Sci Fi Industries: "Drafts and Crafts" (Thisco + CM Almada; 2007)
Mimetic Collective: "One by one" (Urgence Disk; 2006)
Umbigu: "Anatomia electrónica" (Skud & Smarty ; 2006?)
A música electrónica - ou aquela música que veio directamente do Techno e do Hip-Hop - tornou-se uma revolução criativa pelo mundo fora. Sem saber tocar uma única nota os "DJ's" ou os produtores podem recriar sons pre-existentes ou criar novos via software/hardware e misturá-los até compor... Música. Tal a simplicidade de operação e a acessibilidade tecnológica (ao príncipio com alguma aparelhagem, actualmente com qualquer PC) teve como consequência uma explosão de novos criadores e claro de novos conceitos e novos universos. Até em Portugal, já se comemoram carreiras de uma década, como a da Useless Poorductions ou do Sci Fi Industries que agora edita o seu quarto trabalho em jeito de aniversário mais uma vez via Thisco, uma das mais importantes editoras de música electrónica nacional. Trata-se de um disco fragmentado entre novos temas e temas remisturados por outros: Xotox, shhh..., [f.e.v.e.r.], Ah Cama-Sotz, Mimetic, Mikroben Krieg, Flint Glass e Structura. Nem sempre coerente (não seria necessário) e nem sempre linear (também não seria necessário) os resultados vão variando de intensidade e de energia, chegando ao ponto de alguma saturação - quem continua a encher os 80 minutos vagos dessa tecnologia redonda chamada CD arrisca-se a ouvir destas. E já agora, quem não arrisca num bom grafismo...
Mimetic Collective: "One by one" (Urgence Disk; 2006)
Umbigu: "Anatomia electrónica" (Skud & Smarty ; 2006?)
A música electrónica - ou aquela música que veio directamente do Techno e do Hip-Hop - tornou-se uma revolução criativa pelo mundo fora. Sem saber tocar uma única nota os "DJ's" ou os produtores podem recriar sons pre-existentes ou criar novos via software/hardware e misturá-los até compor... Música. Tal a simplicidade de operação e a acessibilidade tecnológica (ao príncipio com alguma aparelhagem, actualmente com qualquer PC) teve como consequência uma explosão de novos criadores e claro de novos conceitos e novos universos. Até em Portugal, já se comemoram carreiras de uma década, como a da Useless Poorductions ou do Sci Fi Industries que agora edita o seu quarto trabalho em jeito de aniversário mais uma vez via Thisco, uma das mais importantes editoras de música electrónica nacional. Trata-se de um disco fragmentado entre novos temas e temas remisturados por outros: Xotox, shhh..., [f.e.v.e.r.], Ah Cama-Sotz, Mimetic, Mikroben Krieg, Flint Glass e Structura. Nem sempre coerente (não seria necessário) e nem sempre linear (também não seria necessário) os resultados vão variando de intensidade e de energia, chegando ao ponto de alguma saturação - quem continua a encher os 80 minutos vagos dessa tecnologia redonda chamada CD arrisca-se a ouvir destas. E já agora, quem não arrisca num bom grafismo...
Quanto ao Mimetic que fez uma excelente remistura no CD de Sci Fi, em "One by one" compila uma série de remisturas que fez para Column One, Ah Cama-Sotz, Von Magnet (tema que tinha sido já editado num EP da banda), Ab Ovo, Dither, entre mais 10 projectos electrónicos mais ou menos Darktronics e Industrialitas... Ao contrário, do disco de Sci Fi com o qual também partilha "incoerência" e falta de linearidade (serpenteia no Techno, EBM, Electro-flamengo, Ambient entre outros estilos) consegue ter um som mais vivo. [um exemplar deste disco encontra-se à venda na CCC]
Por fim, Umbigu estreia-se com Anatomia electrónica, um álbum inofensivo como o próprio nome do projecto. Calmo e Muzak como se fosse uma banda sonora para um bar da moda feng shui só tem um momento de quebra em Cérebro Analógico devido à voz neo-romântica decadentista do Adolfo Luxúria Canibal. Umbigu vem na linha estranha da "estética do soar bem e bonito" com a qual não tenho quase nenhuma identificação ou empatia. Não perecebo esta tradição pirosa europeia de "Beleza Sonora" que se confunde com o Etéreo, o Harmonioso, o Melódico e o Funcional - como alías acho que tem sido sobrevalorizado os recentes sons da Islândia ou como foram os da Áustria nos anos 90.
Por fim, Umbigu estreia-se com Anatomia electrónica, um álbum inofensivo como o próprio nome do projecto. Calmo e Muzak como se fosse uma banda sonora para um bar da moda feng shui só tem um momento de quebra em Cérebro Analógico devido à voz neo-romântica decadentista do Adolfo Luxúria Canibal. Umbigu vem na linha estranha da "estética do soar bem e bonito" com a qual não tenho quase nenhuma identificação ou empatia. Não perecebo esta tradição pirosa europeia de "Beleza Sonora" que se confunde com o Etéreo, o Harmonioso, o Melódico e o Funcional - como alías acho que tem sido sobrevalorizado os recentes sons da Islândia ou como foram os da Áustria nos anos 90.
Aliás, todos os projectos que aqui se falam sofrem da evasão à entidade mestiça que é a Europa do século XXI, para mim, "cabrito" de linhagem faz-me confusão toda esta "branquitude" num espaço criativo que permite ir mais longe do que electrificar as ovelhas (thank you, PKD) ou glamorisar o betão europeu. Longe de mim, impingir seja o que for a estes músicos mas entre estes projectos e uns Buraka Som Sistema ou Bong Ra, prefiro os últimos porque já sabemos que os caucasianos são os seres humanos mais chatos do planeta.
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