sexta-feira, 30 de junho de 2006
Saudade da Laica...
outra foto, esta sacada ao Beco das Imagens
Não se esqueçam que ficou a exposição "Tenho visto carteiristas" na sala de exposições da Bedeteca de Lisboa - estará patente até dia 24 de Julho!
flyers made by Joana Figueiredo
quinta-feira, 29 de junho de 2006
O hábito faz o monstro #5
O hábito faz o monge ou o monstro, tanto faz, qualquer uma das opções não é muita simpática, e talvez por isso que os editores deste zine de bd foram para o formato A4 - quando sempre editaram em A5. A qualidade zinistica da coisa mantem-se sendo que o que vemos e lemos é bd amadora, como é óbvio. Mas esta "bd amadora" é daquela fresca e longe das previsibilidades que se têm observado nas últimas edições "indías" de bd que por aí andam a ser feitas. Um zine como este já é raro nos dias de burrice que vivemos, ainda por cima todo ele oubapiano softcore, psicadélico e freaky-freak.
Acho que preferia o formato antigo, algumas debilidades estéticas topam-se mais em formato maior - assim não teremos um monstro mas um monge: aarght!
3,9
segunda-feira, 26 de junho de 2006
Toing!
Outra surpresa da Feira Laica, na sua componente da MAIOR feira de zines e edição independente, foi a tomada de existência da editora Plancton Music - que existe desde 2002. Apenas com três CD's editados prova a sua existência com um programa de reedição de música electrónica produzida em Portugal. O seu primeiro CD reeditou Música de Baixa Fidelidade de António Ferreira, originalmente pela Ama Romanta (1988), seguido de um CD (inédito?) de Jorge Lima Barreto e em 2004 esta antologia que reúne trabalhos entre 1972 e 1997 de criadores portugueses no campo da electrónica.
Dirigido por Rafael Toral (ele próprio incluído na Antologia, a solo e como integrante dos No Noise Reduction), este escolheu peças de Jorge Peixinho (1940-1995), Cândido Lima, Emanuel Dimas de Melo Pimenta, Isabel Soveral, Filipe Pires, Telectu, Carlos Zíngaro, António Ferreira, Nuno Canavarro, João Pedro Oliveira, René Bertholo, Nuno Rebelo e Anar Band. Toral afirma no texto da brochura do CD: «O meu objectivo foi o de tecer um fio histórico que ultrapasse livremente fronteiras entre os territórios culturais dos autores e documentar a maior diversidade possível de abordagens à electrónica, tanto a nível material como conceptual. É um trabalho que abordei numa perspectiva artística e pessoal. Ou seja, a antologia será uma obra em si, e as relações entre as peças representadas no disco regidas por valores musicais e não cronológicos ou outros. Quis também lançar sobre cada autor um olhar possivelmente surpreendente, tentando sempre escapar à imagem-tipo de cada um, evocando ainda subtilmente a dimensão lúdica dos processos criativos. Os excertos escolhidos foram-no pela sua importância musical e pela relevância na história (colectiva e/ou pessoal). Com esta abordagem, porém, não quis nem pôde a presente antologia ser exaustiva ou completa».
Música dura de se ouvir, tal é o ruído gerado pela maquinaria (alguma criada pelos próprios autores, como é o caso de René Bertholo), muitas vezes quase que monossilábica, provocadora de ambientes pesados e pouco lúdicos - duvido que até qualquer fitoplâncton, bacterioplâncton ou zooplâncton terá vontade de ouvir isto mais que uma vez. Um documento importante para um país que precisa de se ouvir.
Espasmos musculares
Foi o sucesso (auditivo) na 4ª Feira Laica. Um tipo que conheço (muito mal) dá-me um CD-R de 6 músicas com menos de 15 minutos de duração total, vou por na aparelhagem e a malta toda pergunta o quê e se não são os Ideas for Muscles... Nem sabia que havia alguma espécie de hype com esta banda. Se há até merece algum pois é raro ouvir por estas terras barulheira de Rock sónico com uns sintetizadores ácidos à Suicide em cacofonia sincopada a uma caixa de ritmos - como se tivessemos de repente a ouvir os Big Black. Os grandes Big Black e os Suicide? Nada mal como referências / influências - no MySpace da banda assumem outras como os Wire ou os Butthole Surfers... A voz infelizmente aproxima-se demasiado a alguns modelos post-punk ultimamente extremanente abusados, seja no mainstream global Pop/Rock seja no underground nacional. Ainda assim, é de estar à coca pelos próximos desenvolvimentos.
Bom trabalho de produção, bem como a capa / embalagem do disco.
sábado, 24 de junho de 2006
Zombie Pop
cineMuerte: "Born from ashes" (CD'06; Raging Planet)
E quando as coisas correm mal? A editora portuguesa Raging Planet habituou-nos a uma qualidade bastante séria de edição de bandas portuguesas que se destacavam pelo seu profissionalismo e pela sua qualidade de produção. Embora fechada a um círculo pesado das bandas Hardcore e Metal, tem nas mãos ainda umas "aves raras" que são os [f.e.v.er.] e estes cineMuerte, bandas dificeis de catalogar a priori. Sobre os primeiros já se tem falado e brevemente escreverei sobre o interessante e recente CD-EP "Bipolar" (Raging Planet; 2006).
Os cineMuerte prometiam muito, não só por virem de uma editora de "peso" e pelo "espreitar do véu" que foi a sua participação na colectânea-tributo aos Misfits, "Portuguese Nightmare" (Raging Planet; 2005), em que nos deixaram curiosos com o seu Rock Electrónico, cheiro Pop não muito óbvio no meio de um disco de mamutes Metalcore. Se o tema escolhido dos Misfits, Where eagles dare, mostrava bom gosto e alguma delicadeza, todo este "Born of the ashes" mostra o contrário. Feito com de Rock (guitarras Metal redundantes) casado com uma electrónica simples, uma voz que se estica sem contenção e artificial ao ponto de lembrar os Evanescence (é assim que se escreve?), todo ele Nu-Goth com falta de imaginação (embora tentem disfarçar) na composição de tal forma que o nome do duo (é uma gaja e um gajo) só faz sentido por serem "mortinhos" (a capa revela logo que são Zombie Pop?) e não por serem "cinematográficos".
E o "cherry on the top" é uma versão de Entre dos tierras dos Heroes del Silencio. O que é pior: o original dos pimba-góticos dos "nostros hermanos"? Pegar no original para fazer uma versão? Esta versão? Vale a pensa neste disco a arte do Pedro Zamith para a embalagem do CD (ainda assim, os trabalhos não serão inéditos tirando a capa) e o tema Alive, virado para uma pista de dança Electro mas daquelas pistas de dança mais Abba do que Nitzer Ebb... Que pena!
quinta-feira, 22 de junho de 2006
4ª Feira Laica
A Associação Chili Com Carne e associados (MMMNNNRRRG, El Pep, zine Aqui no canto, Imprensa Canalha e Opuntia Books) vão estar na MAIOR feira de fanzines e edição independente!
+ uma vez na Bedeteca de Lisboa! Não faltem!!!
Última hora:
- sessões de autógrafos dos nossos associados Pepedelrey e JCoelho (16h30) e Rafael Dionísio (às 17h30), do dia 24 (Sábado) no auditório da Bedeteca.
- a Opuntia Books do associado André Lemos lança Animalia de Frederico {4 Anos/4 Years Old) e João Rubim, o Aquinocantinho - o primeiro zine para crianças(?).
- paralelamente a esta iniciativa inaugura também a exposição de artes gráficas Tenho Visto Carteiristas com trabalhos de André Lemos, Joana Figueiredo, José Feitor, João Maio Pinto, e ainda Janus entre outros.
- de André Lemos também poderão encontrar uma serigrafia minha para venda no stand de Mike Goes West, do projecto Comércio Tradicional, e uma parede site-specific pintada por Lemos.
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A Feira Laica é uma iniciativa que resulta do trabalho de uma associação informal de artistas e novos artesãos interessada na organização de eventos onde se possa apresentar e vender trabalhos a preços justos. A organização privilegia artistas gráficos e publicações independentes, incluindo sempre na estrutura da Feira uma exposição e venda de originais. A feira serve como espaço de encontro entre os criadores e o público, numa lógica que permita a aquisição de bens culturais e criações artísticas ou artesanais, sem a existência de intermediários.
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Nesta lógica, o Samizdata Club participa neste evento com concertos dos seguintes projectos:
KATSUMOTO Após ter lançado sobre o pseudónimo Roland Fiege / Nanospeed / Spacetank os albums "Kopernicus" (STRIKE007), "Membram Tracks 1-4" (STRIKE013) e "Membram Tracks 5-8" (STRIKE018) pelo selo alemão Shitkatapult, Fernando Fonseca começou a explorar os caminhos do minimal puro lançando pelo selo alemo Source-Code o longa-duração "molo domo moto" (SC004). A este projecto decidiu chamar "Katsumoto" ou "Vento Local", baseado na lenda de um Samurai que se torna em um senhor de guerra, continuando assim, uma lógica muito pessoal nos nomes que coloca nos projectos em que está envolvido. (ClarkKENT, Torsion e b1-66ER). Após o lançamento de "molo domo moto", "Katusmoto" começou a ser convidado para actuar quer como live-act quer como DJ em várias salas de Berlim, inclundo a lendária Tresor bem como o Maria entre outras. Actuando ao lado de artistas como Frank Martiniq, Yen Elek, Kero, Ellen Alien ou Lontano em clubes, quer na Alemanha quer em países como Holanda, Espanha e Suiça o produtor português mudou-se para Barcelona onde o seu som foi ouvido no Sonar de 2004 e 2005 bem como em festivais como Sonde Monde und Sterne, FIB, Electrosplash, etc. Em Espanha "Katsumoto" assegurou residências, que ainda mantem, no Bar Zentraus em Barcelona e no Club Bigornia em Valencia. Motivos familiares ditaram o regresso de Fernando Fonseca a Lisboa, no ano de 2006, continuando a preparar o novo album a sair pela selo alemão Source-Code em Junho, e realizando quer live-acts quer sessões de Dj, em diversos locais em Portugal. O som de "Katsumoto" não se consegue definir em termos simples pois o som continua a evoluir medida que as diversas influências diárias entram no mundo do produtor tendo-lhe Phillipe Petit, do selo Bip-Hop, chamado de "um mimimal que electro e um electro que minimal". As suas sessões de Dj são marcadas pelo uso do seu inseparável Laptop, um uso cuidado de loops e efeitos e por sonoridades que podem partida ser estranhas ao público mas que as cativa fácilmente.
BEEPER Arquitecto de formação, Bruno Mendes é o homem por trás do pseudónimo Beeper e produtor de sonoridades que são o resultado de uma complexa e desconcertante arquitectura sonora, feita de ritmos oblíquos e melodias assimétricas que acabam por se conjugar num todo coerente e funcional. Trabalhando a partir do laptop, Beeper cruza influências várias e referências dispersas, manipulando cuidadosamente loops e samples aparentemente desconexos que, umas vezes, colidem ruidosamente e, outras voezes, se entrelaçam com inesperada ternura. O trabalho de Beeper é música de cidades com vista para paisagens verdejantes e com o pensamento em horizontes amplos [o mar?].
Urb Músico e produtor profissional, Miguel Urbano explora há vários anos as potencialidades das novas ferramentas de produção e edição musical no âmbito da música electrónica no seu projecto a solo Urb. Genericamente, a música de Urb poderá incluir-se no vasto leque da IDM [intelligent dance music], com piscadelas de olho ao experimentalismo por via de intrincadas teias rítmico-melódicas e um pé na pista de dança por via das batidas contagiantes que vão surgindo nos seus temas. Partindo das melhores experiências electrónicas desenvolvidas nos anos 90, os temas de Urb absorvem algumas linguagens em expansão nos anos mais recentes e desenvolvem-se com base num trabalho de "corte e costura" ao nível da mais requintada e inventiva alta-costura musical. Urb é sinónimo de experimentalismo elegante e dançável.
sexta-feira, 16 de junho de 2006
quarta-feira, 14 de junho de 2006
40075km Com os Dias Contados
(para primeira antologia)
Site belga que convidou todos a participaram com bandas desenhadas em que o tema seria a narrativa da deslocação de alguém ou alguma coisa. Da chili penso que só participei eu e o Marcos Farrajota, e se estiver enganado, corrijo.
terça-feira, 6 de junho de 2006
keres 1 tiro?
K.U.T. + Sekramaggg + Frahku = "A(n)trop(ofob)hic" (Useless Poorductions; 2002)
Os portugueses são tímidos. Até fazem coisas, e bem feitas. Já mostrar ao mundo... isso é que é lixado. Não sei se tem a ver com a herança salazarista de ser isolado mas é muito complicado ver as obras saírem das gavetas. O João Gama, o tipo que se esconde nestas três identidades já podia ter-se mostrado mais, caramba! Porquê? Porque com os diferentes projectos que já fez e que compilou neste CD-R, mostra que não há nada assim no espectro electrónico nacional. Com K.U.T. (Kero Um Tiro - mais um excelente nome das profundezas do underground português!) explora o Digital Hardcore com Metal, ou seja os ensinamentos terroristas de Alec Empire a serem postos em prática – finalmente! Pensava que cá nunca iria haver trashada electrónica. Com títulos como "Rosa murcha cor de pus" e os Cynic samplados é impossível dizer que isto seja mau! Com Sekramaggg temos uma veia experimental à base de loops explorados até à exaustão e com Frahku temos Illbient limpinho ainda assim de ouvir com atenção. Esta foi a única "maquete" (in)decente que ouvi desde que entrei pró Entulho Informativo (em 2003) e que só chegou agora... demorou um bocadinho para todos, não?
Ah! A edição "oficial" inclui uma seringa dentro da caixa do CD (naquele espaço à esquerda!). Genial!!!
domingo, 4 de junho de 2006
sexta-feira, 2 de junho de 2006
Aqui no canto [#4] boxing number
A juventude é abismada pela velocidade. É natural e é ela que cria coisas como o Death Metal ou o Drum'n'Bass e tudo o mais que seja mais rápido do que o cérebro e o corpo possam absorver. Nesta linha de pensamento, talvez seja esta a razão que o corrente número (especial Boxe) do Aqui no canto seja construído apenas com "porrada" a toda a velocidade dividida (e auto-dirigida) entre os seus autores responsáveis: João Rubim e Manuel Brito. Tratam-se de sequências de imagens (bd) de uma luta de boxe entre os autores - ou os seus avatares? - e que estilisticamente contracenam as vinhetas sujas (de Rubim) com as (esteticamente próximas) de uma Pop-Art (de Brito).
O zine é também acompanhado por um CD-R com um filme de animação de cerca de 2 minutos realizado pelos mesmos autores (que frequentaram a ETIC e este filme é o seu trabalho final). Mais violência e velocidade presentes em duas sequências desalinhadas e exibidas paralelamente.
O preço desta velocidade toda é que é pouca simpática...
3,9