cineMuerte: "Born from ashes" (CD'06; Raging Planet)
E quando as coisas correm mal? A editora portuguesa Raging Planet habituou-nos a uma qualidade bastante séria de edição de bandas portuguesas que se destacavam pelo seu profissionalismo e pela sua qualidade de produção. Embora fechada a um círculo pesado das bandas Hardcore e Metal, tem nas mãos ainda umas "aves raras" que são os [f.e.v.er.] e estes cineMuerte, bandas dificeis de catalogar a priori. Sobre os primeiros já se tem falado e brevemente escreverei sobre o interessante e recente CD-EP "Bipolar" (Raging Planet; 2006).
Os cineMuerte prometiam muito, não só por virem de uma editora de "peso" e pelo "espreitar do véu" que foi a sua participação na colectânea-tributo aos Misfits, "Portuguese Nightmare" (Raging Planet; 2005), em que nos deixaram curiosos com o seu Rock Electrónico, cheiro Pop não muito óbvio no meio de um disco de mamutes Metalcore. Se o tema escolhido dos Misfits, Where eagles dare, mostrava bom gosto e alguma delicadeza, todo este "Born of the ashes" mostra o contrário. Feito com de Rock (guitarras Metal redundantes) casado com uma electrónica simples, uma voz que se estica sem contenção e artificial ao ponto de lembrar os Evanescence (é assim que se escreve?), todo ele Nu-Goth com falta de imaginação (embora tentem disfarçar) na composição de tal forma que o nome do duo (é uma gaja e um gajo) só faz sentido por serem "mortinhos" (a capa revela logo que são Zombie Pop?) e não por serem "cinematográficos".
E o "cherry on the top" é uma versão de Entre dos tierras dos Heroes del Silencio. O que é pior: o original dos pimba-góticos dos "nostros hermanos"? Pegar no original para fazer uma versão? Esta versão? Vale a pensa neste disco a arte do Pedro Zamith para a embalagem do CD (ainda assim, os trabalhos não serão inéditos tirando a capa) e o tema Alive, virado para uma pista de dança Electro mas daquelas pistas de dança mais Abba do que Nitzer Ebb... Que pena!
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