quarta-feira, 9 de junho de 2010

pequenos mas bons...

Exacto, pequenos e bons tem sido a premissa destes encontros sobre edição independente. Mas passando pelo orgulho solipsista, os encontros tem servido justamente os seus vários propósitos, um deles era que fosse uma rampa de lançamento de novas produções. Sem aviso apareceu o B74, graphzine de um ilustrador que não assina o trabalho deixando-nos em mistério e em expectativa que o título, obra, o sítio oficial e o autor sejam uma força una e indissociável.
Desenhos automáticos - rabiscos - juntam-se a representações a desenhos de origamis nas 20 páginas A5. Desenho limpo. Tem piada, o objecto editorial também é cuidado (escolha de papel da capa e miolo) para além de ser cosido invés do tradicional agrafo. Interessante!
Seguem-se discos da Enough Records, que deverá ser a mais velha netlabel em Portugal. E para quem acha que música desconhecida oferecida (oferecida!) na Internet deverá ser música menor que a que é editada oficialmente, preparem-se para engolir sapos, pelos menos dois:



The Anton Phase Electro Clockwork Menagerie (2009) de Amitron_7 é Trip-Hop? Pop electrónica psicadélica? As duas coisas? Certo, serve! É um bocado "retro" (como a capa) para quem fartou-se de Dorfmeisters e outras coisas que acontecerem no final dos anos 90 mas ainda assim a qualidade da instrumentação e clareza dos sons convencem qualquer um que esta será a música para os bons sonhos e descanso em Paz no sofá. Surfistas do sofá? Também... sem vozes activas, só samplagens de medias áudio.
Enough Dubs II (2010) é uma colectânea de Dub e parentes (Reggae, Dub electrónico, Dubstep) de músicos estrangeiros, do Brasil à Finlândia - que se destaca pela negritude de Gök -, da Alemanha ao Japão - coisa mutante a faixa de Cheapshot -, da Rússia ao Bassrack Wobama (que não se sabe nada dele). O baixo "rula" nesta paragens...

Quanto a Initiation to the Unnamable Putrid Bong Practices (Putrid Attitude; 2007) dos Boggy Bong trata-se de um «cyber gore», puro "trash" electrónico podre dedicado ao tema de Bongos de Cannabis - tema em geral que tem raízes em músicas populares norte-americanas recuperadas pelo Metal com os Exit 13 (banda com elementos dos Brutal Truth) e muito na moda nos últimos anos por bandas Stoner e bandas "mucho stoners" como Weedeater ou Bongzilla.
Aqui o Metal só se for a voz alterada a digerir 44 litros de água d'erva sob ritmos Techno estúpidos e samples de filmes Porno-gore. Aliás, tudo é estúpido aqui sem qualquer tipo de produção que limpe ou funda voz com instrumentos, ou seja, a voz monstruosa-caricatural tem sempre (demasiada) proeminência. Resultado: é uma porra enervante que têm piada uma audição e depois passa a ser apenas... mau (!?). A França está tão cheia de merda que até transborda! Última hipótese: isto é para quem gosta de Revolting Cocks ou Malhavoc ou Otto Van Schirach? Duvido...

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