quarta-feira, 24 de abril de 2013

América! América!


The Impediments (Happy Parts; 2009)

O camarada Aaron $hunga enviou mais uns exemplares do seu zine-livro Endless Nights (olha está para venda!) e ainda este CD para eu curtir. E é verdade que se curte a ouvir esta banda de Garage norte-americano que não esconde nem na capa as influências: à esquerda o neto do Joey Ramone, à direita um sobrinho de um gajo dos Stooges (a t-shirt não engana) e no meio dois filhos de amigos dos Clash e Buzzcocks. Rock como só os americanos conseguem fazer especialmente se forem teenagers cheios de sangue na guelra. Porque é que tem circuítos electrícos por detrás da foto da banda? Porque raios o $hunga enviou isto e não outra banda? Não interessa, é para curtir...


Mike Diana : America : Live / Die (Divus; 2012)

Não veio dos EU mas UE esta caixa com dois livros que compilam 96% (?) do trabalho do norte-americano Mike Diana. O livro Live parece ter quase todo o seu trabalho de BD, o Die as pinturas e desenhos... Para quem não comprou trabalhos deste polémico autor entre 2008 e 2010 em Portugal (no Furacão Mitra, Espaço CHILI! e Artside) agora terá de pagar 10 vezes mais à galeria de arte Divus - que se representa num eixo entre Praga, Londres e Berlim - e que fez uma enorme exposição retrospectiva de Diana em Londres, no ano passado. Creio que até este será o critério de selecção dos trabalhos publicados neste(s) livro(s) pois embora haja (poucos) trabalhos em falta no que respeita à BD, no caso das pinturas parece estar mais esquartejado - daí que o livro Die seja mais um catálogo da exposição que uma compilação de toda a obra feita. De resto, o sadismo e horror deste mundo inventado pelos judeus e cristãos é denunciado por Diana com todos requintes de maldade sempre numa escalada incansável. Quando achamos que Diana não consegue ultrapassar a escatologia extrema, descobre sempre mais uma forma de nos impressionar, nem que isso signifique mais pénis, sangue, esperma, mutilações, ácidos, insectos, facas, drogas, vaginas, mutantes,...
Já agora para quem não leu as suas BDs na antologia Mutate & Survive (Chili Com Carne; 2001) e o seu livro a solo Sourball Prodigy (MMMNNNRRRG; 2002), livros editados em Portugal e actualmente esgotadíssimos (vi um exemplar do Sourball na loja Mundo Fantasma!), ainda podem apanhar uns clássicos nas CriCas Ilustradas, como aquela BD do casal de agarrados que fumam um bébé a pensarem que é crack... Um must!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Apareçam e tragam o vosso excitado doppelgänger...




Afonso Ferreira (Portugal, 1988) tem trabalhos de ilustração e BD publicados na Playboy, Cais, Lodaçal Comix e várias antologias da Associação Chili Com Carne: Destruição ou bandas desenhadas de como foi horrível viver entre 2001 e 2010Boring EuropaFuturo Primitivo e Mesinha de Cabeceira

No final de 2012 saiu o seu segundo livro de BD a solo Love Hole , pela Chili Com Carne e Ruru Comix, que será o motivo da exposição a inaugurar dia 18 de Abril (quinta-feira), pelas 22h, na loja Rose Purple Erotic Luxury  (na Pensão Amor, Lisboa), onde regularmente tem havido exposições de ilustração erótica iniciada com o Calendário da AcontorcionistA, e continuado por exposições de Ana Menezes, Pepedelrey,...

Para esta exposição Afonso Ferreira preparou cinco novas imagens, cinco "pin-ups" homoeróticos das personagens do livro, plenos de provocação e humor, no espírito desta BD que têm confundido conservadores, hipócritas e norte-americanos politicamante correctos. 

Para os coleccionadores de Arte e fetichistas do papel, foi feita ainda uma serigrafia limitada a 20 exemplares que estará à venda na inauguração.

Apareçam e tragam o vosso excitado doppelgänger...

sábado, 13 de abril de 2013

primitivo na fat

O Futuro Primitivo passou por Barcelona, esteve na Fatbottom Books durante o ultimo mês e aqui ficam algumas fotos do dia da inauguração. Obrigado Nico!

Topem lá a gaja!

Lace Bows não é uma gaja como as biografias que lê por aí e são transmitidas, ainda por cima, pelo próprio responsável do projecto! A “Joana Francisco” ou é um gajo com desejos de ter mamas, ou faz parte de uma estratégia contraproducente de obscurantismo mediático, porque quem for a um concerto de Lace topa logo que 1) é um gajo nas máquinas e 2) é o baixista de S*******, e dos extintos S**** o* t** T********** ou dos "fugazes" Feedback My Homeboy e Internet Movie Blogs Internet Free Tv Online Movies Database.

Apesar de todo o fogo sónico dos projectos acima referidos, Lace Bows, que não sei porquê lembra nome de actriz pornográfica, faz outro tipo de trabalho – blow job? Não, pá! Cruza técnicas e ideias desenvolvidas por Philip Jeck e John Oswald – que não são actores pornô! – mas usando como matéria-prima os discos mais manhosos encontrados na rua às tantas da manhã ou na casa da tia chanfrada. São “loops” e mais “loops” que abrangem espectros variados que vão do Noise ao Pop manhoso – canção francesa, easy listening, lounge, - do Ambient à Música Concreta, tudo esticado para o infinito quando a sobreposição de "loops" resulta num "mash-up" mongito. O ambiente induz à hipnagógia e aos fantasmas da nostalgia, aliás, temas tão em voga em projectos como Caretaker, Ghost Box Records e o sobrevalorizado James Ferraro.

Entretanto, o obscurantismo funciona de alguma forma, porque nada sabia destas três edições aqui divulgadas - e é de reparar que há mais para ouvir. Da minha parte consegui Soul-Meta, um CD pela editora norte-americana Northern Twilights; Pollen Futures, k7 pela Hooker Vision (também dos EUA); e, um split-LP com TimiTimiNoNo, Soul Metabolisms, pela portuense Wasser Basin, tudo isto num só Ano do Senhor de 2012. Belas edições tirando a capa de Soul-Meta que é vomitante em vários sentidos... Este CD é o mais Pop dos três registos inevitavelmente pela duração dos temas, pela escolha da samplagem e pelo reconhecimento que um ouvinte pode fazer – Júlio Iglesias? Adamo? Jane Birkin? Serge Gainsbourg? Também é o disco que faz jus à biografia da “Joana Francisco” ser uma “jammer” psicadélica, uma vez que o termo de "cultural jammer" apareceu com as actividades "terroristas" de Negativland de deslocar sons para outros contextos inesperados, subvertendo a mensagem original. A k7 é mais ambiental e "dronesca" e o vinil seja o mais equilibrado e limpo dos três discos, pena que tenha o "TimiTimiNhóNhó" do outro lado. Ah!

De resto, é só escolher o formato de audição que preferirem... Topem lá a gaja!

sábado, 6 de abril de 2013

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Crónicas de Arquitectura

Pedro Burgos
Turbina / Mundo Fantasma ; 2013

Não é todo o dia que se edita em Portugal autores nacionais de qualidade em edições de qualidade. Hoje recebemos uma edição que solidifica o regresso da Mundo Fantasma em companhia com a nova Turbina - colaboração que começou com o Diário Rasgado de Marco Mendes.
Este luxuoso mas barato e muito bonito volume compila as "crónicas desenhadas" de Burgos, que realizou entre 2009 e 2012 para o Jornal Arquitectos (publicação da Ordem dos Arquitectos) num registo cómico sobre a Arquitectura em Portugal - tal como aconteceu no passado com o Alçapão. Este  trabalho de Burgos faz ponte com as crónicas mundanas de Carlos Botelho (1899-1982) e as explorações espaciais das páginas de BD por Richard Câmara. Nomes que servem apenas como balizas porque como sempre o estilo de Burgos é único!!! Um livro exemplar!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Putos estúpidos!


v/a : Mixtape 1  (Coronado; 2012)

Caramba, ainda há pouco tempo falava das vaidades vinílicas (mal-)editadas e vêm este colectivo de músicos fazer algo parecido mas desta vez com uma K7! Com uma k7, boy!!!! Não é novidade haver K7s em que só está gravado um dos lados - o que ao contrário do vinil, não é um problema, grava-se outra coisa qualquer desse lado virgem e iupi! Viva a reciclagem! Neste caso, os dois lados até estão gravados mas cada lado não chega nem a metade da fita... Mais um mistério dos editores portugueses. Vamos lá à música!
A ideia da K7 como "mix-tape" do colectivo têm piada, não é bem uma mix-tape como se faz no Hip Hop mas antes uma colectânea em que várias bandas fazem versões de músicas uma das outras. Jibóia versiona Lydia's Sleep, estes fazem RA, RA faz Saur, Saur Cangarra, Cangarra Equations, Equations Jibóia... e só fugindo a esta fita de Möbius ou a esta magnética Ouroboros se preferirem, ninguém quer saber dos E.G.B.O. e eles vingam-se fazendo "cover" de Papaya! Na essência o que temos é o Techno-Allah de Jibóia, math-post-emocores psicadélicos com o resto das bandas, e tá tudo joía! Nada de perturbante ou manhoso que irrite. Chato é que demora uma eternidade as partes da fita sem som... Porra, acho que vou gravar faixas de Die Antwoord ou qualquer outra coisa para completar a k7.
Eu que passo a tentar convencer os meus amigos trintões / quarentões reaccionários a defender que os putos de hoje não são estúpidos, vejo-me a dar-lhes razão desta vez!!! Porra, mais vale ouvir isto no bandcamp! Se não fosse a capa / embalagem do "nosso" Afonso Ferreira não sei o que seria desta k7 cá em casa!

Descobrindo Portugal


Y allí descubrí que en Portugal, que en Lisboa existe una escena alternativa y muy sana de la Banda Desenhada. Yo, iluso de mí, creyendo el país muerto en estas artes, descubrí que existe un reducto de intelectuales y anacoretas, inconformistas del medio, poetas de su tiempo y amantes de la poesía, de la lírica y el arte de "os quadradinhos" como le llaman con cariño a la BD. (...) La colección se llama LowCCCost, porque, como buenos pirandárgallos de la vida sabeis, los mejores viajes se hacen sin dinero. + aqui

segunda-feira, 1 de abril de 2013