terça-feira, 7 de julho de 2009

Ich bin ein bola-de-berliner


Fake Mistress : Remix : arie antique (ed. de autor; 2008)
Fastandhot : Terrorotic (ed. de autor; 2009)

Quem vive(u) lá já lhe chama de "city of losers". Berlim é uma das melhores cidades da Europa: caótica, barata e com a maior percentagem de artistas por metro quadrado... mas não quer dizer que tudo que vem de lá pode ter a qualidade e relevância como os Einstürzende Neubauten, Atari Teenage Riot ou Puppetmastaz, só para indicar três diferentes gerações de músicos daquela cidade. Aliás, seja em Berlim ou na Merdaleja, a Globalização trouxe a nivelação de gostos e do trabalho criativo, embora ainda haja um tipo de som que só poderia de ser "dali" - neste caso de Berlim.
Fastandhot são dois projectos num só: a "falsa-dama" Fake Mistress e o senhor Dr. Nexus. Juntos exploram o tema do "Corpo" enquanto instrumentalmente andam pelo IDM/Glitch soft para que haja spoken-word / histerias com os tiques da Hanin Elias (dos Atari) ou da Nina Hagen - cantoras míticas de... Berlim! Não é melhor ou pior que Structura ou ICVSPD mas também não quer dizer dizer que seja bom ou mau...
Dos dois discos, o melhor é o "remixes" de Fake Mistress, apesar de não conhecer o disco remisturado. Dos nove artistas envolvidos não se sentem grandes diferenças de estilos porque mais Glitch menos Glitch, mais Noise menos Noise, mais Beat menos Beat, a baliza Jarboe / Cobra Killers não se desmancha - sim, as Cobra Killers são de... Berlim. O que se ouve é um recital feminino com suporte de Electronica como se fosse uma ópera "cut'n'paste" que por mais estranha tente ser ouve-se sem atrofios caindo num mediania Dark New Millenium.

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