quinta-feira, 27 de maio de 2010

Apupópapa

auto-edição?; Mai'10

O Mete-Nojo do Papa lá nos conspurcou com a sua visita e não houve um único partido político ou orgão de imprensa a manifestar o desagrado de tal Má-figura - o Jornal de Notícias e o Correio da Manhã até fizerem bandeirinhas, as quatro estações de TV transmitiram em directo todos os peidinhos da Ratazana, etc... mostrando quem é que manda aqui!
Felizmente, uma coisa é o que é a realidade transmitida pelos Media e poderes públicos e outra coisa é o que é a realidade "popular". O Catolicismo está podre e enfraquecido, tanto que apesar de tanto "show off" em Lisboa e no Porto as missas estiveram às moscas e às beatas. E na "imprensa alternativa" (?) saíram objectos de nojo à situação, a começar pelo Seitan Seitan Scum que por ter saído aleatoriamente "não conta"... Mas já o Apupópapa conta para o efeito e bem! Foi feito com o objectivo e isso basta!
Reza a Lenda por aí que «um grupo de amigos» decidiu editar um CD com músicas contra o Papa, e conseguiram várias heresias sonoras para todos os gostos e diversões: Pop (D. Chica e Heidi M., Pedro e Diana - encomenda do disco para esta última), Punk Template (Artigo 19) e não-Template (Focolitus), Indie/Noise Rock (dUASsEMIcOLHEIRASiNVERTIDAS, Above the tree), Fado (À porta fechada), Kuduro (micro_SAPIENS), Poesia (Regina Guimarães, Nuno Moura) ou Spoken word (Miguel Castro Caldas, Casa Viva). A acompanhar um fanzine com textos políticos, algumas das letras das músicas e até uma bd. Duvido que o Papa tenha sido tão enxovalhado como foi neste amontoado de fotocópias e CD-R's, só faltava mesmo era uma manifestação... fica para a próxima!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Jazz Snob Eat Shit



O que leva um gajo a comprar CD's nos dias de hoje? Não sei se consiga enumerar todas as razões (que não são muitas, diga-se) mas há uma que convence, que é após um bom espetáculo ao vivo podemos querer "levar" um bocado dele para casa... E foi o que aconteceu comigo com os Red Trio embora entre o concerto e o CD passaram-se uns dois anos, porque só agora houve uma estreia fonográfico para este projecto de Jazz.
Jazz? Acho que não é... Nada percebo de Jazz e tenho raiva a quem saiba, só sei que é um género que é uma bela seca tirando uma coisa ou outra, como os alguns dos velhotes que tem piada, e mesmo esses... Dos novos nem sei como há paciência para eles... Os Red Trio São dos "novos" e partem da muita clássica formação bateria / contrabaixo / piano mas invés de "swingarem" algo de convencional - ou fingirem algo de não-convencional como acredito que aconteça por aí - fogem para campos do Improv e Experimental que os metem num plano "Alien". Há uma raiz e rasgos do Jazz mas os instrumentos vão se "concretizando" de forma que a dada altura parecem estarem a serem "expostos" invés de serem "tocados". E se julgam que estamos na calmaria típica à portuguesa - porque não há movimento na animação portuguesa? e na dança? e no teatro? «Portugal paradinho é um miminho!» poderia ser o slogan das Artes dos criadores nacionais, não? - enganam-se muito com os Red Trio, a sua música é física e chega a ter rasgos de violência que lembra ruídos industriais antigos de SPK ou algo assim.
Bizarro q.b., esta é uma das grandes surpresas do ano!

Lisbon trash

Sairam nestes últimos dias algumas publicações "trash", ou seja, umas publicações poucos sérias e amantes da cultura Pop mas daquelas relações amor/ódio da coisa. Podem ser divertidas de ler e talvez sirvam apenas para isso, para uma inconsequência feliz.

O caso mais óbvio de tal é Março Anormal (El Pep, 2010) de Tércio de Vina (que já colaborou nos velhos tempos fotocópia do Mesinha de Cabeceira e voltou a fazé-lo recentemente no Seitan Seitan Scum), cheio de non-sense nas suas 80 páginas! A história é estúpida até ao tutano ao ponto de meter um pato com uma pila gigante (o que se passa? parece que o livro do Janus está na crista da onda, não?), um sado/maso armado em artísta e um Rambo que curte Slayer ao barulho, num enredo bastante idiota e divertido. Puro Anthrax!
As incongruências entre analógico e digital (por ex.: as letras das onamatopeias não serem desenhadas à mão ficam feias em computador ou pelo menos incongruentes com o grafismo) mostram falta de gosto dos seus criadores e produtores mas "falta de gosto" é o sub-título destas coisas, por isso... Who cares a lot?


Aproxima-se o Festival de BD de Beja e já se sabe que os ateliers Lisbon Studio terão uma exposição no evento, razão ideial para lançar The Lisbon Studio Mag #1 (Lisbon Studio + El Pep; Mai'10) uma antologia-portfolio dos talentos que pupulam por aquelas bandas: autores de bd, ilustradores, argumentistas, fotógrafos, animação, programadores de jogos de computador,... todos eles ligados à cultura mainstream e portanto Trash. É malta que trabalha prá Marvel e afins, por isso pouco haverá aqui de interesse, a não ser o desvaneio de Ricardo Cabral, as bd's de Lacas e Pepedelrey, uma bd muito boa de Tércio sobre o "nosso" serial-killer Diogo Alves - que está ao nível de um Johnny Ryan!
É sobretudo um livro que serve de promoção dos ateliers, que num primeiro volume talvez viva ainda de alguns restos de trabalhos mais do que outra coisa. Mas o irónico desta "mag" é que conhecendo a maioria dos seus autores, sei o quão egocêntricos ou (pelo menos) individualistas eles são - por serem free-lancers explica a personalidade? - curiosamente conseguiram fazer algo que outros colectivos mais comunitários não conseguiram fazer, que é uma publicação que apresenta um estúdio pronto para qualquer cliente ao mesmo tempo que despejam algum material para se divertirem. É curioso, e por isso merece os parabéns pelo modelo proposto. A Chili Com Carne fica com alguma inveja! É a vingança dos Nerds!

Por fim, o melhor porque é fotocópia e trás um vinil de música "obscura portuguesa" com problemas escatológicos Black Metal - mim calhou o Rancho das Rendilheiras da Praça, de Vila do Conde, com sérios problemas de menstruação! É o terceiro número do Reject'zine (Mai'10) de Andreia Rechena que abandona as participações alheias e a inércia de fazer bd para transformar o título numa publicação exclusiva do seu trabalho e de uma bd (de continuação), A Trágica Tricofobia de Zulmira. Trash puro, divertido e com Gore o suficiente para ser fixe! Alguns desenhos são freak-chic manhosos outros são bem alinhados quase a lembrar Alex Baladi. Uma esquizofrenia portanto! Tudo bem, desde que não venham a afectar a continuação da coisa...

o "Anormal" e a "Rejeitada" estão à venda no site da CCC

White Fungus issue 11

White Fungus, Jan'10

É uma revista sobre Arte e Cultura, editada por um tipo da Nova Zelândia mas que vive em Taiwan (ou República da China) e que abrange temas tão diversos como sócio-economia, música Noise e Improv, bd, artigos e entrevistas a artistas plásticos, poesia, política/ecologia...
Publicação de "design sexy" mas sem excessos e luxos, dá sobretudo uma visão cultural dos nossos antípodas - ou da Oceânia - e do seu eixo asiático, o que é um "mundo novo" para quem está habituado ao eurocentrismo e ao Ocidente.
A acompanhar a revista, uma compilação da editora Pogus Productions, de Nova Iorque, especializada em música electro-acústica. Entre os ambientes experimentais possíveis de cada intervenção destaco Beth Anderson com o tema Torero Place, uma verdadeira paranoia de discurso da relações mãe-filha que faria a Laurie Anderson (sem relação familiar, suponho) a roer-se de inveja.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fãs de zines



Lusitania Enxebre (Latrina do Chifrudo, 2ª ed.; Mai'10)

Simplesmente Rudolfo #1 (Ruru Comix; Mai'10)


Dois fanzines do Porto dedicadas à música «e não só». O primeiro título é uma reedição em formato A5 de um fanzine editado em 2008 cheia de podridão Black Metal e Satânica extremamente bem desenhada e ilustrada pela torre humana que é André Coelho. Não é tão bom como o Sanabra Enxebre lançado um ano mais tarde porque é mais limitado na sua forma, ou seja, não tem artigos profundos como Sanabra ficando-se pelas entrevistas a bandas e resenhas a discos.. Ainda assim, está aqui bom material gráfico em último caso!

O segundo título é orgão oficial do Rudolfo, esse grande artista do myspace e do CD-R pirata! Iconoclasta por natureza, toda a cultura Pop (Pimba, Punk, Electrónica, ...) é usada por Rudolfo para explorar os clichés das relações entre o fã e a Estrela Teen, colocando em papel informações úteis e/ou ficcionadas das suas actividades, cartas de fãs (cartas? são e-mails, carago!), arte de amigos (como de um tal Tiago Franco) e até material rejeitado (como uma primeira bd de Rudolfo para a Destruição, que sacanita!). Imaginem uma revista tipo Bravo especial Morangos com Açucar com meia de bling-bling e outra meia de cócó... dá nisto! Para quando o Clube de Fãs do Rudolfo com direito a mershandising oficial tipo tatuagem temporária? Avisem-me quando isso acontecer!!!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MÁ ONDA E SUJIDADE #1

Bastardo na sobrevalorizada cena norueguesa, ILDJARN é o extinto projecto de Vidar Vaaer, que esteve envolvido com os EMPEROR e os THOU SHALT SUFFER, mas que aqui opta por uma abordagem sem sinfonices ou floreados.

ILDJARN destila má onda em forma de black metal via punk javardo e não-produção. Precursores do estilo hipnótico e brutamontes de bandas como BONE AWL, AKITSA, SUMP, ANCESTORS, RIDE AT DAWN, HORRID CROSS, GARROTTE, GRINNING DEATH´S HEAD entre muitas outras. Comecem pela "SEVEN HARMONIES OF UNKNOWN TRUTHS" e vão escavando a partir daí por vossa conta e risco. Beware of discos ambient-xunga que também os há.

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Para quem se interessar por este tipo de sonoridades uma paragem obrigatória é o blog FUNERAL STENCH.

* Não liguem aos nazis falhados / corpse paintados, há aí muita coisa boa para ouvir.


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Principal dinamizador do underground dinamarquês, a editora POSH ISOLATION agrega muitos dos projectos que abundam em mais um esgoto nórdico. Assim como na Finlândia com editoras como a FREAK ANIMAL ou especialmente a FILTH & VIOLENCE , ou a SEGERHUVA e STYGGELSE na vizinha Suécia, a POSH ISOLATION aponta quase exclusivamente para lançamentos caseiros. A editora é co-gerida por três membros de meritórios projectos dentro do noise / drone / power electronics, como LIMEPIT, SARAH´S CHARITY ou ASHLEY´S CHOKE

Mais que nos exemplos sueco e finlandês, esta editora não se restringe em termos de géneros (ou micro géneros) e tanto temos lançamentos de noise e afins (a maioria) como também há black metal fodido (GARROTTE, LUCIATION) e punk podre e depravado à BRAINBOMBS (SEXDROME). Sempre com uma identidade consistente e que passa por uma maneira muito interessante de desfazer e refazer coisas à moda antiga, que se espelha na selecção das bandas e numa estética que embora inegavelmente inspirada na KLAXON RECORDS ou na HOSPITAL PRODUCTIONS é bastante identificável.

Um bom ponto de partida será talvez a caixa de 4 cassetes, "ANYTHING´S BETTER" que é muito provavelmente o melhor documento disponível do pequeno mas fervilhante de criatividade underground dinamarquês.


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Pequeno zine muito na linha da PURE de Peter Sotos (ex-WHITEHOUSE) e que prolonga o seu legado de tabacada e parafilias várias. Cada número reúne alguns contos doentes, notícias e bizarrias fotocopiadas de publicações duvidosas, tudo numa estética muito 80´s power electronics como se quer.

Editado via COPROLALIAC PRESS que entre outras coisas editou zines dedicados a técnicas de tortura medieval e GG Allin, embora a FORCIBLE seja a mais relevante e a única das suas edições ainda disponível.

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"LEPTIRICA", Djordje Kadijevic, 1973

Psicadelismo rural e lendas ancestrais dos balcãs num filme de vampiros da Sérvia dos anos 70. Interessante revisitação de uma figura muitas vezes explorada, mas nunca desta forma. Acho que se arranja mais ou menos facilmente, mas sem legendas. Podem ver um excerto aqui : youtube.com/watch?v=Ym8wM2sUaVg&NR=1


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Livro da excelente série PERSISTENCE OF VISION da CREATION BOOKS que publicou já volumes dedicados a cineastas tão relevantes como Alejandro Jodorowsky, Kenneth Anger e Russ Meyer entre outros. Este THE ART OF DESTRUCTION é dedicado aos filmes em super 8 das mais escabrosas performances do insano grupo de Viena na passagem dos anos 60 para os 70. Não sendo perfeito nem definitivo, é ainda assim provavelmente o estudo mais exaustivo no que toca a tão específico tema até à data :

Para quem não sabe do que estou a falar: ubu.com/film/vienna_actionists.html

terça-feira, 18 de maio de 2010

Canal Caveira

Logo no início do Punk, criou-se também os estilos anarcho-punk e o crust, mais politizados, militantes e anti-burgueses. Os "crusters" conhecidos por serem os mais radicais da cena, ironicamente fizeram o primeiro "franshising" musical (muito antes dos Devo ou dos Revolting Cocks) porque é preciso ter muita pouca cera no ouvido para distinguir uns portugueses Simbiose dos suecos Driller Killer que partilham o split-EP Terrorismo de Estado / Ruled by None (Anti-corpos DIY + Power It Up; 2006) ou que se perceba as diferenças entre os brasileiros Social Chaos e os Wormrot de Singapura? Ou qualquer outra banda do género... Todos metem caveiras nas capas, a estética preto e branco das capas fotocopiadas já lá vai mas ainda exite restos mortais dessa estética aqui e acolá, as letras minimal-apocalípticas são cuspidas como uma tempestade nuclear, tudo é barulhento, e todos usam os meus penteados e fatiotas,... Se isto não resume o Crust falta pouco.
Claro que em dias como os nossos em que é mais fácil editar - porque é mais barato imprimir as capas, porque se pode gravar discos em estúdios caseiros com qualidade, porque é mais fácil contactar interessados para distribuir e promover - algumas das características acima referidas passaram a ser diluídas ou passaram a ser "figuras de estilo" ou compromissos com o passado. Daí que se pegarmos em Ciclo de Traição (Criminal Attack + Filth Ear + Zerowork; 2009) dos Social Chaos ou  Fake Dimension (Rastilho + Zerowork + Your Poison + RVH; 2009) dos Simbiose não deixamos de reparar nos bons padrões de produção de ambos LP's, especialmente do último que é impresso no vinil pesadinho e a capa é toda a cores. Os brasileiros são mais directos ao assunto e tem uma escola já bem antiga de Hardcore/ Trash do "Brazil" sendimentada em bandas míticas como Ratos de Porão e Sepultura, onde a pica é construída num "power trio" que não deixam ossos para os cães roerem. Sacanagem! 
Os Simbiose são uma instituição portuguesa no género Hardcore / Crust mas falta-lhes elasticidade, tudo parece pensado até ao último pormenor e por isso acho menos poderoso que os outros "exemplos deste post". A faixa Evolução é regressão com o Sr. Ribas (Censurados, Tara Perdida) parece um mau "mash-up" entre um Portugal que quer sofisticação à força toda e uma realidade eternamente rural. Não é mau disco mas como poderia ser sendo um disco de Crust? Não é tudo igual ao mesmo? Resta dizer que se há um disco português BEM FEITO a nível gráfico é este, é impossível ficar indiferente na sua presença. Desde que o vi a primeira vez fiquei sempre em pulgas para descobrir o que aí se podia ouvir! O ilustrador é espanhol já agora...
Continuando pelos LP's, o último deste anda a fazer furor à escala global! Abuse (Global Thrasher Dealer; 2009) é a estreia dos Wormrot e já lhe valeu um contrato com a Earache - a editora que basicamente criou o Grindcore no final dos anos 80 e que na última década só editava paneleirices. Wormrot é um trio que tem a brutalidade, velocidade, técnica e estupidez necessárias para serem grandes na cena Grind - o que só mostra quando se é mesmo bom consegue-se destacar mesmo num género tão "manhosamente ruídoso". Mesmo para um leigo como eu, este disco sobressaíu do lote ainda nem sabendo do hype à volta destas bestas asiáticas. Os desenhos do disco são do vocalista, que consegue grunhir tão bem como desenhar - sem ironia... Ah! Parece que fazem uma versão dos Yeah Yeah Yeahs mas como nunca ouvi essa gente não posso comentar mais nada.
Acabamos pelos mais softs, os italianos Diluvio com Senza ombrello (Bitten By the Rest + Respira + Sonatine + Basura DIY + Zerowork; 2009) que nada tem de Crust ou afins, é Hardcore acelerado cantado em italiano - que soa bem, diga-se de passagem - com a proeza típica de conseguir meter 13 temas em menos de 20 minutos - o que se coloca a questão porque não gravaram um EP em vinil invés de um CD. A produção limpa com realce para a voz, lembra muita banda dos anos 80 e 90 mas ouve-se bem, tanto que vou limpar a cera e ir para a cama ter menos pesadelos a ouvir estes tipos do que se fosse ouvir os outros.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

E ao quinto dia, Ele criou os animais...


Tiago Guillul : O aquecimento do lendário Homem-Pinguim (FlorCaveira; 2010)
Quinto registo de Guillul, este como um CD-EP de "avanço" para o próximo registo a sair dia 17 de Maio. Quatro temas, dois serão incluídos nesse disco, ficando assim para o futuro dois inéditos, tanto que o primeiro tema já tem um vídeo-clipe a rodar pela 'net.
Com o sucesso que as gentes da Flor tem levado é natural que o investimento e orçamento para gravar tem aumentado, e Guillul lá foi também para os estúdios da Valetim de Carvalho - a Abbey Road dos pequenitos? - tornado o seu som mais limpo mas sem perder o espírito e a pica. Ao contrário do Samuel Úria que começou a oferecer rebuçados, Guillul mantêm um dogmatismo religioso forte, com uma forte componente orelhuda que fazem (como sempre) qualquer música dele um Hino ao Senhor. Mesmo pagão como a minha pessoa mete-se a cantarolar estas deliciosas lengas-lengas Pop.
Bisbilhotando a ficha técnica, fico preocupado com alguma inconsciência minha... Os movimentos evangélicos fartam-se de usar música para apanhar e converter (Search & Destroy?) sendo até perigoso como algumas seitas usarem géneros músicais subversivos (Metal, Techno) absorvendo-os e limpado-os para as suas comunidades - algo patético mas perigosamente ignorante é o Metal Cristão, por exemplo. Neste disco, Guillul avisa do uso de vários "samples" e influências de músicas de outras igrejas (da Angola à Suécia!) como o "sample" Rock FM xunga de A Desmumificação da Nação. Usa de forma brilhante e sem complexos... é nesta altura que penso, caramba! Este tipo é um "subversivo"! Ele também está a usar o Panque para NOS converter! É um açucar alternativo para nos apanhar! Temos de ter cuidado e consumir estes seus discos com moderação ou ainda acabamos na Igreja a cantar com ele! Rápido, onde está o Once upon the Cross dos Deicide para limpar a cabeça? Ou Anal Cunt... Ah! Por falar nisso, a embalagem e desenho é do Quim Albergaria, cantor dos extintos (Graças a Deus!) Vicious 5 e baterista dos ainda-não-extintos-mas-lá-virá-um-dia-se-Deus-quiser Paus.

sábado, 1 de maio de 2010

De um Tiro à Socapa nem o Papa escapa

Recentemente voltei a ouvir o É Português? Não Gosto! dos Stealing Orchestra, editada pela sua netlabel You Are Not Stealing Records, e redescobri o maravilhoso título que usamos neste "post". Inspirador!!! Seria bom que fosse verdade... mas provavelmente o único consolo espirtual na visita do papa-mobile a Portugal será ficar em casa a descarregar os discos desta editora virtual, como os EP's do Dr. Phibes & The Ten Plagues of Egypt, o GENIAL Sta Apolónia (novo projecto do grande guitarrista André Joaquim dos Dr. Frankenstein) ou a última edição, os Grandes Éxitos de GG Allin's Dick (bela capa aqui reproduzida).
Já agora, uma entrevista ao João Mascarenhas, o maestro da "orquestra do gamanço" no blogue Mesinha de Cabeceira.