segunda-feira, 24 de agosto de 2020
Formiga outra vez (consolação)
O que se passa com a Lovers & Lollypops que cada vez edita música mais fora dos quadradinhos do Rock? O ano passado lançaram este LP de estreia da Angélica Salvi, Phantone, que quer se queira quer não, o "belo" tem de ser usado na resenha. Afinal de contas trata-se de um disco de harpa e electrónicas de autoria de Salvi, e convenhamos que a harpa será sempre um instrumento que se associa ao belo e ao poético - aliás, o texto que acompanha o disco é assinado pelo poeta valenciano Héctor Arnau, outra coincidência inevitável? A música é improvisada de câmara transmitindo uma palete de emoções que se tornam tão íntimas que soarão sempre ridículas escritas por mim, a Angélica que me desculpe por tão pouco substracto neste texto.
O futuro novo confinamento exige cultura de qualidade e coisas bonitas à nossa volta. Este deve ter sido dos melhores discos de 2019 que me passou ao lado, boa altura para os menos atentos descobrirem-no agora!
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Fazer de formiga
Tal como a Tailândia, Portugal pede por ingleses para o seu turismo sexual e violento. Por mim, acho melhor ficarmos a ouvir CDs daquela ilha, melhor não misturar vírus com essa gente. Como vem aí a segunda vaga e em breve teremos de apanhar outra vez com isolamento, o melhor é começar a recolher bons produtos culturais para estar bem em casa como este Wear and Tear of the Thrust Bearing (Pumf; 2020), terceiro disco de Quougnpt. Este projecto de Batcow pode ser metido na gaveta do Plunderphonics, em que são os media da web .2 são pirateados para emergirem como novas mensagens ou contextos. Apesar de ser um bocado básico em técnica e conteúdo não deixa de ser divertido de ouvir como a última faixa Feleuny que condensa dezenas de biografias de mulheres famosas caídas em desgraça como se fosse apenas uma história, sendo os textos / falas sacados de documentários cor-de-rosa televisivos. Acho eu! Cheira-me que vou ter muito tempo para descobrir isso nos próximos meses.
domingo, 16 de agosto de 2020
APESAR DE NÃO ESTAR, ESTOU MUITO na GALERIA MUNICIPAL DO PORTO
Exposição antológica "APESAR DE NÃO ESTAR, ESTOU MUITO" de Diogo Jesus aka RUDOLFO (vivemos este tempo todo enganados?!?!) com a curadoria de João Ribas na Galeria Municipal do Porto.
até 16 de Agosto.
Catálogo da exposição em Setembro, by the way...
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
Stoner é para meninos!
Ah! Agora sim acertei! Grindcore / Noisecore (qual a diferença mesmo?) dos japoneses Sete Star Sept e o seu álbum Beast World (SPHC; 2016) com todo um "artwork" do Rudolfo. Nem sabia que incluía uma BD do mesmo, que mostra o monstro gráfico que o Rudolfo é, meu, trash comix do melhor que alguma vez se fez em Portugal, cheio de monstros escatológicos a dar com o pau. Passa por japonês na verdade!
O lado A (excelente a bolacha cheia de dentes a identificar o lado do vinil) é Noisecore a 45rpm, 23 temas nons-top de baixo-bateria-berros deste casal histriónico. O lado B é o baterista Kiyasu a improvisar com a bateria e a javadar todos os palavrões em inglês que conhece, aquilo que sempre queríamos fazer quando tínhamos 15 anos mas não tínhamos os meios de o fazer. Arigato!
PS - Não se esqueçam esta é a última semana para irem visitar a exposição do "Rude" à Galeria Municipal do Porto.
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banhada 2020
2020 será um ano em que quem viu os trabalhos dos autores japoneses no Festival de Angoulême e o Loot Box do colectivo Massacre e as exposições individuais do Rudolfo na Galeria Municipal do Porto e Baudoin na Tinta nos Nervos, talvez não precise de ver mais nada em matéria de exposições de originais de BD. Ora foi justamente na excelente exposição do Rudolfo que vi este vinil 12" (um máxi) com desenho espectacular na capa desenhada pelo autor e percebi que era um daqueles produtos "rudolfianos" que ainda não tinha na minha colecção "rudolfiana" quase completa! Bom, também comprei a coisa a pensar que era um disco Set Star Sept porque estava ao lado de um disco deles! Esperava Noisecore e sai-me uma "retrónico" como se tivesse em 1986 a ouvir os The Art of Noise, é certo que tem um cheirinho a mofo Vaporwave mas também dispenso, chega de snifar o cu ao século XX, sff. Ainda por cima nem se dignam a gravar os dois lados do vinil tal é a cagança do duo brasileiro Repetentes 2008. Foda-se, devia ter pedido ao menos um autógrafo ao Rudolfo para valorizar esta peça inútil - que se intitula Vasos de Banha (Lama; 2018) - e por falar nisso, sim, este ano não há os Festivais de BD Beja e Amadora.