERRA CIVIL PORTUGUESA : CENÁRIOS (patente até 1 Nov. c/ trabalhos de André Lemos, Joana Figueiredo, José Feitor, Filipe Abranches, João Maio Pinto entre outros) e AMPHIBIA, individual de André Lemos (até 15 Nov.).
- Banca de zines e edição independente da Chili Com Carne
- Pintura mural com José Feitor
- unDJ GoldenShower
[Inauguração às 19h. Horário das exposições: 2ª/Sábado, 18h-00h. Entrada livre.]
21 Out - Fritos (concerto) - às 18h, entrada: 3,5€
26 Out
- Pintura mural com Luís Henriques, a partir das 19h
- Banca de zines e edição independente da CCC (só com edições com trabalhos de ilustradores patentes nas exposições e discos distríbuidos pela CCC) e Imprensa Canalha.
- Psychiatric DJ (Kromleqs, MelodyFreeMen, Fritos) vai fazer uma terapia sonora de psico-spoken-word a partir das 22h.
28 Out
- Samizdata Club, comemoração de um ano de actividade com Eye.8.soccer, shhh..., M-PeX e Thermidor. Às 22h, entrada: 1€ (c/ direito a um CD da Thisco).
- Banca da Thisco e da CCC
...
Para Novembro e Dezembro + exposições, pintura mural, bancas de zines, a 5ª Feira Laica, concertos de Stuka, Latex 25, The Great Lesbian Show, Big River Johnson, Act-ups, Mudo or Maria like the others (sujeito a confirmação).
terça-feira, 24 de outubro de 2006
Samizdata Club (no Espaço): 1 ano de actividade - AMANHÃ
cartaz por André Lemos
Samizdata Club: 1 ano de eventos - 5 anos da Thisco, 40 edições em CD
Em jeito de balanço de um ano de actividade anti-cultural, reformulação dos papeis músico / editora / públicos e subversão do artista enquanto tal, o evento Samizdata apresenta-se renovado, extensivo e reposicionado.
O Espaço será a nova casa a dar continuidade ao evento na Capital. Dia 28 de Outubro, às 22h, apresentam-se quatro projectos, ligados à Thisco de formas diferenciadas e de distintas abordagens sonoras.
...
M-PeX Guitarra portuguesa aglutinada a uma electrónica apurada e balanceada, sob ritmo drum´n´bass; pleno desenvolvimento de algo que se poderá vir a designar num futuro próximo como “Phado”. Marco Miranda participa na compilação das “Noites CR-R”, trabalha em álbum com saída em muito breve e promove o drum´n´bass no cyber-éter / radio.ist.utl.pt
Eye-8-Soccer João Gama desmultiplica-se em vários projectos que têm em comum uma perspectiva DIY e descomprometimento criativo, numa verdadeira prova de liberdade de expressão. Poucos bits, muita distorção, pouca definição, muita velocidade, ou exactamente o oposto! Uma série de auto-edições de reduzida tiragem atestam motivação e cristalizam o conceito inerente.
Thermidor Tem vindo a apresentar-se ao vivo sob a forma de performance de ficção científica pontificada por ambientes de fino recorte e excelente material recolhido (leia-se samples). O demo CD garantiu até ao momento a elogiosas palavras de músicos e critica europeia e espera-se concretizarem breve edição tripartida Brume (França)/ Thisco /Connexion Bizarre (Portugal).
Entrada 1€ com direito a um CD da Thisco à escolha, das cerca de 30 referencias ainda disponíveis - ver catálogo em www.thisco.net/cdpt.htm
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sexta-feira, 20 de outubro de 2006
ccc@bdporcalhota2006
Uau!
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Heróis da Literatura Portuguesa
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
Alçapão - fanzine de arquitectura dura #1
Fanzines saídos do meio institucional? Mein Gott!? Só podia dar merda mas por acaso não é este o caso! Realmente foi impresso no formato A4 em papel couché e tem aquele ar de DTP old-school mas há aqui uma boa dose de sujidade que lhe dá credibilidade - um zine é sempre sujo, certo? Se fosse realmente um zine com uma pancada institucional (não podemos escrever isto ou desenhar aquilo) não suportaria as ilustrações com os negros do André Lemos, do José Feitor e do João Maio Pinto ou os "erros" do Bruno Borges nem toleraria as bd's da Rosa Baptista ou do Richard Câmara nem os escritos dos vários colaboradores deste primeiro número.
O plantel de ilustradores e autores de bd dá power ao zine que tem como tema e textos a "Arquitectura". Aliás, se não fosse estes tipos duvido que haveria zine de tão insipientes que são os textos. Este primeiro número saiu no âmbito das celebrações da Delegação de Portalegre da Ordem dos Arquitectos para o Dia Mundial da Arquitectura.
3,9
aqui.jas@clix.pt
terça-feira, 10 de outubro de 2006
(depois de) CCC@Helsinki.Comics.Festival
...
Chili Com Carne editions and other Portuguese best kept secrets (like MMMNNNRRRG, Imprensa Canalha and Opuntia Books) will be represented in the 21st Helsinki Comics Festival to be held on the 23rd and 24th of September 2006.
Em jeito de relatório...
Foi a segunda vez que me aconteceu tal coisa e com a mesma viagem! Segunda vez em HELLsinki e foi a segunda vez que me perdem a bagagem numa viagem de avião. Tal como há 2 anos do transbordo de Paris, desta vez foi no de Amsterdão. Se da primeira vez não havia grande drama, desta vez a coisa era grave porque a mala perdida tinha os livros da CCC e dos associados para serem vendidos no Festival de BD. E ao contrário da primeira vez que logo de manhã já tinha a minha bagagem recuperada desta vez só chegou depois das 18h - justamente quando o primeiro dia comercial do Festival terminava.
Ainda assim não me posso queixar: quase todo o material (seleccionado do catálogo da CCC e associados, que estivesse em inglês ou fosse meramente visual) foi vendido - e o que não foi, foi trocado por outro material ou deixado em lojas na Finlândia. Mais, o retorno monetário foi grande o suficiente para pagar 70% da viagem. Sendo que esta viagem era um misto de negócios e férias, a questão do lucro relativisa-se bastante.
Por isso posso dizer que valeu a pena. Manter ou fazer novos contactos, despachar exemplares de livros que em Portugal são ignorados pelo mercado e pelos críticos, receber feedback do público - elogiando ou não mas sempre reagindo. Diferente da letargia portuguesa, de um público que mais parece ter medo dos livros. Aliás, tão ricas que eram as reacções que as conclusões são impossíveis. O que posso dizer é o que me parecia que seria mais óbvio vender não vendeu tanto, e vice-versa. O público também era bastante diferenciado e misturado, desde dos nostálgicos e cromos maluquinhos aos os nerds dos nerds (os fãs de Manga e em regime cosplay - valia ter tirado fotografias!), dos góticos e góticas lamacentos (fãs dos 69 Eyes - o vocalista tinha sido autor de bd nos anos 90 e era reeditado o seu livro Helsinki Zombie Vampire Love ou algo parecido), aos estudantes de artes e similares, e gente normal, ... O que facilitava algumas aproximações - os CD's de música que levei que tinham Moonspell foram todos despachados prós vampiritos!
Não tenho fotografias do evento - a máquina estava na mala e no Domingo, último dia comercial do Festival, queria era vender e despachar material, dai a pobre reportagem fotográfica que se resume a duas fotos da banca e da mascote do Festival, ambas desmontadas...
Das trocas realizadas eis a lista (a actualizar nos próximos dias):
- Canicola #2
- Canicola #3
a melhor revista italiana de bd do momento, em italiano c/ legendagem em inglês, 10€ cada / 8€ cada para associados
- C'est bon Anthology #1 (3ª série)
revista sueca de bd, em inglês, 14€ / 11,2€
- Nazi Knife #2
graphzine do mesmo grupo do Rotkop, 10€ / 8€
- Moving Plastic Castles
livro de arte do finlandês Tommi Musturi, 6€ / 4,8€
- Madonreikä
zine de ilustração do mesmo autor de Kylmä Liha, 4€ / 3,2€
- Glömp #8
antologia finlandesa de bd, todo a cores!!!, em finlandês c/ legendagem em inglês, 20€ / 16€