quinta-feira, 22 de novembro de 2018
terça-feira, 20 de novembro de 2018
Amadora é o nosso Brasil? (uma carta aberta)
7/11/18
Ex.mos. Dra Carla Tavares, Dr. José Marques e Dr. Nelson Dona:
A Associação Chili Com Carne vem por este meio apresentar uma reclamação pela forma como os seus autores foram maltratados nos pretensos Prémios Nacionais de BD deste ano. Sucederam-se as seguintes situações:
- Como é tradição em todos os eventos do Festival de BD da Amadora, o Júri dos ditos prémios é constituído por cinco elementos, sendo um deles o autor que tenha recebido o prémio principal – Melhor Álbum - do ano anterior. Este ano, o autor Francisco Sousa Lobo (vencedor de três prémios do ano passado: Melhor Álbum, Melhor Argumento e Melhor Álbum em Língua Estrangeira), deveria estar incluído no Júri. No entanto, foi afastado, substituído por outro autor (vencedor do Melhor Álbum de Humor), sem que Sousa Lobo tenha sido avisado do seu afastamento e substituição. Segundo o mesmo nos transmitiu: Na primeira reunião que tive com a Amadora disseram-me que eu seria parte integrante do júri. Que depois logo se veria a logística de me fazer chegar livros, etc. Perguntei ao Nelson Dona se sempre faria parte do júri, dias antes do festival começar, por email, e o Nelson não respondeu. Tinham mudado de ideias mas sem me avisar…
- O livro Lá fora com os Fofinhos / Outside with the cuties de Mariana Pita, co-editado por nós e pelo O Panda Gordo foi colocado nas nomeações de Melhor Fanzine com a seguinte designação: “Improvized Zine 1.5”, editado por Marcos Farrajota, Chili com Carne (in https://pt-pt.facebook.com/amadorabd, post de 2 Novembro, 19:51). Até hoje ainda não percebemos como foram buscar esta informação ao livro! Lá fora com os fofinhos é nitidamente um livro que compila BDs várias da autora impressas em fanzines e outros suportes, é um título da mesma colecção que o Festival já premiou no passado, a saber: Revisão: Bandas Desenhadas dos anos 70 (há 2 anos – Melhor Clássico) e Bruma (no ano passado – Melhor Desenho) de Amanda Baeza. Assim sendo, o Júri (ou quem faz a pré-selecção: uma caixa negra de informação sem acesso público) descrimina uma autora e o seu trabalho, impedindo que este pudesse concorrer com os outros livros e autores.
- O mesmo acontece com a revista Pentângulo #1, editado por nós e a escola Ar.Co., também colocado na nomeação de Melhor Fanzine, quando se trata de uma antologia profissionalmente editada com trabalhos de alunos, ex-alunos e professores desta instituição – entre eles: Francisco Sousa Lobo e Amanda Baeza que premiaram no ano passado. Outra vez podemos falar de descriminação aos participantes deste projecto.
- Na nomeação do Melhor Argumento não é referido Pato Bravo que é co-autor com Xavier Almeida do livro Santa Camarão. Um desleixo de quem não lê o que nomeia? Talvez mas o facto é que no Sábado de manhã, do dia 3 de Novembro, às 11h, veio ao nosso stand o sr. Hugo Valente perguntar para eu verificar erros nas nomeações – e cito de memória: para não acontecer como o ano passado em que a autora Amanda Baeza apareceu como “Amando” Baeza. Emendei os erros e chamei a atenção para nada…
- De forma desinteressada este ano oferecemos uma série de fanzines para que o Júri (ou a organização do Festival) tomasse conhecimento destas publicações amadoras de difícil acesso. Pelo que percebemos, foram completamente ignoradas e colocadas nas vitrines da exposição “Ano Editorial” sem que tenham podido ter apreciadas pelo Júri, mais uma vez discriminando novos autores e editores – os mesmo que se queixam que a BD Amadora não liga às novas gerações e tendências. Para contrariar esse pensamento oferecemos várias publicações mas de nada serviu…
Depois descobrimos de onde vinha o estranho título! Vem da legenda em inglês de o nome da BD "Zone ao Improvizo 1.5" (inédita) de Pita no livro Lá fora com os fofinhos |
Que fique claro que estas reclamações não se devem ao facto de não termos ganho nenhum prémio deste ano. Só concorremos uma vez na nossa existência, em 1997, aos prémios da BD Amadora. O resultado desgostoso e injusto fez-nos ignorar os vossos prémios durante décadas. Até que em 2014 começaram-nos a premiar por sugestão do Júri. Nunca concorremos mas insistiram em dar-nos prémios, que pessoalmente nunca os fui levantar na vossa sessão de entrega. Agradecemos pelo eco que os prémios trazem a nível comercial e mediático. No entanto, não podemos permitir que nos usem de forma negativa como aconteceu este ano:
1 – segregando os autores, como o caso da Mariana Pita e dezenas de autores do Pentângulo. No primeiro caso, o mais grave, o seu livro nem foi descrito como deve ser,nem foi nomeado na categoria correcta, perdendo a oportunidade de concorrer com os outros autores e obras. No segundo caso também não nomeando em nenhuma categoria correcta - o que não impediu de colocar um trabalho de uma outra antologia (termo com que identificamos a Pentângulo #1) nos prémios e que acabou por vencer (Melhor Argumento);
2 - instrumentalizando os prémios por motivos de programação do ano seguinte. Esta acusação não será injusta porque nem o processo de selecção das obras nem do próprio Júri é transparente – como aconteceu com Francisco Sousa Lobo, que até hoje não obteve resposta quando perguntou quando iria votar. Que aconteça em iniciativas privadas pode ser infeliz. Grave é quando a origem provém de uma instituição pública que oferece “prémios nacionais”.
Lamentamos ter achado que nestes últimos quatro anos que a BD Amadora tivesse evoluído ao sabor dos novos tempos e tendências. Os resultados deste ano mostram que não. Isto será sempre discutível e podemos ser tomados de arrogantes com estas afirmações. Que seja. Até poderíamos respeitar que o Júri vote em anacronismos. O problema é vosso… Mas se insistem em atribuir prémios “nacionais” tendo no vosso Júri o próprio programador e director do festival, que não está isento dos seus próprios interesses de programação do ano seguinte, então tenham a dignidade de voltarem a chamarem os prémios de “Zé Pacóvio e Grilinho”, designação mais adequado a uma iniciativa municipal.
Queremos que
- O título do livro da Mariana Pita seja colocado de forma correcta nos vossos meios oficiais, advertindo que a Organização do Festival e o Júri erraram no título, nome da autoria, da edição e na nomeação de categoria;
- Pedido de desculpas público aos prejudicados: nomeadamente à autora Mariana Pita, ao autor Pato Bravo, aos autores participantes da Pentângulo #1 e aos editores Ar.Co., Chili Com Carne e O Panda Gordo;
- E que seja justificada publicamente o afastamento silencioso de Francisco Sousa Lobo, o vosso autor principal deste ano, tão premiado no ano passado e tão ignorado pela vossa organização.
E por falar nisso, já reclamamos ao Dr. Nelson Dona e algumas pessoas que integraram o Júri (o autor Álvaro e a jornalista Sílvia Silva) e Comissários da exposição “Ano Editorial” (Pedro Moura e Sílvia Silva) dos quais não nos chegou nenhuma resposta satisfatória. Da BD Amadora, houve silêncio total. Do Júri, uma resposta vaga de Sílvia Silva. Dos comissários, a concordância de Pedro Moura de que não faz sentido as nomeações que deram ao Melhor Fanzine, havendo outro material disponível. Não chega, Pedro Moura foi apenas comissário da exposição “Ano Editorial”. Por desespero restou-nos enviar esta carta e fazer estes pedidos razoáveis, dado aos erros que cometeram, à vossa falta de rigor e sobretudo ao silêncio obscuro da vossa organização.
Com os melhores cumprimentos,
Marcos Farrajota
Presidente da Direcção da Associação Chili Com Carne
sábado, 17 de novembro de 2018
Fotos do tombo
fotos de Nuno Neves - muchas gracias! |
Deserto / Nuvem na exposição de Prémio Design de Livro 2018 - patente até ao final do ano na Torre do Tombo. Autoria de Francisco Sousa Lobo. Design de Joana Pires. O livro segue para concursos internacionais.
domingo, 11 de novembro de 2018
ccc@BD.amadora.2018
cartaz de Francisco Sousa Lobo c/ intervenção de Barbara Says... |
10 Novembro HÁ visita guiada à exposição de Amanda Baeza, às 17h + apresentação de Nódoa Negra, às 18h30 + sessão de autógrafos de Mosi, Sílvia Rodrigues, Cecília Silveira, Bárbara Lopes e Inês Cóias, às 19h
Entretanto, ficam aqui fotos ligadas ao Francisco Sousa Lobo que esteve presente no primeiro fim-de-semana:
sábado, 10 de novembro de 2018
It’s no longer I that liveth -:-:-:- SOLD OUT / ESGOTADO
It’s no longer I that liveth
by
Franciso Sousa Lobo
published by Mundo Fantasma and Associação Chili Com Carne
maybe there's still copies at Mundo Fantasma (Porto), Editions Trip stands (Canada), Quimby's (Chicago) and Le Bal des Ardents (Lyon)
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303 limited edition
88 pages 15,5x21,5cm
layout by Sofia Neto
this book was produced in Risograph on Munken Pure paper with 130g and 240g for the cover, which was laminated with ‘velvet’ plastic, the binding and finishing were made in Litogaia printing house
.
It's no longer I that liveth is a book about being thirteen years old in 1986. It portrays the life of Francisco Ferreira. It is set between Lisbon and Évora. Francisco Ferreira is at the worst of ages. He is at an age when the God of childhood is already dead, and no new God has come to replace him. An age when you no longer play and you don't have true friends yet. A nihilistic age. An age without anything. Nevertheless, Ferreira uncovers something, attaches himself to something.
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Mundo Fantasma disclaimer: The underlying technology of the Risograph permits ink to pass into the voids of a very fragile perforated master. The Risograph produces work with an intensity close to that of silkscreen. Small misprints are common, and so is some smudging and variation between proofs, thus making each published book a single, stand-alone object. Our editions are quite small, normally in duotone and produced on site. These editions also include illustrated prints and other memorabilia. Some proofs are signed by the authors.
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It’s no longer I that liveth
por
Franciso Sousa Lobo
co-editado pela loja/galeria Mundo Fantasma (no âmbito da exposição homónima do ano passado) e pela Associação Chili Com Carne
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limitado a 303 exemplares
88 p. 15,5x21,5cm
layout por Sofia Neto
Este livro foi impresso em Risografia em papel Munken Pure de 130g para o miolo e 240g para a capa que foi plastificada com plástico “veludo”. O acabamento foi realizado na Litogaia.
It's no longer I that liveth é um livro sobre ter treze anos em 1986. Relata alguns meses na vida de Francisco Ferreira, entre a região de Lisboa e Évora. Francisco Ferreira tem a pior das idades. Uma idade em que o Deus da infância já não existe e não há ainda outro Deus que o substitua. Uma idade em que já não se brinca e ainda não se tem amigos verdadeiros. Uma idade niilista. Uma idade sem nada. Mesmo assim Ferreira descobre qualquer coisa, agarra-se a qualquer coisa.
Sobre a Risografia e as edições da Mundo Fantasma: a risografia faz passar a tinta para o papel através de um "master" perfurado muito frágil, produzindo resultados quase com a intensidade da serigrafia. São comuns pequenos erros de impressão, alguma sujidade e variações entre cada exemplar, tornando cada livro editado desta forma, um objecto único. As nossas edições são muito limitadas, habitualmente a duas cores e produzidas dentro de portas. Incluem geralmente estampas ilustradas e outra memorabilia. Alguns exemplares estão assinados pelos autores.
FEEDBACK:
Os textos dele lembram-me muito alguns livros do James Joyce!
Goran Titol
Menos do que um Bildungsroman, It's No Longer That I Liveth é uma demolição da personalidade, uma mortificação, para nela tentar ver se existe alguma fagulha ainda sobrevivente...
Lobo uses more often than not very regular page compositions, with strict grids or simple panel divisions, and within the panels he explores many non-naturalistic approaches. His characters are constructed with minimalist, thick black loose lines. The backgrounds can appear with a few details, but they’re quite often reduced to landscapes and interiors straight out of a Donald Judd catalogue. Printed in Risograph in black and yellow, this book continues the artist’s usual work in two colors. It would be tempting to color-code each title, perhaps finding in this yellow, at one time, the bright, disseminated sunlight of the Summer in Alentejo, in Southern Portugal, a blinding inner light that comes from God and which confronts Francisco with the possibility of the end of his own faith in it, but it is also possible that these are somewhat abusive interpretations. In any case, yellow reinforces the reduced, flattened dimensionality of the visual field.
Prémio Nacional para Melhor Álbum de autor português em língua estrangeira pela BD Amadora 2017
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
Kassumai / ESGOTADO
segundo volume da colecção LowCCCost - porque é realmente barato viajar lendo estes livros de viagens. Depois de uma "Boring Europa", a Associação Chili Com Carne, edita agora uma experiência mais excitante e exótica na Guiné-Bissau pela mão de David Campos
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Kassumai (saudação Felupe)
uma palavra para designar: Liberdade, Paz e Felicidade...
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3 companheiros / 6 meses numa O.N.G. / 30 e muitas etnias / 1 nova grande família / milhões de sorrisos / muitas tabancas e estradinhas de areia...
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116p. 23x16,5 cm impressas a castanho escuro, capa em cartolina com badanas;
ISBN: 978-989-8363-16-9
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pode ser que ainda apanhem algum exemplar na Matéria Prima, Palavra de Viajante, Mundo Fantasma, ZDB, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristovão), BdMania, Utopia, Mundo Fantasma, LAC, Luar (Maputo) e Black Mamba.
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3 companheiros / 6 meses numa O.N.G. / 30 e muitas etnias / 1 nova grande família / milhões de sorrisos / muitas tabancas e estradinhas de areia...
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116p. 23x16,5 cm impressas a castanho escuro, capa em cartolina com badanas;
ISBN: 978-989-8363-16-9
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pode ser que ainda apanhem algum exemplar na Matéria Prima, Palavra de Viajante, Mundo Fantasma, ZDB, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristovão), BdMania, Utopia, Mundo Fantasma, LAC, Luar (Maputo) e Black Mamba.
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sobre o livro: David Campos visitou a Guiné-Bissau entre Novembro de 2006 e Maio de 2007 no âmbito de um projecto de apoio à população de S. Domingos, numa parceria entre uma O.N.G., a Acção para o Desenvolvimento, e a Câmara Municipal do Montijo. Durante a sua estadia apaixonou-se pelas pessoas que conheceu e este livro, mais que um relato de viagens neste país africano, é um diário fragmentado de vivências e contactos humanos feitos pelo autor entre o seu trabalho como voluntário e os seus tempos livres.
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O autor nasceu em 1979 em Medons La Florett (França) mas veio para Portugal aos 4 anos, crescendo no Montijo. Tirou o curso de Formação Profissional de Desenho Animado (ETIC) e também o de Escrita para Multimédia e Audiovisuais, e na Ar.Co o curso de Ilustração e BD. Trabalhou em Cinema de Animação, têm editado alguns fanzines e participado em algumas antologias da Associação Chili Com Carne, nomeadamente Destruição ou bandas desenhadas sobre como foi horrível viver entre 2001 e 2010 e Futuro Primitivo.
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Edição apoiada pelo IPDJ
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historial: lançado no dia 22 de Março na Livraria Sá da Costa ... no mesmo dia: exposição + festa com no Adufe Bar ... reportagem na RTP Internacional / programa Rumos ... exposição de originais no Festival de BD de Beja, 1 a 16 de Junho 2013 ... Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal ... apresentação no DOC LISBOA 2013 ... Seleccionado por Pedro Moura como um dos cinco dos melhores livros portugueses de BD (2013) no site de Paul Gravett ... exposição de originais na BD Amadora 2015 ...
...
feedback:
está muito fixe (...) surpreendeu-me muito tanto ao nivel do desenho como ao nivel de texto. Parece-me agora muito mais fluido e natural (talvez por ser autobiográfico?).
André Coelho (via e-mail)
...
Campos não parece interessar propriamente o registo jornalístico ou de literatura de viagens, as quais quase obrigariam à procura do exotismo, a uma permanente tensão entre um “eu” (“nós”) e um “eles”, mas antes essa escrita diarística que abraça desde logo o interrelacionamento humano. Até podemos mesmo dizer que este livro é uma forma de demonstrar como a banda desenhada, se entendida (somente, redutoramente) como meio de comunicação, ela pode adaptar-se a todas e quaisquer expressões.
Pedro Moura in Ler BD
...
Curti dos livros, só não gostei de um: aquele da viagem Bla bla bla previsível ah e tal que experiencia magnifica bla bla bla e o camandro
Rattus (Albert Fish) via e-mail
...
é um livro muito interessante, captando instantes do percurso pessoal do autor à medida que se adapta a um país pobre, muito mais estranho do que aquilo que contava. (...) sendo um bela iniciativa de uma editora fundamental (...) Sente-se algum pudor, mas a verdade é que o livro não se liberta de uma visão pessoal (a todos os níveis), e é pena, porque se trata de um excelente ponto de partida, e o estilo do autor (entre o fotográfico e o esboço) é particularmente eficaz a retratar as distorções que a memória faz no real.
João Ramalho Santos in JL
...
Nomeado para Melhor Publicação Nacional dos Troféus Central Comics 2014
...
Acho que a cooperação portuguesa devia distribuir um exemplar de Kassumai a todo e qualquer cooperante que partisse para África, tão intensa é esta generosidade, tão autêntica foi esta dádiva, tão festiva é toda esta experiência realçada por um desenho ingénuo, franco e leal, como leal é a amizade que ele estabeleceu com aquele chão felupe, sabe-se lá se para todo o sempre.
Luís Graça & Camaradas da Guiné
...
Rememorar momentos da sua própria vida é uma tendência comum a escritores e a autores de BD em especial. (...) Na novela gráfica Kassumai (...) Assistimos, graças às imagens realistas que David desenha - muitas delas com subtil apoio fotográfico - a sequência de momentos que desenha e escreve, desde confissões inesperadas (algo como "vou acabar de ler os Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez e passar a usar o livro para o pôr em cima dos desenhos quando quero digitalizá-los"), ou análises amargas das realidades que enfrenta naquele país, onde o trabalho duro é executado maioritariamente por mulheres e crianças. David Campos inclui-se como personagem na participação das situações ou, no mínimo, como observador. É uma obra que se sente prenhe de emotividade perante uma realidade tão dura, que claramente se imprime na sensibilidade de um observador jovem e sensível ao registar literária e imageticamente vários momentos marcantes da sua imersão, mesmo que apenas durante cerca de sete meses, num contexto social e humano com aspectos de desigualdade gritantes.
Geraldes Lino
...
Durante a sua estadia apaixonou-se pelas pessoas que conheceu e este livro, mais que um relato de viagens neste país africano, é um diário fragmentado de vivências e contactos humanos feitos pelo autor entre o seu trabalho como voluntário e os seus tempos livres. É possível acompanhar o percurso do autor e a voz pessoal com que narra esta viagem, ficando deste modo registada a sua visão do que restou da memória e das fotografias capturadas.
Nuno Sousa
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Edição apoiada pelo IPDJ
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historial: lançado no dia 22 de Março na Livraria Sá da Costa ... no mesmo dia: exposição + festa com no Adufe Bar ... reportagem na RTP Internacional / programa Rumos ... exposição de originais no Festival de BD de Beja, 1 a 16 de Junho 2013 ... Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal ... apresentação no DOC LISBOA 2013 ... Seleccionado por Pedro Moura como um dos cinco dos melhores livros portugueses de BD (2013) no site de Paul Gravett ... exposição de originais na BD Amadora 2015 ...
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feedback:
está muito fixe (...) surpreendeu-me muito tanto ao nivel do desenho como ao nivel de texto. Parece-me agora muito mais fluido e natural (talvez por ser autobiográfico?).
André Coelho (via e-mail)
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Campos não parece interessar propriamente o registo jornalístico ou de literatura de viagens, as quais quase obrigariam à procura do exotismo, a uma permanente tensão entre um “eu” (“nós”) e um “eles”, mas antes essa escrita diarística que abraça desde logo o interrelacionamento humano. Até podemos mesmo dizer que este livro é uma forma de demonstrar como a banda desenhada, se entendida (somente, redutoramente) como meio de comunicação, ela pode adaptar-se a todas e quaisquer expressões.
Pedro Moura in Ler BD
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Curti dos livros, só não gostei de um: aquele da viagem Bla bla bla previsível ah e tal que experiencia magnifica bla bla bla e o camandro
Rattus (Albert Fish) via e-mail
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é um livro muito interessante, captando instantes do percurso pessoal do autor à medida que se adapta a um país pobre, muito mais estranho do que aquilo que contava. (...) sendo um bela iniciativa de uma editora fundamental (...) Sente-se algum pudor, mas a verdade é que o livro não se liberta de uma visão pessoal (a todos os níveis), e é pena, porque se trata de um excelente ponto de partida, e o estilo do autor (entre o fotográfico e o esboço) é particularmente eficaz a retratar as distorções que a memória faz no real.
João Ramalho Santos in JL
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Nomeado para Melhor Publicação Nacional dos Troféus Central Comics 2014
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Acho que a cooperação portuguesa devia distribuir um exemplar de Kassumai a todo e qualquer cooperante que partisse para África, tão intensa é esta generosidade, tão autêntica foi esta dádiva, tão festiva é toda esta experiência realçada por um desenho ingénuo, franco e leal, como leal é a amizade que ele estabeleceu com aquele chão felupe, sabe-se lá se para todo o sempre.
Luís Graça & Camaradas da Guiné
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Rememorar momentos da sua própria vida é uma tendência comum a escritores e a autores de BD em especial. (...) Na novela gráfica Kassumai (...) Assistimos, graças às imagens realistas que David desenha - muitas delas com subtil apoio fotográfico - a sequência de momentos que desenha e escreve, desde confissões inesperadas (algo como "vou acabar de ler os Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez e passar a usar o livro para o pôr em cima dos desenhos quando quero digitalizá-los"), ou análises amargas das realidades que enfrenta naquele país, onde o trabalho duro é executado maioritariamente por mulheres e crianças. David Campos inclui-se como personagem na participação das situações ou, no mínimo, como observador. É uma obra que se sente prenhe de emotividade perante uma realidade tão dura, que claramente se imprime na sensibilidade de um observador jovem e sensível ao registar literária e imageticamente vários momentos marcantes da sua imersão, mesmo que apenas durante cerca de sete meses, num contexto social e humano com aspectos de desigualdade gritantes.
Geraldes Lino
...
Durante a sua estadia apaixonou-se pelas pessoas que conheceu e este livro, mais que um relato de viagens neste país africano, é um diário fragmentado de vivências e contactos humanos feitos pelo autor entre o seu trabalho como voluntário e os seus tempos livres. É possível acompanhar o percurso do autor e a voz pessoal com que narra esta viagem, ficando deste modo registada a sua visão do que restou da memória e das fotografias capturadas.
Nuno Sousa
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domingo, 4 de novembro de 2018
Relatório 2017 é no Portuguese Small Press Yearbook 2018 (finalmente!)
foto do ZineFestPt 2017 |
E entretanto para a edição deste ano, fui convidado para editar o dito cujo, complementando com um texto sobre a BD portuguesa e os seus pecados de ignorância. O Rudolfo fez uma revolução no Design do PSPY e recuperei uma BD perdida do artista Paulo Mendes que conclui a edição - uma provocação necessária...
Foram convidados uma série de autores de BD para contarem sobre as suas experiências sobre edição independente - em BD. Participam Bruno Borges, Ema Gaspar, Mao, Filipe Felizardo, Francisco Sousa Lobo e Xavier Almeida.
Já está disponível aqui e no stand na BD Porcalhota (ex-BD Amadora)...