segunda-feira, 12 de outubro de 2020

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Foi uma semana de galhofa graças à virtual mas pouco virtuosa "Feira Gráfica". O que suspeitava, confirmou-se, a vida está noutros sítios, até nos mais insuspeitos. Ou como ontem, por exemplo, ao ser lançado o Skate Snake Zine #1 que cagou bem de alto para as donzelas ofendidas de um meio que se tornou sebento, vendido e burro. Invés de se apresentar no dito evento, este novo zine A5 dedicado ao skate invadiu um espaço da EMEL abandonado para lançar-se com um cobertor no chão e uma caixa cheia de exemplares. Juntou uma grupeta para umas bujas, conversa animada e "skatar". Duvido que o editor e colaboradores sequer pensaram na "Feira" e esta relação neste texto pode parecer despropositada. Não é. Tudo o que a "Feira" tentou defender do mundo editorial independente falhou pela sua estrutura paternalista e vertical. Num "não-lugar" o SSZ concretizou um ideal de independência, liberdade e criatividade em poucas horas, assim na descontra à tarde daquele dia da semana em que nada acontece na "grande capital". Inspirado noutras publicações estrangeiras como a Skateism move-se para discussões fora da machismo associado a este desporto justamente para reflectir noutras práticas, estéticas, corpos e o confronto do espaço público - para isso até gamou uma BD que saiu no jornal A Batalha
Nunca "skatei" - nessa tarde ia dando um trambolhão que me ia por de cama de certeza, o que fez terminar para todo o sempre qualquer tentativa de voltar a meter os pézinhos numa prancha com rodas - mas olhando e lendo o SSZ há aqui "food for brain" inesperado para leigos como eu. Num ano de lodo existencial ver este projecto e outros que aparecerão sem ajudas institucionais, preguiçosas e gananciosas, dá-me muita esperança no futuro da edição "indie", o ano ainda não acabou! 
Obrigado, "cobrinha"!

domingo, 11 de outubro de 2020

I say buzz buzz buzz


Os Role-playing Games (RPG) são jogos para nerds? Acho que sim mas o que mais interessa neste fenómeno que começou nos anos 70 com o famoso Dungeon & Dragons (creio que isto bateu em Portugal nos finais dos anos 80) é o facto de poder ser subvertido e transformado, tipo open source. Num RPG não só se pode improvisar bastante ao jogar mas também se pode criar novos jogos ou complementos a jogos já existentes. 

The Insectiary (Games Omnivorous; 2020) é um livrinho A6 amarelo tusa impresso a vermelho pintarolas e é um directório de insectos improváveis e muita-fodidos que pode afectar quem estiver a jogar. De autoria de André Nóvoa com ilustrações de Pipo Kimkiduk - este é o segundo livro, o primeiro foi pela defunta MMMNNNRRRG - devo dizer que "não tenho nada a declarar" em relação aos textos sobre os bichos. São divertidos, sim, mas sei lá se é uma cena que funciona quando tiver a matar um ogre? Já sobre os desenhos, mando daqui uns elogios pela sua podridão total, tipo Mike Diana, Roy Tompkins, Glen Head and all that jazz dos alternativos norte-americanos dos anos 90 - ou até o italiano Claudio Parentela. Duvido que alguma vez irei usar o livro para o seu destino original - para complementar jogos marados - mas ei-de ver um dia destes outra vez as moscas mutantes e vespas viscosas só porque é o que se faz com um graphzine. E é isso, a abertura dos RPG pode dar para fazer um objecto editorial independente da sua habitual subcultura ou até um disco como aconteceu este ano com o excelente Death Jungle Robot, um LP-tabuleiro-ambiente de trópico-rock editado por esta mesma editora. Muito curioso, tudo isto, ainda me apanham um dia vestido de mestre de cerimónias e a criar modelitos de castelos com bruxedos!

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

ccc@feira.da.festa


Uma selecção de livros nossos e da defunta MMMNNNRRRG estarão neste evento de edição independente (dentro da Festa da Ilustração em Setúbal) pela mão e cabeça e tronco e o resto do corpo do associado Gonçalo Duarte

Agradecimento especial ao R.S. que passa a vida a convidar-nos para eventos e que lhe estamos sempre a dar-he a boca!