domingo, 31 de dezembro de 2023

"Fumar já não sabe a verdade"

 


Este ano não me atraso com a resenha do novo disco dos Conferência Inferno - espera, não é o álbum de 2023 para estar aqui no último dia do ano, aliás, acho que nem ouvi nada deste ano que pudesse dizer alguma coisa desse tipo! Dica da semana, estejam atentos à Rasga pelo sim pelo não... 

Mas vá, apareceu o "segundo difícil álbum", Pós-esmeralda, pela incansável Lovers & Lollypops, que pouco coisa adianta em relação ao LP de estreia, pois continua a sua verve 80s nas letras e instrumentos, aquela voz de quem tem os polegares enfiados no cu, entre o Ian Curtis e Rui Reininho, em que por uns momentos podíamos estar a ouvir faixas raras dos Joy Division ou GNR, conforme o baixo ou linhas de sintetizadores. A insolência juvenil das letras é sempre fixe de ouvir e este é um disco bastante agradável - um elogio acho, dado a existência de tantos discos que são insuportáveis. 

Realço um momento alto no disco, o tema Pigmento que depois do seu momento típico "ConInf" passa para um inesperado e belo Dub. Esperto este "badwave" trio mas despachem lá o "one-trick pony"! Irão longe se tiverem audácia! 

E um Bom Ano Novo com este "álbum do ano", cóf cóf cóf

Gatunos comix... ESGOTADO mas com simpática resenha espanhola!


A Frrrrrança tem o Samplerman, os gringos o Christopher Sperandio... em Portugal temos o 40 Ladrões também ele a vasculhar o inDUSTriaLIXO da BêDê e a colocar desCOOLonização mental. 

Parte dos trabalhos já tinham aparecido no zine Ce ci n'est pas une bite de canard (2014) e o "40" também participou no Pentângulo

Já sabem são 30 anos de existência do Mesinha de Cabeceira em 2022, este zine fez parte das comemorações!!

Saiu na Feira do Livro de Lisboa 2022 mesmo para meter nojo às bestas editoriais.

ESGOTADO mas ainda pode ser que haja na Kingpin Books, Tinta nos Nervos, Tigre de Papel, Senhora Presidenta, Matéria Prima, Socorro, Legendary Books, Tasca Mastai, Alquimia e Utopia.


Limitado a 100 exemplares, capa a cores, 36p. 18x24,5cm, a preto e branco excepto 4 páginas a cores.


FEEDBACK


Este Smash é uma pérola!

Luís Barreto


Este livro é muito fixe!

André Ruivo


Great Stuff!

Silent Army


Esta publicación alucinante cuya portada hace pensar en Samplerman contiene piezas que, en realidad, se alejan bastante de los collages abstractos del francés: quien o quienes se encuentran tras el pseudónimo de 40 Ladrões recurren al collage y al apropiacionismo, pero, más bien, para provocar efectos distorsionadores y resituacionistas en iconos del cómic, especialmente los de Disney. La cita de William S. Borroughs en el título del comic hace pensar en su técnica del cut-up: se trata de crear algo nuevo de pedazos de lo viejo, bucear en el cómic industrial infantil y juvenil para recortar y recombinar sus imágenes en otras nuevas, perturbadoras, escatológicas o, simplemente, de una provocadoramente gamberras. Pero también, en ocasiones, críticas. Como reza una de las viñetas de la historieta titulada «Smash the Control»: «All copyrights infringed».

Geraldo Vilches

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Parícutin @ BdMania


O primeiro romance gráfico de Gonçalo Duarte 

21º volume da Colecção CCC
Publicado pela Associação Chili Com Carne

Legendas em inglês traduzidas por Manuel João Neto
ISBN: 978-989-8363-42-8
500 exemplares

Gonçalo Duarte (1990, Setúbal) foi guitarrista em Equations e Live Low, impressor em serigrafia na Oficina Loba e autor de banda desenhada, que desde 2010 participa em antologias da Chili Com Carne, a saber Destruição ou BDs sobre como foi horrível viver entre 2001 e 2010Futuro PrimitivoViagem de Estudo ao Milhões 2017 e Pentângulo.

No meio desta hiper-actividade, eis o seu primeiro livro a solo! 

Não admira que se sinta nesta obra uma vibração eléctrica, nervosa e onírica, uma leitura universal que nos conta como o espírito individual sai sempre quebrado quando se questiona o urbanismo e a vivência comunitária no século XXI.

à venda na loja em linha da Chili Com Carne, BdMania, Kingpin Books, Linha de Sombra, Matéria Prima, STET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Utopia, Vida Portuguesa, Tasca Mastai, SnobUniversal Tongue, Fábrica Features,...

BUY at Quimby's (Chicago) and Floating World (Portland)


Historial:

Festa de Lançamento nos Anjos 7023 de Janeiro 2020, com Ricardo Martins, Simão Simões unDJ MMMNNNRRRG ...


Feedback:

Loved Paracutin
pStan Batcow (Pumf) by email

(...) Sem nunca se revelar como programático, e muito menos panfletário ou articulado, o livro traz para a linha da frente as pequenas mas significativas tensões que advém em toda uma jovem geração a confrontar-se com um tecido de empregos precários, dificuldades económicas cada vez mais complexas no que diz respeito à ocupação do espaço, ao direito à habitação, mas igualmente a como se constituem verdadeiras redes de co-habitação, cooperação, e comunidade. De resto, temas que são recorrentes no trabalho de Duarte, de forma mais directa ou mais poética. (...)

really enjoy his work, very nice drawings and also the story is great. Bonus the strong colors for the cover, great work! 
 D.S. by email

É preciso mostrar obra daqueles que resistem ao egoísmo e às ditaduras tribais.
Tiago Manuel


Parícutin é uma preciosa banda desenhada que nos fala das dificuldade e dilemas do que é edificar projectos em conjunto, casas que todos possamos partilhar. Contra a desilusão e o desencanto.
José Marmeleira in Público

(...) Duarte cria uma acutilante corrente de consciência visual e narrativa que coloca no movimento de deambulação do pensamento o eixo dos acontecimentos, por vezes aproximando-se de um registo onírico. outras vezes de um delicado delírio em vigília com visitas abruptas ao inconsciente. 
**** (4 estrelas)
Sara Figueiredo in Expresso

(...) É uma sequência belíssima e generosa, capaz de irritar qualquer aspirante a artista que, conhecendo pessoalmente o Gonçalo Duarte, se lembre, após a leitura do livro, que ele provavelmente desenhou esta cena em meia hora, sem esforço e sem comprometer a qualidade da poesia.
André Pereira in A Batalha

(...) fui logo conquistado nestas deambulações sobre o urbanismo e a vida em comunidade. É um tema muito actual, que nos tem tocado cada vez mais graças a gentrificação da capital. Gonçalo fá-lo bem, acabamos a leitura e o livro fica connosco. Isso é sempre bom sinal. 

exciting, experimental recent release (...) Gonçalo Duarte's Parícutin is his first solo book, named after its location in Mexico, to explore tensions between the individual and community in urban life.
Paul Gravett in FB

It’s not every day that one comes across a work that is both incredibly straightforward and staggeringly interpretive at the same time (...) the bulk of this text centers around an unnamed protagonist, who would appear to bear certain hallmarks of being an authorial doppelganger, constructing a home with his own hands and setting into motion a chain of events that are, more than anything, a convenient excuse for a wide-ranging polemical dissertation on subjects ranging from displacement to the ethics of land use to the precarious nature of the so-called “gig economy” to intentionally-shared living spaces. To call it generationally specific would be to sell it all a bit short, but the issues addressed are, generally speaking, of extra import to the millennial and post-millennial set. 

Quando fui ao lançamento do primeiro livro do @goncalo_duarte (GD) pela Chili Com Carne, nos extintos Anjos70, pouco sabia sobre a obra. Apenas que tinha um vulcão na capa. Nem questionei o porquê de haver numa mesa uma instalação de um prédio com uma iluminação vermelha no interior. Pensei apenas que eram “cenas à GD”. 
Entenda-se “cenas à GD” como a materialização de algo que inicialmente parece absurdo e, com o tempo, se desvenda em algo… menos absurdo. Inteligente até, vá. E Parícutin é, sem dúvida, uma “cena à GD”. Esta alegoria do vulcão e a história do homem que quer criar a sua própria comuna acaba por ser um ensaio sobre a alienação do indivíduo face a forças que estão para lá do seu controlo, sejam essas uma erupção vulcânica ou uma estrutura política e económica que põe em causa o direito à habitação.

sábado, 16 de dezembro de 2023

Apresentação e Festa do Vale dos Vencidos HOJE


Apresentação com Andreia Farrinha, José Smith Vargas e Marcos Farrajota, às 16h + Festa do Vale com PhantomFocolitus e Kafundo NoSoundsystem, às 21h na Casa do Comum (Lisboa) no âmbito da Parangona 2.




sábado, 2 de dezembro de 2023

The Reading Gaze : "My Comics" by Domingos Isabelinho :::: last 3 copies!!!



volume +08 of Thiscovery CCCChannel collection published by Chili Com Carne and Thisco in June 2022

156p. 16,5x23cm black & white, color cover, limited to 150 copies

These essays were originally published, in a slightly different form, in the magazines Satélite Internacional (Oporto, 2005) and L’indispensable (Nîmes, 2011), Indy Magazine online site (USA, 2004) and on the blogs The Crib Sheet (Portugal, 2008-10, 2015) and The Hooded Utilitarian (USA, 2010-11, 2013).

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The index of the book includes the following themes: 
WHAT IS A COMICS FAKE, THE EXPANDED FIELD OF COMICS AND OTHER PET PEEVES, THE ORIGIN’S MYTH, CARICATURE, THE BLIND MEN AND THE ELEPHANT, UT PICTURA POESIS, SOME CONSIDERATIONS ABOUT THE GRAPHIC NOVEL, BRUNO LECIGNE ON THE MIXING UP OF THE LANGUAGES, COMICS THEORY AND CRITICISM, ANA HATHERLY, JACQUES CALLOT, THE CANTICLES OF SAINT MARY, FRANS MASEREEL, KATSUSHIKA HOKUSAI, OTTO DIX, PABLO PICASSO, MARTIN VAUGHN-JAMES, ALAN DUNN, ROBERTO ALTMANN  and FRANCIS BACON. 

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“It was February 24, 2004, 08:27 AM, on the Comics Journal Messboard.” This is the first phrase of my blog, The Crib Sheet. What happened at that particular day and particular hour was that I, fed up with the accusation of not liking comics, decided to write a list of my favorite ones. With that list my answer was: I like comics, I just don’t like the same comics you like. This is the genesis and explanation of this book’s subtitle, “My Comics.” On the other hand, if you insist that I don’t like comics because what’s in this book are not precisely cartoonists, don’t worry, I like them too, they’re just not here yet because I divided the comics corpus in two: The Extended Field and The Restrict Field. This book is, then, an anti-essentialist stance, a cry of freedom from India Ink on board, if you like... 
Domingos Isabelinho 

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Domingos Isabelinho was born in Lisbon in 1960.  He contributed to the magazines Nemo, Quadrado, Satélite Internacional, Splaft!, various catalogs of the Porto, Lisbon, Amadora comics conventions (Portugal), The Comics Journal, The International Journal of Comic Art (U.S.A.), L’indispensable (France), European Comic Art (UK). He also wrote the preface to one of the latest editions of Guido Buzzelli’s book I Labirinti (Italy). He co-curated a Buzzelli exhibition in Lisbon and an exhibition of his original art collection in the Beja Comics Convention (Portugal).  He wrote twenty three entries in the book 1001 Comics You Must Read Before You Die (UK). In 2012 He was invited to the seminar Aesthetics of Contemporary Comics in Oslo (Norway).

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You can buy HERE - available also at Tinta nos Nervos, Kingpin Books, AlquimiaLinha de Sombra, Snob and ZDB - all in Lisbon - and in Matéria Prima (Porto), Quimby's (Chicago), Just Indie Comics (Italy), Senhora Presidenta (Porto) and Le Mont en L'Air (Paris).

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Feedback:

Domingos Isabelinho has been called by Jan Baetens "the most virulent comics critic" and there's a truth to it. This book collects essays that draw a much-needed anti-canon. As he calls it, an Expanded Field of Comics takes our heads out of our asses in typical assumptions. A+! 

(...) Isabelinho delves into the theory and practice of sequential art, with a not-so-subtextual advocacy for a richer self-education in wider spheres of art. It’s not an unwelcome cry—one of the most prominent results of the corporate subsumption of culture is a self-referential, which is to say self-absorbed, pool of inspiration, and Isabelinho tries, in his own way, to fight that; he is combative, sometimes downright hostile, but his heated passion comes with an articulatory edge: he will always clarify and back up his arguments, leaving the reader no choice but to thoroughly understand the point he’s making (...). He knows why a thing works or why it doesn’t, (...) he will tell you exactly why.

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Historial:

Lançado no dia 15 de Outubro 2022no Museu Bordalo Pinheiro com participação do autor, Marcos Farrajota e Pedro Moura.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Tigre da Piscina (agora em podcast)


Marcos Farrajota foi falar do seu trabalho editorial da Associação Chili Com Carne na Tigre de Papel. Foi do tipo concerto Happy Grind mas sem as bóias. Podem comprovar agora com o podcast.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

A Fábrica de Erisicton // ESGOTADO em 2021 mas ainda com bom feedback!

 


O fanzine Mesinha de Cabeceira voltou numa onda de "back to the basics" após cinco anos de ausência. Este retorno às origens humildes de uma tiragem baixa de 100 exemplares, como fanzine / zine / perzine (riscar o que não interessa), tal como em 1992 (ano do primeiro número) tem a razão de ser para dar voz a autores desconhecidos / novos / fora de qualquer radar (riscar o que não interessa).

Começamos com A Fábrica de Erisicton de André Ferreira que é uma BD eco-psicadélica inesperada sobre a destruição do Alentejo pelas culturas super-intensivas que se praticam. O grafismo é tão naíf como visionário, com poucos sítios para segurarmo-nos se não fosse o facto da mensagem ser tão desesperante. O aviso já pouco serve, o Destino está traçado, como se vê nestes anos estranhos que vivemos, em que nada mudou em termos de atitude ecológica, a borregada quer é viajar e poluir. 

Resta-nos estes pedaços de arte colorida e imaginativa em singelas 24 páginas. 
Obrigado André!



Mesinha de Cabeceira #29, edição da Chili Com Carne, Abril 2021, 24p a cores 18x25 cm, capa a cores, 100exemplares.



ESGOTADO, ainda devem encontrar exemplares na Linha de Sombra, Neat Records, Snob, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Utopia, Alquimia e na ZDB.



sobre o autor: faz música sob o nome de Goran Titol - que poderá participar este ano numa colectânea da nossa série Música Portuguesa a Melhora-se Dela Própria -  animação em técnica de "stop-motion" com ajuda da Mãe Natureza e é autor da BD tendo participado na antologia Venham +5 e com o livro a solo Ouro Formigas (2013), ambos publicados pela Bedeteca de Beja.


 FEEDBACK: 

Panfleto libelo anti-destruição da natureza em nosso torno, disfarçado de reconto mitográfico psicadélico (...), breve passeio alucinado que deveria antes servir de guia para redescoberta da nossa paisagem e manual de instruções para a sua recuperação... 

segundo a Tinta Nos Nervos 


 Fico espantado com a quantidade gigantesca de livros que são publicados actualmente. Florestas inteiras de papel impressas com todo o tipo de inanidades e de vacuidade. A esmagadora maioria vai, certamente, acabar nas debulhadoras de reciclagem, resultado da mais completa indiferença e esquecimento. 

No entanto, as paredes e sombras erguidas por estes livros inanes ocultam e obliteram os outros livros que valem a pena a ler, soterrando-os para os confins da vista. A Fábrica de Erisicton é um manifesto eco-activista inspirado no livro VIII das "Metamorfoses" de Ovídio, baseando-se na história da mitologia grega do rei Erisicton que depois de cortar com um machado uma árvore sagrada, é castigado com uma fome insaciável, que o vai obrigar a devorar-se a si próprio. 

A sobre-exploração dos recursos e da terra pelas culturas intensivas que se multiplicaram na paisagem alentejana, são o pano de fundo desta metáfora desencantada. 

O desenho colorido psicadélico e naif de André Ferreira, profundamente poético sem ser panfletário, devolve-nos uma imagem irreal e delirante, mas simultaneamente tão próxima e implacável, resultante de um capitalismo tardio, cujo último estertor prolonga-se agonizante, mas sem permitir vislumbrar o que se seguirá. 

Como assinalou Mark Fisher "o capitalismo está de facto talhado para destruir todo o meio humano. A relação entre capitalismo e desastre ecológico não é uma coincidência nem um acidente: a «necessidade de um mercado em constante expansão» do capital, o seu «fetiche do crescimento», significa que o capitalismo se opõe pela sua própria natureza a qualquer conceito de sustentabilidade." 

Com toneladas de livros inúteis espalhados por todo o lado, a edição de singelos 100 exemplares de A Fábrica de Erisicton está esgotada, o que se lamenta, pois este volume devia estar permanentemente disponível e com o autor em digressão ininterrupta pelas escolas, integrando um plano de leituras e de discussão transversal a diversas disciplinas curriculares.

My Nation Underground



Entrevista no P3 / Público

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Segunda vida?


Lembram-se do XJAZZ? Duvido muito mas para dizer que para já que a BD do André Coelho que editámos há alguns anos vai ter uma segunda vida, com a edição do CD (e virtual) de A Schist Story, pela JACC. O problema é que não sabemos nada disto... Já saiu? Onde está? Porque não vimos ainda um exemplar? Porque é que há rumores que há músico que participaram nisto e nem sabem da sua existência!? 

Vamos esperar (sentados) por respostas...

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

ccc@festa.do.livro


Uma selecção de livros nossos vai estar na Fundação Oriente na sua Festa do Livro, a partir de amanhã até 17 de Dezembro. A selecção implica artistas orientais - como o tipo do gato ou o Yokoyama -, artistas que usam a estética Manga (André Pereira, Marko Turunen ou Ilan Manouach) ou trabalhos que abordam cultura oriental (REP, Tiago Manuel). 

De resto, dia 2 de Dezembro, às 16h, lançamos lá o Tóquio Zombie de Yusaku Hanakuma com presença dos editores Marcos Farrajota (Chili Com Carne) e Cassiano Soares (Sendai) e a artista Hetemoé.

DJ Cat Gosshie World Tour de HARUKICHI - compra mais MMP


As forças cósmicas são fortíssimas, é o nosso segundo livro na colecção Mercantologia com um gato que curte música!! Fazer o quê? Contra estas forças nada podemos fazer, maninhos! Este é um "best of" dos hilariantes seis números do zine do gato DJ, criação e alter-ego (?) do japonês Harukichi.

O gato viaja por tudo o que é lado - Japão, Holanda, Irão, Suíça, Singapura, LISBOA (e ao Boom!!!), Peru - para encontrar discos raros a preços modestos, fumar ganzas, por som e comer queijo do bom e do melhor, enfim... como qualquer pessoa normal fazia quando viajava, certo?

E como toda a gente gosta de gatos, esta é uma co-edição com as Ediciones Valientes e a Kuš! Komikss (que vai na quarta impressão) - em castelhano e inglês respectivamente. 

O sucesso deste gato é tal que reimprimimos este ano!!!

à venda na nossa loja em linhaTinta nos Nervos, Utopia, ZDB, Tasca Mastai, Snob, Linha de Sombra, Kingpin, Tigre de Papel, Matéria Prima, Senhora Presidenta, Universal Tongue, Neat Records, Fundação Oriente, Mundo FantasmaTasca MastaiAlquimia.


Gosshie no Peru...


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De resto o Harukichi é fã do Hanawa, se calhar há mais aproximações entre estes dois livros tão díspares do que se pensava inicialmente:


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E a gata Deus (RIP) curtia uma beca do Gosshie!


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exemplos de cultura portuguesa do Gosshie:







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historial


lançado 19 de Fevereiro 2022 na Tinta nos Nervos, acompanhados com a Sendai  e o seu Na Prisão de Kazuichi Hanawa



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FEEDBACK 

Se o grafismo da obra é cativante, confesso que me interessei mais pela primeira estória do que pelo world tour que se lhe seguiu. Inclusivamente, a referência ao filme Uma Rapariga Regressa de Noite Sozinha a Casa foi um pouco ao lado, dado a BD ter muitos mais pontos em comum com o filme iraniano Gatos Persas. De qualquer modo, é sempre curioso o olhar estrangeiro sobre os países evocados.

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(...) O desenho afasta-se da Manga tradicional e tem uma certa "naïveté", desopilante e colorida.

Um manga absolutamente genial (...) Gosshie é um gato, que também é DJ. Na sua carrinha mágica visita vários países do mundo, onde vai passar bons sons e fumar muita ganza. Gosshie vai a cada país e descobre as coisas típicas de cada um deles, com as suas coisas boas e com as suas limitações. Ele até vem a Portugal, onde passa Moonspell no Festival Boom! Para além disso Gosshie é um connoisseur, um verdadeiro melómano, e sua variedade de discos não só é excelente como muito representativa. Este manga tem muita cor, em traços finos que dão todo um aspecto acidificado e tripanado a cada uma das histórias. É impossível deixar de querer acompanhar Gosshie nas suas viagens, sobretudo agora que ele tem uma carrinha nova.

 DJ Cat Gosshie World Tour is a friendly looking novel on the surface, but as you journey through its pages, unhinged undertones' arise. The cat smokes weed, meets great new friends, and travels the world to share music. What’s not to like? (...) 

Até as "normies" gostam! Ó!

E o #8 do zine do DJ Cat Gosshie (de onde retirámos as BDs que fizeram este livro) ganhou um concurso de fanzines da Rock'n'Cave / Paredes de Coura 2023












sábado, 18 de novembro de 2023

Dor de Costuleta Deluxe / últimas 13 cópias!!!



Todos os anos a MMMNNNRRRG lançava uma k7 de música provocadora, só par desenjoar dos livros! Em 2018 foi a edição de luxo do primeiro disco, Dor de Costuleta, de Black Taiga com uma faixa extra com DJ Privilégio e remixes do tema Porcos de Guerra pela editora / colectivo Rotten / Fresh e o seu incrível "roster" de produtores electrónicos: Buhnnun, DJ Crime, Império Pacífico, Östrol e UNITEDSTATESOF.

limitada a 66 cópias, a ilustração supavaporwave é do André dos Madokas com design-de-caixa-supimpa pela So What Produções

ESTÁ à venda AQUI as últimas 15 cópias!



Dor de Costuleta Deluxe
é uma co-edição MMMNNNRRRG + Rotten \\ Fresh e contem:

Lado A - Dor de Costuleta (2014) produzido por Walt Thisney
Anos do Leão
Vila Glútea (Tanzânia)
Porcos da Guerra
DJ Privilégio vs BT : Porcos de Guerra ODC (faixa extra)

Lado B - Remixes  Rotten \\ Fresh (2018)
Porcos da Guerra - Linha 3 / Buhnnun
Porcos de Guerra (Taiga Riddim) / DJ Crime
Porcos di Guerra IP Remix / Império Pacífico
Porcos do Guerra Polizei rmx / UNITEDSTATESOF
Porcos du Guerra Honeyglass remix / Oströl




Historial: 

lançamento no dia 22/12/18 no Desterro 

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Feedback:

Tenho que admitir a preferência pela da Bleid, mas os (...) kizombas goofy remisturados estão bastante interessantes. Quando entra alguém dentro do meu carro ou fica extremamente agradado ou agoniado com o som. O que é fixe (...) fiquei fã e vou ficar de olho nas próximas edições.
Catarina Querido (via email)
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domingo, 12 de novembro de 2023

AI AI hentAI / artigo "Para quê contratar artistas de banda desenhada se a banda desenhada se pode desenhar a si mesma?"

 


A Chili Com Carne, com a 5me Couche e a Echochamber, têm o prazer de anunciar a publicação da primeira Banda Desenhada sintética escrita e desenhada por uma Inteligência Artificial, sob a batuta de Ilan Manouach.



Este artista grego tem impressionado o mundo com CoCo (Conceptual Comics)pornografia para intelectuaisBD para invisuais e até ao The Guardian caiu-lhe o queixo com a edição do livro com a maior lombada de sempre. Agora é a vez de pôr a Inteligência Artificial a trabalhar em modo de Hentai num ensaio-espiral de deixar Foucault agitado na tumba.

Fastwalkers é uma meditação não-linear sobre "deep learning" e que celebra a poesia inesperada da computação e que explora novas possibilidades de leitura.

Obra nascida das experiências continuadas de Manouach sobre a abundância informática e as economias afectivas da BD, este selvagem e alucinogénico livro mostra textos e imagens totalmente produzidos por aprendizagem automática.

Desde os inícios do século XIX, que a indústria da BD expandiu-se de forma simbiótica com o desenvolvimento da impressão, distribuição e tecnologias de comunicação. Sendo um médium altamente digitalizado, com comunidades activas em linha, a BD presta-se a processos de programação que definem a própria aprendizagem automática. Nos dias de hoje, estes processos sintéticos estão a modificar a forma como produzimos, consumimos, arquivamos e percebemos todos os media, incluindo a BD.

Co-criado com a última IA (GAN, GPT-3) e desenvolvido com uma equipa de engenheiros informáticos e designers interdisciplinares, Fastwalkers é uma amalgama de diferentes comunidades de bases de dados, algoritmos de busca de marcas registradas, regimes de indexação, "beta testing" e modelos generativos. As ferramentas foram treinadas sob milhões de unidades de informação e corpos de texto para criar este livroO resultado é uma paisagem semântica de camadas de ambiente cujas harmonias e dissonâncias revelam a mudança da natureza agregada do conhecimento na era do semiocapitalismo e ilumina as qualidades computacionais inerentes da BD para jogar com o espaço cognitivo do leitor.



Obra redigida em inglês, lançada no Festival de Angoulême 2023 com 150 exemplares disponíveis em Portugal, desde Outubro 2022, estão na nossa loja em linha e na Tinta nos Nervos, Tigre de Papel, Kingpin, Snob, ZDB, Utopia, Linha de Sombra, Legendary Books, Alquimia e Matéria Prima.




estes "bots" humanos falam do livro aqui:


(...) livro difícil de atravessar, marcado pelo estilo das hentai japonesas (...) mas sobretudo pela dificuldade de acompanhar uma linha narrativa por entre as reflexões sobre processos de aprendizagem computacionais geradas, precisamente, por um computador

Sara Figueiredo Costa in Expresso

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Artigo "Para quê contratar artistas de banda desenhada se a banda desenhada se pode desenhar a si mesma?" de Ilan Manouach, traduzido por Pedro Moura e publicado no blogue Bandas Desenhadas


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sábado, 11 de novembro de 2023

ccc@FEIA#3


 

Vai haver terceira FEIA na Casa do Comum, lá estaremos com a nossa selecção de livros do nosso catálogo que tratem de música (REP, Balli, Gato Mariano, Nunsky), tenha música (Travassos, Zimbres + Mechanics, Krypto) ou os artistas sejam músicos (Coelho, Pita, Smith, Mariano, Rudolfo, Manouach) ou ainda edições fonográficas nossas. Faremos bons preços!! 

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Humanos : A Roya é um rio

Baudoin & Troubs

figurandorecuerdo(s); 2019


Edmond Baudoin é uma figura ímpar na BD francesa com uma longa carreira que foge às modinhas da indústria, especialmente quando começou nos anos 80, em que não era fácil partir o molde do álbum franco-belga com maminhas à mostra. A relação com Portugal não é normal, como aliás, como acontece com outros autores – olhem o espanhol Max que foi publicada uma BD n'A Batalha #288/289 -, quero dizer, ambos fartaram-se de nos visitar mas publicá-los ‘tá quieto! 

Baudoin visitou o Salão Lisboa 2000, depois passou tantas vezes pelos festivais de BD da Amadora e de Beja que perdi a conta e ainda voltou em 2020 à galeria Tinta nos Nervos em Lisboa, sempre com exposições de originais estupendos. Ainda por cima, ele é um amor de pessoa, cheia de boa disposição, simpatia e humildade, quem não teria a vontade de o editar? No entanto, até hoje, só saiu uma BD curta na revista Quadrado #2 (3ª série; Bedeteca de Lisboa; 2000) e o livro A Viagem (Levoir; 2015) - que faz parte daqueles 10% dos títulos que merecem ser lidos na horrorosa colecção Novela Gráfica que saí com o Público todos os anos. Querem mais? Procurem este álbum em galego-português porque não há mais nada para quem não atina com o francês, daí justificar-se divulgar aqui um livro com data de 2019.

Feito em parceria com Troubs, outro autor de BD francês que gosta de viajar e que em conjunto contam com pelo menos cinco livros editados, ambos vão retratar as caras de refugiados e de pessoas que os apoiam na sua marcha – sendo que essa solidariedade pode ser punida por lei. Roya, é um rio entre França e Itália, onde acontece um diário jogo do “gato e do rato” entre refugiados (ilegais) a tentarem passar as fronteiras e a bófia mas também das associações de apoio ou de apenas indivíduos insubmissos que decidem ajudar os refugiados. Mais que uma BD com um sentido narrativo clássico é uma galeria de retratos e de pequenas histórias, com algumas derrotas e algumas vitórias, como só Baudoin poderia “caligrafar” com a sua tinta. São belas as caras de todos estes humanos que os governos tentam desumanizar ou diabolizar. E se o exercício parece fútil ou exploratório, isto é de desenhar os retratos de pessoas em stress ou trauma, na realidade, é na realidade apenas um subterfúgio para quebrar o gelo, para que essas pessoas comecem a falar das suas histórias pessoais, de longe está a estetização da tragédia alheia.