domingo, 17 de fevereiro de 2019

Info-excluídos

Como sabem novidades editoriais do "underground" agora só lendo o jornal A Batalha (faz 100 anos este mês!!!) mas como há sempre objectos que chegam tarde demais ou não fazem sentido por outras razões, de vez em quando, como um agarradito que volta ao vício eis-me a escrever de uma coisita ou outra. Nem sei o que me deu mas ando a curtir a CD colectânea Som das Ruas, vol. II (Sindicato; 2016). Farto do 4 por 4 do Punk / Hardcore / Oi  / Crust e afins ando eu, farto do Rock linguagem morta ainda mais. Mas lá 'tá, é o factor guilty-pleasure ou de junkie com recaídas ou o ADN Dead Ramones Clash. Como não achar graça à letra  Ela gostava de sado-maso dos Clockwork Boys? Ou curtir à energia de Gazua? Ou o basqueiro Taberna? E barulho do bom de Disthrorne (granda Carina!) ou Dokuga? Sei que já não estamos em 1982 ou 1992 mas deu-me para isto...
Som das ruas vai no terceiro volume e cartografa as bandas portuguesas desta subcultura nos últimos anos, num esforço colectivo delas realizarem um objecto fácil de produzir (dividir custos) e de divulgar (quanto mais bandas mais se espalha a palavra). Claro que há uma coisa chamada "internet" mas vá, a malta curte é discos físicos e não ficheiros mortos do capitalismo. Claro que um "artwork" mais interessante seria desejável para ser mais um factor diferenciado contra a 'net, essa puta da babilónia onde se pode comprar este CD por 3 paus apenas. 
Dica da semana, invés de gamarem imagens de rufias ingleses podiam pilhar as imagens deste livro: Excluídos : Memórias de (Sobre)vivências 1836-1933 (CM de Lisboa; 1999) sempre teria mais haver com o espírito de rua (português?) que proclamam nesta série de discos. E claro, seria fixe que os Mandrake não pusessem o seu único tema em três registos físicos diferentes. Zeus!

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