segunda-feira, 30 de agosto de 2021

It's you / ESGOTADO



Cartas de oráculo ilustradas 
de 

A artista Amanda Baeza (do livro Bruma) criou uma galeria de 85 retratos a partir de imagens encontradas na Internet, celebrando a diversidade humana e uma miríade de acções e sentimentos.

Com um esquema compositivo e cromático próximo do clássico Tarot de Marselha, essas imagens foram agora transformadas num baralho oracular, pronto a ser empregue de forma livre pelos seus utilizadores. 

It's You é uma co-edição da autora, Chili Com Carne e Kuš!


Historial:

Lançado no dia 18 de Janeiro de 2020 na Tinta nos Nervos com apresentação e conversa com a autora e a artista Patrícia Barbosa - com quem co-organizamos as Fantasias de Natal em 2003!!





El tarot de Amanda es muy bonito. Ahora ando pensando en hacer tarots, pero de manera virtual, jajaja.
Martin López Lam por email

(...) o tarot, magnífico, Amanda Baeza é grande!
Max (Peter Pank, Bardin, Vapor) por email

domingo, 29 de agosto de 2021

1870 a despachar gente bruta!


 E na Feira do Livro do Porto a Livraria 1870 despacha títulos da MMMNNNRRRG
Só assim à primeira topamos umas seis raridades da nossa defunta irmã. 
Ide lá!

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Esquisitice atrai mais esquisitice


A melhor cena que nos aconteceu no primeiro dia da Feira do Livro de Lisboa - era fácil de superar depois das passagens-relâmpagos da comitiva do Presidente (cambada de analfabetos que não compram nada - e o gajo ainda tem o desplante de dizer "boas vendas", ao menos o ano passado só disse alarvemente "chili com carne") ou o Moedas e a sua gentalha-beta-PSD foi mesmo incrível: a editora Sentai foi lá deixar-nos o Panorama do Inferno de Hideishi Hino na nosso stand assim à queima-roupa. 

O tímido editor primeiro compro-nos o Yokoyama e depois sugeriu-nos deixar lá este livro! Claro que aceitamos!!! Que honra!! Venham mais!!! Não foi como ver o Eye + Zorn + Toral no S. Luiz em 1995 but anyway, feels like:

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Lodo atrasado

A Universal Tongue é a editora portuguesa de underground mais eclética que já presenciei na minha vida, ora lança chapada Punk, ora porrada da grossa Black Metal, ora Noise irónico (todo o Noise é irónico no século XXI), bandas sonoras falsas para filmes ou verdadeiras bandas sonoras para jogos de computador e até "art-books"



O projecto espanhol Buio Mondo faz música para filmes imaginados de corte italiano, anos 60/70 e de produção Giallo – cinema esse que no campo sonoro ficarão imortalizados nomes como Ennio Morricone (que nos deixou o ano passado) ou os Goblin. Buio sabe-a a toda, e este CD, Assassinio in 7 Pollici (de 2020) é uma orgia de sintetizadores atonais, Funk grelhado, Komische embebido em “evil shit”, e até uma faixa extra de Soul mêmo-mêmo para saltar prá cueca, resultando isto tudo no que se pretendia, uma homenagem com o tom certo de vintage. 

Este disco é puro fetiche, sem função a não ser na imersão aprazível da “retromania” dos nossos dias. E ficamos por aqui porque de homenagens, “up-dates” ou “mash-ups” está o Inferno cheio – aló aló Secret Chiefs 3! – seja nesta subcultura muito específica seja noutros territórios. Ainda não é desta que a banda sonora original 30 Days of Night do Brian Reitzell é batida. Pena, embora não fosse esse o objectivo.




2010 deve ter sido a última vez que os putos souberam fazer barulho a julgar por Pretty Magoo Cancer de Brobdingnagian - que deverá a ser a grande pérola do catálogo da Universal Tongue. Black Metal e Noise tem andado de mãos juntas há algum tempo, o barulho da misantropia de ambos fazem deles o casalito perfeito para quem quer alienação deste mundo de merda. O "Brob" é (era?) um puto gringo que fez magnum opus com este CD atrofiante e ao mesmo tempo acessível. É um disco possível de se ouvir à noite para adormecer a pensar em sonhos selvagens e destructivos mas sempre na paz do Senhor. Um paradoxo bizarro. Um enigma do underground, sem dúvida. Passado uma década o puto não foi parar ao Trap, logo, respect!

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Contemplar a Paisagem com Yūichi Yokoyama



ISTO é

a) uma brochura agrafada de 24 páginas 11x17,5cm, impresso a verde em Snowbright creme 80g
b) um ensaio crítico de Hugo Almeida sobre Viagem de Yūichi Yokoyama - livro da colecção RUBI a ser lançado no dia 26 de Agosto de 2021 na Feira do Livro de Lisboa, no stand D28

ISTO custa
a) NADA se for adquirido com o livro Viagem - em pré-venda
b) PREÇO LIVRE na aquisição de qualquer título das colecções RUBI e THISCovery CCChannel
c) 1,5 se quiser só a brochura.

ISTO é
a) um bocado "crazy", não é?
b) incentivo à leitura crítica sobre BD

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Querosene @ Expresso


Os pézinhos sexy ao lado são da Alexandra Lucas Coelho
 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

CCC @ Zinefest Berlin 2021

 


Come find a selection our books on Magma Bruta's table at Zinefest in Berlin,
on the 20th-21st of August. Come along!


Treinos prá pista de dança

Sempre pensei que a música de dança é para ser editada em vinil para que possa ser manipulada ao vivo por um DJ. Estranhamente os dois lançamentos de música electrónica funcional que aqui divulgo saíram em formato k7. 'Tá tudo parvo!? Ou é porque não há pistas de dança e estas edições servem só para a malta ensaiar os "moves" que vão fazer quando voltarem a abrirem? Não sei / Não respondo.


Supertaça (Rotten/Fresh + Casa Amarela) é uma split-tape de Gabberolas e Hot Dancerzzz. Imaginem um Portugal noutra "timeline" em que tínhamos inventado o Gabber e as samplagens de vozes e media reflectiam o que é o país, ou seja, violência policial, acidentes de viação e claro TVs privadas, ponto. Não há muito mais para dizer, não sei se Gabberolas 'tão a gamar beats ou criaram novos, tanto faz, a originalidade passa pela samplagem dos media portugueses e o seu significado intrínseco. Já Hot Dancerzzz é mais desafiante porque esta dupla faz desconstruções do Techno e investe não só em Frenchcore como em sons de derrapagens de carros. YES! Só é pena ser tão curto. Ainda assim aconselho às duas duplas em lerem os nossos livros escritos pelo DJ Balli para melhorarem as suas entregas futuras.


Gekiga Warlord não precisa de ler o Balli porque já conhece os seus livros - um deles até fez o design e capa. Sim, GW é o novo projecto musical de Rudolfo, o Rei da BD portuguesa, e ele aprendeu a fazer uma SMM (super-mistura-monstruosa). Apesar desta sua nova tendência pretensiosa de fazer títulos enormesThe Day They Stop Smiling Is The Day We Remember Their Smile (Favela) é um disco inesperado e poderoso, feito de IDM, Drum'n'Bass (uh-oh!), pós-industrial (seja lá o que isso quer dizer), Teknoise, Vaporwave enfim, o que viesse à cabeça deste gajo que pelos vistos vou continuar mais 10 anos a escrever sobre o seu "output". Escrevo isto sem dor, até porque com estas edições fico a pensar que não estou em Portugal, nesse país onde os betos pindéricos governam a Cultura e os artistas não sabem o que significa acção ou movimento. Dankas very muchas, malta!

PS - parabéns a ambas edições pelo grafismo e design. É malta que sabe o que está fazer!

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Como ser sócio da Associação Chili Com Carne?

O regime de sócios da Associação Chili Com Carne passa pelo pagamento de uma jóia no valor de 30€ (15€ para menores de 30 anos) e o envio dos seguintes dados para o nosso e-mail: ccc@chilicomcarne.com

_nome
_data de nascimento
_morada
_tlm
_e-mail
_www
_fotografia (um jpg qualquer para fazer o cartão de sócio)

O valor da quota deve ser depositado na conta do seguinte EBAN: PT50003502160005361343153 (swift / bic: CGDIPTPL); ou através de paypal.

Quais as regalias de ser sócio da CCC?
_Oferta do livro Acedia, um livro de André Coelho - livro vencedor do concurso 500 paus (2015);
_30% de desconto sobre as edições da Chili Com Carne, MMMNNNRRRG e outros;
_informação em primeira mão de projectos da CCC;
_apoio a projectos editoriais*.
_descontos no uso do projector de vídeo.


E depois disto?
Passado um ano há um quota a pagar de 10€ e ainda recebe um exemplar de outro livro a escolher pela Associação.



* Apoio a projectos editoriais Ao longo do tempo a CCC tem vindo a definir de forma mais precisa qual a vertente de actividades para a qual está mais vocacionada, sendo que a edição em suporte de papel tem sido aquela que a CCC melhor tem sabido gerir. Os sócios da CCC com projectos editoriais poderão solicitar o apoio no campo da produção, distribuição e promoção. A selecção de projectos será discutida consoante cada caso. Sendo que seja imperativo ler este MANUAL!

Paradoxos

 


Under the radar : Underground Zines and Self-Publications 1965-1975 (Spector; 2019) é um impressionante livro de mesa de café aglomerado com argolas o que permite ter as páginas de texto (textos introdutórios de capítulos, "textos teóricos") num formato inferior ao das páginas de imagens (capas ou páginas reproduzidas, fotos / exibição das peças). Focado num período de dez anos - sem grandes justificações a não ser estéticas, a lembrar o NO-ISBN - e num espaço germanizado, este livro tem tanto de fascinante como de repulsivo como aliás será normal em todos os livros que venham desenterrar contra-cultura ou sub-culturas. Não alinho na ideia que um autor de BD que me disse, há alguns dias atrás, que trazer o "underground" ao de cima é como ter um partido monárquico numa democracia. Acho que tudo que traga à luz do dia uma cultura que poucos iluminados ou sortudos tenham tido acesso "nos bons velhos tempos", é válido nem que seja para dizer que "nós é que tínhamos razão, seus filhas-da-puta" e claro, para melhorar essa ratazana enorme chamada de Humanidade. É giro ver o acervo desta selecção - foi uma exposição antes de ser livro - ao folhear as suas páginas gigantes, embora seja deveras desagradável pegar nele por causa do sistema de argolas e do tamanho "mesa de café", parece que está sempre para se desmanchar e deixa marcas nas carnes das pernas. É sempre inspirador ver toda a psicadelia, DIY, radicalismos políticos e estéticos. Alguns textos aliás são "food for brain" sobre Design, Pornografia ou BD mas sinto-me desconfortável com um objecto tão luxuoso que trata do "lixo da História".

O livro pode ser adquirido em Portugal via livraria Blau. E já agora, ainda assim o livro mais interessante sobre estes assuntos continua a ser o esgotadíssimo Below critical radar : fanzines and alternative comics from 1976 to now que felizmente, em Portugal,  pode ser consultado na Bedeteca de Lisboa.


Fukt é uma revista berlinense (de um editor norueguês) sobre desenho contemporâneo e é babante pela sua apresentação e selecção - no caso da BD este #19 (2020) apresenta artigos, entrevistas ou trabalhos de Yuichi Yokoyama (que a Chili irá lançar em Portugal o seu livro Viagem), Chris Ware, Woshibai, Danielle Morgan, Maria Medem e Byun Young Geun. É um número dedicado à "narração" daí este interesse pela BD mas também storyboards ou outras aplicações de desenho em vários mediuns. O design vistoso muitas vezes atrapalha mais a leitura das imagens reproduzidas, o que é um problema típico de quem gosta de fazer catálogos invés de ter o hábito de leitura gráfica per se

A revista pode ser encontrada na livraria da ZDB.

PS - Li todas estas publicações com todo o interesse mas sempre desconfiado das intenções dos seus autores / editores, como se a qualquer altura as intenções egoístas ou carreiristas de quem o escreveu venham ao de cima. Esta paranóia é muito pessoal, bem sei, mas é fundamentada porque nos últimos anos voltei a sentir o peso dos "fakes" na cena independente portuguesa. Deixei-me levar por esse impulso. 

- Que se passa, pá? 

Então, meu, não sabes das palhaçadas da Feira Gráfica 2020/21!? É um evento que merece merda desde do início quando os seus organizadores puxaram os galardões de "curadoria", assinando o evento e tornando-o (ou projectando-o como) elitista - coisa que nenhuma vez aconteceu no passado com estes mercados no passado: Feira de Fanzines de Almada, Laica, Jeco, Morta, Raia, etc... Assim deu azo ao "escândalo de galeria" (ainda por cima digital) com as estratégias de promoção artísticas mais velhas que a potassa, misturando incompetência da organização com oportunismo dos seus oponentes. Vide também alguns zines ou selos editoriais que são mais sobre percursos dos seus editores (que também são "artistas") do que os marginalizados que dizem representar. Ou ainda o palácio de marfim da academia ao analisar as subculturas marginais como a KISMIF, etc,... Ou ainda como também me disse outro amigo meu que acha que a FlorCaveira ao usar linguagens contestárias como o Punk ou Metal para as suas mensagens religiosas não passa de mero transvestismo artificial e não de subversivo "detournement". Creio que todos os exemplos dados usam os fanzines ou a edição "indie" para ganhos meramente pessoais, minando o meio, que em si sempre foi precário - até o Under the radar no seu "deluxe" todo não esconde esse facto na secção de "economia" - vomitam frases orelhudas em sintonia com os combates e desafios da nossa década mas vazios de conteúdo e de significado. São as mesmas estratégicas dos neo-fascistas que andam por aí, estes "colectivos" e/ou pessoas vão ter de perceber que escolheram o sítio errado para a sua tão desejada projecção pública, inscrevam-se num partido político ou fiquem em MERcado Da Artes. Boas férias!