auto-edição; 2008?
Anna Ehrlemark é uma sueca que vive na Croácia em perfeita sintonia com a cena bedéfila local - se calhar não é bem assim a julgar pelo zine que fez cujo título diz tudo: Very scientific article about the dicks in South-East-European underground comics, esta bd também foi publicada na antologia Komikaze.
Children are the future é a adaptação para bd (em 12 páginas p/b A5) de um poema da sua compatriota Sonja Akesson (1926-1977) que tem tudo de surreal e violento vindo do Norte. As vítimas são as crianças, ou melhor os bebés, essas criaturas que quer o suiço H.R. Giger quer o português Artur Varela apresentam de forma agressiva e muito longe da fofura intrínseca como se costumam apresentar os bebés - seja na esfera privada (as fotos na carteira) seja em público (cartazes a fraldas e afins). Algo poderá chocar aqui embora a ironia esteja presente.
Resta saber porque Ehrlemark fez uns bonecos de pano que representam a figura da criança na bd. Será que é para «atirar para um fosso» como é sugerido no texto?
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
tão rápido que é lento...
O Verão foi lixado... Um gajo até quer fazer serviço público e divulgar estas coisas da "independência" mas o ca-lor tor-na tu-do len-to... Quando foi o Crack? Porra, que depressão! Já foi em Junho... E Angoulême? É-pá! Foi em Janeiro! que vergonha, tanta coisa atrasada para escrever... E depois quando dei por mim, já chove e estamos no fim de Outubro. Fuck! Vamos lá:
O Ponti / Bridges, vol.1 (Forte Prenestino + Galago; 2008) é uma antologia sueca e italiana que serve para comemorar a equidistante amizade, cumplicidade e parceria entre italianos e suecos que, pelo menos, fizeram este ano o maravilhoso festival Crack (em Roma). O livro não foge muito de do formato de antologia que tem sido editados desde os anos 90 (tipo Mutate e afins - e claro com o pé na segunda série da Raw). Nas suas 96 páginas a preto e branco cheias de bd's os textos estão em italiano - mas há uma tradução em inglês no fim do livro. Destaque para o trabalho de Markus Nyblom (bonecada Dark), Marco Corona (surrelismo à italiana) e Valério Bindi que adapta um texto estranho de como sobreviver a uma guerra civil - é intrigante porque não percebi até que ponto é a sério...
À venda no site da CCC (50% desconto para sócios).
Nalle Uhh (ed. de autor; 2007) do finlandês Aleksi Jalonen é um atraente livro de bd num formato quase quadrado (15x16cm) a preto e branco - adquirido em Angoulême na banca divida com os finlandeses.
A bd é muda (sem palavras) e usa criaturas antropomorfizadas para contar um conto urbano existencialista num registo pictórico minimal que lembra Lewis Trondheim ou Nicholas Mahler mas mais cru e "free" como Fábio Zimbres. As páginas são divididas em quatro vinhetas que tem um ritmo heterogéneo mostrando que o autor domina as técnicas de narração - nem sempre fáceis quando se faz "bd muda". A única coisa que não percebi foi se o personagem principal é um porco ou um cão ou... a única coisa que sei é que tem um aspecto blasé e que está sempre a fumar. Mais um finlandês cheio de qualidades...
O livro está disponível na CCC (20% desconto para sócios)
Bomba #1 (La Chose; 2004) de Naz é um comic-book francês (a nivel de formato até é estranho na cena "indie" francesa) que trata das aventuras de uma equipa soviética que viaja (cladestinamente) pelos EUA num disco voador, vestidos de marcianos (ou marxianos!) e que incitam o proletariado a tomarem os meios de produção para si: «o povo de Marte (que é marxista como o filme Aelita já tinha mostrado em 1924) está furioso com o povo da Terra e irá destruir o planeta se não se tornar comunista, etc...». Fabuloso! Os desenhos ficam entre o Paul Pope e o Emmanuel Gilbert (no Le Photographe e se fosse a preto e branco). Infelizmente, parece que a série nunca saiu do primeiro número, o que é lamentável dado os bons minutos de entertenimento burguês que oferecia às massas exploradas da Europa. Escrevam à editora para pedir mais como eu já fiz!
Continuando na França com a antologia Week-end (Stratégie Alimentaire; 2007) que marca o fim do projecto editorial que fazia parte Guillaume Soulatges - autor presente na åbroïderij! HA! – International Graphic Arts Exhibition. Sendo a edição já impossível de encontrar valerá falar nela? Talvez sim nem que seja para documentar a participação de André Lemos, e já agora, do finlandês Tommi Musturi. Tal como deverei falar de L'Usine Nouvelle, livro de Soulatges também editado pelo mesmo colectivo francês? Não sei... Com tanta coisa a empilhar por estes lados mais vale o usar as vantagens da 'net e passar a "hipertexto" - e como o Pedro Moura já escreveu aqui, «I rest my case».
Para breve coisas antigas (ainda resultado da Feira do Livro Anarquista, do Crack, da Feira Laica e Festival de Helsínquia) mas que são sempre novas para estas bandas.
O Ponti / Bridges, vol.1 (Forte Prenestino + Galago; 2008) é uma antologia sueca e italiana que serve para comemorar a equidistante amizade, cumplicidade e parceria entre italianos e suecos que, pelo menos, fizeram este ano o maravilhoso festival Crack (em Roma). O livro não foge muito de do formato de antologia que tem sido editados desde os anos 90 (tipo Mutate e afins - e claro com o pé na segunda série da Raw). Nas suas 96 páginas a preto e branco cheias de bd's os textos estão em italiano - mas há uma tradução em inglês no fim do livro. Destaque para o trabalho de Markus Nyblom (bonecada Dark), Marco Corona (surrelismo à italiana) e Valério Bindi que adapta um texto estranho de como sobreviver a uma guerra civil - é intrigante porque não percebi até que ponto é a sério...
À venda no site da CCC (50% desconto para sócios).
Nalle Uhh (ed. de autor; 2007) do finlandês Aleksi Jalonen é um atraente livro de bd num formato quase quadrado (15x16cm) a preto e branco - adquirido em Angoulême na banca divida com os finlandeses.
A bd é muda (sem palavras) e usa criaturas antropomorfizadas para contar um conto urbano existencialista num registo pictórico minimal que lembra Lewis Trondheim ou Nicholas Mahler mas mais cru e "free" como Fábio Zimbres. As páginas são divididas em quatro vinhetas que tem um ritmo heterogéneo mostrando que o autor domina as técnicas de narração - nem sempre fáceis quando se faz "bd muda". A única coisa que não percebi foi se o personagem principal é um porco ou um cão ou... a única coisa que sei é que tem um aspecto blasé e que está sempre a fumar. Mais um finlandês cheio de qualidades...
O livro está disponível na CCC (20% desconto para sócios)
Bomba #1 (La Chose; 2004) de Naz é um comic-book francês (a nivel de formato até é estranho na cena "indie" francesa) que trata das aventuras de uma equipa soviética que viaja (cladestinamente) pelos EUA num disco voador, vestidos de marcianos (ou marxianos!) e que incitam o proletariado a tomarem os meios de produção para si: «o povo de Marte (que é marxista como o filme Aelita já tinha mostrado em 1924) está furioso com o povo da Terra e irá destruir o planeta se não se tornar comunista, etc...». Fabuloso! Os desenhos ficam entre o Paul Pope e o Emmanuel Gilbert (no Le Photographe e se fosse a preto e branco). Infelizmente, parece que a série nunca saiu do primeiro número, o que é lamentável dado os bons minutos de entertenimento burguês que oferecia às massas exploradas da Europa. Escrevam à editora para pedir mais como eu já fiz!
Continuando na França com a antologia Week-end (Stratégie Alimentaire; 2007) que marca o fim do projecto editorial que fazia parte Guillaume Soulatges - autor presente na åbroïderij! HA! – International Graphic Arts Exhibition. Sendo a edição já impossível de encontrar valerá falar nela? Talvez sim nem que seja para documentar a participação de André Lemos, e já agora, do finlandês Tommi Musturi. Tal como deverei falar de L'Usine Nouvelle, livro de Soulatges também editado pelo mesmo colectivo francês? Não sei... Com tanta coisa a empilhar por estes lados mais vale o usar as vantagens da 'net e passar a "hipertexto" - e como o Pedro Moura já escreveu aqui, «I rest my case».
Para breve coisas antigas (ainda resultado da Feira do Livro Anarquista, do Crack, da Feira Laica e Festival de Helsínquia) mas que são sempre novas para estas bandas.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
A Metrópole Feérica
José Carlos Fernandes (a) + Luís Henriques (d)
Col. Terra Incógnita, Tinta da China; 2008
Paulo Virilio diz que a Humanidade está próxima de chocar com os limites físicos do Mundo que estão a ser devastados com as telecomunicações ultra-sofisticadas - ou com o Google Earth ou as viagens de avião a 1€. A Terra tornou-se psicologicamente finita e quando a Humanidade perceber que não se pode expandir mais - que não existe mais nada inexplorável - sofrerá um trauma.
Esta nova série, Terra Incógnita escrita por José Carlos Fernandes (JCF) dedicada a cidades inexistentes, já se insere nesta previsão de Virilio, não porque o autor tenha sofrido uma experiência forte despejada em catarse ou Arte mas apenas porque é uma continuação "blasé" de contos irónicos que piscam tanto os olhos aos leitores até eles ficam estrábicos (como têm feito com as séries A Pior Banda do Mundo e Black Box Stories). JCF há muito que já assumiu que não há mais nada para inventar e reúne o fogo-de-artíficio para cegar os leitores desta vez com o valor-extra do virtuosismo gráfico de Luís Henriques (do livro Babinski) e da elegância editorial da Tinta Da China, uma das melhores editoras (generalistas) portuguesas do momento.
Alguma Inteligentia portuguesa queixa-se que o nosso país é provinciano mas é ela própria que dá abrigo ao provincianismo, sobretudo na capital em que se situam as editoras (como a Devir ou a Tinta da China) e publicações (como o jornal Diário de Notícias ou a revista Time Out) que apostam em JCF como se este fosse o derradeiro contador de histórias. Não só as editoras mas quase todos os agentes da bd em Portugal que sofrem, com as devidas excepções, de "bedófilia" acham que é "qualitativo" que um autor de bd escreva mais histórias do que aquelas que consegue desenhar - JCF é «o autor mais prolífico da bd portuguesa» mas o que realmente significa isto? E ser o maior artista plástico da Micronésia? Ou o melhor guitarrista do Gabão?
É considerado o melhor autor de bd porque escreve demasiadas histórias cheias de referências cultas mas que não deixam de ser "pastiches" e "bedófilas". E sobretudo porque que é um autor púdico recebe a bênção de todos - não fossem os portugueses ainda netinhos mal-paridos do Salazar e do Cardeal Cerejeira.
Parece-me que JCF preenche um vazio existencial de quem vive na ruralidade (algures num monte algarvio) com uma produção alucinante que, como ele próprio tem admitido, serve como exercícios para apreender o "metier". É auto-didacta e da minha parte respeito bastante isso só que os resultados parecem apenas deslumbramento pela cultura que vem da urbe - toda ela de cariz internacional, diga-se de passagem. Convenhamos, da ruralidade nunca saiu Arte a não ser alguns "artistas brutos" e umas bandas de Black Metal norueguesas.
JCF é um espelho da cultura urbana que aprecia mas que nunca poderá senti-la na plenitude para fazer parte dela, e apenas porque não vive numa cidade. Daí que o que ele faz é reflectir essa cultura, através da sua produção artística (em quantidade e "name-droping") numa velocidade (falsa) de quem vive na Cidade. Esquece-se que qualquer "Cidadão" sabe que apesar de se poder viver a velocidade da Cidade (nem que seja por arrasto público) nunca se pode concorrer com ela. Quem vive numa Cidade sabe que se deve seleccionar um momento e que se deve optar por uma via, que não se pode ser "total" para fazer algo por mais mundano que seja. É impossível absorver todo o ruído, todos os contactos humanos (e outros animais irracionais), todas as experiências sensoriais e sociais, toda a arquitectura e... Um citadino escolhe sempre um caminho para conseguir desmarcar-se da corrida, um atalho para furar a fila. Acelerar mais ainda equivale a estampar-se.
Nos últimos tempos, a obra de JCF não parece ter uma selecção tais são as banalidades que solta como se fosse um Anjo Exterminador sem consciência. A sorte deste livro é que Henriques consegue ser bastante "free" e inteligente ao fazer metamorfoses do estilo de desenho (e da narração através da "découpage" das páginas). Henriques fez com que tudo resulte bem como um "produto final" consistente embora depois de ler as estórias já ninguém se vai lembrar delas passados 5 minutos. Maldita velocidade!
É um bom livro de bd para os dias que correm. Em 2000 teria sido mais um interessante livro de bd de autor. Em 2008 é quase um oásis devido ao longo deserto que se vive... embora aquele ceguinho do Metro de Lisboa, que faz Hip Hop ou Drum'n'Bass com a bengala, tenha muito mais "zeitgeist" que A Metrópole Feérica.
à venda nas livrarias
Col. Terra Incógnita, Tinta da China; 2008
Paulo Virilio diz que a Humanidade está próxima de chocar com os limites físicos do Mundo que estão a ser devastados com as telecomunicações ultra-sofisticadas - ou com o Google Earth ou as viagens de avião a 1€. A Terra tornou-se psicologicamente finita e quando a Humanidade perceber que não se pode expandir mais - que não existe mais nada inexplorável - sofrerá um trauma.
Esta nova série, Terra Incógnita escrita por José Carlos Fernandes (JCF) dedicada a cidades inexistentes, já se insere nesta previsão de Virilio, não porque o autor tenha sofrido uma experiência forte despejada em catarse ou Arte mas apenas porque é uma continuação "blasé" de contos irónicos que piscam tanto os olhos aos leitores até eles ficam estrábicos (como têm feito com as séries A Pior Banda do Mundo e Black Box Stories). JCF há muito que já assumiu que não há mais nada para inventar e reúne o fogo-de-artíficio para cegar os leitores desta vez com o valor-extra do virtuosismo gráfico de Luís Henriques (do livro Babinski) e da elegância editorial da Tinta Da China, uma das melhores editoras (generalistas) portuguesas do momento.
Alguma Inteligentia portuguesa queixa-se que o nosso país é provinciano mas é ela própria que dá abrigo ao provincianismo, sobretudo na capital em que se situam as editoras (como a Devir ou a Tinta da China) e publicações (como o jornal Diário de Notícias ou a revista Time Out) que apostam em JCF como se este fosse o derradeiro contador de histórias. Não só as editoras mas quase todos os agentes da bd em Portugal que sofrem, com as devidas excepções, de "bedófilia" acham que é "qualitativo" que um autor de bd escreva mais histórias do que aquelas que consegue desenhar - JCF é «o autor mais prolífico da bd portuguesa» mas o que realmente significa isto? E ser o maior artista plástico da Micronésia? Ou o melhor guitarrista do Gabão?
É considerado o melhor autor de bd porque escreve demasiadas histórias cheias de referências cultas mas que não deixam de ser "pastiches" e "bedófilas". E sobretudo porque que é um autor púdico recebe a bênção de todos - não fossem os portugueses ainda netinhos mal-paridos do Salazar e do Cardeal Cerejeira.
Parece-me que JCF preenche um vazio existencial de quem vive na ruralidade (algures num monte algarvio) com uma produção alucinante que, como ele próprio tem admitido, serve como exercícios para apreender o "metier". É auto-didacta e da minha parte respeito bastante isso só que os resultados parecem apenas deslumbramento pela cultura que vem da urbe - toda ela de cariz internacional, diga-se de passagem. Convenhamos, da ruralidade nunca saiu Arte a não ser alguns "artistas brutos" e umas bandas de Black Metal norueguesas.
JCF é um espelho da cultura urbana que aprecia mas que nunca poderá senti-la na plenitude para fazer parte dela, e apenas porque não vive numa cidade. Daí que o que ele faz é reflectir essa cultura, através da sua produção artística (em quantidade e "name-droping") numa velocidade (falsa) de quem vive na Cidade. Esquece-se que qualquer "Cidadão" sabe que apesar de se poder viver a velocidade da Cidade (nem que seja por arrasto público) nunca se pode concorrer com ela. Quem vive numa Cidade sabe que se deve seleccionar um momento e que se deve optar por uma via, que não se pode ser "total" para fazer algo por mais mundano que seja. É impossível absorver todo o ruído, todos os contactos humanos (e outros animais irracionais), todas as experiências sensoriais e sociais, toda a arquitectura e... Um citadino escolhe sempre um caminho para conseguir desmarcar-se da corrida, um atalho para furar a fila. Acelerar mais ainda equivale a estampar-se.
Nos últimos tempos, a obra de JCF não parece ter uma selecção tais são as banalidades que solta como se fosse um Anjo Exterminador sem consciência. A sorte deste livro é que Henriques consegue ser bastante "free" e inteligente ao fazer metamorfoses do estilo de desenho (e da narração através da "découpage" das páginas). Henriques fez com que tudo resulte bem como um "produto final" consistente embora depois de ler as estórias já ninguém se vai lembrar delas passados 5 minutos. Maldita velocidade!
É um bom livro de bd para os dias que correm. Em 2000 teria sido mais um interessante livro de bd de autor. Em 2008 é quase um oásis devido ao longo deserto que se vive... embora aquele ceguinho do Metro de Lisboa, que faz Hip Hop ou Drum'n'Bass com a bengala, tenha muito mais "zeitgeist" que A Metrópole Feérica.
à venda nas livrarias
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
«Go away, there's nothing to see!!!» said the Policeman
Desde a primeira edição - ainda no edifício da Câmara da Amadora bem me recordo - que vou ao Festival de BD da Amadora. Em alguns anos ia todos os fins-de-semana, nos últimos tempos só na inauguração (porque pode dar barrigadas de riso graças ao fogo de artíficio e outros malabarismos) e no último dia para recolher os livros e dinheiro das vendas de zines e livros. Este ano decidi que não vou:
1) porque há mais coisas fixes para fazer durante as próximas semanas;
2) porque o tema é Ficção Científica e como gosto no tema, sei que a Amadora vai estragá-lo da pior maneira, como sempre faz;
3) porque a bd para eles da organização do festival já é "Maior" (o ano passado era esse o tema) - então porque a FC é tratada este ano? Não que a FC seja uma cena de putos mas é dos temas mais vulgares para uma "arte que se quer maior";
4) porque não há convidados (autores e outros) para essa "Arte Maior" - apesar de gostar do Kevin O'Neil ou do Liberatore quando tinha..., ehm, 17 anos?;
5) porque perco tempo a ir prá Amadora - como se vai para lá, mesmo? Todos os anos tenho de de cravar boleia ao Pepe...
6) porque vou lá e não vejo nada, nas paredes ou nas bancas, que me estimule - o ano passado houve uma excepção - a exposição comissariada por Pedro Moura com trabalhos de Fábio Zimbres e outros;
7) porque no grande evento de bd em Portugal deve ser o único em que a Chili Com Carne e a MMMNNNRRRG não vendem nada (vendem, em conjunto, entre dois ou três livros para ser mais preciso) por isso mais vale gastar gasóleo para Lagos ou um bilhete de avião para Helsínquia;
8) porque o cartaz é feio - mas sempre foi tirando o do ano do André Carrilho;
9) porque nunca gostei do Blake & Mortimer (eles eram ou não eram "gays"?) nem sei o que é a Lucy - alguém sabe?;
10) porque a bd portuguesa está morta outra vez, ou no melhor dos casos em estado de "anacronismo agudo" - uma das novidades editoriais é uma biografia do Camões, «I rest my case»;
11) porque a Amadora não percebe nada de bd nem quer perceber (as gralhas em boletins de voto dos seus famosos prémios são, no mínimo, preocupantes);
12) porque a Amadora nunca deu atenção aos fanzines ou à edição independente, ou se deu, geralmente com um tratamento de desprezo (lembram-se de uma banca de zines que tinha um enorme pilar de betão mesmo à frente?);
13) porque o kitsch e mau-gosto do Festival tem limites - acho que 18 anos é suficiente como "limite", não?
14) porque só se edita merda em Portugal (com honrosas excepções) mas quase nunca presentes no evento;
15) porque não gosto do Tex e duvido que passe a gostar;
16) porque já tenho livros do João Abel Manta;
17) porque nunca gostei do Star Wars, do Nuno Marlk nem do trabalho do José Garcês;
18) porque temo que música poderá ser tocada por uma produtora chamada Tugaland;
19) porque a Amadora já se chamou de Porcalhota, dizem...
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Citação a Citação enche a Bor Land o papo
Alla Polacca: "We’re Metal And Fire In The Pliers Of Time" (Bor Land; 2008)
Jornal Público: «a haver um caso exemplar da micro-edição independente no subdesenvolvido mercado discográfico português, esse caso é a Bor Land.» Nota de imprensa da Bor Land: «o tempo avança e comemoram-se 8 anos de actividades com quase 40 edições e mais de 300 concertos.» OSAMAsecretLOVERS: «da Bor Land espera-se as melodias-mais-melodias de índios e alt.countreiros» OsL «o catálogo não é só palhacitos armados em depressivos a cantar num inglês-burguês mil vezes cópia de outros índios.» OsL: «o que interessa é ter bom aspecto: a embagem do CD, a produção em estúdio, as fotos promocionais, o video-clip e o press-release, qualquer coisa para escapar às coisas principais: a originalidade (que todos dizem sempre o mesmo: já foi tudo inventado!), o sentimento, a loucura, a intimidade... Desde que os Blind Zero apareceram que a música portuguesa tornou-se num buraco negro de criatividade. As bandas aperceberam-se que podiam ter sucesso como eles tiveram (?) bastando para tal tocar bem um género de preferência que esteja a dar no momento para a máquina capitalista ter os seus "local heroes", e ter uma postura profissional. E isto vale para as bandas que estão em grandes editoras como para aqueles que estão em editoras pequenas ou que auto-editam e seja para bandas de qualquer género ou sub-género for (metal, punk, hardcore, indie-pop, rock, pop, goth, ...) Sejam "starletes" como os David Fonsecas, fusionistas como os Blasted Mechanism ou os bimbos das boy's-bands e afins...» OsL sobre a primeira colectânea da Bor Land, Looking for stars: «Alla Polacca parece mesmo um inédito dos Radiohead (entre o "The bends" e o "OK Computer"), uma réplica tão perfeita que (até) soa bem - eu sei, é uma heresia...» Nota de imprensa We’re Metal And Fire In The Pliers Of Time: «os Alla Polacca sofreram várias alterações no seu alinhamento e, também, que essas mudanças tiveram sempre impacto directo na sua musicalidade (...) as entradas e saídas traziam, para o seio da banda, uma certa indefinição criativa (...) tudo nasceu da cumplicidade entre um grupo de músicos que, quando juntos, soltam o melhor de si sem qualquer tipo de pudor» Anónimo anglo-saxónico que serve para comentar a última frase: «Jesus Fucking H Christ!» OsL sobre Old Jerusalem (que assina as letras deste disco): «quem ainda ligará à grande banhada que é Old Jerusalem depois da Revolução ProtestanteCaveira?» OsL: «Boring land»
PS - e porque a Bor Land nem sempre editou discos chatos, um reminder de um bom disco da editora.
PPS - a capa deste disco do Carlos Pinheiro foge ao habitual do seu trabalho de ilustração mas é curiosa.
domingo, 12 de outubro de 2008
Luso Lite
Dizem que Portugal é um país de poetas - e realmente em oposição às Artes Visuais que somos uns nabos a julgar pelas capas dos livros que se editam, até deste livros - não podia ser mais verdade.
Como se costuma dizer "quem vê caras não vê corações" ou "não julgues um livro pela sua capa" temos bom literatura por estes lados. Admito que não acompanho o que saí no mercado porque além das capas dos livros afastarem-me das livrarias não acredito nos "next big tavares" que todas as semanas aparecem no Público ou qualquer outro jornal.
Os títulos que divulgo aqui vieram de mãos ainda mais suspeitas e sujas - a dos próprios escritores, alguns conhecidos, outros não. Serei justo das análises, o único pecadilho que terei neste "post" é incluir as palavras vindas das dedicatórias (pessoais) dos autores escritas nos frontispícios dos livros. Decidi incluí-las porque acho além de mostrarem a sanidade e auto-conciência dos seus autores sobre os seus trabalhos (sem as demagogias comerciais e circenses daquilo que se transformou o "livro") servem quase de resumos das próprias obras.
«(...) este romance, verdadeiramente alternativo e bruto, disfarçado de mainstream... assim posso corromper os insuspeitos!» David Soares in A Conspiração dos Antepassados (Saída de Emergência; 2007)
O primeiro romance de Soares é uma bomba - e já vai para o segundo romance, Lisboa triunfante acabadinho de lançar e que me encontro a ler. A piada de ser "alternativo e bruto" deve ser relativa às minhas actividades editoriais como a MMMNNNRRRG, e faz bem justiça ao livro que apesar da capa "photoshopada" cheio de brilhos com os focos virados para a pessoa do Fernando e para (os mais fáceis de distinguir) o diabólico Crowley e o idiota do D. Sebastião, não é um livro para o pobre leitor "Código Da Vinci". A capa irá enganá-lo, à espera de ler mais umas linhas sobre Templários e a Verdade do Sangue Coca Cola de Deus. Ou espera mais um romance barato de Esoterismo ainda mais barato com um Kitsch pessoano. Enganem-se pobres diabos! Aqui é ficção fantástica da boa, cheia dos tiques "Eros & Thanatos" conhecidos dos contos e bd's de Soares: o sexo é transpirado e desiludido (porque o sexo é sobrevalorizado quando se cria filmes ou livros) e a escatologia é uma realidade mundana (geralmente tapada também na produção de produtos culturais). Mesmo já passado um ano, não se deve revelar o conteúdo DESTE livro. O que era necessário dizer sobre ele é que é bem escrito e que é um híbrido literário que escolheu os melhores genes do Mistério, Romance, Ficção Histórica, Esoterismo e Fantástico sem nunca desanimar ou desiludir para quem pegar nas suas páginas. O livro é bem construído, feito com inteligência narrativa... não mete logo monstros marados nas primeiras páginas, não, é como o Aberto até de madrugada (aquele filme do Tarantino e do Rodriguez), sabemos que se trata de um filme de vampiros mas eles só aparecem lá para o meio do filme quando toda a gente já se tinha esquecido do se tratava... Imagino um leitor matinal dentro do Metro, com pequeno-almoço empurrado à força, prestes a vomitar-se todo, todinho, ao ler a descrição do Crowley a comer as suas próprias fezes... é bem feita! Quem mandou comprar um livro pela capa?
«(...) Com um abraço» escreve friamente Ágata Ramos Simões no exemplar de Sr. Bentley, o enraba-passarinhos (Saída de Emergência; 2007).
Fria sim, apesar de Ágata escrever com o calor de uma punk toda fodida com o sistema, com aquela raiva lixada que quer destruir tudo e todos. O retrato do Sr. Bentley é próximo de uma dezenas de estafermos, velhos, ordinarões que nos obrigam a pensar que ainda estamos na Idade Medieval - se calhar, de onde este país nunca saiu. E para começar a resolver isso eu contratava "snipers" para abater velhas que dão comidas aos pombos na rua ou à janela, depois dava carta branca (e uns trocos) aos Skins para humilharem publicamente os parvalhões que andam com cabelo à Electro... e se acham estas propostas divertidas deviam ler o livro.
Dois senões e voltando à vaca-fria (salvo seja), Ágata não consegue ou não pretende fazer deste livro algo narrativo com um clássico príncipio, meio e fim. No final do divertido livro senti um vazio. Segundo, não se percebe quando o livro retrata tanto a alarve sociedade portuguesa porque raios todos os nomes das personagens têm nomes ingleses... Complexo de inferioridade cultural? Falta de jeito? Lembra-me os putos quando "fazem as suas histórias" usam sempre nomes como "Johnny", "Bob" ou "Jack" apanhadinhos das séries de TV, bd e desenhos animados xungos.
Ainda assim um livro porreiro e com um trabalho gráfico de pérola para o porco mercado livreiro nacional - se não concordarem basta visitar qualquer livraria de aeroporto por essa Europa fora, até os "Códigos" de lá consegue ser menos feios do que cá!
«(...) mulheres lindas para ler» Jorge Mantas in Beltenebros : contos venusianos (Casa do Sul; 2008)
Como se costuma dizer "quem vê caras não vê corações" ou "não julgues um livro pela sua capa" temos bom literatura por estes lados. Admito que não acompanho o que saí no mercado porque além das capas dos livros afastarem-me das livrarias não acredito nos "next big tavares" que todas as semanas aparecem no Público ou qualquer outro jornal.
Os títulos que divulgo aqui vieram de mãos ainda mais suspeitas e sujas - a dos próprios escritores, alguns conhecidos, outros não. Serei justo das análises, o único pecadilho que terei neste "post" é incluir as palavras vindas das dedicatórias (pessoais) dos autores escritas nos frontispícios dos livros. Decidi incluí-las porque acho além de mostrarem a sanidade e auto-conciência dos seus autores sobre os seus trabalhos (sem as demagogias comerciais e circenses daquilo que se transformou o "livro") servem quase de resumos das próprias obras.
«(...) este romance, verdadeiramente alternativo e bruto, disfarçado de mainstream... assim posso corromper os insuspeitos!» David Soares in A Conspiração dos Antepassados (Saída de Emergência; 2007)
O primeiro romance de Soares é uma bomba - e já vai para o segundo romance, Lisboa triunfante acabadinho de lançar e que me encontro a ler. A piada de ser "alternativo e bruto" deve ser relativa às minhas actividades editoriais como a MMMNNNRRRG, e faz bem justiça ao livro que apesar da capa "photoshopada" cheio de brilhos com os focos virados para a pessoa do Fernando e para (os mais fáceis de distinguir) o diabólico Crowley e o idiota do D. Sebastião, não é um livro para o pobre leitor "Código Da Vinci". A capa irá enganá-lo, à espera de ler mais umas linhas sobre Templários e a Verdade do Sangue Coca Cola de Deus. Ou espera mais um romance barato de Esoterismo ainda mais barato com um Kitsch pessoano. Enganem-se pobres diabos! Aqui é ficção fantástica da boa, cheia dos tiques "Eros & Thanatos" conhecidos dos contos e bd's de Soares: o sexo é transpirado e desiludido (porque o sexo é sobrevalorizado quando se cria filmes ou livros) e a escatologia é uma realidade mundana (geralmente tapada também na produção de produtos culturais). Mesmo já passado um ano, não se deve revelar o conteúdo DESTE livro. O que era necessário dizer sobre ele é que é bem escrito e que é um híbrido literário que escolheu os melhores genes do Mistério, Romance, Ficção Histórica, Esoterismo e Fantástico sem nunca desanimar ou desiludir para quem pegar nas suas páginas. O livro é bem construído, feito com inteligência narrativa... não mete logo monstros marados nas primeiras páginas, não, é como o Aberto até de madrugada (aquele filme do Tarantino e do Rodriguez), sabemos que se trata de um filme de vampiros mas eles só aparecem lá para o meio do filme quando toda a gente já se tinha esquecido do se tratava... Imagino um leitor matinal dentro do Metro, com pequeno-almoço empurrado à força, prestes a vomitar-se todo, todinho, ao ler a descrição do Crowley a comer as suas próprias fezes... é bem feita! Quem mandou comprar um livro pela capa?
«(...) Com um abraço» escreve friamente Ágata Ramos Simões no exemplar de Sr. Bentley, o enraba-passarinhos (Saída de Emergência; 2007).
Fria sim, apesar de Ágata escrever com o calor de uma punk toda fodida com o sistema, com aquela raiva lixada que quer destruir tudo e todos. O retrato do Sr. Bentley é próximo de uma dezenas de estafermos, velhos, ordinarões que nos obrigam a pensar que ainda estamos na Idade Medieval - se calhar, de onde este país nunca saiu. E para começar a resolver isso eu contratava "snipers" para abater velhas que dão comidas aos pombos na rua ou à janela, depois dava carta branca (e uns trocos) aos Skins para humilharem publicamente os parvalhões que andam com cabelo à Electro... e se acham estas propostas divertidas deviam ler o livro.
Dois senões e voltando à vaca-fria (salvo seja), Ágata não consegue ou não pretende fazer deste livro algo narrativo com um clássico príncipio, meio e fim. No final do divertido livro senti um vazio. Segundo, não se percebe quando o livro retrata tanto a alarve sociedade portuguesa porque raios todos os nomes das personagens têm nomes ingleses... Complexo de inferioridade cultural? Falta de jeito? Lembra-me os putos quando "fazem as suas histórias" usam sempre nomes como "Johnny", "Bob" ou "Jack" apanhadinhos das séries de TV, bd e desenhos animados xungos.
Ainda assim um livro porreiro e com um trabalho gráfico de pérola para o porco mercado livreiro nacional - se não concordarem basta visitar qualquer livraria de aeroporto por essa Europa fora, até os "Códigos" de lá consegue ser menos feios do que cá!
«(...) mulheres lindas para ler» Jorge Mantas in Beltenebros : contos venusianos (Casa do Sul; 2008)
Mantas foi editor dos extintos e saudosos zines Neural Therapy e psico.acústica, é músico drone (The Beautiful Schizophonic) e também escreve. E escreve muito bem... Este é o terceiro livro depois do fabuloso Sensorround (Black Sun; 2002) e o tipificado Os ruídos Românticos de Fauto (Ed. Mortas; 2003) que lembra com imensas distâncias Glamorama de Bret Easton Ellis pela atmosfera "jet set" de algumas descrições. Mas essas distâncias são óbvias, a começar porque nesse livro Ellis é irónico e surrealista enquanto que nos "contos venusianos" Mantas abandonado no nosso Velho Continente é invertebradamente Romântico - ou será Neo-Romântico?
Beltenebros são vários contos que nunca chegam a ser eróticos "tout-court" segundo a fórmula de excitação sexual - o cérebro é o orgão mais erótico do corpo, alguém já o disse antes. As histórias amorosas, escritas de forma sublime, são quimeras masculinas, sem pejos esquerdófilos, que celebram a Beleza feminina no Novo Monte Olímpio sob o patrocínio da Intimissimi.
Beltenebros são vários contos que nunca chegam a ser eróticos "tout-court" segundo a fórmula de excitação sexual - o cérebro é o orgão mais erótico do corpo, alguém já o disse antes. As histórias amorosas, escritas de forma sublime, são quimeras masculinas, sem pejos esquerdófilos, que celebram a Beleza feminina no Novo Monte Olímpio sob o patrocínio da Intimissimi.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Novas geografias do Porto bedéfilo
A ida ao Porto para ver os Secret Chiefs 3 serviu também para visitar as lojas para fazer contas e deixar novidades. As surpresas vieram do "outro lado", ou seja das lojas. Além do Mesinha de Cabeceira Popular #200 ter esgotado em todas as lojas do Porto - como na Utopia - aumentando a hipóteses do zine esgotar muito em breve (até porque vêm cá os Lightning Bolt em Novembro à ZDB, e o baterista Brian Chippendale participou na antologia), duas das lojas especializadas em bd mudaram de espaços. A Central Comics veio mais para o centro e conheci o simpático dono, Hugo Jesus, que colocou o Noitadas (...) em destaque imediatamente para meu orgulho enquanto editor e autor...
A Mundo Fantasma só mudou de andar e loja no CC Brasília (lá prá Boavista) mas está mais elegante, abandonou os jogos de "nerds" e abriu uma galeria para voltar a pôr o Porto na boca do Mundo da bd - como algumas pessoas envolvidas na loja fizeram entre 1993 e 2001 quando havia Salão de BD do Porto em que ninguém no resto do país sabia o que era a Fantagraphics. Aliás, a primeira foto mostra uma serigrafia dos Love & Rockets que bem me lembro dela em 1993 no Salão... Este fim-de-semana inaugura oficialmente a loja que continua a ser a melhor do país - e a mais cara também! As datas de exposição estão todas trocadas devido aos verdadeiros senhores deste país que são os contructores civis. Vamos esperar...
A Mundo Fantasma só mudou de andar e loja no CC Brasília (lá prá Boavista) mas está mais elegante, abandonou os jogos de "nerds" e abriu uma galeria para voltar a pôr o Porto na boca do Mundo da bd - como algumas pessoas envolvidas na loja fizeram entre 1993 e 2001 quando havia Salão de BD do Porto em que ninguém no resto do país sabia o que era a Fantagraphics. Aliás, a primeira foto mostra uma serigrafia dos Love & Rockets que bem me lembro dela em 1993 no Salão... Este fim-de-semana inaugura oficialmente a loja que continua a ser a melhor do país - e a mais cara também! As datas de exposição estão todas trocadas devido aos verdadeiros senhores deste país que são os contructores civis. Vamos esperar...
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
fotos do inferno gelado
O Black Peider em acção no Festival de BD em Helsínquia mostrando como os festivais de bd podem ser divertidos sem a anormalidade do Cosplay...
Fotos manhosas da nada manhosa exposição, na galeria Muu, da antologia KRAMERS ERGOT com trabalhos / originais de Matt Brinkman, Chris Cilla, C.F., Matt Furie, Leif Goldberg, Sammy Harkham, Anders Nilsen, Matthew Thurber e Tom Gauld.
De resto péssimo fotógrafo que sou não tenho mais nada a declarar a não ser alguma coisa que venha a por no blog dos OsL em breve, como a sanita para metálicos.
Foto da banca da CCC tirada por Christian Maiwald da Reprodukt (a melhor editora alemã de bd) que aliás tem melhores fotografias também no seu blog.