sábado, 23 de setembro de 2017
Não pula
O Terceiro Corno (A Giant Fern; 2017) é a segunda k7 dos Zarabatana, onde a surpresa diluí-se e a entidade se mistura com outro projecto - culpa de Bernardo Alves que abriu a boca com neo-primitivismos que se conheceram em Alförjs. Estes lançaram antes de Zarabatana, também o seu segundo registo, em CD, Demons I pela Shhpuma - mais uma vez, há editora portuguesa mais atenta que esta? Não deveria ter começado por escrever sobre Alförjs então? Não sei, andei a adiar estas resenhas porque não estou inteiramente feliz com estes "segundos difíceis discos" comparando com os de estreias.
O Corno parece manso e os "Demónios" muito curtos, há repetições de territórios mapeados nos primeiros discos e basta o Alves abrir a boca em Zarabatana para achar que me enganei no disco. Que tal fazer uma super-banda? O Quinteto Zarabörjs?
Apesar desse pormenor irritante é de destacar a gravação ao ar livre nas matas de Sintra pelos Zarabatana, sentindo-se algo realmente "free" no registo. Sei que fui contaminado pelo video "making of" mas desde que comecei a ouvir o "disco" em "download" (invés da k7) sabia que havia algo de estranho no som da gravação. O som límpido do digital permite perceber de que se trata de uma bela de uma bofetada para muita gente que perde tempo e dinheiro em estúdios! Muito bom!
O tema Ajuba do Demons I quase que faz o disco, é totalmente voodoo crazy, uma bomba! Acho que vou meter o LP dos Macumbas à venda que não bate tanto como estes demónios do Sul... De resto, soa a pouco o CD mas o pior é o artwork do CD que é uma valente cagada, nem percebo porque raios o Travassos deixou isto passar... Estavam a pensar para o formato grande de um LP!? Pois, pois, erros destes havia nos anos 90! Estamos em 2017, pessoal, por favor...
Quanto a Zarabatana houve uma mudança visual da capa da primeira k7 prá esta segunda com uma imagem mais identificável com a África negra. É bem sacada mas prefiro o aspecto mais "abstracto" da primeira k7 justamente para não colocar a música em continente algum. Entretanto no bandcamp mudaram a capa da primeira k7, muito parecida com a segunda, temos Estalinismo a limpar o passado!?
Apesar dos pecadilhos de quem não sabe a bela arte de editar (oh oh oh), ainda assim estas bandas são da melhor música que se faz em Lisboa.
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