Quando a revista sueca Det Grymma Svärdet (Lystring; 2013) decidiu fazer o número 16 em formato k7, ou seja, com música, o humor negro seco sueco manteve-se como marca registrada da publicação, só mudou a forma de o expor. Pelos vistos veio ao de cima a ideia de gozar com as compilações Noise dos White House e a sua editora Susan Lawly, que se dedicavam à "música extrema" (Noise) produzida em África, na Rússia e por mulheres. Música extrema da Suécia poderia ser o quê? Que tal gaijas a fazerem noise e afins? E invés de ter as "pin-ups de bonecas partidas" do Trevor Brown que tal ter antes gajos nesse mesmo fetichismo médico? E mais umas fotos de homens de boxeurs e perucas parvas?
A k7 de plástico vermelho é metida numa caixa a lembrar as de cartuchos de jogos de computador e dá nas vistas, especialmente pela provocação gráfica. Passado 20 anos desde essas compilações pela Susan Lawly, realmente a nossa cultura evoluiu e diversificou as suas propostas estéticas... A música da k7 é mais experimental do que Noise, mais electrónica - que nos dias de hoje podemos encontrar em Portugal com a grande Jejuno, por exemplo - sendo as faixas com mais presença as de Miriam Kaukosalo (vozes processadas) e Yo Ameba (Noise na linha de Pan sonic).
No número anterior também havia uma k7, Summercamp 2013, a acompanhar a revista editada em modo normal (formato livro), dedicada a Lisa Carver / Suckdog. Colectânea de vários músicos, não-músicos, artistas e "pranksters" (pelos vistos os "snobs" de Estocolmo prestam-se a isso) a celebraram aquela que será das poucas mulheres que praticou cultura de choque antes desta ficar institucionalizada ao ponto de até se conseguir eleger um presidente dos EUA como o "trompas"... Lisa fez (punk?)rock perigoso, ao ponto da Courtney Love parecer uma corista virgem de igreja. Também é sabido que levou nas trombas do porco nazi do Boyd Rice e talvez tenha dado nas trombas no javardo do Costes... Não que fantasie com nada disto.
A k7 junta temas de ou dedicadas a Carver, tipo Pop indie feminino frágil com sabor agridoce a violência doméstica ao gajo a contar piadas porcas em sueco com risos enlatados. Não convence para ir aprender a língua de Pär Lagerkvist, no entanto parece que todos devem ter-se divertido neste projecto e isso é transmitido mesmo para os não-suecos.
O não-gaja-mas-doido-o-suficiente-para-assinar-como-tal Melanie is Demented lançou em Outubro o seu novo álbum, We split up searching for you. Lançar é quem diz porque falamos de ficheiros em linha para o Spotify - e sim esta coisa ao lado é a "capa"...
O que distingue dos outros discos anteriores é que é mais "poppy" e "fácil" ao mesmo tempo que é mais intimista. Segundo o músico, em troca de e-mails pessoais, disse-me que as tournês que tem feito incluindo a nossa Ibérica, impressionaram-no (não sei como ao certo) mas que isso justifica as músicas novas terem sido compostas para serem mais fáceis de tocar ao vivo. São realmente menos "estúdio", topa-se desde a primeira audição...
Simplicidade não significa parvoíce e MiD continua a ser um génio Pop/Rock capaz de "earworms" que não nos irritam ao contrário das putas da Rádio Comercial, por exemplo. Mago que tritura tudo do que foi feito nos espectros Rock, Electro e Hip Hop, MiD cria o seu melodrama sonoro muito próprio, tal como uns Blur ou David Bowie. Tanto que o que se pode dizer de A psychiatrist why? Raggamuffin de/para alienados? Espero que chegue ao Top 10 em qualquer lado...
Já agora e porque se falou de putas, eis uma música para as Três Grandes Putas que alinharam em dar prémios à Disney:
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