quarta-feira, 27 de julho de 2011

comix ANTI POP

Mais publicações que sairam ou ficaram acessíveis durante a Feira Laica. Estas dedicadas à banda desenhada e não é por serem de bd que são as mais impressionantes! Juro! Elas são bem melhores que os graphzines!

Começamos com o grande furor (inter)nacional que é o segundo número do Lodaçal Comix, um zine organizado por Rudolfo, artista da bd e do CD pirata verdadeiro chavalo hiper-activo que prometeu e cumpriu. O projecto foi anunciado como trimestral e assim está a ser, já vai no número dois e sei que o terceiro já está quase feito! 
E não ficou por aí, do primeiro número para este segundo engordou para 104 páginas A5 de autores tão diferentes como Afonso Ferreira, Natalie Andrade, Christina Casnellie + Bruno Borges, Maré Odomo, Rudolfo, Zukk Ozaki, Marco Mendes, L-EGO, Shogo Yoshikawa, Zé Burnay, Tiago Araújo, Aaron Kaneshiro, Ricardo Martins, Aviv Itzcovitz, Tetsunori Tawaraya, André Lemos, Zach Hazard, Ze Jian Shen, Tom Toye, João Cravo, Jack Hayden, Leah Wishnia, Tagas, Weja, Austin BreedJakub TywoniukMichael Deforge André Coelho.
Tal como cada vez há miúdas mais bonitas (o Ivan Brun acha que é qualquer coisa que andam a por nos cereais matinais) também cada vez a malta jovem desenha melhor. E sendo uma geração que literalmente têm tudo à sua disposição (mesmo que a maior parte do tempo seja de modo virtual) é natural que apareçam uma montanha de bds em que se cruzem referências do mundo Pop ad nauseam: "ninjas, super-heróis, mutantes, gajas nuas, elefantes, porcos, pilas, lobos, dragões, chicks (gajas galinhas!), magos, rabos, grávidas, gajos normais e retretes" como qualquer bom Cultura Pop em ebulição sugere. Estamos num planeta pós-Fort Thunder e neo-surrealista em que até Hentai que serve de crítica à energia nuclear. O futuro da bd (inter)nacional passa por aqui...

Não é de estranhar que apareça Snakebomb Comix #1 em Portugal distribuído pelo próprio Rudolfo, não partilhassem ambos títulos autores e estéticas idênticas. Tendo acesso a estes dois títulos ao mesmo tempo, coloca-se a questão onde começa um e acaba o outro. Pode-se dizer que a única diferença é que este último é feito exclusivamente por autores norte-americanos e que têm uma capa em serigrafia (e menos páginas, toma!). 
Temáticamente e estéticamente não há diferença entre eles. O Afonso Ferreira não é pior ou melhor que Pete Toms nem Ricardo Martins em relação a Zach Hazard Vaupen. Talvez seja mesmo algo na comida processada que faça a Humanidade capaz de desenhar todos os excessos gráficos que "fazem os olhos vomitar" - Le Dernier Cri dixit
Pessoalmente, espero, no entanto, por uma narrativa que convença mais do que mil imagens - e não sendo injusto, é em Afonso Ferreira e Tiago Araújo que se encontram estórias longas, separadas por capítulos, ao longo do Lodaçal. É mais uma espera...

Por fim, a Firma voltou e lança a colecção Vera Suchankova com Dark Shine (2011) do sérvio Aleksandar Opacic, autor presente no Salão Lisboa 2003 e publicado em Portugal na primeira Crica Ilustrada
A colecção que se inicia aqui é dedicada a autores dos Balcãs, sendo que poderemos considerar o livro de esboços do croata Igor Hofbauer como um "volume zero" da colecção. 
Não sendo este o seu primeiro livro de Opacic, será o segundo ambos compilam bds dispersas, curiosamente com uma bd repetida, justamente uma que usa o Batman num ambiente pós-apocalíptico. Este Dark Shine incide mais numa vez em textos (?) de Phillip K. Dick e na figura do Batman nas suas três bds claustrofóbicas. Menos gráfico e mais plástico que Tajna paukove krvi, este livro entretanto deixa as pessoas de queixo aberto devido a um "pop-up" muita mamado fazendo esquecer que as intenções editoriais e autorais não são compreensíveis.

Viva Comix! Vou dormir uma sesta!

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