segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Brasil XV

E voltamos sempre ao Brasil... E ao Samba, projecto de um colectivo de Brasília que acredita na fragmentação narrativa e talvez por isso que apesar de ter começado como uma revista intitulada de Samba - com três números - o projecto tem mudado de nomes para Kowalski, Mini-Samba (que já lá iremos) ou agora o Novo (2013). Este último é uma antologia menos cheia e pesada de colaborações, ficando-se o trio-editor (Gabriel Mesquita, Gabriel Goés e LTG - já nossos conhecidos no Seitan Seitan Scum) com Pedro Ivo Verçosa e Ulisses Garcez a realizarem BDs experimentais no limite das "artes plásticas", lembrando esforços de um número especial do kuš! e do Glömp e já agora do autor Dice Industries (que por sua vez tem um passado que vai até Max Ernst), para procurar novas formas de trabalhar a BD - pelos vistos não são assim tão novas como isso mas talvez esta antologia seja um importante manifesto artístico para a BD brasileira. Destaque pró trabalho de Goés e as colagens de Verçosa.


Entretanto só agora é que nos chegou às mão o Bátima (2011) de André Valente, uma deprimente BD sobre a realidade de um "looser" que trabalha num "MacMerda" de uma grande cidade mas que vai dizendo prá família no interior que está em ascenção no mundo do trabalho liberal - ah, e vai cravando dinheiro também. Uma coisa triste de uma Humanidade que faz dos filmes de super-heróis "blockbusters" quando a realidade delas é o inferno que vemos à vossa volta. O humor não entra em "besteirol", é bastante negro, roça o Chris Ware mas não há aqui cores vivas, sol nem sambinha. Valeu!

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