Sektor 304 : Soul Cleasing (Malignant; 2009)
2009 pode ter sido um ano em que a música que consumi for quase exclusivamente nacional - o que não quer dizer que foi propriamente mau - mas o mais engraçado foi graças ao projecto semi-falhado Destruição ter descoberto o Rudolfo e o André Coelho, gajos do Porto que desenham pra caramba e que têm pancada para música extrema, em quer as músicas e desenhos (e bd's já agora!) que executam são caricaturais (no primeiro caso) e negras no segundo caso.
Para quem não percebeu, a metade dos Sektor 304 é o Coelho, que entretanto participou no MASSIVE e que assina a capa deste álbum de estreia (no sentido clássico, uma vez que houve CD-R's anteriores) editado pela norte-americana Malignant, perita em Darkismos neo-industriais. E é o que temos na mão, um disco brutal de Industrial "à antiga", para quem gosta dos primeiros dois discos de SPK, ou seja, temos aqui muito Noise misturado com batidas tribais (africanas? influência dos desenhos da embalagem dos disco?) feitas de instrumentos de restos urbanos o que os coloca fora da estática sonora e física "zero" do digital - embora também usem material digital nas músicas.
Sente-se o poder do "berbequim e da placa de zinco" num contínuo apocalíptico que só peca por não ter outras abordagens para além da revisão mítica das bandas seminais do género. O que não é necessáriamente verdade quando escutamos a faixa The Beast em que entra Hhy e dá uma nova dimensão (Dub) à coisa, lembrando os caminhos de Scorn. Lição aprendida, ela terá efeitos na última faixa do disco (Final Transmission) e também no futuro do grupo. Até lá é um grande disco de Industrial, de meter inveja a muitos meninos que andam por aí...
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