domingo, 27 de novembro de 2016
Desculpem lá qualquer coisinha...
Este ano não há Maga e pensava que não faria o Relatório Anual de Fanzines e Edição Independente de BD portuguesa de 2015... Porquê? Porque depois de voltado a escrever e a publicar no "formato papel" já não há tesão prá 'net. MAS como entretanto falei com as editoras do Portuguese Small Press Yearbook e estava ontem presente na Feira Morta o novo volume do PSPY com o meu texto acompanhadas pelas mordazes ilustrações de Mariana Pita. Yes! Mesmo tendo passado um ano - estas coisas de relatórios devem sair é logo no final do ano ou no início do ano novo - ainda assim faz sentido, viva o papel!!! Ide lá comprar o anuário que é melhor que lixar os olhinhos no ecrã...
sábado, 26 de novembro de 2016
Neo World Disorder
Intervenientes: Rui Eduardo Paes, Hetamoé, Joana Tomé e Ana Cristina Álvares
Esta mesa-redonda integra-se num ciclo de encontros, sessões académicas e mesas-redondas dedicadas à discussão de um número de noções e conceitos associados à esfera do político tal como expressos e elaborados pela banda desenhada. No caso presente, investigadores académicos e artistas de banda desenhada focarão questões de género e da representação do corpo nesta disciplina artística.
No mesmo dia e seguinte:
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Estivemos no III Mercado de Música Independente
Tal como já fomos à primeira edição, regressamos a este Mercado de Música Independente na companhia da nossa parceira Thisco, com a qual dividimos a mesa...
Havia poucos concertos atraentes nesta edição, coisas terríveis como os conichas dos Ghosthunt - ou Ghostkunt como passou a ser conhecido nesse dia. O mais ousado ou com atitude foi Scúru Fitchádu, projecto que era impossível de perceber o sonoro real devido à péssima acústica do espaço mas agora que se ouve bem no bandcamp soa a Death Grips a tocarem Funáná!!!
A nível de editoras de música havia uma boa oferta e foi um gastar de dinheiro... Em 2016 a fita magnética é o formato de eleição para se editar música longe do Pop/Rock chato. Seja Harsh Noise (Aló Narcolepsia!) e Metal (Olá Signal Rex!) que sempre mantiveram-se neste formato, a k7 tem dado para outros lados como a música Electrónica e Hip Hop (olé Marvellous Tone!). Entre as editoras mais simpáticas do evento estavam os madeirenses da Casa Amarela que lhes saquei o último exemplo da split'tape Liminal / Aires (pela checa Genot Center) ficando os gajos com menos material na mesa, foi mesmo má onda minha! Ambient / Noise / Field Recording com dinâmica o suficiente para se perceber que ainda se podem fazer coisas sem ser do mesmo. O mesmo não se pode dizer de Twistedfreak e Dragão Inkomodo que não percebi o que era a auto-edição (do Twistedfreak) devido a um confuso design mas entretanto já me disseram que o lado A é um set feito para a Rádio Quântica e ouve-se bem, com um fio vaporwave que gamou o que tinha a gamar ao Zamia Lehmanni e aos Ferraros. Do outro lado é um split com o Dragão Inkomodo e parece um bocado Big Beat à Fatboy Slim mas sem dinâmica. Mais vale ir ouvir Cannibal Corpse! E por falar em Gore,... As imagens do CD Khmer Rouge Survivors : They will kill you, if you cry (Glitterbeat) distribuído pela Megamúsiva em Portugal, mostra como como as capas do pessoal do Harsh Noise são uns meninos! O CD faz uma apanhado de música tradicional que sobreviveu aos Khmer Rouge, uma das maiores forças genocidas que existiu neste planeta em que bastava alguém usar óculos escuros para ser considerado intelectual e como tal abatido, tal era demência destes animais do Camboja. Música que vive de fantasmas e o desconforto de sentirmos "voyeurs" ("écouteurs"?) desta tragédia gigantesca...
Depois disso, o que pensar então de O Mundo Vai Acabar por evoluir (Aros Art + Big Factory + Fábrica do Som; 2013) de Kapataz? Ou pior, de Lo-fi Hipster Trip (Meifumado; 2015) de Corona?
O primeiro caso é gunaria das Fontainhas (Porto), bairro que irá ser gentrificado quando menos se esperar, o granda bossa do Kapataz sabe disso? Deveria pensar no futuro invés de falar dos seus "beefs" (fictícios? reais? Who cares!?) com os "boys" e o seu amor incondicional com o Hip Hop (grandes beats neste álbum!!!). Pouco mais se aprende aqui como 99% da produção de Hip Hop 'tuga, como sempre, os seus protagonistas não sabem ser realmente sinceros (biográficos) à realidade envolvente - pecadilho que aliás que sofre toda a cultura portuguesa. Kapataz destaca-se do rebanho de padrecos com o seu flow nortenho fodido mas acaba quando os 48 minutos do CD acabam.
O segundo caso, acaba quando limpar a "pen USB" e lá meter música lá à séria como The Soft Pink Truth ou Plus Ultra... Hip Hop cómico que avacalha sem pica, conceito tão mole como uma alheira negra, mais valia não ter sabido que isto existia. Comprei o "disco" porque é uma embalagem de comprimidos com a música, fotos e vídeos dentro de uma "pen" - que parece mesmo um comprimido. E a edição ainda dá direito a uma bula médica! Excelente edição, música de merda! Mas tal como se pode desgravar uma k7 também se pode meter outra música (ou outros ficheiros) nesta "pen", no fundo no fundo, acho que comprei apenas uma "pen" e uma boa ideia de embalagem... Valeu, "Cagona"!
Havia poucos concertos atraentes nesta edição, coisas terríveis como os conichas dos Ghosthunt - ou Ghostkunt como passou a ser conhecido nesse dia. O mais ousado ou com atitude foi Scúru Fitchádu, projecto que era impossível de perceber o sonoro real devido à péssima acústica do espaço mas agora que se ouve bem no bandcamp soa a Death Grips a tocarem Funáná!!!
A nível de editoras de música havia uma boa oferta e foi um gastar de dinheiro... Em 2016 a fita magnética é o formato de eleição para se editar música longe do Pop/Rock chato. Seja Harsh Noise (Aló Narcolepsia!) e Metal (Olá Signal Rex!) que sempre mantiveram-se neste formato, a k7 tem dado para outros lados como a música Electrónica e Hip Hop (olé Marvellous Tone!). Entre as editoras mais simpáticas do evento estavam os madeirenses da Casa Amarela que lhes saquei o último exemplo da split'tape Liminal / Aires (pela checa Genot Center) ficando os gajos com menos material na mesa, foi mesmo má onda minha! Ambient / Noise / Field Recording com dinâmica o suficiente para se perceber que ainda se podem fazer coisas sem ser do mesmo. O mesmo não se pode dizer de Twistedfreak e Dragão Inkomodo que não percebi o que era a auto-edição (do Twistedfreak) devido a um confuso design mas entretanto já me disseram que o lado A é um set feito para a Rádio Quântica e ouve-se bem, com um fio vaporwave que gamou o que tinha a gamar ao Zamia Lehmanni e aos Ferraros. Do outro lado é um split com o Dragão Inkomodo e parece um bocado Big Beat à Fatboy Slim mas sem dinâmica. Mais vale ir ouvir Cannibal Corpse! E por falar em Gore,... As imagens do CD Khmer Rouge Survivors : They will kill you, if you cry (Glitterbeat) distribuído pela Megamúsiva em Portugal, mostra como como as capas do pessoal do Harsh Noise são uns meninos! O CD faz uma apanhado de música tradicional que sobreviveu aos Khmer Rouge, uma das maiores forças genocidas que existiu neste planeta em que bastava alguém usar óculos escuros para ser considerado intelectual e como tal abatido, tal era demência destes animais do Camboja. Música que vive de fantasmas e o desconforto de sentirmos "voyeurs" ("écouteurs"?) desta tragédia gigantesca...
Depois disso, o que pensar então de O Mundo Vai Acabar por evoluir (Aros Art + Big Factory + Fábrica do Som; 2013) de Kapataz? Ou pior, de Lo-fi Hipster Trip (Meifumado; 2015) de Corona?
O primeiro caso é gunaria das Fontainhas (Porto), bairro que irá ser gentrificado quando menos se esperar, o granda bossa do Kapataz sabe disso? Deveria pensar no futuro invés de falar dos seus "beefs" (fictícios? reais? Who cares!?) com os "boys" e o seu amor incondicional com o Hip Hop (grandes beats neste álbum!!!). Pouco mais se aprende aqui como 99% da produção de Hip Hop 'tuga, como sempre, os seus protagonistas não sabem ser realmente sinceros (biográficos) à realidade envolvente - pecadilho que aliás que sofre toda a cultura portuguesa. Kapataz destaca-se do rebanho de padrecos com o seu flow nortenho fodido mas acaba quando os 48 minutos do CD acabam.
O segundo caso, acaba quando limpar a "pen USB" e lá meter música lá à séria como The Soft Pink Truth ou Plus Ultra... Hip Hop cómico que avacalha sem pica, conceito tão mole como uma alheira negra, mais valia não ter sabido que isto existia. Comprei o "disco" porque é uma embalagem de comprimidos com a música, fotos e vídeos dentro de uma "pen" - que parece mesmo um comprimido. E a edição ainda dá direito a uma bula médica! Excelente edição, música de merda! Mas tal como se pode desgravar uma k7 também se pode meter outra música (ou outros ficheiros) nesta "pen", no fundo no fundo, acho que comprei apenas uma "pen" e uma boa ideia de embalagem... Valeu, "Cagona"!
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Suecas em cuecas
Quando a revista sueca Det Grymma Svärdet (Lystring; 2013) decidiu fazer o número 16 em formato k7, ou seja, com música, o humor negro seco sueco manteve-se como marca registrada da publicação, só mudou a forma de o expor. Pelos vistos veio ao de cima a ideia de gozar com as compilações Noise dos White House e a sua editora Susan Lawly, que se dedicavam à "música extrema" (Noise) produzida em África, na Rússia e por mulheres. Música extrema da Suécia poderia ser o quê? Que tal gaijas a fazerem noise e afins? E invés de ter as "pin-ups de bonecas partidas" do Trevor Brown que tal ter antes gajos nesse mesmo fetichismo médico? E mais umas fotos de homens de boxeurs e perucas parvas?
A k7 de plástico vermelho é metida numa caixa a lembrar as de cartuchos de jogos de computador e dá nas vistas, especialmente pela provocação gráfica. Passado 20 anos desde essas compilações pela Susan Lawly, realmente a nossa cultura evoluiu e diversificou as suas propostas estéticas... A música da k7 é mais experimental do que Noise, mais electrónica - que nos dias de hoje podemos encontrar em Portugal com a grande Jejuno, por exemplo - sendo as faixas com mais presença as de Miriam Kaukosalo (vozes processadas) e Yo Ameba (Noise na linha de Pan sonic).
No número anterior também havia uma k7, Summercamp 2013, a acompanhar a revista editada em modo normal (formato livro), dedicada a Lisa Carver / Suckdog. Colectânea de vários músicos, não-músicos, artistas e "pranksters" (pelos vistos os "snobs" de Estocolmo prestam-se a isso) a celebraram aquela que será das poucas mulheres que praticou cultura de choque antes desta ficar institucionalizada ao ponto de até se conseguir eleger um presidente dos EUA como o "trompas"... Lisa fez (punk?)rock perigoso, ao ponto da Courtney Love parecer uma corista virgem de igreja. Também é sabido que levou nas trombas do porco nazi do Boyd Rice e talvez tenha dado nas trombas no javardo do Costes... Não que fantasie com nada disto.
A k7 junta temas de ou dedicadas a Carver, tipo Pop indie feminino frágil com sabor agridoce a violência doméstica ao gajo a contar piadas porcas em sueco com risos enlatados. Não convence para ir aprender a língua de Pär Lagerkvist, no entanto parece que todos devem ter-se divertido neste projecto e isso é transmitido mesmo para os não-suecos.
O não-gaja-mas-doido-o-suficiente-para-assinar-como-tal Melanie is Demented lançou em Outubro o seu novo álbum, We split up searching for you. Lançar é quem diz porque falamos de ficheiros em linha para o Spotify - e sim esta coisa ao lado é a "capa"...
O que distingue dos outros discos anteriores é que é mais "poppy" e "fácil" ao mesmo tempo que é mais intimista. Segundo o músico, em troca de e-mails pessoais, disse-me que as tournês que tem feito incluindo a nossa Ibérica, impressionaram-no (não sei como ao certo) mas que isso justifica as músicas novas terem sido compostas para serem mais fáceis de tocar ao vivo. São realmente menos "estúdio", topa-se desde a primeira audição...
Simplicidade não significa parvoíce e MiD continua a ser um génio Pop/Rock capaz de "earworms" que não nos irritam ao contrário das putas da Rádio Comercial, por exemplo. Mago que tritura tudo do que foi feito nos espectros Rock, Electro e Hip Hop, MiD cria o seu melodrama sonoro muito próprio, tal como uns Blur ou David Bowie. Tanto que o que se pode dizer de A psychiatrist why? Raggamuffin de/para alienados? Espero que chegue ao Top 10 em qualquer lado...
Já agora e porque se falou de putas, eis uma música para as Três Grandes Putas que alinharam em dar prémios à Disney:
A k7 de plástico vermelho é metida numa caixa a lembrar as de cartuchos de jogos de computador e dá nas vistas, especialmente pela provocação gráfica. Passado 20 anos desde essas compilações pela Susan Lawly, realmente a nossa cultura evoluiu e diversificou as suas propostas estéticas... A música da k7 é mais experimental do que Noise, mais electrónica - que nos dias de hoje podemos encontrar em Portugal com a grande Jejuno, por exemplo - sendo as faixas com mais presença as de Miriam Kaukosalo (vozes processadas) e Yo Ameba (Noise na linha de Pan sonic).
No número anterior também havia uma k7, Summercamp 2013, a acompanhar a revista editada em modo normal (formato livro), dedicada a Lisa Carver / Suckdog. Colectânea de vários músicos, não-músicos, artistas e "pranksters" (pelos vistos os "snobs" de Estocolmo prestam-se a isso) a celebraram aquela que será das poucas mulheres que praticou cultura de choque antes desta ficar institucionalizada ao ponto de até se conseguir eleger um presidente dos EUA como o "trompas"... Lisa fez (punk?)rock perigoso, ao ponto da Courtney Love parecer uma corista virgem de igreja. Também é sabido que levou nas trombas do porco nazi do Boyd Rice e talvez tenha dado nas trombas no javardo do Costes... Não que fantasie com nada disto.
A k7 junta temas de ou dedicadas a Carver, tipo Pop indie feminino frágil com sabor agridoce a violência doméstica ao gajo a contar piadas porcas em sueco com risos enlatados. Não convence para ir aprender a língua de Pär Lagerkvist, no entanto parece que todos devem ter-se divertido neste projecto e isso é transmitido mesmo para os não-suecos.
O não-gaja-mas-doido-o-suficiente-para-assinar-como-tal Melanie is Demented lançou em Outubro o seu novo álbum, We split up searching for you. Lançar é quem diz porque falamos de ficheiros em linha para o Spotify - e sim esta coisa ao lado é a "capa"...
O que distingue dos outros discos anteriores é que é mais "poppy" e "fácil" ao mesmo tempo que é mais intimista. Segundo o músico, em troca de e-mails pessoais, disse-me que as tournês que tem feito incluindo a nossa Ibérica, impressionaram-no (não sei como ao certo) mas que isso justifica as músicas novas terem sido compostas para serem mais fáceis de tocar ao vivo. São realmente menos "estúdio", topa-se desde a primeira audição...
Simplicidade não significa parvoíce e MiD continua a ser um génio Pop/Rock capaz de "earworms" que não nos irritam ao contrário das putas da Rádio Comercial, por exemplo. Mago que tritura tudo do que foi feito nos espectros Rock, Electro e Hip Hop, MiD cria o seu melodrama sonoro muito próprio, tal como uns Blur ou David Bowie. Tanto que o que se pode dizer de A psychiatrist why? Raggamuffin de/para alienados? Espero que chegue ao Top 10 em qualquer lado...
Já agora e porque se falou de putas, eis uma música para as Três Grandes Putas que alinharam em dar prémios à Disney:
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Instruction Manual for Lonely Mountains
Silent Army; 2016
Nicola Gunn (a) e MP Fikaris (d)
O pessoal da Austrália é bem maluco e encontrei-me ontem em Lisboa com um casal que fez este livro de BD - e claro que eles conhecem o Sam Wallman, a organização de apoio a refugiados e o Simon Hanselmann, o microcosmos da BD australiana deve ser ainda menor que a portuguesa onde todos fingem-se não conhecer...
Trata-se de uma adaptação para BD de uma peça de teatro que ronda uma reunião de grupo de Protesto Contra a Extinção da Raça Humana. Os "bedófilos" passam a vida a comparar a BD ao Cinema (de merda) e é engraçado que se esqueçam sempre do dos refinados diálogos do Teatro. O que quer dizer que quem lê BD vai mais ao Cinema do que ao Teatro? Sem comentários...
As quatro personagens que são realmente "montanhas solitárias" (e egoístas) demonstram a sua incapacidade de se conciliarem e de se focarem no assunto a que foram chamadas, provam que a Humanidade merece ser extinta. Obrigado aos "aussies" por nos relembrarem isso... Graficamente o desenho é muito simples e abonecado, sendo que há uns estranho apontamentos gráficos que aparecem sem aviso ao longo da narrativa. Pontuam algum sentimento das personagens que não pode aparecer escrito? Curioso...
PS - A imagem deste "post" é uma página do interior do livro, ao que parece este título ainda não foi lançado oficialmente e daí não ter encontrado imagem da capa...
PPS - Entretanto é de referir, que Fikaris é um verdadeiro instigador da cena australiana e edita uma revista, Dailies, cheias de participações daquele continente e vizinhos como a Nova Zelândia, Timor (Alfe Tutuala) ou Indonésia (Oik Wasfuk e Fitri DK).
Impressa a cores em papel jornal, uma das características que a tornam coerente é o facto de quase todas as BDs elegerem temas sociais e pessoais como conteúdo. Não quer dizer que não haja também algum experimentalismo "artsy" ou o humor "b-a-bá". Hanselmann aparece aqui e é um tampão vivo entre as duas possibilidades. Mais claro ainda nas intenções é o jornal Bread & Roses que assume o papel panfletário ao tornar as suas páginas todas em potenciais cartazes que apelam à União e contra a Corrupção. Curiosamente encontra-se lá o nosso Camarada Musturi!
Nicola Gunn (a) e MP Fikaris (d)
O pessoal da Austrália é bem maluco e encontrei-me ontem em Lisboa com um casal que fez este livro de BD - e claro que eles conhecem o Sam Wallman, a organização de apoio a refugiados e o Simon Hanselmann, o microcosmos da BD australiana deve ser ainda menor que a portuguesa onde todos fingem-se não conhecer...
Trata-se de uma adaptação para BD de uma peça de teatro que ronda uma reunião de grupo de Protesto Contra a Extinção da Raça Humana. Os "bedófilos" passam a vida a comparar a BD ao Cinema (de merda) e é engraçado que se esqueçam sempre do dos refinados diálogos do Teatro. O que quer dizer que quem lê BD vai mais ao Cinema do que ao Teatro? Sem comentários...
As quatro personagens que são realmente "montanhas solitárias" (e egoístas) demonstram a sua incapacidade de se conciliarem e de se focarem no assunto a que foram chamadas, provam que a Humanidade merece ser extinta. Obrigado aos "aussies" por nos relembrarem isso... Graficamente o desenho é muito simples e abonecado, sendo que há uns estranho apontamentos gráficos que aparecem sem aviso ao longo da narrativa. Pontuam algum sentimento das personagens que não pode aparecer escrito? Curioso...
PS - A imagem deste "post" é uma página do interior do livro, ao que parece este título ainda não foi lançado oficialmente e daí não ter encontrado imagem da capa...
PPS - Entretanto é de referir, que Fikaris é um verdadeiro instigador da cena australiana e edita uma revista, Dailies, cheias de participações daquele continente e vizinhos como a Nova Zelândia, Timor (Alfe Tutuala) ou Indonésia (Oik Wasfuk e Fitri DK).
Impressa a cores em papel jornal, uma das características que a tornam coerente é o facto de quase todas as BDs elegerem temas sociais e pessoais como conteúdo. Não quer dizer que não haja também algum experimentalismo "artsy" ou o humor "b-a-bá". Hanselmann aparece aqui e é um tampão vivo entre as duas possibilidades. Mais claro ainda nas intenções é o jornal Bread & Roses que assume o papel panfletário ao tornar as suas páginas todas em potenciais cartazes que apelam à União e contra a Corrupção. Curiosamente encontra-se lá o nosso Camarada Musturi!
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Grindlove
Os metaleiros 'tão na merda, já nem Satananás lhes safam... A moda de Grindcore javardolas sem conteúdo político e (anti-)religioso está em alta, e ainda bem, porque o rodriguinho de complexo cristão já cheirava mal. As heresias humorísticas de Vizir são capazes de serem mais eficientes do que pregar a grunhir, por isso 'bora masé curtir insufláveis (bolas, bóias, bonecos) nos concertos de Serrabulho vestido à Cosplay da Merdaleja.
Este split-EP de 7" dos Serra com Shoryuken (Chaosphere + Half Beast; 2016) é um bom exemplo de quem sabe-se divertir a cheirar os seus próprios peidinhos debaixo do cobertor. Há de tudo, uma versão porca de Guns'n'Roses, Sweet Grind of Mine, pelos Serra, e até um tema ao vivo dos Sho que mostram que são uma banda ainda um bocado à séria, ou seja com som sério, dentro dos cânones, muito barulho Grind, bom! Embaladinho com um coelho cor-de-rosa de Páscoa - saiu mesmo na Páscoa, ao menos? - até tem umas orelhas recortadas de forma a abraçar o vinilo, snif snif... Ouve-se uma vez e não se fica nada chateado. Guardarei tal objecto apenas porque o desenho é do Camarada Duarte e porque este disco é um regresso ao mundo editorial da metade-besta do Camarada Pedro, hail bunnies!
terça-feira, 8 de novembro de 2016
Muchas gracias!
Repetiu-se o stand mais colorido (e isso é bom!) na BD Amadora com resultados iguais aos do ano passado, o que mostra que com o tempo, o perfil deste evento vai afastando-se da "bedofília" bacoca. Agradecemos ao director do festival, Nelson Dona, por nos ter oferecido mais uma vez esta oportunidade para estarmos presentes mas os nossos maiores agradecimentos vão para as verdadeiras "donas" do evento, Luísa Baeta, Lígia Macedo e Andresa Soares, que foram impecáveis desde sempre. Ah! E um saravá também para o Rui Horta Pereira!
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
"Zíngaro" na Art Review
Tal como aconteceu em 2014 com o Francisco Sousa Lobo, eis outro português a entrar com uma BD de duas páginas na revista inglesa Art Review: Carlos "Zíngaro". Esta intervenção deste artista e músico veio a pretexto da nossa antologia Revisão que trouxe à luz BDs portuguesas dos anos 70 que tanto espantaram o crítico Paul Gravett, responsável pela secção de BD da publicação...
...
Carlos "Zíngaro", artist and musician, is the second Portuguese Comics author to contribute in the magazine Art Review - the first was Francisco Sousa Lobo in 2014. This is due to the book Revisão that we published this year and republishes forgotten Portuguese comics from the 70's. Those pearls brought to light amazed Paul Gravett, the responsable for the comics section of the magazine, at the point to invite "Zíngaro" to make a new work for the mag... Well done!!!