foto de Rita Correia, da banca da CCC na 4ª Feira LaicaNão se esqueçam que ficou a exposição "Tenho visto carteiristas" na sala de exposições da Bedeteca de Lisboa - estará patente até dia 24 de Julho!
flyers made by Joana Figueiredo
foto de Rita Correia, da banca da CCC na 4ª Feira Laica
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Ideas For Muscles: "Fuck the trainer" (CD-R'05; Skinpin)cineMuerte: "Born from ashes" (CD'06; Raging Planet)
E quando as coisas correm mal? A editora portuguesa Raging Planet habituou-nos a uma qualidade bastante séria de edição de bandas portuguesas que se destacavam pelo seu profissionalismo e pela sua qualidade de produção. Embora fechada a um círculo pesado das bandas Hardcore e Metal, tem nas mãos ainda umas "aves raras" que são os [f.e.v.er.] e estes cineMuerte, bandas dificeis de catalogar a priori. Sobre os primeiros já se tem falado e brevemente escreverei sobre o interessante e recente CD-EP "Bipolar" (Raging Planet; 2006).
Os cineMuerte prometiam muito, não só por virem de uma editora de "peso" e pelo "espreitar do véu" que foi a sua participação na colectânea-tributo aos Misfits, "Portuguese Nightmare" (Raging Planet; 2005), em que nos deixaram curiosos com o seu Rock Electrónico, cheiro Pop não muito óbvio no meio de um disco de mamutes Metalcore. Se o tema escolhido dos Misfits, Where eagles dare, mostrava bom gosto e alguma delicadeza, todo este "Born of the ashes" mostra o contrário. Feito com de Rock (guitarras Metal redundantes) casado com uma electrónica simples, uma voz que se estica sem contenção e artificial ao ponto de lembrar os Evanescence (é assim que se escreve?), todo ele Nu-Goth com falta de imaginação (embora tentem disfarçar) na composição de tal forma que o nome do duo (é uma gaja e um gajo) só faz sentido por serem "mortinhos" (a capa revela logo que são Zombie Pop?) e não por serem "cinematográficos".
E o "cherry on the top" é uma versão de Entre dos tierras dos Heroes del Silencio. O que é pior: o original dos pimba-góticos dos "nostros hermanos"? Pegar no original para fazer uma versão? Esta versão? Vale a pensa neste disco a arte do Pedro Zamith para a embalagem do CD (ainda assim, os trabalhos não serão inéditos tirando a capa) e o tema Alive, virado para uma pista de dança Electro mas daquelas pistas de dança mais Abba do que Nitzer Ebb... Que pena!
A Associação Chili Com Carne e associados (MMMNNNRRRG, El Pep, zine Aqui no canto, Imprensa Canalha e Opuntia Books) vão estar na MAIOR feira de fanzines e edição independente!
+ uma vez na Bedeteca de Lisboa! Não faltem!!!
Última hora:
- sessões de autógrafos dos nossos associados Pepedelrey e JCoelho (16h30) e Rafael Dionísio (às 17h30), do dia 24 (Sábado) no auditório da Bedeteca.
- a Opuntia Books do associado André Lemos lança Animalia de Frederico {4 Anos/4 Years Old) e João Rubim, o Aquinocantinho - o primeiro zine para crianças(?).
- paralelamente a esta iniciativa inaugura também a exposição de artes gráficas Tenho Visto Carteiristas com trabalhos de André Lemos, Joana Figueiredo, José Feitor, João Maio Pinto, e ainda Janus entre outros.
- de André Lemos também poderão encontrar uma serigrafia minha para venda no stand de Mike Goes West, do projecto Comércio Tradicional, e uma parede site-specific pintada por Lemos.
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A Feira Laica é uma iniciativa que resulta do trabalho de uma associação informal de artistas e novos artesãos interessada na organização de eventos onde se possa apresentar e vender trabalhos a preços justos. A organização privilegia artistas gráficos e publicações independentes, incluindo sempre na estrutura da Feira uma exposição e venda de originais. A feira serve como espaço de encontro entre os criadores e o público, numa lógica que permita a aquisição de bens culturais e criações artísticas ou artesanais, sem a existência de intermediários.
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Nesta lógica, o Samizdata Club participa neste evento com concertos dos seguintes projectos:
KATSUMOTO Após ter lançado sobre o pseudónimo Roland Fiege / Nanospeed / Spacetank os albums "Kopernicus" (STRIKE007), "Membram Tracks 1-4" (STRIKE013) e "Membram Tracks 5-8" (STRIKE018) pelo selo alemão Shitkatapult, Fernando Fonseca começou a explorar os caminhos do minimal puro lançando pelo selo alemo Source-Code o longa-duração "molo domo moto" (SC004). A este projecto decidiu chamar "Katsumoto" ou "Vento Local", baseado na lenda de um Samurai que se torna em um senhor de guerra, continuando assim, uma lógica muito pessoal nos nomes que coloca nos projectos em que está envolvido. (ClarkKENT, Torsion e b1-66ER). Após o lançamento de "molo domo moto", "Katusmoto" começou a ser convidado para actuar quer como live-act quer como DJ em várias salas de Berlim, inclundo a lendária Tresor bem como o Maria entre outras. Actuando ao lado de artistas como Frank Martiniq, Yen Elek, Kero, Ellen Alien ou Lontano em clubes, quer na Alemanha quer em países como Holanda, Espanha e Suiça o produtor português mudou-se para Barcelona onde o seu som foi ouvido no Sonar de 2004 e 2005 bem como em festivais como Sonde Monde und Sterne, FIB, Electrosplash, etc. Em Espanha "Katsumoto" assegurou residências, que ainda mantem, no Bar Zentraus em Barcelona e no Club Bigornia em Valencia. Motivos familiares ditaram o regresso de Fernando Fonseca a Lisboa, no ano de 2006, continuando a preparar o novo album a sair pela selo alemão Source-Code em Junho, e realizando quer live-acts quer sessões de Dj, em diversos locais em Portugal. O som de "Katsumoto" não se consegue definir em termos simples pois o som continua a evoluir medida que as diversas influências diárias entram no mundo do produtor tendo-lhe Phillipe Petit, do selo Bip-Hop, chamado de "um mimimal que electro e um electro que minimal". As suas sessões de Dj são marcadas pelo uso do seu inseparável Laptop, um uso cuidado de loops e efeitos e por sonoridades que podem partida ser estranhas ao público mas que as cativa fácilmente.
BEEPER Arquitecto de formação, Bruno Mendes é o homem por trás do pseudónimo Beeper e produtor de sonoridades que são o resultado de uma complexa e desconcertante arquitectura sonora, feita de ritmos oblíquos e melodias assimétricas que acabam por se conjugar num todo coerente e funcional. Trabalhando a partir do laptop, Beeper cruza influências várias e referências dispersas, manipulando cuidadosamente loops e samples aparentemente desconexos que, umas vezes, colidem ruidosamente e, outras voezes, se entrelaçam com inesperada ternura. O trabalho de Beeper é música de cidades com vista para paisagens verdejantes e com o pensamento em horizontes amplos [o mar?].
Urb Músico e produtor profissional, Miguel Urbano explora há vários anos as potencialidades das novas ferramentas de produção e edição musical no âmbito da música electrónica no seu projecto a solo Urb. Genericamente, a música de Urb poderá incluir-se no vasto leque da IDM [intelligent dance music], com piscadelas de olho ao experimentalismo por via de intrincadas teias rítmico-melódicas e um pé na pista de dança por via das batidas contagiantes que vão surgindo nos seus temas. Partindo das melhores experiências electrónicas desenvolvidas nos anos 90, os temas de Urb absorvem algumas linguagens em expansão nos anos mais recentes e desenvolvem-se com base num trabalho de "corte e costura" ao nível da mais requintada e inventiva alta-costura musical. Urb é sinónimo de experimentalismo elegante e dançável.
40075km Com os Dias ContadosK.U.T. + Sekramaggg + Frahku = "A(n)trop(ofob)hic" (Useless Poorductions; 2002)
Os portugueses são tímidos. Até fazem coisas, e bem feitas. Já mostrar ao mundo... isso é que é lixado. Não sei se tem a ver com a herança salazarista de ser isolado mas é muito complicado ver as obras saírem das gavetas. O João Gama, o tipo que se esconde nestas três identidades já podia ter-se mostrado mais, caramba! Porquê? Porque com os diferentes projectos que já fez e que compilou neste CD-R, mostra que não há nada assim no espectro electrónico nacional. Com K.U.T. (Kero Um Tiro - mais um excelente nome das profundezas do underground português!) explora o Digital Hardcore com Metal, ou seja os ensinamentos terroristas de Alec Empire a serem postos em prática – finalmente! Pensava que cá nunca iria haver trashada electrónica. Com títulos como "Rosa murcha cor de pus" e os Cynic samplados é impossível dizer que isto seja mau! Com Sekramaggg temos uma veia experimental à base de loops explorados até à exaustão e com Frahku temos Illbient limpinho ainda assim de ouvir com atenção. Esta foi a única "maquete" (in)decente que ouvi desde que entrei pró Entulho Informativo (em 2003) e que só chegou agora... demorou um bocadinho para todos, não?
Ah! A edição "oficial" inclui uma seringa dentro da caixa do CD (naquele espaço à esquerda!). Genial!!!