sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
REP no Encontro de Costas - Belo Horizonte, Brasil
A ter lugar no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais e no Espaço UFMG do Conhecimento entre os dias 28 de Fevereiro e 4 de Março, com curadoria de Marco Scarassatti, vai realizar-se em Belo Horizonte, no Brasil, a primeiríssima edição de um ciclo com características muito especiais, o Encontro de Costas: Música Improvisada de Portugal e do Brasil, parte integrante do grande evento anual da cidade, o Festival de Verão.
Oito músicos portugueses da música improvisada, que inclui Carlos "Zíngaro" irão participar em vários concertos, e ainda haverá lugar para um nono elemento do lado de Portugal que é o ensaísta e crítico Rui Eduardo Paes, divulgador do que se passa nos meios da música criativa do país das quinas e a personalidade que, segundo a organização, inspirou esta iniciativa inédita.
O autor de Bestiário Ilustríssimo e ’A’ Maiúsculo com Círculo à Volta fará a 28 de Fevereiro uma conferência sobre a panorâmica da improvisação neste lado do Atlântico. No dia seguinte, 1 de Março, dialogará com o "designer" Koji Pereira, membro de organizações como Liga Anticapitalista, Alimento e Ação e Carnaval Revolução, num debate sobre “impulsos anárquicos”.
Músico, inventor de instrumentos, investigador e docente na Faculdade de Educação da UFMG, Scarassatti interessou-se pelo que vem acontecendo nas áreas da improvisação e do experimentalismo em Portugal desde que, no início dos anos 00, teve acesso aos escritos de Paes. Depois, veio a Portugal em diversas ocasiões, tendo tido a oportunidade de conhecer músicos locais e de tocar com alguns deles, como aconteceu na edição de 2013 do MIA – Encontro de Música Improvisada de Atouguia da Baleia. Há muito que Marco Scarassatti vinha alimentando o desejo de receber uma embaixada da improvisação lusa no Brasil, o que em 2014 é finalmente possível. Como afirma sobre o convite endereçado a Paes e aos improvisadores: Se esse festival sai é por sua causa. Foi ele quem ofereceu com seus textos a cena portuguesa, foi assim que conheci essa música visceral que me toma.
Oito músicos portugueses da música improvisada, que inclui Carlos "Zíngaro" irão participar em vários concertos, e ainda haverá lugar para um nono elemento do lado de Portugal que é o ensaísta e crítico Rui Eduardo Paes, divulgador do que se passa nos meios da música criativa do país das quinas e a personalidade que, segundo a organização, inspirou esta iniciativa inédita.
O autor de Bestiário Ilustríssimo e ’A’ Maiúsculo com Círculo à Volta fará a 28 de Fevereiro uma conferência sobre a panorâmica da improvisação neste lado do Atlântico. No dia seguinte, 1 de Março, dialogará com o "designer" Koji Pereira, membro de organizações como Liga Anticapitalista, Alimento e Ação e Carnaval Revolução, num debate sobre “impulsos anárquicos”.
Músico, inventor de instrumentos, investigador e docente na Faculdade de Educação da UFMG, Scarassatti interessou-se pelo que vem acontecendo nas áreas da improvisação e do experimentalismo em Portugal desde que, no início dos anos 00, teve acesso aos escritos de Paes. Depois, veio a Portugal em diversas ocasiões, tendo tido a oportunidade de conhecer músicos locais e de tocar com alguns deles, como aconteceu na edição de 2013 do MIA – Encontro de Música Improvisada de Atouguia da Baleia. Há muito que Marco Scarassatti vinha alimentando o desejo de receber uma embaixada da improvisação lusa no Brasil, o que em 2014 é finalmente possível. Como afirma sobre o convite endereçado a Paes e aos improvisadores: Se esse festival sai é por sua causa. Foi ele quem ofereceu com seus textos a cena portuguesa, foi assim que conheci essa música visceral que me toma.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
SÃO TOMÉ, NO PALCO DOS SONHOS
Contornando a Baía de Ana Chaves pela Avenida Marginal em direcção
ao Forte de São Sebastião. Deixando para trás as ruas mais nervosas da cidade, entra-se numa zona de serviços, direcções-gerais, ministérios e quartéis que só pode
surgir como inóspita a quem tenta abrir caminho debaixo de intenso calor. O céu
está bem carregado, mas nenhum jorro de chuva se abate sobre o rebordo litoral
da ilha de São Tomé. Algures por aqui, à direita, a CACAU — ou Casa das
Artes, Criação, Ambiente, Utopias. Tem que se abandonar o curso da avenida e
entrar por um recinto de terra batida nas traseiras do qual se ergue o pavilhão
que alberga a sétima Bienal Internacional de São Tomé e Príncipe (BIS),
organizada pelo chefe de cozinha, jornalista, artista plástico, patrão de roça
e conselheiro de estado João Carlos Silva, personalidade emblemática do
arquipélago.
Pela CACAU têm passado, desde Novembro último, diversas obras de
pintura, fotografia, desenho, escultura, serigrafia e vídeo, exibidas segundo
um esquema rotativo que deixa algumas delas em fila de espera nas zonas
limítrofes do espaço de exposição. Na segunda semana de Fevereiro de 2014, a
amostra incluía, para além de duas serigrafias de Warhol retratando Muhammad
Ali, uma porção de trabalhos de artistas angolanos, sul-africanos, nigerianos,
são-tomenses ou portugueses. Por exemplo, a divertida sequência fotográfica Diary of a Victorian Dandy (1998), do
britânico-nigeriano Yinka Shonibare, encenação de um dia na vida de um suposto
diletante personificado pelo próprio artista, onde o tom da pele é o pormenor
que destoa face às demais figuras, adereços e cenários; e os espectros do
Tchiloli — espécie de teatro de rua que reconstitui a tragédia de Carlos Magno,
em pleno mato equatorial, diante de uma audiência de vivos e mortos — pairando
sobre a obra dos criadores são-tomenses, em particular René Tavares.
René Tavares, Two Lives, Tchiloli (2013) |
René Tavares, Inspired by Tchiloli History (2013) |
Mas a CACAU é também lugar de sons e sabores, servindo refeições a
preço módico e oferecendo concertos a partir do meio da semana. Nas noites de
quarta-feira, o público tem a oportunidade de mostrar os seus dons, contando
com o suporte instrumental da banda residente. Alguns dos que se atrevem a
subir ao palco possuem já algum traquejo, como certo rapaz negro com o cabelo
em crista e grandes óculos de armação verde e alça prateada. Quem o conhece
di-lo proveniente dos arredores mais desfavorecidos da capital, mas o que salta
à vista é o facto de ele ter chegado à CACAU acompanhado de duas mulheres brancas,
de aparência francesa ou alemã, cada qual com mais de sessenta anos, e que assistem
da mesa à sua actuação. Em redor circula a hipótese de se tratar de um casal
lésbico em missão de turismo sexual (ou bissexual), tendo em conta as trocas de
carícias verificadas momentos antes entre o jovem são-tomense e uma das
mulheres. O rapaz, esse, parece não ter nada a esconder. Interpreta um tema de kuduro cujo refrão é taxativo e convida
a pôr de parte apreciações demasiado moralistas da comercialização do sexo, bem
como divisões estanques entre predadores e presas sobrepostas às inevitáveis assimetrias
económicas. «Eu quero casar / Eu vou casar contigo», diz o puto, e pede o apoio
da assistência enquanto olha na direcção da sua eleita. O resto da letra contém
alusões explícitas à necessidade de comprar roupa e sapatos. O desígnio é,
portanto, claro e condiz com o que, em certas paragens turísticas igualmente marcadas
pela pobreza, vem sendo praticado como forma de amealhar algum pecúlio e viajar
para um mundo de consumo sofisticado que permanece, por ora, mais distante. Para
quem faz parte desse mundo e, saciado de tecnocracia europeia, se deslumbra com
os tesouros naturais de São Tomé e Príncipe, o programa afigurar-se-á
desesperado e aviltante. Só que esta visão acaba por retirar ao outro, já de si
depauperado, a liberdade de escolher os meios para atingir os seus fins. Na
CACAU, o palco é aberto. O próximo artista dá pelo nome de “Bill Clinton”: é
mais um jovem ilhéu relativamente produzido, cabelo pintado de amarelo e calças
vermelhas, a quem faltará, por ora, o par ideal. Mas ei-lo lançando a rede, com
uma versão lenta de «O bicho», de Iran Costa…
Ligações
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Festival Rescaldo (Inauguração + QCDA #1000)
fotografias: Filipe Dobreira
Confesso que passei um serão agradável, metade submersa na leitura do QCDA #1000 - uma estreia para mim, impactante em todos os sentidos - e a outra metade deliciada a rever caras. Muito obrigado a todos os que apareceram e que fizeram a inauguração possível!
sábado, 22 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
ccc@rescaldo.2014
Como já é tradição, juntamo-nos ao Festival Rescaldo para divulgar Banda Desenhada a um público de verdadeiros melómanos! E assim sendo, a exposição na Trem Azul deste ano fica a encargo da Amanda Baeza e aproveitando o facto do ano passado ter sido o Zé Burnay o contemplado com a exposição lançaremos também o GRANDA/comix/ZINE QCDA #1000! Vamos lá por partes!
Dia 20 de Fevereiro começa o Festival Rescaldo (que infelizmente, este ano, devido a problemas burocráticos da Trem Azul, o concerto de abertura do festival será na Galeria ZDB), às 17h30 na TREM AZUL, com a inauguração da exposição de Amanda Baeza (1990), autora que cresceu em dois hemisférios diferentes acabando por se estabelecer em Lisboa, onde obteve uma licenciatura em design gráfico. Faz o zine Mr. Spoqui com os seus irmãos. BD e ilustração fazem parte da sua dieta actual, tendo já publicado quatro livros, um na Letónia e os outros em Espanha. A sua estreia em Portugal será na antologia Zona de Desconforto, terceiro volume da colecção LowCCCost da Chili Com Carne, a lançar em Março.
Justamente por esse volume dessa colecção de livros de viagem «para quem gostar de viajar de forma económica» não estar pronto para o Rescaldo, aproveitamos para lançar nesse mesmo dia e mesma hora, o QCDA #1000, um livro de tamanho grande cheia de badalhoquice Pop/Metal realizada pelos "quatro chavalos do aPOPcalipse", Rudolfo, André Pereira, Zé Burnay e Afonso Ferreira. Sendo o Rudolfo dos arredores do Porto, contamos apenas com a presença dos outros três "chavalos".
Sabemos que está a chover muito mas há aqui programa para sair!
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
ZONA de DESCONFORTO / a capa de João Fazenda vai a votos?
Duas opções para a capa do livro, por João Fazenda |
Queremos no próximo volume, para já intitulado de Zona de Desconforto, juntar as experiências dos nossos autores de BD no estrangeiro enquanto estudantes ou trabalhadores. Muitos têm ido estudar graças a programas universitários como o Erasmus ou através de outras bolsas institucionais. Outros têm ido para fora trabalhar ou porque não encontram estímulos para a sua criatividade num país periférico e atrasado como o nosso, ou porque tiveram mesmo de procurar emprego para sobreviver, como infelizmente um filho-da-puta do actual governo proferiu recentemente, que "o melhor que os jovens portugueses tinham a fazer era emigrar". O que poderia ser uma abstracção ou uma demagogia bizarra tornou-se uma realidade e nem todos voltaram ou voltarão a este canto europeu...
O que se quer desta antologia? Da mesma forma que nos outros volumes se contam episódios no estrangeiro, neste volume tanto podem ser relatadas situações leves (piadas de choque cultural - tipo: "os ingleses metem ketchup em tudo") como reflexões mais profundas e intimistas - indo ao extremo de um manifesto político, caso achem necessário.
O que interessa é que sejam relatos na primeira pessoa, vividos pelos próprios (autobiografia) ou pela observação de terceiros (reportagem, jornalismo,...) sem que, no entanto, o estilo pessoal de cada um seja prejudicado, mantendo a característica "chili com carne" das nossas antologias. A prioridade de publicação irá recair sobre "quem esteve lá" mas aceita-se também que os autores de BD da Chili Com Carne desenhem histórias de outras pessoas que conheçam que estão / estiveram no estrangeiro.
Este volume vai ter o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude e do Festival Alt Com (Malmö, Suécia), este último com o objectivo de realizar uma exposição no festival com a presença de alguns autores, em 2014.
André Coelho |
Autores que participam: Christina Casnellie (Holanda 2006), Ondina Pires (Londres 2008-10), Daniel Lopes (Brasil 2013), Tiago Baptista (Berlim 2013), José Smith Vargas (Holanda 2007), Amanda Baeza (Bilbao 2010), Francisco Sousa Lobo (Londres 2010-13), André Coelho (Barcelona 2006), David Campos (Cap Skirring 2007) e Júlia Tovar (Buenos Aires 2013).
Agradecimento especial a Begoña Claveria (Espanha) que fez uma radiografia a Portugal (2009 até ao presente) mas que fica fora do âmbito desta antologia a ser lançada no final do ano.
Serão 144 p. de muita boa BD!!!
ISBN: 978-989-8363-25-1
Design : Joana Pires
Editor: Marcos Farrajota
Capa: João Fazenda
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Paul Gravett impressionado com o Defunto!
O activista britânico Paul Gravett fala neste programa / podcast sobre o Desenhador Defunto de Francisco Sousa Lobo.
Lá para o fim do programa, perguntam-lhe o que tem na mesinha de cabeceira: I'm reading The Dying Draughtsman, by Francisco Sousa Lobo. I got it in Gosh. It's this really interesting Portuguese artist... It's really interesting, philosophical, experimental... I seen so many comics, it's very hard to be surprised... Comics, if you look around enough, can be an inexhaustible source...
Obrigado! Rumores correm que Gravett virá visitar o Festival de Beja deste ano.
Lá para o fim do programa, perguntam-lhe o que tem na mesinha de cabeceira: I'm reading The Dying Draughtsman, by Francisco Sousa Lobo. I got it in Gosh. It's this really interesting Portuguese artist... It's really interesting, philosophical, experimental... I seen so many comics, it's very hard to be surprised... Comics, if you look around enough, can be an inexhaustible source...
Obrigado! Rumores correm que Gravett virá visitar o Festival de Beja deste ano.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Já temos o guito!
A Jarboe esteve cá no ano passado e recordarmos que no ano anterior a Thisco lançou uma caixa especial com um mini-CD - daquelas rodelas minúsculas que não dá para enfiar nos Macs e que só tem 20 minutos de música! E é o caso mas são 20 minutos intensos de mantra telúrico vindo desta vocalista, conhecida por ter sido membro dos emblemáticos Swans, que é aqui acompanhada por uma guitarra "dronesca" e elementos concretos. O tema (e nome da caixa) é Money e tem ainda a colaboração de Baleyyg, um guitarrista na área do Avantguarde Metal. Esta não é a primeira vez que a Thisco nos presenteia com faixas inéditas desta reconhecida artista neste periférico país - aposto que que a edição irá esgotar mas com clientes do EUA, Inglaterra, Japão, etc... Quando um português se lembrar de adquirir uma cópia terá de ir ao e-bay pagar muitos Dollars!