segunda-feira, 20 de junho de 2022

ccc@Crack.2022

 


Back to Crack!

This year we are represented by André Pereira and Rui Moura!

Seek for Chili Com Carne table in that wonderfull mess called Crack!

Ciao!


domingo, 19 de junho de 2022

Conger Conger Comix - últimos dias para ler à pala no jardim!!


Eis uma fotografia do original da capa do Conger Conger Comix feita por Gregory Le Lay

Título de uma "BD Cadáver-esquisito" feita por Gonçalo Duarte, Alexandra Saldanha, a dupla de "Azoresploitation" Francisco Afonso Lopes e Francisco Lacerda, Rodolfo MarianoDois VêsTiago da Bernarda e Mariana Pita que realizaram para a agenda açoreana Yuzin

O livro é uma co-edição Chili Com Carne para a colecção Mercantologia. a lançar no dia 5 de Junho, às 11h, no Jardim Silva Porto (Benfica).

Quer a participação da Chili Com Carne no Yuzin, quer aparição do projecto Story Tellers remontam a 2021 e vão-se encontrar em 2022 em dois momentos, a saber:


I. A Primavera e Story Tellers (desde 21 de Março até 20 de Junho)

Story Tellers é uma instalação patente no Parque Silva Porto em Benfica, que apresenta uma nova seleção de bandas desenhadas em cada nova estação do ano. São pequenas esculturas da autoria do artista Fulviet e onde se encontram QR Codes que dão acesso a excertos de Bandas Desenhadas de autores nacionais e internacionais. O principal objectivo desta intervenção é dar a conhecer um pouco da história da BD, com especial ênfase na portuguesa, e criar novas formas de apreciar o Parque através da cultura interactiva. Abrindo o Outono do ano passado, estiveram patentes obras de oito autores representando as diferentes épocas da BD portuguesa, do Raphael Bordalo Pinheiro (1846-1905) até Nuno Saraiva, passando por Carlos Botelho (1899-1982), Sérgio Luís (1921-43), Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005), José Ruy, Isabel Lobinho (1947-2021) e Fernando Relvas (1954-2017). No Inverno o tema recaiu sobre a cidade de Lisboa com trabalhos de Relvas - justificado com a reedição de Concerto para Oito Infantes e Um Bastardo -, O Eterno Passageiro de Luís Félix, Ana de Nuno Artur Silva e António Jorge Gonçalves, “Bairro Alto” de Ana Cortesão, excertos das antologias Lisboa 24h00 (Bedeteca de Lisboa; 2000) e Lisboa é very very Typical (Chili Com Carne; 2015) e ainda pela primeira vez em português a BD de José Smith Vargas publicada na revista italiana Internazionale

Para esta Primavera, estação da renovação da vida, aproveitaram para "abrir as portas dos QR" a novos autores em ascensão - que neste caso produziram uma "BD cadáver esquisito", isto é, uma BD em que começa um autor e que passa a história para o outro sem poder controlar a direcção da narrativa. Esta experiência foi realizada entre Junho e Dezembro de 2021, todos os meses com um autor diferente que saía em cada novo número da agenda alternativa Yuzin. A publicação convidou a Associação Chili com Carne para ter BD nas suas páginas e foi este o resultado. 

II. Conger Conger Comix (5 de Junho, às 11h)

A Chili Com Carne e a Yuzin vão lançar o livro que compila este "cadáver esquisito", que tem a capa e design do Gregory Le Lay com a presença de algum dos autores. 

O encontro, com a presença de alguns autores, será ao pé dos campos de Padel.








DJ.cat.Gosshie@NTS


 O gato DJ passou as músicas do livro! Isso não quer dizer que tenha passado Sektor 304, Mão Morta e Carlos "Zíngaro", infelizmente... Do canto europeu passou Dulce Pontes e Bando do Casaco, nunca se pode confiar nos gatos!


quinta-feira, 16 de junho de 2022

REPOSIÇÕES



 

Mudámos de armazém e raridades aparecem dos caixotes. 
Aproveitem que estão na nossa loja em linha outra vez uma série de livros, alguns deles esgotados à anos!!!
Os livros que apresentamos neste "post" são apenas três exemplos, há muito mais e vai continuar assim nas próximas semanas!!

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Formas de Pensar a Banda Desenhada: Autores Portugueses Premiados


Apesar de não curtirmos prémios de BD temos de admitir que o sítio em linha Bandas Desenhadas na sua modéstia soube este ano estar bem sobretudo por este vídeo em que os vencedores dizem mais coisas do que todas as conversas de Bejas e Amadoras juntas. LIKE!

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Berlim : Cidade Sem Sombras /// ESGOTADO


BERLIM
Cidade sem Sombras
de

1 residência artística / 1 artista sem luz / 3 meses de frio / alguns encontros / algumas considerações e até um sonho!


Entre Fevereiro e Abril de 2013, Tiago Baptista (Leiria, 1986) participou na residência artística Culturia em Berlim. Esse Inverno foi o menos luminoso em décadas e isso ressentiu-se na sua estadia, nos seus hábitos, nas suas impressões sobre a cidade, no seu trabalho e agora no resultado deste livro.

Segundo o autor: «aqueles meses sem sombras foram como um bloco monolítico de tempo que parecia não passar. Era como se o tempo tivesse ficado suspenso, como se não passasse porque aparentemente a luz também ela não se movia. Tentei que este livro falasse sobre essa falta de luz e também sobre a falha da memória. De facto, parece-me que o que guardamos são falsas memórias.»

Este é um livro sobre fantasmas. Fantasmas de memórias e de uma cidade que já não existe, de um sistema que desapareceu mas que está ainda tão presente, nos edifícios, na História, no turismo, nas pessoas...


ESGOTADO talvez ainda se encontrem exemplares na BdMania, ZDB, Tasca Mastai, Palavra de Viajante, Mundo Fantasma, Tigre de Papel, Kingpin BooksLinha de SombraLACYou to You e Alquimia... Depois de tomar Portugal também foi a caminho de Berlim, um bocado como a letra do Leonard Cohen! Sim, chegou à Neurotitan, não sabemos de ainda há lá.





O autor licenciou-se em 2008 em Artes Plásticas na ESAD nas Caldas da Rainha onde começou a publicar várias publicações em 2005 sob o nome de Façam Fanzines e Cuspam Martelos. Como artista plástico o seu trabalho é reconhecido por vários prémios (Amadeo de Souza-Cardoso 2015 e Fidelidade Mundial Jovens Pintores 2009) e exposições em várias galerias e instituições como Palácio Vila Flor (Guimarães), Sala de Arte Joven (Madrid), Galeria 3+1, Fundação EDP, João Cocteau (Berlim), ZDB, Museu-Colecção Berardo. A sua bibliografia inclui Fábricas, baldios, fé e pedras tiradas à lama (Oficina do Cego + a9)))); 2012), Stalker (Ao Norte; 2015), Imagem Viagem (Bedeteca de Beja; 2016) e o livro colectivo desta mesma colecção, Zona de Desconforto (2014) onde foram publicados alguns episódios do presente volume. Foi o vencedor do Toma lá 500 paus e faz uma BD! (2016) com um livro a publicar em 2018 sobre a Greve Geral de 18 de Janeiro de 1934.

Historial: 

Apresentação na ZDB, no dia 9 de Novembro de 2017 com apresentação de Joana Miguel Almeida ...
nomeado para Melhor Desenho e Melhor Argumento pela Central Comics
...
nomeado para Melhor Desenho na BD Amadora 2018
...
obra incluída na exposição És meu amigo ou meu fã?, colectiva CCC#5 na BD Amadora 2019


feedback:

(...) regressando à ideia desta mesma série de livros de dar a ver uma certa ideia de trânsito mas desprendida totalmente das mais usuais linhas da “literatura de viagens” e muito menos associada ao “encómio do turismo”. O objectivo deste livro, afinal, não é conhecer a cidade de Berlim, nem tampouco compreender “as experiência de Tiago Baptista em Berlim”, mas antes compreender como é que essa experiência se abre a toda uma série de interrogações de identidade própria, alheia, global, cultural e política. Baptista não envereda jamais num discurso directamente panfletário, como dissemos, preferindo ou um certo grau de ambiguidade ou deixar que os não-ditos se instalem de modo suficiente a obrigar o leitor a instalar-se nos interstícios do que se assinala como silêncio, esquecimento, precariedade, miséria, e também consciência. São marcantes sobretudo os relatos de Jenin e Maranda, ambos mostrando locais em que o autor-protagonista come e vai ao encontro não somente da pessoa que ali trabalha (respectivamente, um palestiniano da Cisjordânia e um português de Tondela) como nesse diálogo compreende a distância da sua experiência com a dessas outras pessoas, assinalando não somente mecanismos de empatia como de auto-compreensão de um certo privilégio.

Ao contrário de livros que pretendem fechar um sentido e dar ao leitor uma sensação de equilíbrio humanista, em que uma suposta utopia de grande família seria possível, Baptista quer mostrar a aguda distância que separa cada ser humano, nos seus mundos específicos, assim como a rugosa textura do próprio mundo, ou do pouco mundo, que se consegue estabelecer como comum. (...)

(...) é espetacular!
Goran Titol

Este livro de pequenas narrativas evoca os três meses que o Tiago passou em Berlim, no contexto de uma residência artística no ano de 2013. Digo “evoca” porque este livro não parte de um diário gráfico utilizado na altura, mas de um registo de memória a posteriori, com todas as hesitações e incertezas que invariavelmente temos ao lembrar uma história que já se passou há meses ou anos. Essas dúvidas – que o Tiago assume – traduzem-se em falas rasuradas, em personagens sem expressão, sem cara. Em desenhos que às vezes são pintados digitalmente e outros numa aguarela fluída quase onírica. Admitindo que as suas recordações se dissolveram no tempo, reflecte também, uma vez que está em Berlim, sobre o lugar da memória cultural: afinal, do que nos lembramos nós? O que é que lembramos e o que é deixamos esquecer? Quem é que merece ser lembrado e esquecido?
Joana Miguel Almeida in apresentação oficial na ZDB

Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal

 Histórias e visões que se cruzam com ideias, debates, explicações e expressões da própria experiência criativa, que fazem desta mais uma recomendável incursão por uma cidade que não deixa ninguém indiferente. Eu talvez não partilhe do mesmo aparente encantamento do autor por algumas memórias da RDA (que me parecem mais coisa de pesadelo do que de sonho), mas não é por aí que possa perder viço este belo conjunto de retratos e experiências berlinenses. Pelo contrário, é ao sentirmos que olhamos e sentimos a cidade por quem a comenta com textos e desenhos que vivemos, entre as páginas deste livro a força que tem a verdade de um retrato de autor. Que nos conduz através de fragmentos de experiências e reflexões, num conjunto que não quer contar uma história, mas, antes, falar-nos de um lugar e do modo como cada um o habita à sua maneira.

Nuno Galopim in Máquina de Escrever

(...) esta obra traz engatilhada uma reapropriação subversiva das imagens construídas e sedimentadas sobre a cidade de Berlim. (...) Tiago Baptista procede por uma desconstrução da paisagem urbana com que se depara na sua residência artística de três meses nessa cidade. Temos oportunidade de ver desenrolar-se diante dos nossos olhos, nas distintas camadas da ilustração e das legendas, uma estratégia de recuperação do passado que não procura mimetizá-lo ou instruir-nos pedagogicamente a seu respeito. O passado é perseguido, trazido para fora dos esconderijos em que se acoita, revisto pelo prisma da memória. Nesta espécie de incursão detectivesca pelo passado, e por histórias de sangue e crime muitas vezes, Tiago Baptista encontra pistas espalhadas pela cidade: indícios de passado disfarçados de cenário que se tornam subitamente incómodos quando desafiam a percepção inocente da vida de todos os dias. As cidades não são virgens. São monstros, criaturas que reúnem em si atributos aparentemente opostos. (...)
Bruno Monteiro in Le Monde Diplomatique (pt)

A propósito de Berlim lembrei-me de como a memória é um conceito tão brandido em Portugal, mas ninguém se preocupa muito em analisar o que isso possa ser. Berlim de Tiago Baptista é por isso mesmo ultra inesperado, preciso e aberto como um poema de Paul Celan. Lá dizia o poeta que o bom poema é aquele que não se desvanece no significado. Este livro e Santa Camarão são como esse poema de que fala o Paul Valery. Resistem, não se limitam ao que aparece.
Francisco Sousa Lobo (e-mail)

Contudo, quando se vive uma experiência pela primeira vez, queremos guardar tudo e quando não o conseguimos, ficamos frustrados. E algo confusos. Mas Berlim, por entre os dedos do autor, revela-se algo sem luz, logo sem a sombra ou mesmo mistério. Como será isso possível? Cerebral… (...)
Ana Ribeiro in Bandas Desenhadas