sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Vamos vos apresentar à Família no SÁBADO na TINTA nos NERVOS

Já circula por aí o livro Família de Júlia Barata, novo título da colecção RUBI, com tudo um livro deste exige: uma exposição de originais, a presença da autora e o lançamento oficial do livro na Tinta nos Nervos - ignorem o Shopping no dia 21 de Dezembro!!



Família

de

Júlia Barata

9º volume da Colecção RUBI.

232p A5 2 cores + capas duplas 1 cor + sobrecapa 2 cores 

+ oferta de zine Umas amigas limitado a 100 exemplares




página de Umas Amigas

Depois de uma vida nómada - com paragens em Lisboa, Porto, Maputo, Barcelona e Roterdão, Júlia Barata, arquiteta e artista gráfica, estacionou em Buenos Aires há 11 anos, depois de uma mudança agitada que ilustra no livro Gravidez (Tigre de Papel; 2017).

Família, que poderia ler-se como uma sequela de Gravidez, reflete sobre a construção e desconstrução de um núcleo familiar, entre registos de autobiografia e autoficção. Ainda assim, existe uma coerência narrativa nesta obra que descreve os ziguezagues emocionais de uma mulher num período de mudança, de uma mãe e esposa que precisa de fugir da família que formou.

A pujança artística de Barata está aqui a galope. Relata pequenos "slice-of-lifes" com ar fofinho num diário Moleskine, bem ao sabor de muita da produção contemporânea infantilizada que se vê por aí. No entanto, ao contrário do que se espera, esses momentos inócuos servem para serem trucidados por uma angustiante representação de uma depressão.

Nada é simples por aqui. O tom minimalista dos desenhos é realmente uma interpretação sem filtros, sem moral e sem pedagogia. Se uma família é vista em geral como um espaço uniforme, nesta Família luta-se para que a liberdade individual seja tão respeitada como o compromisso institucional. Será (ainda) possível?


 
Já está disponível na loja em linha da Chili Com Carne e nas lojas Kingpin, Linha de Sombra, Snob e Tigre de Papel. Em breve em mais sítios...




Feedback

(...) o seu novo livro Família, que dizem as más-línguas que foi a razão da “BD Porcalhota” ter bloqueado a Chili Com Carne no seu certame de BD para rapazes e velhadas…

 

MASSA CRITICA


 
Pergunta, que espécie de antologia de Banda Desenhada poderá entrar na colecção THISCOvery CCChannel? Talvez se encontre uma resposta aqui

Exacto! 

Numa preocupação constante de falta de obras de referência em Portugal - e apesar de alguns títulos sobre bd que já publicámos nesta colecção, como a Maga ou The Reading Gaze (de Domingos Isabelinho) - qualquer oportunidade é boa para arrancar pelo menos testemunhos sobre BD pelos artistas. Por exemplo, quando o australiano Michael Fikaris quis fazer uma antologia de bd portuguesa e australiana, foi convencido a pedir trabalhos sobre bd aos artistas convidados. A antologia Opposights saiu em 2021, e os resultados dos portugueses eram surpreendentes! Tinha de publicar-se em Portugal ou em português! Pouco importava se seria um livro pequeno! 

Felizmente, foi crescendo porque fomos encontrando sempre mais alguém que mostrava interesse em participar. Muito sinceramente, valia e valeu a pena esperar mais um bocadinho até que o artista entregasse o trabalho. 

 Bocadinho a bocadinho, já lá vão uns três anos para esta montanha parir este rato. Rato? Ratazana, isto é para picar!!! Cinzentinhos, bazem!

foto de Rodolfo Mariano


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128p p/b 16,5x23cm, capa a 2 cores. Editado por Marcos Farrajota. Publicado pela Chili Com Carne e Thisco. Capa e Design feito pelo Rei da BD Portuguesa!!
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disponível na nossa loja em linha e na Almedina, BdMania, Kingpin Books, Linha de Sombra, Matéria Prima, Snob, Socorro, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, ZDB e Mundo Fantasma. Brevemente na Eventual (Espanha)
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Lançamento oficial para 11 de Janeiro 2025 na Tinta nos Nervos, com presença do editor Marcos Farrajota e dos artistas André Pereira, Hetamoé, Miguel Santos e mais participantes a confirmar...
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Tabela de conteúdos:

Editorial Arrivista (texto) por Marcos Farrajota

EXPERIÊNCIA
A cena por Amanda Baeza
(sobre feiras e estratégias) por Mariana Pita
Comic Trips por Rui Moura
(uma autobiografia sobre a sua relação com a BD) por Bruno Borges
(a primeira parte do livro "No tempo em que os meus medos falavam") por Miguel Ferreira

FORMA
Shapes found in Comics por Cátia Serrão
(sobre o vício da tinta da china, em inglês devido ao "punchline" intraduzível) por Pedro Burgos
Estudo do meio por André Lemos
Subtextual nihilism por Hetamoé

ENSAIO
Porquê BD? por André Pereira
Consciência Sequencial por Rodolfo Mariano
Breve e imprecisa História da Cienfuegos Press por Gonçalo Duarte
Melanina & a BD portuguesa no século XXI por Miguel Santos
O Hábito fez um monstro! por Lucas Almeida
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Feedback:

Ontem já estive a ler parte do livro à noite. Grande editorial arrivista! Já estava entusiasmado para ver o livro e agora que o tenho nas mãos fico ainda mais contente por ter participado. As histórias que li rendem bué e é um livro que parece sair na altura certa, com todas as discussões que me têm chegado aos ouvidos (sobre a BD ser um "género", sobre a "novela gráfica", sobre a falta de consciência história da BD PT...). Também me ocorreu que, no género de "BD a falar dela própria", e ao contrário do que se faz por aí, é um livro que dá destaque às vozes de autores e não de editores, o que me parece relevante no contexto actual. Enfim, considerações superficiais, mas genuinamente entusiasmadas; deixo a profundidade de reflexão para as várias histórias do Massa Crítica.
André Pereira (via email)

A Massa 'tava óptima!
David Campos (via email)

Excelente BD a do Miguel Santos na Massa Crítica.
André Oliveira (via email)

(...) A brincadeira começou na Austrália, (...) em que eu já participei com mais alguns artistas portugueses e de lá. Não fazia ideia que iriam querer publicar a versão portuguesa, que junta mais uns quantos nomes e é mais específica sobre a cena local - ou seja, portuguesa. Cada vez me faz mais confusão falar de arte ou bd portuguesa, ou sequer de Portugal, já que trazem o tema à conversa; ou mesmo de banda desenhada, por oposição a outras disciplinas ou circunscrita no seu meio. (...) Ainda assim, gostei muito do livro (...) Revejo-me naquilo, conheço a maior parte dos assuntos e as pessoas; para além de que me deu bastante gozo fazer a minha parte. E, claro, é com certeza um material de estudo necessário e interessante para quem vem depois para fazer a BD. O design do livro é do Rudolfo e está altamente!

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Historial

Dia 14 de Dezembro: primeira apresentação na Socorro, Porto, com a presença do editor Marcos Farrajota e o artista Rui Moura. no âmbito do Culturismo Hardcore II, o maior evento de nicho Pop!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Maldito Aquele Lugar na Mundo Fantasma e Eventual (Espanha)



M.A.L.

de 

Rodolfo Mariano

 

é o 20º volume da Mercantologia, colecção dedicada à reedição de material perdido no mundo dos fanzines.

M.A.L. é uma série de banda desenhada que foi desenvolvida durante o Verão de 2019 através de um exercício criativo de produção diário e respectiva publicação em lightninrods.tumblr.com. Entre 2019 e 2021 foram impressos três números da série em formato fanzine. Encontra-se aqui uma selecção das melhores bandas desenhadas da série.

Foram impressos 500 exemplares, 80p 16,5x23cm p/b, capa dura em geltex 

já está disponível na nossa loja em linha e na Almedina, BdMania, Cult, Kingpin, Linha de Sombra, Matéria Prima, Snob, SocorroSTET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Velhotes, Mundo Fantasma e ZDB. Brevemente na Eventual (Espanha).

 


 

Rodolfo Mariano é um dos artistas mais produtivos na actual BD portuguesa - quem desconfiar que pegue na máquina do tempo e vá visitar a suas exposições retrospectivas no Festival de Beja em 2022 ou a Horror Vacui - gastará menos gasosa espácio-temporal porque foi só em Fevereiro de 2024, ufa! Uma afirmação destas pode dizer nada ou tanto como o Maior Colecionador de Guitarras da Tâsmânia, claro, mas será cego quem não tem acompanhado o seu trabalho e reparado nos saltos qualitativos cada vez que aparece uma nova produção sua. E mais! Eis um autor que tem mil mundos lá dentro dele para nos contar "coisas". É raro ver um só indivíduo que desenha de puta madre e ainda tem "cenas" para dizer! Ainda por cima diz tanto numa única página!! Acreditem, amiguinhos da Chili, cada página de Maldito Aquele Lugar é um Haiku perfeito. Ou uma bomba de ansiedade. Ou um gatilho para um Fantasia. Ou um Sonho capturado de outro ser noutra dimensão. Ou... 

Para apaixonados da Krazy Kat, do Heavy Metal, da Interzona, dos Fofinhos da Mariana Pita, da vida pós-boémia e do Capeta. Nada dura para sempre.



Sinopse:  

Há um lugar no Necroverso onde o Tempo parece não avançar nem recuar. Entre a ascensão e a queda do Sarcoliberalismo Galáctico, a vida vivida aos soluços em retrospectiva parecia não ter sido assim tão má. Não fora essa mesma vida tão desesperantemente longa e desencantada pelos efeitos soporíferos de um feitiço despótico ritualizado em segredo pelos Necroeconomantes da Maldade Eterna ao longo de incontáveis eras. M.A.L. ou Maldito Aquele Lugar situa-se nas entrelinhas das histórias aos quadradinhos passadas na Terra Intermédia, território diegético entre os paraversos Cemitéria e Vomitória.




Rodolfo Mariano (1981; Coimbra) artista visual independente, músico de rua improvisador de paisagens montanhosas subaquáticas, contador de histórias estranhas em quadradinhos, criador editor de livros efémeros e entusiasta de pequenas movidas paralelas esquisitas. Autor de Bottoms Up, participante assíduo na revista Pentângulo e do jornal Carne para Canhão, professor ocasional na escola Ar.Co. e colaborador regular das antologias da Chili Com Carne. Vive e trabalha entre Lisboa e Coimbra ao leme do barco fantasma perpetuamente encalhado em terra de ninguém, o atelier ABRACADABRA.

 Livros disponíveis:

Bottoms Up (Chili Com Carne; 2020) - vendedor do concurso "Toma lá 500 paus e faz uma BD" 2020

(antologias:)

Conger Conger Comix (co-editado com Agenda Yuzin; 2022)

Massa Crítica (2024)

Pentângulo #2, 3 e 4 (co-editadas com escola Ar.Co.; 2018-2021)



a lançar oficialmente dia 22 de Fevereiro no Vortex, Lisboa

 

12ª Edição do concurso "Toma lá 500 paus e faz uma BD!"

Estão abertas as candidaturas para a 12ª edição do concurso 500 paus!
 
Esperam-se propostas até o dia 4 de Fevereiro de 2025!!
 


 
A Associação Chili Com Carne lançou a ideia de um concurso para fazer um livro em Banda Desenhada para matar a modorra na cena portuguesa, tendo sido publicados já vários livros ou zines de trabalhos que participaram no concurso - como o Vale dos Vencidos de José Smith Vargas, projecto vencedor do concurso de 2014 mas que se transformou noutro livro mais complexo.

Em Outubro de 2015 saiu a primeira obra vencedora (do primeiro concurso, de 2013) ou seja, The Care of Birds / O Cuidado dos Pássaros de Francisco Sousa Lobo - que entretanto teve uma edição em Espanha e em França. Em Outubro de 2016 saiu o romance gráfico Acedia de André Coelhoem Outubro de 2018 a antologia Nódoa Negra, em Novembro 2019 a antologia All Watched Over By Machines of Loving Grace, em 2020 Bottoms Up do Rodolfo Mariano, em 2021 Hoje não da Ana Margarida Matos - que vai na segunda edição e publicado nos EUA -, em Dezembro 2022 o Sinapses de Ivo Puiupo (com edição inglesa pela Kus!) e em Janeiro 2024 o fanzine mais caro do mundo, o número 42 do Mesinha de Cabeceira, Partir a Loiça (toda) de Luís Barreto!!

Entretanto, cá estamos de novo à espera de novas aventuras editoriais!





Instruções (não muito complicadas):
Para quem? 
Para Sócios da Chili Com Carne com as quotas em dia - não é sócio? Então é clicar neste LINK.
No caso das antologias, todos os autores devem ser sócios!
Para artistas portugueses, residentes ou não em território nacional e artistas estrangeiros residentes em Portugal.
No caso das antologias é possível participação de artistas internacionais desde que em minoria em relação aos portugueses.

O prémio é monetário? 
É sim! São 500 paus!
Para além de que o trabalho será publicado!
E, para a próxima edição, o vencedor é convidado a fazer o cartaz e a integrar o júri!

Quem decide o vencedor? 
Vanessa Alfaro (sócia da livraria e galeria Tinta nos Nervos), Marcos Farrajota (autor de BD, editor e fundador da Chili Com Carne), Alexandre Piçarra (vencedor da edição anterior) Ondina Pires (Master Punk) e Tomás Ribeiro (Direcção da Chili Com Carne).
O Júri reserva-se o direito de não atribuir o prémio caso não encontre qualidade nos trabalhos propostos.
Que projecto pode ser apresentado? 
- Uma BD longa de um autor ou com parceiros
- Um livro com várias BDs do mesmo autor (desde que tenham uma ligação estética ou de conteúdo)
- Uma antologia de vários autores com um tema comum (ver Nódoa ou All como exemplos)
 Regras de apresentação dos trabalhos
- O livro não tem limite de páginas e de formato mas porque desejamos inseri-lo nas nossas colecções já existentes como a Colecção CCC,QCDA, LowCCCost, RUBI, THISCOvery CCChannel, etc... - o projecto terá mais hipóteses de ganhar se for apresentado num formato das colecções.
- Preferimos o preto e branco mas a cor não está totalmente afastada!
- Envio do seguinte material:
a) texto de apresentação do(s) autor(es),
b) sinopse do projecto
c) planeamento por fases (com datas)
d) envio, no mínimo de 4 páginas seguidas e acabadas, e 20% das páginas BD planeada.
- Todos estes elementos devem ser entregues em PDF, em serviço de descarga em linha (sendspace ou wetransfer) cujo endereço deve ser enviado para o e-mail ccc@chilicomcarne.com
Datas?
4 de Fevereiro 2025, até às 23h59m é a entrega dos projectos!
14 de Fevereiro 2025 é anunciado o vencedor!
O livro é publicado em 2025!?

Boa sorte!
CCC

Este projecto tem o apoio da Tinta nos Nervos

Segunda vida?


Lembram-se do X-JAZZ? Duvido muito mas para dizer que a BD do André Coelho que editámos há alguns anos teve uma segunda vida com a edição do CD (e virtual) de A Schist Story, pela JACC

O problema é que não sabemos nada disto até recebermos hoje exemplares de uma edição de 2022 sem muitas explicações ou coisa que o valha. Nem sabemos o que fazer com isto por isso vamos oferecer a quem comprar outros livros nossos... 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Chegou o Autocarro! Com paragem na Snob 18 de Janeiro!


Novo livro de Rafael Dionísio 
- o seu terceiro de contos  -
com ilustrações de João Carola
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27º volume da Colecção CCC

156p A5 p/b, capa a cores, primeira edição limitada a 100 exemplares, assinada e numerada

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Este é um livro sobre relações amorosas, catastróficas, algumas. 

A maioria sobre esse grande espaço de incompreensão que são os homens e mulheres. Relações em crise, por vezes ternurentas, muitas vezes abusivas. Nelas, o sexo, o desejo, a frustração, a manipulação moral, são exploradas. 

O conto O Autocarro, faz, de alguma maneira, paradigma ao livro. Nele aparecem a masculinidade insegura, violenta, ou seja, tóxica.

Os contos mais pequenos tendem a ser mais onirizantes e, os maiores, mais realistas, com uma forte incidência na psicologia profunda das personagens. 

Numa linguagem insubmissa, por vezes corrosiva, com sentido de humor desconcertante e imprevisto, podemos dizer que estamos perante um livro de contos personalizado tal como Dionísio nos tem habituado.


 
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Disponível exclusivamente na nossa loja em linhaSocorro e em eventos - como o seu lançamento oficial na SNOB dia 18 de Janeiro 2025 com a presença dos autores.




terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Hoje não (2ª edição) com nova capa!! na Eventual




Eis que saiu a segunda edição de 

Hoje não 
de 
Ana Margarida Matos 

- as "sete diferenças":  menos páginas e nova capa com uma bela fotografia tirada por Diana Laneiro -


é o 22º volume da Colecção CCC com o ISBN: 978-989-8363-47-3,  de 500 exemplares, com 112p 16,5x23cm p/b, edição brochada e colada no verso.



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Correndo por fora do habitual corredor da comiseração autobiográfica - tão frequente na chamada BD alternativa - as bandas desenhadas da Ana Margarida Matos surpreendem-me pela densidade e liberdade conceptual.

Há em Hoje não um rigor gráfico virtuosamente obsessivo e um uso exaustivo das palavras, que me captura dentro de páginas-labirinto. Como se a autora me obrigasse a permanecer neste espaço claustrofóbico tanto tempo quanto aquele que investiu para desenhar aquela página. Mas a fluidez e originalidade das suas soluções narrativas deixam-me desarmado, vulnerável ao correr do tempo, cúmplice dos seus dias. Percorro as páginas como num jogo de xadrez, tentando antecipar jogadas e surpreendendo-me com os desenlaces. Xeque-mate. 

António Jorge Gonçalves

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Ana Margarida Matos (1999) cresceu no Montijo mas entretanto como não gosta muito de touradas fugiu para Almada. Estudou Design Gráfico na Escola Artística António Arroio e licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. 

Em 2019 lançou o seu primeiro zine Passe Social através do selo editorial Erva Daninha e participou na antologia Querosene publicada pela Chili Com Carne bem como em várias antologias internacionais, a saber: Kus! (Letónia), Stripburger (Eslovénia) e Soñario (Espanha).

No ano de 2021 ganhou o concurso Toma Lá 500 Paus e Faz Uma BD promovido pela Chili Com Carne com o projeto Hoje Não que entretanto teve direito a uma versão norte-americana, pela Fieldmouse Press, e uma segunda edição portuguesa.



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Com um novo confinamento a chegar, este livro é um registo diário entre 16 de Janeiro e 26 de Junho de 2021, com a premissa da autora não voltar a perder a noção do tempo, documentando tudo e qualquer coisa que aconteça no dia e resumindo o mais importante em apenas cinco linhas. 

Cada página corresponde a um dia onde se capturam os limites da identidade pessoal num momento tão atípico na história da nossa existência, através das rotinas diárias, das crises existenciais e do que se vê na sociedade.

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disponível na nossa loja em linha e também na BdMania, Kingpin, Linha de Sombra, Snob, Tigre de Papel, Livraria das Insurgentes, Socorro, STET, Tinta nos Nervos e VelhotesE na Libraria Paz (Galiza), Eventual (Valência) e TFM (Frankfurt).

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Historial: 

obra vencedora do concurso interno Toma lá 500 paus e faz uma BD! 2020 ... a única exposição relevante na BD Amadora 2021 ... entrevista na TSF ... lançamento oficial no dia 27 de Novembro 2020 na Tinta nos Nervos com participação do psicólogo Vasco Oliveira ... apresentação no Museu Bordalo Pinheiro, 12 Dezembro, 15h, com Marcos Farrajota ... entrevista no Todas as palavras ... edição norte-americana pela Fieldmouse Press em 2023 ... segunda edição com nova capa em 2024 ...

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Feedback

Hoje Não é um diário da autora criado durante seis meses de 2021, durante um dos confinamentos desencadeados pela pandemia da Covid 19 em Portugal. Exercício de construção de uma rotina de atenção do quotidiano, e modo de organização do trabalho, da saúde e da comunicação humana, este livro reformula as estratégias da banda desenhada ao mesmo tempo que relança questões de identidade, sobre a criação artística e sobre a responsabilidade de sermos cidadãos numa sociedade. Verdadeiro processo em fabricação à medida que se faz, explorando variações internas, ritornellos gráficos, desdobramentos e atenções atomizadas, Matos criou um dos mais interpelantes objectos da banda desenhada portuguesa dos últimos  tempos. 
Pedro Moura in newsletter da Tinta nos Nervos



(...) está bem esgaaaaalhaduuu!


(...) A pandemia, o sentimento de estar preso num mesmo lugar, num mesmo dia, imposto pela perda de elementos referenciais distintivos, ansiedade em relação ao futuro académico e profissional (a voz que nos fala é a de uma estudante a terminar a licenciatura em Belas Artes), indagações/apontamentos sobre a natureza da arte, a procura e formação de uma entidade artística, o registo de uma dieta que a minha sensibilidade vegetariana não pode deixar de reprovar, estes são os temas encenados para nós no espaço confinado de cada página. (...)


Um dos melhores livros de 2021 segundo o Expresso



41 livros favoritos 2021 d'Observador


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(...) a exposição mais conseguida do Festival Amadora BD (...) e merece loas enquanto revelação de 2021. 
Jornal de Letras

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(...) escapa a todos lugares-comuns do "diário da quarentena" (...)
Sara Figueiredo Costa in Expresso
5 estrelas

(...) Os ensaios de auto-retrato ou o hiperpreenchimento da página, dando a ideia da restrição rotineira da vida num pequeno espaço, são outros bons momentos desta narrativa por imagens e texto. É aqui, porém, que as coisas se complicam: impregnadíssimo pelo ar do tempo – seria estranho se assim não fosse –, e pela ausência de referências; apenas má televisão, de que é crítica, mas não chega. Melhor quando se projecta no que está fora: o rapaz imigrante do metro, o vizinho que passeia o cão. Há, no entanto, personalidade e substância – o resto virá com o tempo.

As its pages get us further along, we are forced to question, who is it who lives in our homes? what makes our days mean something? Who gets to question what it means to be? A beautiful, splippery work which defies easy description and leaves yoy turning it over in your head long after it's finished. 
Bhanu Pratap sobre a edição norte-americana






Zombie, zombie, zombie-ie-ie-ie, oh Do, do, do, do no Vortex


Tóquio Zombie 
de 
Yusaku Hanakuma


Publicar um livro de zombies depois da primeira década deste milénio pode parecer um acto anacrónico mas eis que Tóquio Zombie, de Yusaku Hanakuma, é muito mais do que uma cómica história de terror, pois vive da grande tradição das narrativas de Zombies em que se critica o status quo. 

Tudo começa nos aterros do Fuji Negro, onde lixo e cadáveres são enterrados sem qualquer pudor, e que acaba por dar origem a uma praga zombie que mudará o mundo.

E é lá que encontramos os nossos heróis Fujio e Mitsuo, operários fabris praticantes de jiu-jitsu. Mas será que esta arte marcial que dá-lhes vantagem de sobrevivência na maldição zombie, também os ajudará a resistir a uma nova sociedade distópica entre muralhas? Entre burgueses, porcos e escravos, eles devem lutar para sobreviver numa Tóquio Zombie!

Esta obra foi produzida entre 1998 e 1999 para a revista AX, insere-se no estilo "heta-uma" (mau, mas bom) e apesar do seu grafismo destabilizador, teve uma adaptação para cinema em 2005, pelo realizador Sakichi Sato, com participações dos actores Tadanobu Asano (Ichi, o Assassino) e Show Aikawa (Dead or Alive).




Já está disponível na nossa loja em linha e na Tigre de Papel,  ZDB, Universal Tongue (ALLgarve), Linha de Sombra, Velhotes, Matéria Prima, Vortex, SocorroTortuga e Mundo Fantasma (Porto).

Em breve em mais algumas poucas livrarias porque há duas edições, uma pela Sendai e a nossa com o grafismo que define a colecção RUBI - que neste volume será uma edição limitada de 200 exemplares, logo com uma distribuição desta versão mais limitadas nas livrarias, a da Sendai estará em todo o lado...

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HISTORIAL:

Lançamento oficial mesmo-mesmo foi no no dia 2 de Dezembro 2023 na Fundação Oriente com a presença de Cassiano Soares, Marcos Farrajota e Hetamoé, que assina no livro um inédito posfácio sobre a obra.

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No Top 10 do fanzine norte-americano Bubbles já que os portugueses andam distraídos

Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção



O volume da Colecção RUBI, intitulado Xeique PHDA de Marko Turunen, diz o seguinte:

Um xeique finlandês vestido de forma tradicional do Médio Oriente foge numa bicicleta, perseguido por polícias suecas, deixando um rastro de crianças sem paternidade assumida, mortes a sangue frio, furtos de casa e carros,... 

Eis um caos existencial que nos aqui é relatado, sendo que o Xeique PHDA (Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção)  é uma personagem real, romanceada pelo autor finlandês Marko Turunen.

O trabalho de Turunen baseia-se na realidade, muitas vezes a mais monótona delas todas, apimentada com uma estética Hiper-Pop em que temos a sensação de estarmos imersos num universo Meta. Assim no horizonte do quotidiano, co-habitam "mulheres-com-excesso-de-mangá", homens "funny animals" ou super-heróis 3D, entre outras criaturas mutantes da cultura popular da Aldeia Global.

Embora o autor já tenha estado presente com uma exposição individual no Salão Lisboa de Banda Desenhada e Ilustração, em 2005, esta é a sua estreia portuguesa em livro. Curiosamente a autora Tea Tauriainen que participa num episódio deste volume já tinha sido publicada cá no Mesinha de Cabeceira.


Publicado originalmente em quatro volumes separados na Finlândia, entre 2015 e 2017, o último num formato maior que os três primeiros - a lógica do conteúdo explica a radical mudança de formato - foi publicado em francês pela importante Frémok num só volume, como acontece com esta versão portuguesa, cuja tiragem inclui para 100 exemplares uma oferta exclusiva de um mini-zine de material extra. Para aceder à oferta especial e limitada, apanágio da colecção RUBI, é preciso adqurir directamente à Chili Com Carne - e não estar à espera de encontrar numa estúpida cadeia de lojas, por exemplo, dah! Tenham juízo!



360p A5 2 cores (56p noutra segunda cor) + capas duplas 1 cor + sobrecapa 2 cores

+ zine A6 para os primeiros 100 que o apanharem! Entretanto esgotou!!!

à venda na nossa loja em linha, Tinta nos Nervos, Kingpin, Snob, Linha de Sombra, ZDB, Socorro, Tigre de Papel, Universal Tongue, Utopia, BdMania, Alquimia e Matéria Prima.






Historial:

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Recital da obra por Ana Água na Noite da Literatura Europeia na Loja de Bicicletas de Carnide, 12 de Outubro 2024, às 19h.




FEEDBACK:

(...) devorei o livro do Turunen! (...) Aquilo é massacre de javardice até ao twist final que dá uma gravidade brutal à obra, conseguindo alterar toda a percepção que se tem dos eventos passados. Pobre Xeique... (...) Este livro é bem mais limpo e "vaporwave" mas é sem dúvida uma adaptação perfeita do estilo ao conteúdo que quer explorar. Deve ser dos artistas de BD actuais que mais gosto e respeito, e coloco-o de certa forma a par do Igor Hofbauer, por exemplo, na medida em que conseguem navegar num universo estético muito próprio e surreal, mas sempre com referentes pop muito presentes. 
André Coelho (via email) 


 Só agora, na calma de uma praia flat é que li o Xeique. Devo dizer que o mar se agitou, com a leitura. 
 Tentei uma vez ter amigos esquizofrénicos, quando estive internado com o surto psicótico de 2010, mas um estava em contacto com Deus e Deus dizia-lhe que eu era pedófilo (origem de O cuidado dos pássaros - estava tão stressado que acreditei no Deus dele durante três dias). Outro amigo mandava-me mensagens de texto sobre conspirações incompreensíveis. É tudo um bocadinho mais intenso, para aqueles lados. Há uma sintonia entre fantasia e realidade que nós não temos. 
 Não sei o que achar de entrar na saúde mental adentro sem lá estar a viver - é como roubar um manto alheio, de um profeta ausente. Como BD é bestial, visualmente, não devia funcionar mas faz isso mesmo.


Adorei. O desenho é fabuloso, a cena é decadente e casual, fica na cabeça. Perdi-me uma beca no guião, mas nao importa, porque cria um ambiente sensorial brutal.
Júlia Barata (via email) 

(...) é mesmo um excelente livro (...) gostei da linguagem próxima de uma 'cultura do lixo'. estava mesmo completamente a foder a cabeça, mas depois percebi o porquê da mesma e como essa linguagem reforça a mensagem que se quer passar.
JB (via email)




Marko Turunen (Kotka; 1973) apesar de estar formado em Escultura na Academia de Artes de Turku, a sua praia é o desenho, trabalhando como ilustrador e autor de banda desenhada numa carreira longa que começou em 2000, materializado em vários livros publicados na Finlândia, Bélgica, Suíça, Alemanha, Itália e Estónia, além de várias participações internacionais na Eslovénia ou em França. Em 2004 ganhou o prémio de melhor condutor, na Finlândia, um concurso sobre regras de trânsito, segurança e condução económica.