quinta-feira, 26 de março de 2009

Inauguração exposição DEFIER

Dia 04 de Abril vai inaugurar às 17h00 a exposição de originais do livro de BD DEFIER editado pela El Pep em Janeiro deste ano e com o lançamento internacional em Angoulême, sendo neste dia feita a apresentação nacional dos livros DEFIER e MOCIFÃO.

Para além da inauguração da exposição, será apresentado pelo David Soares o livro PRISON STORIES e serão feitas sessões de autógrafos dos autores Ricardo Venâncio, Nuno Duarte e Untxura.

A exposição dos originais encerrará no dia 18 de Abril.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sobreviventes do Furacão Mitra acaba com WHIT


28 de MARÇO - Festa de Encerramento da exposição

Sobreviventes do Furacão Mitra

com concerto dos WHIT, às 18h

na CHILI - Rua dos Fanqueiros, 174, 1ºesq. Lisboa

A 10 Dezembro de 2008, o infame FURACÃO MITRA passou com uma extraordinária velocidade por Lisboa e com ele trouxe uma gigantesca exposição colectiva de 37 artistas e, exposições individuais de Mike Diana (EUA), Fábio Zimbres (Brasil), Filipe Abranches, Carlos Sousa & Nuno Pinheiro, assim como o Festival Rajada Famélica e uma edição da Feira Laica. A poucos dias do Natal, e já com os ventos a soprarem com normalidade, conseguiu-se então contabilizar o arrasamento, cuidar dos feridos e iniciar a inglória tarefa de reedificação da Interpress, local onde o vórtice do furacão espalhou maior devastação. Enquanto que alguns tiveram o infortúnio de serem arrastados para terras longínquas, outros congregam-se aqui ilesos do assolamento...

Sobreviventes do Furacão Mitra

é uma exposição que conta com trabalhos de André Lemos, Bruno Borges, Filipe Abranches, João Maio Pinto, João Chambel, Jucifer, Rafael Gouveia e Ricardo Martins, sendo uma selecção de trabalhos mostrados no extinto FURACÃO MITRA.
Tal como na inauguração de dia 28 de Fevereiro, tragam mais cobertores, cartões de crédito e outros bens de primeira necessidade para os sobreviventes, sff

Axima Bruta, RP da CHILI

Canicola numero sei

Canicola; Outono'08

Esta revista de bd italiana tem sido bastante divulgada neste blogue e creio que não há muito mais que queira dizer sem me repetir. Excepto que este número é "especial" por duas razões. A primeira porque neste número existe uma apetência para mostrar o desenho como um elemento narrativo - suspeito que também se deve ao facto dos originais ter sido expostos na Galeria d406. Destaque para a "bd-efeito-de-cristal" da finlandesa Pauliina Mäkelä, originalmente publicada na antologia 10x mas que no formato superior ao A4 ganha potência visual! E claro os desenhos de Andrea Bruno tiram sempre o fôlego a qualquer um...
A segunda razão deve-se pelo facto que este número é uma espécie de despedida. A revista continuará mas noutros moldes, prevê-se mudança de formato, abertura para mais colaboradores, sendo as decisões feitas por duas pessoas abandonando-se, assim, o conceito de revista de colectivo que era a sua identidade seminal (e se calhar a fonte da sua força e originalidade). Lembro-me do membro Edo Chieregato explicar em Ravenna como era obsessivo o método do grupo, um exemplo: para fazer uma capa de um número podiam passar tardes a discutir qual seria o pantone do verde ou do amarelo... A partir de agora existem duas pessoas apenas a decidirem como editores.
Apesar de já não haver Inverno nem Verão, a canícula parece ser a única coisa certa... vamos esperar por ela.

à venda no site da CCC.

domingo, 22 de março de 2009

Desenhos A-Z com GRRR


No Pavilhão Preto do Museu da Cidade (Lisboa - lá para o Campo Grande) encontra-se uma boa exposição da colecção MCS intitulada Desenhos A-Z. Tão boa que até têm desenhos do Ingo Giezendanner, autor suiço que participou no Mutate & Survive com uma bd - e que por razões absurdas está creditado no Mutate como MBF ainda hoje sem sabermos bem porquê... 
A exposição têm uma quantidade incrível de trabalhos de qualidade - a montagem é fraca - que merece a visita até dia 29 de Março!

quarta-feira, 18 de março de 2009

domingo, 15 de março de 2009

ccc@virus.2009

Lá estivemos na segunda edição do Vírus, nomeadamente no simpático restaurante / bar (boa música!!!) Cinema Paraíso na Sexta e ontem à noite, com uma mesa cheia de boas edições da Chili Com Carne e dos seus associados.
O evento é pequeno mas bem organizado com pessoas simpáticas e empenhadas da organização... Leiria é uma cidade cheia de vida e um centro histórico bonito, com boas lojas - já agora, podem encontrar os nossos livros em Leira na Shop Suey, uma loja especializada em bd já que a livraria Arquivo é incapaz de renovar o seu stock caduco de bd. É uma cidade com muito pessoal curioso e sedento de cultura alternativa. Gostraria de escrever mais, por exemplo sobre a feira de antiguidades de sábado de manhã (muito cara, diga-se de passagem) e mais sobre o evento ou sobre as conversas com o Marco Mendes ou com o Pedro da Rastilho mas admito que estou de rastos. Só digo mais isto: esperamos voltar para o ano!

terça-feira, 10 de março de 2009

Cristianismo 1 - Paganismo 0


B Fachada : Viola Braguesa
Samuel Úria em bruto
(FlorCaveira; 2008)

O ano passado foi para a MMP o ano da FlorCaveira, e como tal da tomada de consciência que existe Roque português cristão e (mais importante) que existe "lo-fai" cantautor cantado em português. A semana passada duas conversas - uma com um (des)conhecido, outra com o Tiago Guillul, mentor da FlorCaveira - levaram-me a aperceber que a FlorCaveira conseguiu roubar ao Hip Hop o "dom quixotismo" do uso da língua portuguesa no mundo da Pope/Roque.
Graças a gente rasteira como os Blind Zero ou os Silence 4, nos anos 90 pensou-se que o Rock para existir em Portugal tinha de ser cantado em inglês. E muita gente burra seguiu essa máxima, com a excepção dos Ornatos Violeta. De repente aparecem este tipos a cantar em português, com boas letras, originalidade e gravações "manhosas" (para quem gosta de pastilha elástica). Talvez por isso que em 2008 a FlorCaveira não se meteu em "Graindecore, Hardecore e Panque Roque" e tenha apostado em cantautores - ou seja, aqueles gajos a cantar coisas sensíveis, de guitarras acústica ao colo e pouco mais - para provar que em Portugal não precisamos coisas farsolas como o Old Jesuralem, metendo na sua linha da frente católicos (Manuel Fúria) ou pagãos (B Fachada) - recordando que a FlorCaveira tem uma raiz protestante.
Das suas últimas edições em CD-R, B Fachada perde versus Samuel Úria - infelizmente para o paganismo porque por estas bandas não se gosta de Cristianismo. Não se consegue perceber o que raios o "B gajo" canta porque a voz dele parece um bocado farsolas (demasiada teatral?) e os instrumentos também parecem abafá-la. Acho que este EP precisava da ajuda do Guillul que é um verdadeiro mestre da produção "lo-fai". Provas não seriam necessárias se fizerem um historial das suas edições mas basta reparar até nesta miscelánea que é o Em Bruto, 16 minutos de músicas dispersas de Samuel Úria. Não que as músicas que não foram produzidas por Guillul sejam más, só que se repara um som muito mais vivo e apurado em Segreguei-te ao ouvido e em Tigres Dentes de Sabre (grande tema Blues!!!) do que nas outras. De resto, vamos encontrar o "normal" da malta FlorCaveira: namoros com o António Variações e outros gloriosos do Pope/Roque dos anos 80, letras apelativas e inteligentes, engajamento cristão... Um aperitivo para um futuro álbum de Úria a sair para breve. Promete...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Past Forward


Controlled Bleeding / Dive : Night Shadows (Fast Forward; 1996)
Nouvelles Lectures Cosmopolites / Legendary Pink Dots / Laurent Pernice : Trinity (Fast Forward ; 1994)

Descobri a Fast Forward tarde demais nos anos 90. Quando comprei o CD Art of Life foi por causa da capa que tinha um desenho da Ana Cortesão - o logótipo da editora era dela. Antes demais, a Ana Cortesão foi provavelmente a autora (no masculino ou no feminino) mais brilhante na bd portuguesa dos anos 90, cuja obra pode ser apreciada no álbum A minha vida é um esgoto (BaleiAzul + Bedeteca de Lisboa; 1999).
Sobre o Art of Life falei no Comtrastes - era o fanzine do João Fazenda nos anos 90 - numa crónica que agora tenho vergonha de revisitar por causa da série de erros e gralhas do texto mas o que nesse texto eu chamava à atenção era para o facto da colectânea ser tão eclética e aberta a um mundo novo para além do folclórico Rock - ainda estou para provar que este CD de 1992 apresentou a primeira faixa Hip Hop em Portugal com o General D, que já agora, o que é feito dele?
Bem... dele nada sei mas da Ana Cortesão e o seu marido João (uma das cabeças da FF) sei alguma coisa. Estive com eles à pouco tempo e trocámos alguns livros de bd (da Chili Com Carne e MMMNNNRRRG) por (estes) discos, ambos "colectâneas" ou "splits".
O primeiro - provavelmente lançado quando descobri o Art of life e a última edição da FF - agrupa Controlled Bleeding (EUA) e Dive (Bélgica) envolta da temática das sombras. Controlled Bleeding em meia hora de Hymm from the shadows (dividido em duas partes) aparece-nos com ambientes negros "mucho drones" que se vão acumulando como se um rio fosse. Na vaga junta-se uma voz feminina assim a dar pró étnico dos Dead Can Dance - um banda sobre cotada dos anos 80, diga-se - e um Titanic electrónico que vai engrossando e desaguar num momento budista-camionista. A "idade-não-perdoa" passa por aqui. Talvez isso também possa acontecer o mesmo à participação de Dive assumidamente electrónico minimalista, lascivo e lento - mas é urbano para gostarmos desta faixa de 20m.
Dois anos antes, Trinity juntam-se três projectos europeus numa embalagem diferenciada em que cada um tem cerca de 25m para desenvolverem o seu trabalho. O sim dos franceses Nouvelles Lectures Cosmopolites (ou melhor, o Julien Ash) é "neo-clássico" electrónico, ou seja, acrescenta à base de música de câmara (cordas ou piano) sons concretos ou electrónicos criando geralmente belos ambientes fantasmagóricos - e aqui fantasmagóricos é no sentido lato. Cósmico é Andromeda suite dos Legendary Pink Dots que me impressionou porque conhecia a versão posterior do tema (clicar acima no link dos LPD) aqui na versão original pretensiosamente espacial com uma produção mais crua e longuíssima. Laurent Pernice é outro francês também virado para o "neo-clássico" e ambientes "drone" - a sua participação intitula-se Musiques immobiles por alguma razão - com efeito um bocadinho irritante e diria até menos inteligente que NLC. Ainda assim Trinity sobrevive ao tempo mais do que Night Shadows - olha, é giro isto! Referir os discos pelos títulos sendo eles soma de partes invés de «o disco de Controlled Bleeding com Dive é melhor que...». Coloca-se uma questão: como funcionava a FF? Será que havia um programa de comissariado musical? Um desafio que era lançado aos artistas? Com temática e duração? Ou o que havia eram faixas soltas que a FF compilava procurando uma lógica temática? Não sei... um dia pergunto ao João ou à Ana.
O mistério até lá será tão grande como a fotografia da capa de Trinity - especialmente quando reproduzida na contra-capa do plástico da embalagem (por isso com menos definição e a lembrar o efeito antigo das fotocópias de fotografias) - em mostra um local antigo (um detalhe de uma igreja?) com uma estrutura de ferro em primeiro plano que se parece com uma cruz.

quarta-feira, 4 de março de 2009