Mas trouxemos monografias editadas pelo grupo, e justamente um livro de Chihoi, Il treno (2008) adapta um conto de Hung Hung e ainda Sabato Tregua (2009) de Andrea Bruno. Livros de bd que parecem equidistantes, o de Chihoi é um livro A5 de traço minimalista feito a carvão, o de Andrea é um grandioso A3 com os ambientes sobrecarregados de tinta negra decadente mas não, ambos inserem-se numa corrente de "pós-realismo" (existe tal termo?) que a bd começou a escavar neste milénio. Esta corrente onde sobretudo encontramos autores italianos da Canicola e alguns finlandeses e alemães, sintetiza o surrealismo da "escrita automática" dos anos 60 (protagonizada pelas drogas tomadas por Robert Crumb e Moebius, passe a ironia) e a crueza da autobiografia popularizada nos anos 90. São estórias passadas em cenários bizarros e anacrónicos - no sentido de serem quase parábolas - onde o que para nós é estranho, nesse universo é normal. A estória deixa-se de se centrar na exploração das características desse universo e busca os dramas de foro pessoal. Seja as personagens burgueses de Chihoi que vivem em comboios alucinantes, seja na miséria urbana dos deliquentes de Bruno, o ponto comum é a riqueza humana das personagens, das suas angústias e falhas.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
cachecol
Como sempre nas tendas do Festival de Angoulême, no Sábado, é impossível andar e ver as coisas com olhos de se ver. Até na tenda "Novos Mundos", onde se encontram as editoras alternativas e zines, a maré de gente é brutal. Houve umas trocas com o colectivo italiano Canicola. E as vendas deles deveriam estar a correr bem porque só conseguimos trazer um exemplar do último número (#8) da revista homónima, que para além dos seus habituais colaboradores neste número participam vários autores do extremo Oriente como Chihoi (Hong Kong) ou Yuichi Yokoyama (Japão)... Ainda não lê-mos para comentar mas talvez nem seja necessário tal a qualidade que esta revista já nos habituou.
Mas trouxemos monografias editadas pelo grupo, e justamente um livro de Chihoi, Il treno (2008) adapta um conto de Hung Hung e ainda Sabato Tregua (2009) de Andrea Bruno. Livros de bd que parecem equidistantes, o de Chihoi é um livro A5 de traço minimalista feito a carvão, o de Andrea é um grandioso A3 com os ambientes sobrecarregados de tinta negra decadente mas não, ambos inserem-se numa corrente de "pós-realismo" (existe tal termo?) que a bd começou a escavar neste milénio. Esta corrente onde sobretudo encontramos autores italianos da Canicola e alguns finlandeses e alemães, sintetiza o surrealismo da "escrita automática" dos anos 60 (protagonizada pelas drogas tomadas por Robert Crumb e Moebius, passe a ironia) e a crueza da autobiografia popularizada nos anos 90. São estórias passadas em cenários bizarros e anacrónicos - no sentido de serem quase parábolas - onde o que para nós é estranho, nesse universo é normal. A estória deixa-se de se centrar na exploração das características desse universo e busca os dramas de foro pessoal. Seja as personagens burgueses de Chihoi que vivem em comboios alucinantes, seja na miséria urbana dos deliquentes de Bruno, o ponto comum é a riqueza humana das personagens, das suas angústias e falhas.
Mas trouxemos monografias editadas pelo grupo, e justamente um livro de Chihoi, Il treno (2008) adapta um conto de Hung Hung e ainda Sabato Tregua (2009) de Andrea Bruno. Livros de bd que parecem equidistantes, o de Chihoi é um livro A5 de traço minimalista feito a carvão, o de Andrea é um grandioso A3 com os ambientes sobrecarregados de tinta negra decadente mas não, ambos inserem-se numa corrente de "pós-realismo" (existe tal termo?) que a bd começou a escavar neste milénio. Esta corrente onde sobretudo encontramos autores italianos da Canicola e alguns finlandeses e alemães, sintetiza o surrealismo da "escrita automática" dos anos 60 (protagonizada pelas drogas tomadas por Robert Crumb e Moebius, passe a ironia) e a crueza da autobiografia popularizada nos anos 90. São estórias passadas em cenários bizarros e anacrónicos - no sentido de serem quase parábolas - onde o que para nós é estranho, nesse universo é normal. A estória deixa-se de se centrar na exploração das características desse universo e busca os dramas de foro pessoal. Seja as personagens burgueses de Chihoi que vivem em comboios alucinantes, seja na miséria urbana dos deliquentes de Bruno, o ponto comum é a riqueza humana das personagens, das suas angústias e falhas.
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