Doping (Working Klass Noise; 2016) é uma k7 de punk rock sintético tocado e cantado pelo italiano Saba, aquele italiano dos zines e que organizou a maior zumbideira em Lisboa nos últimos tempos, e ... amigas (?).
Soa a Suicide alla bolognese ou Sigue Sigue Sputnik al dente, entre 1976 ou 1986 ou ainda a Humbert Humbert e outras bandas Electro-algo do início de milénio. Divertido mas repetitivo deixando depois a questão "quanta diversão aguentas?"
A embalagem é vinil que forra um cartão e já metidas umas pregas punk! Wicked!
Ou melhor ainda, quantos BPMs aguentas? BPM é a medida para a quantidade de batidas são despejadas por minuto em músicas electrónicas de dança (Hip Hop, Techno). Para quem pensava que o gênero Speedcore era o mais rápido com as quase 999 batidas por minuto, eis o Extratone que ultrapassa para mais de mil ao ponto que já não se pode falar em "batidas" mas sim em "tom". O Extratone é feito de TPM (tons por minuto), soa quase a Harsh Noise mas é realmente diferente e ao que parece há malta que curte dançar isto - WTF!? Tweet it! (extratone mix) é um picture disc 12" (um máxi) de DJ Balli e Ralph Brown em que feitas as contas aos tweets que são publicados por segundo e com uma base teórica de Paul Virillio para chegarmos aos tons deste monstruoso disco. É das coisas mais enervantes que já ouvi, qual Merzbow? Isso é para meninos! Edição da Sonic Belligeranza, de 2012, temos disto para venda se quiserem mesmo... boa sorte!
Outro que fez barulho nas festas que houve há algumas semanas foi Hexn que vi armado em mágico de filmes giallo a sacar o barulho da agulha que fazia uma tatuagem a um gajo que parecia estar morto. Metia respeito o ambiente Dark...
A k7 al-khīmiyya - الخيمياء (Old Bicycle + Non Piangere Dischi + diNote + La Scatola Nera; 2015) é isso, ambiente darketonni com drones, guitarras pós-góticas e vozes de "carpideiro" virgem, tudo isto para soar diabolik! É um coche...
Do lado oposto, está Økapi que pude ouvir os testes de gravação das reedições dos dois volumes de Love him : Økapi plays the music of Aldo Kapi pela Sonic Belligeranza. "Gamanço-fónicos" cheio de muzak trip-fckd-hop lounge que qualquer fã de Stealing Orchestra e People Like Us deveria adquirir nem que seja porque para no final do segundo volume acaba com ritmos de Rave xunga 160 BPM's. O que é muito estranho porque escrevem que o Aldo Kapi nasceu a 1896 e morreu em 1952, ora como se sabe não havia música Techno nessa era... Será tanga de italianos? Ou será tanga do Quirguistão?
quarta-feira, 30 de março de 2016
domingo, 27 de março de 2016
sábado, 26 de março de 2016
Tubarões Marmelos
Mais um grupo de livros da Les Requins Marteaux... Dois de Pierre Ferrero, o primeiro é Marlisou (2013) uma BD a preto e branco de uma odisseia espácio-temporal que podia ser uma homenagem às BDs psicadélicas dos anos 60 com as suas gajas libertárias (logo... semi-nuas) em ambientes erótico-surrealistas-pop. As diferenças são duas, Marlisou é uma agarrada o que tira logo a tesão e o grafismo "cubista" também não ajuda a líbido, logo não estamos nas fantasias das Barbarellas... A lógica é mais de narrativa videogame que circula em demasiado pela produção contemporânea, sendo fútil na sua totalidade porque ao percebermos a sua estrutura linear, tal como num jogo pouco importa o resultado - em último caso como diziam os Atari Teenage Riot, "a vida é como os vídeo-jogos, perde-se sempre". Mais problemático é no meio de tanto non-sense aparecer um episódio sobre os campos de concentração nazis que tira logo o sorriso estúpido da cara de quem estiver ainda a gostar disto. Híbrido estranho que não convence em nada tirando o facto de percebermos que existe habilidade "gráfica-narrativa" da parte do autor. Mais coerente embora também seja tonta será La Dance des mort (2015) que convence quem fuma charros e curta "cores finlandesas" em comix Mash-up de aventuras de cavaleiros medievais com Necronomicon. A edição é bastante bela para desprezar este livro. Com a lombada não colada à capa, era assim que deviamos ter feito o Inferno... Raios!
Pensava que a colecção BD Cul - não é preciso explicar muito, certo? - dos "Tubarões" fosse manhosa como muitas das coisas deles em catálogo (tipo Vermines, escola franco-belga com xixi-cocó) mas... é justamente o contrário! Até deve ser aqui que estão as melhores BDs desta editora francesa. A ideia é que isto pareça uma colecção de livros xungas / populares / pornochachada que existiram nos anos 70 e 80 por toda a Europa (incluindo Portugal) com títulos tão maravilhosos como O planeta das mulheres com o sexo na cara... Claro que a coisa descamba para aí como o Les Melons de la Colère (2011) de Bastien Vivès, obviamente a chupar As Vinhas da Ira de Steinbeck. Não se esperaria muito daqui se Vivès não fizesse disto uma comédia de costumes sobre uma jovem campónia com uns "pulmões externos" gigantes que é violada (absurdamente) por homens urbanos e corruptos - ela e a família pensam que está doente e que é normal a forma como ela é abusada quando vai ao médico. A família completamente ingénua faz lembrar a ideia que se tem dos Amish ou comunidades longe do fascínio do mundo digital. A fórmula "humor negro + erotismo" poderia dar em apenas um voyeaurismo sádico como nos bizarros fumettis mas Vivès deixa o leitor à rasca com a ignorância desta gente e desmancha qualquer erecção. Não sei se o autor teve essa percepção ou a inteligência de o fazer mas a ironia e o grafismo tem laivos de Rupert & Mullot e isso quer dizer alguma coisa... Teddy Beat (2 vol.; 2011-15) de Morgan Navarro é um urso azul fodilhão com argumentos do tipo "a canalizadora entrou em casa e 5 minutos depois já estão no truca-truca (mais a electricista e a entregadora de piças, pizzas-digo)", são aventuras porno-divertidas cheias de cor e Pop para a geração Nickelodeon, o que não é nada de novo se pensamos no Squeak the Mouse do Mattioli nos anos 90. A vantagem é que Navarro mostra que sexo poderia resolver todos os problemas do mundo, umas boas pinocadas e resolvia-se a má-onda israelita na Palestina. O que é verdade... Q (2013) de Mrzyk e Moriceau é um surrealismo soft de um exercício erótico entre um pénis e uma mão... só visto! Cool as fuck!
quinta-feira, 24 de março de 2016
Pénis apaga papel
Não é só "no feminino" que tem tornado a BD excitante, das coisas boas que a "BD alternativa" ofereceu foi permitir dar vozes às várias minorias culturais de forma a soltarem a franga do imaginário chato de caucasianos "breeders", produzindo assim os seus próprios documentos e uma herança identitária como é o caso das BDs de gays, lésbicas and all that jazz... Nos dias de hoje o termo mais correcto para "os desviantes" (cof cof!) é "queer", sobretudo para quem não adere à separação binária homo/hetero e gosta de "complicar" a sexualidade - em Abril, a Chili Com Carne e a Thisco lançam um excelente livro sobre o movimento Queercore, escrito por Rui Eduardo Paes, se perdoarem a publicidade! O que é fantástico na teoria queer é que ela provoca, outra vez no que diz a sexualidade, as normas instituídas depois dos movimentos homossexuais estarem a conseguir, passo a passo, obter os direitos que reivindicam em mais de 40 anos de luta cívica. A crise da cultura "gay" ou "lésbica" actualmente é que acaba por reproduzir (ops!) o mesmo esquema bem-comportado dos heteros e viciado pelo controle social do Capitalismo e do Cristianismo. Há muito que ser gay não é contra a norma ou subversivo, tanto que não é à toa que o Papa "Xico Propaganda" já lhes tenha "perdoado" a sodomia para encher as suas fileiras católicas. Sam Wallman é queer(core) até ao tutano e duvido que ele queira ser mais um mariquinhas casado com uma carrada de filhos, plasma de 2 metros e um carro com jacuzzi - fuck that! Wallman faz BD e ilustração, muitas vezes não se distinguem ou fundem-se até, que não se fica por temas dos direitos dos gays armado em lobby pois se há "Direitos" então eles são para todos! Por isso é que o encontramos a fazer uma BD sobre a "Crise dos Refugiados" ou sobre causas aborígenes - ah! Wallman é da Austrália! - como se pode verificar na sua colectânea Pen Erases Paper (2013). O seu estilo gráfico é devedor ao underground dos anos 60, cheio de detalhe e precisão mas por acaso alguns dos seus melhores momentos até são quando inventa nova iconografia queer como esta:
Se um símbolo da Paz ou as máscaras do Guy Fawkes já enjoam e qualquer fascista até diz que "Je Suis Charlie", eis uma boa alternativa para abrir o terceiro olho (wtf!?). Divertido (come on!), provocante, inteligente e engajado politicamente esta foi uma surpreendente oferta do Camarada Pequito que enviou dos antípodas. Thanks, mate!
Obviamente menos alegre vindos no mesmo pacote são uns livros com comics e arte feita por emigrantes e refugiados. Por cá ainda existem campos de concentração e para muitos deles desenhar é um escape. Todos nós sabemos dos "boat people" na Europa mediterrânica mas acho que ignoramos que também existem da Ásia para os países mais desenvolvidos da Oceania. O Refugge Art Project Zine trata de manter alguma sanidade através das práticas de arte destas vítimas do actual holocausto mundial que estamos a viver. Fundado por Safdar Hamed, as razões deste projectos estão muito bem demonstradas nesta BD-reportagem: medium.com/shipping-news/villawood-9698183e114c#.43bq682ut, façam favor de ler!
Este autor de BD e académico tem um livro sobre a sua infância e adolescência, The Good Son (2014) - título de uma música de Nick Cave? - que se pode ligar a Wallman porque partilha do tema do que se espera quando se faz parte de uma minoria cultural. Este livro lembra-me uma frase que li na Estado Mental: "ter um filho é como convidar um estranho para casa". Este pequeno relato mostra justamente isso como também destrói o mito que nem todos os que nascem num território novo tem de vir a ser cidadãos com profissões que os pais achem dignas na sociedade como se todos os filhos de indianos (o pai de Hamed é indiano) tivessem de ser médicos e engenheiros, nerds chatos como a potassa. Há quem escolhe como este autor de vir a ser daqueles que só vai ter dores de cabeça na vida como é o caso dos artistas. O tema é transversal para qualquer outro ocidental, até porque Hamed viveu condições normais (o "P.C." dos dias que correm obrigariam-me a escrever "privilegiadas" mas a expressão significa o discurso do Inimigo, que é achar que já não podemos ter condições como já tivemos no passado e... que não eram nada de especiais, muito menos "privilegiadas") mas ele pode escolher o seu caminho, com mais ou menos traumas familiares e psicológicos. Resta saber quem está à porta da Europa (ou da Austrália) terá estas condições "privilegiadas"...
Obviamente menos alegre vindos no mesmo pacote são uns livros com comics e arte feita por emigrantes e refugiados. Por cá ainda existem campos de concentração e para muitos deles desenhar é um escape. Todos nós sabemos dos "boat people" na Europa mediterrânica mas acho que ignoramos que também existem da Ásia para os países mais desenvolvidos da Oceania. O Refugge Art Project Zine trata de manter alguma sanidade através das práticas de arte destas vítimas do actual holocausto mundial que estamos a viver. Fundado por Safdar Hamed, as razões deste projectos estão muito bem demonstradas nesta BD-reportagem: medium.com/shipping-news/villawood-9698183e114c#.43bq682ut, façam favor de ler!
Este autor de BD e académico tem um livro sobre a sua infância e adolescência, The Good Son (2014) - título de uma música de Nick Cave? - que se pode ligar a Wallman porque partilha do tema do que se espera quando se faz parte de uma minoria cultural. Este livro lembra-me uma frase que li na Estado Mental: "ter um filho é como convidar um estranho para casa". Este pequeno relato mostra justamente isso como também destrói o mito que nem todos os que nascem num território novo tem de vir a ser cidadãos com profissões que os pais achem dignas na sociedade como se todos os filhos de indianos (o pai de Hamed é indiano) tivessem de ser médicos e engenheiros, nerds chatos como a potassa. Há quem escolhe como este autor de vir a ser daqueles que só vai ter dores de cabeça na vida como é o caso dos artistas. O tema é transversal para qualquer outro ocidental, até porque Hamed viveu condições normais (o "P.C." dos dias que correm obrigariam-me a escrever "privilegiadas" mas a expressão significa o discurso do Inimigo, que é achar que já não podemos ter condições como já tivemos no passado e... que não eram nada de especiais, muito menos "privilegiadas") mas ele pode escolher o seu caminho, com mais ou menos traumas familiares e psicológicos. Resta saber quem está à porta da Europa (ou da Austrália) terá estas condições "privilegiadas"...
quinta-feira, 17 de março de 2016
Emptiness is loneliness, and loneliness is cleanliness And cleanliness is godliness, and god is empty just like me
B.Corgan e o um "fãrrajota" babado!!! |
Bally Corgan dos Smashing Punpkins fez-se sócio da Chili Com Carne! E claro em homenagem ao tema Zero desta grande banda de Chicago ficou com o número zero no seu cartão! Yes!
Apanhamos este senhor no meio dos concertos lisboetas de "noise para Clásse Operária" - numa longa tradição que vai até às revoltas de Haymarket, reparou o B. Corgan - que aconteceram a semana passada. Ele foi tão simpático que se deixou levar pela nossas condições e até pagou os 30 paus!
"os meus dedos tremiam quando desenhava o seu cartão de sócio", revela Farrajota |
Eis um verdadeiro VIP (very important punk) nas nossas fileiras! Tonight, tonight...
quarta-feira, 16 de março de 2016
Brasil XIX
A Ugra (loja + distro + anuário de zines) enviou mais algumas edições deles, desta vez são livrinhos A6 na mesma lógica de muitas outras colecções do passado espalhadas pelo planeta: Quadradinho, miniTonto, Patte de Mouche, O Filme da Minha Vida, etc... Nunca é tarde reactivar este formato editorial, boa iniciativa este Ugrito com os seus primeiros quatro números.
O único que me tocou foi Germes da Cynthia B porque separa-se dos autores-rapazes e as suas fantasias bobas. Não é que ela fuja assim tanto como isso, pois o seu registo continua a ser o caricatural e o humorístico mas sente-se uma energia diferente mesmo que se possa encontrar nesta mini-BD uma tradição que vem das autoras dos anos 90 - mais especificamente aquela BD do "período gigante" pela canadiana Julie Doucet, que a tantos rapazes impressionou. Talvez venha a tornar-se um chavão daqui uns anos mas até lá ainda é verdade que as narrativas sobre a diferente fisiológica feminina tem o "twist" para renovar a cultura, humor incluído. Por isso, em 2016 é melhor o humor feminino brasileiro que o humor masculino brasileiro, se ainda existissem dúvidas, por isso, meninas, mexam-se e passem por cima desses vossos compatriotas cona-moles!
Calma, nem tudo está perdido! Existe também no Brasil, um tal de Luis Aranguri que pode ainda dar esperança. Chegou-me às mãos dois zines seus em A5 impressos em risografia (? pela Meli Melo?) que devido ao teor experimental fogem completamente à produção de BD daquele país - sendo possível juntá-lo às produções de Pedro Ivo Verçosa.
Remake remonta o livro Akte : Studien, kompositionen und visionen numa BD com a estrutura de duas vinhetas em três tiras por página. Feita com as fotografias desse livro de arte, tem uma sentido narrativo fluído que parece os momentos descritivos de um "mangá" de samurais ao mesmo tempo que os ângulos das imagens (recortadas) têm um drama cinematográfico tal como as colagens de Una Biografia (1973) de Chumy Chumez (1927-2003). Re/Forma (imagem) também tem o seu je ne sais quoi dos anos 70 vindo à cabeça o "famoso" La Cage (1975) de Martin Vaugh-James (1949-2009). Também nesta uma BD sem personagens humanas observa-se uma perturbação metafísica do espaço (um apartamento) acabando numa degradação, ou melhor, no seu desaparecimento. São espelhos ou efeitos especiais ou vinhetas que invadem a representação do espaço? Uma coisa é certa, não se paga renda aqui...
O único que me tocou foi Germes da Cynthia B porque separa-se dos autores-rapazes e as suas fantasias bobas. Não é que ela fuja assim tanto como isso, pois o seu registo continua a ser o caricatural e o humorístico mas sente-se uma energia diferente mesmo que se possa encontrar nesta mini-BD uma tradição que vem das autoras dos anos 90 - mais especificamente aquela BD do "período gigante" pela canadiana Julie Doucet, que a tantos rapazes impressionou. Talvez venha a tornar-se um chavão daqui uns anos mas até lá ainda é verdade que as narrativas sobre a diferente fisiológica feminina tem o "twist" para renovar a cultura, humor incluído. Por isso, em 2016 é melhor o humor feminino brasileiro que o humor masculino brasileiro, se ainda existissem dúvidas, por isso, meninas, mexam-se e passem por cima desses vossos compatriotas cona-moles!
Calma, nem tudo está perdido! Existe também no Brasil, um tal de Luis Aranguri que pode ainda dar esperança. Chegou-me às mãos dois zines seus em A5 impressos em risografia (? pela Meli Melo?) que devido ao teor experimental fogem completamente à produção de BD daquele país - sendo possível juntá-lo às produções de Pedro Ivo Verçosa.
Remake remonta o livro Akte : Studien, kompositionen und visionen numa BD com a estrutura de duas vinhetas em três tiras por página. Feita com as fotografias desse livro de arte, tem uma sentido narrativo fluído que parece os momentos descritivos de um "mangá" de samurais ao mesmo tempo que os ângulos das imagens (recortadas) têm um drama cinematográfico tal como as colagens de Una Biografia (1973) de Chumy Chumez (1927-2003). Re/Forma (imagem) também tem o seu je ne sais quoi dos anos 70 vindo à cabeça o "famoso" La Cage (1975) de Martin Vaugh-James (1949-2009). Também nesta uma BD sem personagens humanas observa-se uma perturbação metafísica do espaço (um apartamento) acabando numa degradação, ou melhor, no seu desaparecimento. São espelhos ou efeitos especiais ou vinhetas que invadem a representação do espaço? Uma coisa é certa, não se paga renda aqui...
Antibothis, volume 4
Novo volume da colecção THISCOvery CCChannel e da antologia Antibothis. 144 páginas de textos redigidos em inglês pelos criativos mais extremistas do planeta + CD de música electrónica compilada por Philippe Petit!
...
co-edição Chili Com Carne e Thisco
ISBN: 978-989-8363-20-6
Capa e ilustrações por André Lemos.
Design por João Cunha.
Textos de Chad Hensley, Polly Superstar, Crimethinc, Raymon Salvatore Harmon, Z'ev, Júlio Mendes Rodrigo, Ewen Chardronnet, Carl Abrahamsson, Francisco Lopez, Trevor Brown, Robin Rimbaud, V. Vale, Mason Jones, André Coelho, DJ Balli, Joe Coleman, Adolf Marx e Joe Ambrose.
Música de KK Null, Cindytalk, Machinefabriek, Michel Banabila + Philippe Petit, Israel Martinez, Pas + If Bwana, Murcof, Bela Emerson, Scanner / Sl Cut DB, Xambuca, The Stargazer's Assistant e Mark Beazley.
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PVP: 15€ (10€ para associados CCC) à venda na shop online da CCC e 4/quatri (Itália)
...
Feedback: As usual with this excellent Portuguese anthology, we find ourselves positioned in a gap between the old and the new on many levels. The occultural, post-industrial (as in the music/subculture, not as in general history), avant garde environment swings easily between play and philosophy, between genuine transformation and abstracted discourse, between pure experimentation and thorough thinking. Most of it is still fairly fresh, I have to say. If there’s some kind of code that unites these disparate voices, it’s an antithetical stance against the passive collective, expressed in eloquent experiments. Single voices spewing out disdain or frustration in honest, poetical and sometimes scary bursts. Carl Abrahamsson
ainda sobre ANTIBOTHIS: são antologias literárias occulturais periódicas, apresentado textos e entrevistas de autores tanto desconhecidos como já com créditos firmados, na dissidência e disseminação alternativa de informação e propaganda literária, uma revolta em nome da imaginação em oposição a uma existência tóxica de baixo teor cognitivo.
sábado, 5 de março de 2016
Os chavalos também se abatem!
A fornada ficou completa afinal já tinha o disco-finalmente-decente do Presidente Drógado mas faltava as duas restantes Burning Sessions (AI + Burning Desire Studio; 2015) de A-nimal e de Focolitus. Deixaram-me confusos estes dois discos, no primeiro caso esperava não gostar, no segundo o contrário e deu-se um grande vice-versa, ena!
O "Prog-punk" de A-nimal na verdade chama-se Post-Rock, um género na essência muito chato pelas suas flutuações e planícies, que raramente convencem e que só mostra como os caucasianos andam muito aborrecidos deste a entrada do Novo Milénio. Como tal querem mostrar virtuosismo musical porque nada têm para dizer. A-nimal bateu-me mais do que estava à espera, talvez por ser uma sessão ao vivo com um som mais sujo e orgânico do que em estúdio (os discos deles que estão no bandcamp não me convencem) e ao que parece a banda nesta gravação está em espírito de improvisação. Não me pareceu como as outras merdas que andam por aí da modinha. Não agridem os ouvidos, o que até agradeço embora comece a achar que os punks estão a ficar velhos...
O "Prog-punk" de A-nimal na verdade chama-se Post-Rock, um género na essência muito chato pelas suas flutuações e planícies, que raramente convencem e que só mostra como os caucasianos andam muito aborrecidos deste a entrada do Novo Milénio. Como tal querem mostrar virtuosismo musical porque nada têm para dizer. A-nimal bateu-me mais do que estava à espera, talvez por ser uma sessão ao vivo com um som mais sujo e orgânico do que em estúdio (os discos deles que estão no bandcamp não me convencem) e ao que parece a banda nesta gravação está em espírito de improvisação. Não me pareceu como as outras merdas que andam por aí da modinha. Não agridem os ouvidos, o que até agradeço embora comece a achar que os punks estão a ficar velhos...
Um concerto de "Focos" é mais estar lá e não para se ouvir em casa tal é a podridão condensada desta malta cuja a melhor definição seria "NoMeansNo a Recibos Verdes" ou "System Of A Down dos precários". O José Smith Vargas lá canta, berra e recita qual trovador da revolução falhada mas nunca se percebe nada, o que é chato porque o gajo recita poesia de alto calibre - letras com muita categoria, diga-se! Lembra o Rudolfo ao vivo, ambos "Mike Patton sem orçamento" sem se aguentarem à bomboca. Isto é "Punk-Prog" de peru a ser depenado...
PS - O título deste "post" é gamado à Rosa Baptista que gamou ao romance de Horace McCoy. Ladrão que rouba ladrão...