sábado, 30 de junho de 2012
20ª FEIRA LAICA internacional : edição independente
É mesmo o maior evento de edição independente em Portugal! E diz-se que este ano tem «mais 20% de exposições, concertos e convidados estrangeiros»!!! Falamos da FEIRA LAICA que nesta edição de Verão desloca-se, após 7 anos na Bedeteca de Lisboa, para o Palácio de Laguares (Campolide, futuras instalações da Sociedade Guilherme Cossoul).
A Associação Chili Com Carne vai lá estar, claro! O Bráulio Amado fez o cartaz desta edição e amigos nossos estrangeiros estaraão presentes como o italiano Andrea Bruno (Boring Europa) e o alemão dice industries (vários números do Mesinha de Cabeceira). Menos boas notícias é que um livro que tinhamos pensado em lançar não deverá sair a tempo...
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Flood City (Peow!; 2012)
A Globalização pode ser vários efeitos
perversos se por um lado liquida a “tradição” também é verdade que há tradições
que não interessam nem ao menino Jesus – falo como “tradicionalista” e não como
cristão, atenção! O estereótipo sueco tem sido o gajo introvertido, fechado e
snob, ou pelo menos é o que se passa em Estocolmo, a excepção que já vivi é a malta
de Malmö que é mais continental, emigrante, cosmopolita (e dinamarquesa) do que
“sueca”.
E se a maioria do mercado sueco vivia no seu
conforto interno, novas gerações já são diferentes e agem de outra forma. O estúdio Peow! estreou-se com zines no festival Crack (em Roma! Logo aqui uma mudança de
paradigma!), estudam BD e Ilustração e parecem ser um chavais simpáticos - nada
arrogantes como a malta de Estocolmo costuma ser… Compraram uma máquina risográfica
e agora lançam zines com uma boa qualidade de impressão e apresentação. Quanto
ao conteúdo, topa-se um lado técnico profissional que se adequa ao mercado
europeu pós-L’Association. Flood city une três histórias em progressão dos três
membros do colectivo, envolta de uma cidade inundada. Olle Forsslöf parece ser
o mais extravagante, Elliot Alfredus o mais elegante e Patrick Crotty o mais
primitivo, o que afinal mostra “arte-diversidade” na Aldeia. (a suivre)
PS resta saber porque os estudantes da Ar.Co e
de Guimarães também não são assim… Ainda falta muita Globalização a
“corrigir-nos” a personalidade!
AAAAAAAARRRRRRRRRRRGGGGGGGGGGHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!
Trouxemos do Crack o NOVO NÚMERO (e mais exemplares dos números antigos) do zine espanhol de bd ARGH!
Porquê a euforia? Simples... É que a ARGH! mostra que afinal os espanhoís não sabem apenas copiar como até fazem coisas boas - menos na música mas até nisso esles estão a melhorar ...
Escatologia da grossa, bonecada "guilty-pleasure" e monstros nojentitos, piadas parvas de cócó-xixi, humor "serial-killer" compoem as suas páginas que mudam de segunda cor de número para número potenciando as questões gráficas (tal como aconteceu com os cadernos a duas cores em quatro números do Mesinha de Cabeceira). Portanto, é um zine mesmo zine!!!
No número três, as bd's não tem texto e a partir do número quatro têm legendas em inglês para quem ainda desatina com a língua dos "nuestro hermanos". Nos número três e quatro incluem a participação do autor português Richard Câmara (que participou no Mutate & Survive), entretanto residente no país vizinho. Os últimos três números são "tricolor" e a energia de humor "sub-pop" continuam por estas bandas!
Das melhores publicações europeias do momento quer queiramos quer não, mesmo que tenham ficado inactiva durante uns dois anos!!!!
Neste último número é publicada uma nova BD de Mike Diana colorida pela "crew" da ARGH!... ainda mais doente fica!!!
encomendas via ccc@chilicomcarne.com. poucos exemplares, prioridade para sócios!
Porquê a euforia? Simples... É que a ARGH! mostra que afinal os espanhoís não sabem apenas copiar como até fazem coisas boas - menos na música mas até nisso esles estão a melhorar ...
Escatologia da grossa, bonecada "guilty-pleasure" e monstros nojentitos, piadas parvas de cócó-xixi, humor "serial-killer" compoem as suas páginas que mudam de segunda cor de número para número potenciando as questões gráficas (tal como aconteceu com os cadernos a duas cores em quatro números do Mesinha de Cabeceira). Portanto, é um zine mesmo zine!!!
No número três, as bd's não tem texto e a partir do número quatro têm legendas em inglês para quem ainda desatina com a língua dos "nuestro hermanos". Nos número três e quatro incluem a participação do autor português Richard Câmara (que participou no Mutate & Survive), entretanto residente no país vizinho. Os últimos três números são "tricolor" e a energia de humor "sub-pop" continuam por estas bandas!
Das melhores publicações europeias do momento quer queiramos quer não, mesmo que tenham ficado inactiva durante uns dois anos!!!!
Neste último número é publicada uma nova BD de Mike Diana colorida pela "crew" da ARGH!... ainda mais doente fica!!!
encomendas via ccc@chilicomcarne.com. poucos exemplares, prioridade para sócios!
quinta-feira, 21 de junho de 2012
ccc@crack.2012
Back on Crack!!! This time Chili Com Carne invited a special MMMNNNRRRG guest, Neuro, who will built a spaceship in the venue for our books. Marcos Farrajota will be present to show you the best books published in Portugal.
...
As part of “The Church” crew from Timisoara, Neuro (b. 1980) began by recycling Romanian orthodox priestly garments, to create iPod and mobile phone covers, as well as making covers for cigarette packs and lighters out of holy robes, still smelling of frankincense and myrrh. In 2007 he made the cover of Omagiu Remix Culture Magazine. He is participating at the Timisoara Student Festival and draws for the KF art space in Arad, as well as for other venues. In 2008 he made the cover for the Aooleu illustrated newspaper and, together with The Church, participated in the “Crooked Days” dance festival at the National Dance Centre in Bucharest. Introduced in the “100 to watch”, a collection of Romanian contemporary artists, as well as the Romanian Visual Survey, Neuro had several solo and group exhibitions in Romania as well as Denmark, where he is currently living. Most recently, he was selected among other Romanian artists for the alternative comics The book of George, presented at the Angouleme Festival in 2011, and his first solo book was published by Portuguese label MMMNNNRRRG, Neuro-Trip.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Tempo...
Só agora é que recebemos fotos do Uneeded Conversations onde estavam expostos alguns dos nossos marcos editoriais como o Mutate & Survive, MASSIVE e Futuro Primitivo... mais vale tarde do que nunca, claro.
Kill all the white people!
Bizarra Locomotiva / [f.e.v.e.r.] split-EP (Chaosphere , 2012)
É um vinil de 12" que junta estas duas grandes bandas portuguesas de Rock Industrial, para comemorar o "Record Store Day" - uma daquelas iniciativas à americana que celebrar a existência das discotecas. Sem capa, apenas embalada com um plástico transparente, o disco pretende ser uma réplica dos vinis "white label", ou seja, discos produzidos sobretudo para DJs de Hip Hop e música de dança, geralmente sem créditos editoriais e autoraias para fugir ao fascismo do "copyright" que bloqueia a cultura do "remix".
Cada banda tem direito a dois temas e a edição acaba por falhar as expectativas "brancas" em parte porque o "lado Bizarra" inclui um tema ao vivo, do pouco inspirado Álbum negro, no Musicbox em 2009, sem trazer alguma novidade. Só o outro tema é remisturado pelos [f.e.ve.r.], trata-se de Desgraçado de Bordo, tema do poderoso álbum Ódio (Metrodiscos; 2004) aqui transformado numa alucinante dança pós-Rave... bem feito! O "lado febre" oferece um tema inédito, Golden Rules, tema bizarro q.b. de definir, diria que é uma espécie de "electro emocore" que deixa à toa para quem gosta de rótulos musicais. O outro tema é mais uma remistura de Heaven Dividing Heaven - alguém lembra-se de Electronics (Thisco; 2005)? - desta vez em lógica Techno Hardcore demasiado linear para ter interesse, cortesia de DJ Mofo (dos Bizarra).
Falta ousadia nesta edição, por um lado já estamos habituados aos [f.e.v.e.r.] a darem-nos fragmentos editoriais e acredito que este disco deverá ter sido uma boa ideia deles mas faltou ser consequente e incisivo, como aliás, se passa em montes de coisas em Portugal, repetem-se ideias feitas sem ir até às últimas consequências. Espera-se que o disco no seu limite de 333 cópias venha a valer alguma coisa no... miau.pt.
É um vinil de 12" que junta estas duas grandes bandas portuguesas de Rock Industrial, para comemorar o "Record Store Day" - uma daquelas iniciativas à americana que celebrar a existência das discotecas. Sem capa, apenas embalada com um plástico transparente, o disco pretende ser uma réplica dos vinis "white label", ou seja, discos produzidos sobretudo para DJs de Hip Hop e música de dança, geralmente sem créditos editoriais e autoraias para fugir ao fascismo do "copyright" que bloqueia a cultura do "remix".
Cada banda tem direito a dois temas e a edição acaba por falhar as expectativas "brancas" em parte porque o "lado Bizarra" inclui um tema ao vivo, do pouco inspirado Álbum negro, no Musicbox em 2009, sem trazer alguma novidade. Só o outro tema é remisturado pelos [f.e.ve.r.], trata-se de Desgraçado de Bordo, tema do poderoso álbum Ódio (Metrodiscos; 2004) aqui transformado numa alucinante dança pós-Rave... bem feito! O "lado febre" oferece um tema inédito, Golden Rules, tema bizarro q.b. de definir, diria que é uma espécie de "electro emocore" que deixa à toa para quem gosta de rótulos musicais. O outro tema é mais uma remistura de Heaven Dividing Heaven - alguém lembra-se de Electronics (Thisco; 2005)? - desta vez em lógica Techno Hardcore demasiado linear para ter interesse, cortesia de DJ Mofo (dos Bizarra).
Falta ousadia nesta edição, por um lado já estamos habituados aos [f.e.v.e.r.] a darem-nos fragmentos editoriais e acredito que este disco deverá ter sido uma boa ideia deles mas faltou ser consequente e incisivo, como aliás, se passa em montes de coisas em Portugal, repetem-se ideias feitas sem ir até às últimas consequências. Espera-se que o disco no seu limite de 333 cópias venha a valer alguma coisa no... miau.pt.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Eu quero que o Fado se foda (Canadians do it better!)
Thisquietarmy : Vessels (Aurora Borealis; 2011)
E apesar de não ter paciência para "post-metal" e derivados, como "drone metal"... mau! não é bem isto que quero dizer, não é não ter paciência... quando as coisas são más são más, não há volta a fazer. Ponto! Ia tentar comparar este "one man band" candiano com os portugueses descritos aqui mas nem vale a pena, é mesmo outro campeonato. Quem sabe sabe, e é este o caso. Drones e guitarras planantes a criarem ambientes de melancolia naval - um cliché, bem sei... No entanto, o tipo que é o cabeça e corpo deste projecto, sabe criar muralhas de som que convencem, estruturas melódicas atonais para não adormecermos a ouvir o disco, mostrar que "post" e "drone" não são músicas para mortos mesmo quando se faz uma versão dos Joy Division. Curiosamente este disco também tem masterização de James Plotkin, recentemente aqui referido, e realmente não é masterização que vai fazer a música melhor se os músicos não tiverem vida.
Por falar nisso, o disco foi adquirido durante a fugaz passagem do músico num concerto na Flausina, com ajuda da Thisco, com o músico sozinho num carro alugado a fazer "tour" pela Europa. Respect!
terça-feira, 12 de junho de 2012
Eu quero que o Fado se foda (morte ao nacionalismo)
Black Bombaim : Saturdays and Space Travels (Lovers & Lollypops; 2009)
Um LP com dois temas apenas, cada um com 19 minutos e 47 segundos, é o segundo disco dos "stoners" Black Bombaim. Depois de semanas a ouvir coisinhas calminhas, mediocres ou bosta sabe mesmo bem uma banda que tenha energia, "beat" e pujança. Não estamos aqui para entrar em depressões da treta ou fingir ambientes artificiais mas para viver a vida. Aposto que mesmo se a banda tocasse mal (o que não é nada o caso!) ainda assim sentiriamos alguma coisa a ouví-los dada à pica tão longe da inércia lusitana. É mesmo de um "power trio" (guitarra, baixo e bateria) que temos aqui, em cada músico reage às progressões do outro, criando e alimentando um monstro sonoro mitológico que se esvai quando acaba a música. Para quem já fumou black bombaim sabe bem que espécie de besta de moca nítida que vem daí - o mesmo acontece com este disco.
Entretanto estamos em 2012 e o grupo de Barcelos já tem um novo disco, curiosamente, com uma dúzia de convidados (nacionais e internacionais) e, claro, um gajo estrangeiro a masterizar o som, numa óbvia estratégia de marketing já aqui descrita - ver o link na palavra "bosta", sff. A estes putos perdoa-se os pecadilhos do jogo comercial porque o disco não ficou débil nem redundante à pala disto, não fosse esta actualmente a única banda Rock em Portugal...
Agradecimentos ao Ghuna X - que masterizou o Saturdays (...) - pelo disco.
sábado, 9 de junho de 2012
Eu quero que o Fado se Foda! (mas os portugueses são mesmo saloios!)
Português ou não, o mundo do Pop desde os anos 90 que insiste em criar "dream teams" para fazerem discos, filmes, livros, etc... Como se a soma de nomes sonantes possam melhorar um produto na maior parte das vezes débil desde a nascença. Se é verdade que um encontro inesperado entre Faith No More e Boo-Yaa T.R.I.B.E. é capaz de criar uma bomba já Rammstein com Marilyn Manson é uma redundância triste. Em discos, seja de bandas de Hip Hop seja de Metal, tem sido uma procissão e convidados especiais que entram para nada acrescentarem à música. Servem apenas servirem de arma de marketing, para manter as figuras velhas em notícia sem terem de fazer nada de especial, para projectar os novos projectos que precisam de publicidade dos velhos, tudo isto colocando os fãs à espera de algo surpreendente, que acaba por não acontecer. A maior parte nem dá conta da fraude porque ficam satisfeitos em ver os seus "heróis" em situações diferentes.
Todos fazem isto... já nem admira ter mais um vocal do Adolfo Luxúria Canibal numa treta qualquer ou algo do tipo. Estas três edições partilham estas ideias não todos da mesma forma e nem todas com resultados iguais.
Cabaret Portugal (Necrosymphonic / Chaosphere + Helloutro + Raging Planet + Raising Legends; 2012) de La Chanson Noire é o pico de como neste país se consegue fazer uma saloiada sem sentido e oportunista. Ao contrário de outras acusações às produções portuguesas neste blogue, há que dizer no entanto que La Chanson Noire (um tipo apenas) não sofre de falta de pica nem é um tipo calmo! Desenvolveu um projecto com alguma originalidade - pelo menos para este canto europeu - um "cabaret rock" em que a sua voz e piano são mais do que suficientes para entreter as hostes. Diria que o projecto em si é "arriscado" porque sendo um projecto solitário, não poderá partilhar ou esconder a vergonha com outros elementos da banda. Assim, só resta ao Chanson Noire "ou vai ou racha", o que lhe deve ter dado pujança para "ir" e "não rachar". Muito mau seria se não conseguisse o assumir o papel em que se colocou. Não há forma de tirar crédito à essência do projecto. É de se tirar o chapéu porque são poucos os artistas ou músicos portugueses que o conseguem fazer.
Mas falha nesta edição - e apesar de estar sozinho leva outros atrás - que é um livro de prosa e fotografia com um CD de música. A ideia de base do livro é o jogo surrealista do "cadáver-esquisito" em que atirou "frases" (títulos de futuras músicas suas) a vários criadores para gerarem textos e fotografias em volta delas. Chanson por seu lado fez músicas. No caso da parte literária conseguiu reunir uma "dream team" bastante curiosa que se divide entre os "suspeitos do costume" quando pensamos em "Darkismos" e que vão desde figuras "underground" como Gilberto de Lascariz ou Hyaena Reich até malta famosa como Fernando Ribeiro (Moonspell), Adolfo Luxúria Canibal e David Soares, e um segundo grupo de gente inesperada como o "rapper" Chullage ou duas mediocridades mediáticas como Nuno Markl e Fernando Alvim. Os resultados diferem como se podia esperar, a maior parte dos resultados são fáceis de esquecer com excepção de David Soares que até inventa um falso ritmo "cadáver-esquisito" sem que ele esteja ipso facto a participar num. Chason Noire arrotou apenas frases, os autores não andaram a continuar os textos um dos outros («da maneira que deseja, porém, dobrando o papel para que os demais colaboradores não tenham conhecimento do que foi escrito.»). Escusado dizer que o Fernando Alvim é um imbecil seja ao vivo na TV seja em papel impresso e se o Chason Noire gosta de brincar com a "iconoclastia" e o "kitsch" de Portugal, não conseguiu cozinhar esta caldeirada. Por um lado ficamos pelos clichés do "Gótico" com as habituais cabeças de porcos, campas de cemitérios e bonecas antigas, e por outro meia-dúzia de bocas a Portugal sem conseguirem ser profundas. O som entre o cabaret, a euforia dos Muse e a música de telenovela dos anos 90 não consegue ser ser subversiva - suponho que o autor gostaria de usar o Pop para "minar por dentro" mas só consegue ser azeiteiro. Não há glamour porque sentimos vulgaridade por todos os poros - essa vulgaridade também elimina o "choque" da mensagem libertina num mundo há muito habituado a imagens S/M, swing, etc... As composições repetem-se bem como a forma de cantar. Investigando na 'net, houve discos dele mais interessantes do que este, apesar de o músico apontar este como o derradeiro produto.
Gosto de dizer que cá em Portugal só gostamos das pessoas quando elas estão na merda, e quando um gajo tenta sair dela gostamos de o trazer de volta ao caldo de coliformes fecais. Eu gosto de pensar que sou uma excepção à regra - fico feliz pelo sucesso dos outros e o catano - mas o Chason Noire vai achar que não.Resta dizer que tenho muita pena...
Apesar de também colaborações inesperadas - David Soares (outra vez), o Chanson Noire (olha!) ou Fuse do grupo de Hip Hop Dealema - neste quarto álbum dos Holocausto Canibal, Gorefilia (Raging Planet + Raising Legends; 2012) - pouco adiantam em alguma alteração do som da banda. Estamos perante Death Metal brutalizante de serial-killer Gore pornográfico, que é aliás um sub-género do Death Metal. Nada de novo por aqui, basicamante todas as letras são sobre "quero foder essa vagina toda gangrenosa desse teu cadáver infecto" sejam escritas pela banda seja pelos convidados - ei, isto é Death Metal e não um recital de poesia, meu!
Num lado ou noutro há algumas diferenças de som no típico Death (género e/ou banda), como por exemplo o recital dramalhão de Fuse (que parece ter sempre os polegares enfiados no anús), a parceria de Miguel Newton (Mata-Ratos) resulta numa correria Hardcore e há alguns "glitches" a lixar o disco - mas neste último caso trata-se do humor de merda da banda que os Holocausto Canibal habituaram nas suas produções. Para 15 anos de carreira faltam os tomates inchados de sangue para convidarem os Stealing Orchestra para os remisturar como fizeram no segundo disco, Sublime Massacre Corpóreo (So.Die.Music / Division House; 2002). Mas quem quer ouvir inovações no Death Metal? Aqui interessa atingir um orgasmo "porno-gore" conseguido pela falocracia do som e vaidade (do visual do disco que faz concorrência ao Fredox). Sobretudo são 15 anos de carreira a provar que se pode grunhir em português! Parabéns meus grandas javardolas!
Por fim, o disco de remisturas... Os Process of Guilt são actualmente venerados pela crítica especializada da cena Metal facção Doom / Sludge. The Circle (Bleak; 2012) é um tema do álbum anterior e é misturado neste CD por diferentes músicos como Sanford Parker, Echoes of Yul, DJ Mofo, Bosque, Sons of Bronson. Falta dizer que foi masterizado pelo grande monstro James Plotkin como manda o figurino - nos dias de hoje todos discos de Rock portugueses são "masterizados" por cromos estrangeiros, o que se suspeita a dada altura que também faz parte das manobras de marketing do "convidado especial".
Longe de completar um círculo musical - ou qualquer outro, assim me parece visto de fora - é sobretudo um exercício do que se pode fazer com um tema Doom transformando-o em algo"dronesco", Noise ou ambiental, sendo interessante as alterações da sua forma. Talvez seja um mau disco para começar a ouvir esta banda porque vamos parar a dimensões que não lhes são habituais. Este disco de misturas (como todos os de mistura aliás) é nitidamente para fãs embora não seja de todo inutil ou ofensivo à inteligência de quem os segue. Interessante apesar da sua eterna lentidão lusa...
Todos fazem isto... já nem admira ter mais um vocal do Adolfo Luxúria Canibal numa treta qualquer ou algo do tipo. Estas três edições partilham estas ideias não todos da mesma forma e nem todas com resultados iguais.
Cabaret Portugal (Necrosymphonic / Chaosphere + Helloutro + Raging Planet + Raising Legends; 2012) de La Chanson Noire é o pico de como neste país se consegue fazer uma saloiada sem sentido e oportunista. Ao contrário de outras acusações às produções portuguesas neste blogue, há que dizer no entanto que La Chanson Noire (um tipo apenas) não sofre de falta de pica nem é um tipo calmo! Desenvolveu um projecto com alguma originalidade - pelo menos para este canto europeu - um "cabaret rock" em que a sua voz e piano são mais do que suficientes para entreter as hostes. Diria que o projecto em si é "arriscado" porque sendo um projecto solitário, não poderá partilhar ou esconder a vergonha com outros elementos da banda. Assim, só resta ao Chanson Noire "ou vai ou racha", o que lhe deve ter dado pujança para "ir" e "não rachar". Muito mau seria se não conseguisse o assumir o papel em que se colocou. Não há forma de tirar crédito à essência do projecto. É de se tirar o chapéu porque são poucos os artistas ou músicos portugueses que o conseguem fazer.
Mas falha nesta edição - e apesar de estar sozinho leva outros atrás - que é um livro de prosa e fotografia com um CD de música. A ideia de base do livro é o jogo surrealista do "cadáver-esquisito" em que atirou "frases" (títulos de futuras músicas suas) a vários criadores para gerarem textos e fotografias em volta delas. Chanson por seu lado fez músicas. No caso da parte literária conseguiu reunir uma "dream team" bastante curiosa que se divide entre os "suspeitos do costume" quando pensamos em "Darkismos" e que vão desde figuras "underground" como Gilberto de Lascariz ou Hyaena Reich até malta famosa como Fernando Ribeiro (Moonspell), Adolfo Luxúria Canibal e David Soares, e um segundo grupo de gente inesperada como o "rapper" Chullage ou duas mediocridades mediáticas como Nuno Markl e Fernando Alvim. Os resultados diferem como se podia esperar, a maior parte dos resultados são fáceis de esquecer com excepção de David Soares que até inventa um falso ritmo "cadáver-esquisito" sem que ele esteja ipso facto a participar num. Chason Noire arrotou apenas frases, os autores não andaram a continuar os textos um dos outros («da maneira que deseja, porém, dobrando o papel para que os demais colaboradores não tenham conhecimento do que foi escrito.»). Escusado dizer que o Fernando Alvim é um imbecil seja ao vivo na TV seja em papel impresso e se o Chason Noire gosta de brincar com a "iconoclastia" e o "kitsch" de Portugal, não conseguiu cozinhar esta caldeirada. Por um lado ficamos pelos clichés do "Gótico" com as habituais cabeças de porcos, campas de cemitérios e bonecas antigas, e por outro meia-dúzia de bocas a Portugal sem conseguirem ser profundas. O som entre o cabaret, a euforia dos Muse e a música de telenovela dos anos 90 não consegue ser ser subversiva - suponho que o autor gostaria de usar o Pop para "minar por dentro" mas só consegue ser azeiteiro. Não há glamour porque sentimos vulgaridade por todos os poros - essa vulgaridade também elimina o "choque" da mensagem libertina num mundo há muito habituado a imagens S/M, swing, etc... As composições repetem-se bem como a forma de cantar. Investigando na 'net, houve discos dele mais interessantes do que este, apesar de o músico apontar este como o derradeiro produto.
Gosto de dizer que cá em Portugal só gostamos das pessoas quando elas estão na merda, e quando um gajo tenta sair dela gostamos de o trazer de volta ao caldo de coliformes fecais. Eu gosto de pensar que sou uma excepção à regra - fico feliz pelo sucesso dos outros e o catano - mas o Chason Noire vai achar que não.Resta dizer que tenho muita pena...
Apesar de também colaborações inesperadas - David Soares (outra vez), o Chanson Noire (olha!) ou Fuse do grupo de Hip Hop Dealema - neste quarto álbum dos Holocausto Canibal, Gorefilia (Raging Planet + Raising Legends; 2012) - pouco adiantam em alguma alteração do som da banda. Estamos perante Death Metal brutalizante de serial-killer Gore pornográfico, que é aliás um sub-género do Death Metal. Nada de novo por aqui, basicamante todas as letras são sobre "quero foder essa vagina toda gangrenosa desse teu cadáver infecto" sejam escritas pela banda seja pelos convidados - ei, isto é Death Metal e não um recital de poesia, meu!
Num lado ou noutro há algumas diferenças de som no típico Death (género e/ou banda), como por exemplo o recital dramalhão de Fuse (que parece ter sempre os polegares enfiados no anús), a parceria de Miguel Newton (Mata-Ratos) resulta numa correria Hardcore e há alguns "glitches" a lixar o disco - mas neste último caso trata-se do humor de merda da banda que os Holocausto Canibal habituaram nas suas produções. Para 15 anos de carreira faltam os tomates inchados de sangue para convidarem os Stealing Orchestra para os remisturar como fizeram no segundo disco, Sublime Massacre Corpóreo (So.Die.Music / Division House; 2002). Mas quem quer ouvir inovações no Death Metal? Aqui interessa atingir um orgasmo "porno-gore" conseguido pela falocracia do som e vaidade (do visual do disco que faz concorrência ao Fredox). Sobretudo são 15 anos de carreira a provar que se pode grunhir em português! Parabéns meus grandas javardolas!
Por fim, o disco de remisturas... Os Process of Guilt são actualmente venerados pela crítica especializada da cena Metal facção Doom / Sludge. The Circle (Bleak; 2012) é um tema do álbum anterior e é misturado neste CD por diferentes músicos como Sanford Parker, Echoes of Yul, DJ Mofo, Bosque, Sons of Bronson. Falta dizer que foi masterizado pelo grande monstro James Plotkin como manda o figurino - nos dias de hoje todos discos de Rock portugueses são "masterizados" por cromos estrangeiros, o que se suspeita a dada altura que também faz parte das manobras de marketing do "convidado especial".
Longe de completar um círculo musical - ou qualquer outro, assim me parece visto de fora - é sobretudo um exercício do que se pode fazer com um tema Doom transformando-o em algo"dronesco", Noise ou ambiental, sendo interessante as alterações da sua forma. Talvez seja um mau disco para começar a ouvir esta banda porque vamos parar a dimensões que não lhes são habituais. Este disco de misturas (como todos os de mistura aliás) é nitidamente para fãs embora não seja de todo inutil ou ofensivo à inteligência de quem os segue. Interessante apesar da sua eterna lentidão lusa...
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Futuro Primitivo at Floating World Comics (Portland, USA)
FUTURO PRIMITIVO is an art exhibiton of Portuguese comix and illustration artists, curated by Texan artist Nevada Hill and Chili Com Carne. In this show you can see the original work of 30 different artists that made Futuro Primitivo comix book, in a seminal project of mixing different strips from different artists making all together a brand new comix story.
Chili Com Carne publisher, Marcos Farrajota, stated that “PRIMITIVE FUTURE” was to be the last manifesto of the Art of Publishing and hence, he invited ALL members of the Chili Com Carne to participate in this volume!
The given theme was dystopian and post-apocalyptic Science Fiction. As an inspiration, each author was asked to choose an item from a list of some of the biggest technological creations that caused Humanity to move forward into abyss: weapons, agriculture, fire, shelter, wheel, metal, currency, printing, steam engine, electricity, nuclear power, transistor, the pill and Dolly… The comics were combined exquisite corpse style. Strips / panels/ comics were reorganized and mixed together, so that it would create a “meta-story” with the sum of all these “graphic-narrative units” of various comics.
LISTING INFORMATION:
WHO: Chili Com Carne artist collective (artists not in attendance)
WHAT: Group art exhibit
WHEN: Thursday, June 7th, 6-10pm
WHERE: Floating World Comics, 400 NW Couch St.
Art on exhibit until June 30th.
BIO INFORMATION: Founded in 1995, the Lisbon-based Chili Com Carne association is a non-lucrative young artist’s organization, whose functioning is established upon the free and spontaneous cooperation of its members. CCC favors a line of action that privileges the independence of the artist, in the context of the diversity in form and content that shapes the contemporary cultural and artistic scene. Learn more at chilicomcarne.com.
ccc@tenderete.4
Estamos representados no Tenderete, em Valência, pela distro Bolido de Fuego, esperemos que desta vez não apareça a bófia!
sábado, 2 de junho de 2012
CCCosta Oeste
Estivemos nas Caldas da Rainha no comunicar:design e este fim-de-semana (Sábado e Domingo) vamos a Peniche para o Festival MIA, onde o Rui Eduardo Paes também estará presente!
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Infecção urinária de gunaria
Ghunagangh
No Porto, apareceu esta parceria entre o Ghuna X e Rey que fazem “fusionismo” com um foco ideológico acertado para esta Era de Caos. O primeiro é um produtor de música electrónica já com quatro álbuns editados, o segundo é um rapper que lançou o ano passado o seu disco de estreia Sua alteza o vagabundo. Para rotulá-los pode-se dizer que procuram a violência punk num formato dubstep, designação que soa muito bem em papel, segundo o figurino contemporâneo, do tipo aceitável e “hip” para vender às revistas parvas de novas tendências. Mas essas publicações iriam borrar-se todas se os ouvissem. Isto não é para meninos de penteados de 100 euros! Por isso a única promoção possível é mesmo nas margens da cultura oficial!
Tintol
Uma das coisas que solta logo aos ouvidos é a voz do Rey, de sotaque nortenho sem vergonha e a usar expressões estranhas para “o resto do país”. Como ele diz: sou do Norte que sa foda Portugal. A sua voz está muito bem colocada com os instrumentais, o registo gravado inclui quase tudo o que se pode fazer com a voz enquanto instrumento: rap, gritos, sussurros, gemidos,... Rumores dizem que Rey no passado fez parte de bandas Hardcore, talvez isso explique o seu à vontade de fazer vocalizações fora da tabelinha do Hip Hop.
Negócio de Ódio
Será alguma coincidência que a estreia deste projecto começa com um tema intitulado Negócio do Ódio? É que se há uma característica comum a toda a música dita “pesada” é justamente o “ódio”. Do Punk ao Metal, do Industrial ao Hip Hop (ou deveria dizer que toda a música moderna?) é na maioria cheia de raiva, vinculando mensagens de destruição social, física e mental como se prova nas letras escatológicas de Cannibal Corpse, na auto-degradação de Kurt Kobain, já para não falar das toinices de Limp Bizkit ou as provocações de Marilyn Manson.
Guerra e Paz
Nos anos 60/70 o Rock era uma banda sonora de contestatários que de guitarra ou molotov na mão levavam porrada da bófia e sabiam perfeitamente o que pretendiam destruir do sistema. O sistema capitalista espertalhão que é, soube-se disfarçar com a Globalização, não só no seu tecido empresarial mas na forma como dissemina e controla a cultura. Ao ponto que há alguma dificuldade em perceber onde está o “inimigo”…
As letras do Rey nada têm haver com a verborreia do seu álbum de Hip Hop, conseguindo em Ghunagangh fazer letras simultaneamente simples, inteligentes e orelhudas – uma equação extremamente difícil. Figuras violentas e questões sociais aparecem nas letras de forma que se circunscrevem numa experiência de vida portuguesa real, sem fantasias anglo-saxónicas que não interessam a ninguém. O inimigo está à vista de todos: somos todos nós consumidores ociosos e irresponsáveis – com clarividência, o Rey soube identificá-lo!
Babylon arde
A codificação de tribos urbanas foi levada ao extremo na década de 80 e se hoje achamos que o Punk foi algo importantíssimo para todos os que praticam arte, na verdade o seu legado, ou melhor, a sua absorção pelo “mainstream” acabou por salvar justamente o sistema que se pretendia destruir. Não só a indústria fonográfica levantou-se como as vendas dos discos de Punk como o Punk trouxe lugares-comuns detestáveis como a (anti-?)mensagem “Sex & Violence” que se ramificou por subculturas posteriores como o Gótico, Metal, etc… Estas subculturas apesar de apontarem o inimigo (a sociedade, o Estado, Deus, etc…) tem um a maior parte das vezes um papel social nulo. Parece que só oferecem a audição de música carregada de milhares de decibéis, palavras de ordem e ruído que fodem apenas os ouvidos à malta “alternativa” e lobotomizam a acção directa! E pior, cada tribo juvenil criou complexos (e estúpidos) códigos de vestes, tipo de sons a consumir e uma rivalidade com as outras (sub) culturas.
Chibo
A geração Punk e consequentes criaram um antagonismo à geração Hippie. Diz-se que esta última “falhou” mas resta saber em quê? Porque graças às contestações desta é que passamos a trabalha menos, a ter direitos laborais, cívicos, sociais e até sexuais… Enfim, nunca o mundo esteve pior em termos de direitos humanos mas ninguém se lembra de apontar isso à geração dos anos 70!
Tudo ao soco
As “raivas” da música moderna são apenas catarses juvenis, que acabam por ser inócuas porque só servem para “mosh pits” em quem se magoa são os próprios indivíduos revoltados. Depois das descargas de adrenalina nos concertos já podem voltar à vida normal, mais calminhos e na linha no ambiente que tanto criticam. Quando Rey diz que se foda o povo (…) quero ver tudo ao soco não está a pedir para as pessoas andarem à pêra num concerto mas antes que se manifeste confusão nas ruas para acordarmos desta letargia que vive a sociedade ocidental.
Morre boi
O som do Ghuna X não anda nos passeios cósmicos do seu último disco homónimo mas produziu poderosos ritmos funcionais ao ponto que o nosso corpo não pode ficar quieto. Quando lhe dá em “beats” pesados é claro que queremos bater em alguém – de preferência em alguma tia estúpida que ao nosso lado comece a falar alto durante uma actuação ao vivo do grupo.
Disseram-me que “partiram” na noite do lançamento do disco… eu acredito porque quando os vi na sua segunda actuação às tantas da manhã no Porto, senti que tinha voltado há 17 anos quando vi os primeiros concertos dos Primitive Reason – quando estes eram bons, na formação original. A vontade de pular e cantar é tal que me sentia como um puto de vinte e tal anos.
Engana-se quem pensa que vai ver uma espécie de uma banda de EBM por causa da formação - um gajo nas máquinas e outro com microfone - dois no caso do Rey. Ghunagangh não é uma rabetice à procura de armários. O som que bomba é puro testosterona de mitra de subúrbio fodido. Esta banda não precisa de implorar por um “mosh pit” como vi montes de bandas no 15º SWR.
Estado de emergência
A música moderna é perigosa? Duvido... Talvez como toda a Arte seja perigosa quando nos faz questionar valores. Por ser um “Media” barato e de fácil acesso, conivente com “life-styles” é mais fácil ouvir música do que ler um livro ou ver um filme. A música proporciona alguma facilidade na transmissão de ideias porreiras (ou perigosas) que de outra forma os jovens iriam ignorar – nada mais saudável que ter flyers sobre vegetarianismo ou igualitarismo a caírem de um disco de Hardcore militante…
Cala boca e trabalha
As excepções em que a música moderna mostrou-se realmente conflituosa com o sistema foi com o activismo político de Fela Kuti nas suas várias acções e vicissitudes contra o governo da Nigéria, os anarco-punks Crass que eram perseguidos e investigados por tudo o que era organizações governamentais, as bandas Hardcore que fazem concertos ou discos “benefit” para causas humanitárias ou ambientais, e in extremis quando os Atari Teenage Riot tocaram no meio dos confrontos policiais no 1 de Maio de 1999 em Berlim, acabando a banda presa. Podemos ainda referir as campanhas para a câmara de S. Francisco e Londres por Jello Biafra (Dead Kennedys) e Malcom McLaren (manager dos Sex Pistols), respectivamente, ou as campanhas para Presidente da República por Manuel João Vieira (Enapá 2000), que acabam sempre em palhaçada. De resto: será que alguém me ouve quando berro?
Clube rude
Nos finais dos anos 80 surgiu uma série de bandas que praticavam o “fusionismo” de facções musicais antagónicas, falo de Urban Dance Squad ou Faith No More ou Infectious Grooves que nos relembraram que a música é algo que não merece para andarmos aos tiros uns aos outros. Se há alguém para acertar com balas é um rico filho-da-puta, um bófia (canídeo do sistema) ou uma top model - que só serve para promover a anorexia e bulimia.
Ghunagangh reúne dub, electrónica, hip hop, electro, noise e até Grindcore (sim-sim! o Morre boi é uma versão electro do You suffer dos Napalm Death!) com a mesma energia e frescura como as fusões loucas (e importantes!) de Bring tha noize dos Public Enemy com os Anthrax.
Gunaria Pesada
Ghunagangh não são “punks bestas”, a acção deles é subversiva ao ponto que a edição do disco é algo no mínimo insólita porque é um "patch" – para colocar no casaco de metaleiro arrependido, carago! Ele vem dentro de um envelope com um papel onde se encontra um código de descarga do disco em linha, mais uns autocolantes desenhados por Rudolfo e o norte-americano Mike Diana. O desenho do “patch” é de Rafael Gonçalves, a capa do “disco” e do cartaz do primeiro concerto é de Rafael Gouveia – que reforça a comparação a Primitive Reason, uma vez que este autor fazia os seus cartazes nos anos 90…
Qualquer dúvida é só ouvir em www.facamonstro.bandcamp.com/album/ghunagangh