Maximum Troll-on por Benjamin Bergman editado pela MMMNNNRRRG
Troll On é uma BD de dois elfos e um cavalo metidos em várias aventuras que devem mais aos Freak Brothers ou aos Blue Brothers que ao Senhor dos Anais ou a Guerra dos Cornos ou lá o que é. As BDs são mudas mas canta-nos as aventuras destas personagens fantásticas entre ácidos e Sword & Sorcery, cogumelos mágicos e ZZ Top, MDMA e Conan, o Bárbaro. Comparando com muita freakalhada da produção contemporânea como o Matthew Thurber ou Joe Daly, que parecem sempre pálidas imitações de Gary Pather, venham antes para este livro. Ele rocka prá caralhu!
Benjamin Bergmanquando era puto deve ter absorvido demasiado desenhados animados e bonecada em PVC, daí ser um autor do famoso atelier de Helsínquia Kutikuti. Já nos visitou em 2009 numa Feira Laica na Bedeteca de Lisboa (2009) e até sobreviveu até hoje (2019) um mural seu na entrada da biblioteca, feita colectivamente com Tommi Musturi, Jarno Latva-Nikkola e Tiina Lehikoinen.
108p TODAS a CORES e MUDAS (sem palavras) 12,5x17cm. edição brochada.
Tiragem de 666 exemplares, publicado pelo autor na Finlândia e pela MMMNNNRRRG em Portugal - para cá estão disponíveis apenas 333 exemplares - disponíveis ainda 35 exemplares.
Este 43ª volume da MNRG foi possível graças ao apoio do FILI - Finnish Literature Exchange.
Esta série foi originalmente publicada em quatro fascículos pela Kutikuti e Boing Being, entre 2008 e 2013.
Feedback: (...) extravasa a concepção clássica de BD, aliando as técnicas da ilustração ao mais puro expressionismo pop. Time Out (Lisboa)
Num registo gráfico só aparentemente infantil, o autor finlandês Benjamin Bergman cria histórias em banda desenhada onde ecoam referências populares como os ZZ Top ou a série
Conan, o Bárbaro, sempre atravessadas por um psicadelismo desencantado onde a acidez omnipresente parece dever tanto às substâncias químicas como à ironia mais aguda.
No final dos anos 1970 e depois 1980, existiam bonecos de PVC com cores garridas de todas as séries de animação, banda desenhada e outras. Tendo todas o mesmo tamanho, era prática comum guardá-las no mesmo local e não haveria quaisquer limitações a, quando se brincava, criar crossovers. O Estrumpfe de óculos e o Marco da Montanha podiam perfeitamente juntar-se para dar cabo do Flip, da Abelha Maia, enquanto o pai do Vickie e Willy Fog faziam apostas. E havia uma certa beleza em tê-los simplesmente empilhados, onde as formas de plástico e as cores garridas se misturavam num padrão promissor, numa espécie de alucinação visual sem drogas e confortavelmente caseira. Folhear Maximum Troll On partilha dessa energia.
Anton Kannemeyer,
que também assina como Joe Dog na
melhor tradição punk do uso de pseudónimos podres, nasceu em 1967 na Cidade do
Cabo, África do Sul, onde reside com a sua mulher e filhos. Fundou em 1992 com
Conrad Botes a Bitterkomix (17
números até à data), publicação onde a sociedade africânder nunca sai ilesa de
crítica.
Como artista plástico, tem feito exposições em importantes instituições
como o MOMA (Nova Iorque), o Museu de Arte Contemporânea da Austrália, MU
(Eindhoven), Museu de Arte de Seul, MHKA (Antuérpia), Tennis Palace
(Helsínquia), Yerba Buena (São Francisco), Studio Museum (Harlem) e o Museu de
BD e Cartoon (Nova Iorque).
Tem livros publicados na África do Sul, Alemanha, Finlândia,
França e Portugal. Papá em África (MMMNNNRRRG; 2014) é o título que o trás ao Festival Internacional de Banda Desenhada
da Amadora 2016 e que se mostrou controverso mas não impediu de ter sido
inteligentemente premiado como Melhor Álbum Estrangeiro nos Prémios Nacionais de BD 2015 do Festival. Não foi colocado nos escaparates físicos
na FNAC - só podia ser encomendado nos balcões ou no sítio em linha desta
cadeia de lojas - e foi “retirado temporariamente para que se pudesse identificar que se trata de uma Banda Desenhada para adultos” nas livrarias da
Fundação Gulbenkian, no âmbito da sua visita para uma mesa-redonda em Maio de
2015, uma sessão dedicada à banda desenhada no encontro "Outras
Literaturas", integrado no programa Próximo
Futuro da Fundação.
Se as bandas desenhadas de Kannemeyer suscitam discussão
sobre os traumas e a má-consciência do pós-colonialismo, o mais estranho é
levantarem o velho preconceito revelador da falta de estatuto da banda
desenhada noutros circuitos. Apesar da escamoteada censura económica este
título rapidamente esgotou mas tornou-se impossível a sua reimpressão. Já é um
livro de culto.
Aproveitando a visita do autor ao 27º FIBDA, a MMMNNNRRRG lançou O
Meu Nelson Mandela e Outros Contos, uma compilação de histórias e
desenhos, desta vez mais autobiográficas e ensaísticas, afastadas do imaginário
do não menos polémico Tintin no Congo.
Apesar de serem trabalhos mais intimistas não significa que sejam menos
virulentos.
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O Meu Nelson Mandela e Outros Contos
de
Anton Kannemeyer
36º
volume da MMMNNNRRRG
compilado por Marcos Farrajota
traduzido por Manuel João Neto (BDs) e Marcos Farrajota (desenhos e
pinturas)
Design e legendagem por Joana Pires com o
apoio da Táxi Lettering (criação de font e títulos)
500 exemplares / faltam 15 exemplares para esgotar!!
Lançado oficialmente no dia 30 de Outubro na BD Amadora 2016 com presença e exposição do autor ...Entrevistas no Públicoe na Blimunda... Foi aceite pela FNAC (uau!) ... Um dos Melhores Livros de 2016 no Expresso ...
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Feedback: serve de complemento à histórias do livro anterior, e onde aquele era uma espécie de radiografia a um imaginário interno e cultural partilhado, que tantas vezes reflecte igualmente fantasmas dos seus leitores, estoutro é mais focado na experiência própria do autor, como se houvesse a possibilidade de mostrar um balanço da sua vida como fruto das consequências da educação. Pedro Moura in Ler BD
Venha descobrir o tesouro escondido na Folha da Sala com 40 Ladrões!
**Para divulgação imediata**
**Para divulgação imediata**
Mantendo sua identidade em segredo, 40 Ladrões utiliza materiais efémeros para criar narrativas subversivas e visuais impactantes. O sue trabalho questiona a cultura de consumo e do desperdício, transformando o lixo em luxo - vulgo "Arte", para quem ainda sabe o que é isso em 2024. Com um prazer em desafiar os limites dos direitos autorais, 40 Ladrões convida o público a refletir sobre a autoria e a originalidade na era moderna.
É desconhecido se 40 Ladrões é um único autor ou um coletivo, adicionando uma camada extra de fascínio à sua obra, num mundo onde já não mistérios. "Dele" sabe-se que participou num número da revista Pentângulo (da Ar.Co., logo, podemos deduzir que foi um aluno/a ou aluno/as desta escola - não se preocupe, nós pensamos por si), na edição portuguesa do Le Monde Diplomatique, n'A Batalha - Jornal de Expressão Anarquista, no jornal Carne para Canhão e no zine Mesinha de Cabeceira que compilou, em 2022, vários trabalhos seus sob o título Smash the Control Images. Também se encontram até 20 de Setembro, BDs sobre a verdade e mentira, no Parque Silva Porto, em Benfica, expostas em formato QR code, no âmbito do projecto Storytellers.
Esta Folha de Sala tem o prazer de anunciar a exposição de 40 Ladrões, entidade anónima que está a revolucionar a banda desenhada underground da mesma forma como a IA nos provoca ao infringir direitos autorais. As diferenças são que 40 Ladrões tem consciência humana, consciência política de "copyleft" e usa as suas mãozinhas em tesouras, x-actos e cola para des/re/construir os dejectos inDUSTriais do "mainstream".
O espírito de W.S. Burroughs (1914-97), dentro dos servidores refrigerados pelas águas límpidas do Ártico, ri-se!
A edição portuguesa do Monde Diplomatique tem publicado, sob a nossa coordenação, as respostas a este desafio em Banda Desenhada por uma série de artistas. Este mês cabe ao nosso caro e velho colaborador José Smith Vargas, autor do Vale dos Vencidos!
A Chili Com Carne, com a 5me Couchee a Echochamber, têm o prazer de anunciar a publicação da primeira Banda Desenhada sintética escrita e desenhada por uma Inteligência Artificial, sob a batuta de Ilan Manouach.
Este artista grego tem impressionado o mundo com CoCo (Conceptual Comics), pornografia para intelectuais, BD para invisuais e até ao The Guardian caiu-lhe o queixo com a edição do livro com a maior lombada de sempre. Agora é a vez de pôr a Inteligência Artificial a trabalhar em modo de Hentai num ensaio-espiral de deixar Foucault agitado na tumba.
Fastwalkersé uma meditação não-linear sobre "deep learning" e que celebra a poesia inesperada da computação e que explora novas possibilidades de leitura.
Obra nascida das experiências continuadas de Manouach sobre a abundância informática e as economias afectivas da BD, este selvagem e alucinogénico livro mostra textos e imagens totalmente produzidos por aprendizagem automática.
Desde os inícios do século XIX, que a indústria da BD expandiu-se de forma simbiótica com o desenvolvimento da impressão, distribuição e tecnologias de comunicação. Sendo um médium altamente digitalizado, com comunidades activas em linha, a BD presta-se a processos de programação que definem a própria aprendizagem automática. Nos dias de hoje, estes processos sintéticos estão a modificar a forma como produzimos, consumimos, arquivamos e percebemos todos os media, incluindo a BD.
Co-criado com a última IA (GAN, GPT-3) e desenvolvido com uma equipa de engenheiros informáticos e designers interdisciplinares, Fastwalkers é uma amalgama de diferentes comunidades de bases de dados, algoritmos de busca de marcas registradas, regimes de indexação, "beta testing" e modelos generativos. As ferramentas foram treinadas sob milhões de unidades de informação e corpos de texto para criar este livro. O resultado é uma paisagem semântica de camadas de ambiente cujas harmonias e dissonâncias revelam a mudança da natureza agregada do conhecimento na era do semiocapitalismo e ilumina as qualidades computacionais inerentes da BD para jogar com o espaço cognitivo do leitor.
Obra redigida em inglês, lançada no Festival de Angoulême 2023 com 150 exemplares disponíveis em Portugal, desde Outubro 2022, estão na nossa loja em linha e na Tinta nos Nervos, Tigre de Papel, Kingpin, Snob, ZDB, Utopia, Linha de Sombra, loja da Fundação Oriente, Alquimia e Matéria Prima.
estes "bots" humanos falam do livro aqui:
(...) livro difícil de atravessar, marcado pelo estilo das hentai japonesas (...) mas sobretudo pela dificuldade de acompanhar uma linha narrativa por entre as reflexões sobre processos de aprendizagem computacionais geradas, precisamente, por um computador
Sara Figueiredo Costa in Expresso
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Artigo "Para quê contratar artistas de banda desenhada se a banda desenhada se pode desenhar a si mesma?" de Ilan Manouach, traduzido por Pedro Moura e publicado no blogue Bandas Desenhadas
Primeiro é a edição norte-americana do livro com o título Not Today : Undoing Home Repairs - que aliás o subtítulo até era a ideia original do livro na edição portuguesa mas sendo em português optou-se pelo Hoje não. A edição gringa é da Fieldmouse Press, ligada ao sítio de referência Solrad e já a temos nos arquivos e anda por aí... mas não se metam em ler em língua de gringo porque:
E em segundo, chegou a reedição do livro em português com uma nova capa - fotografia de Daniela Laneiro. Demorou mas já está na nossa loja em linha! Patience is a virtue!