terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Pretty Good Year


2019 was a Pretty Good Year for Chili Com Carne collective. 
We're fighting against all Portuguese garbage market and winning international recognition!
Here they go:

1) José Smith Vargas long awaited graphic novel about Lisbon gentrification had one chapter published in the important Italian Internazionale magazine - a special issue about Lisbon. Published full color it discuss about Martim Moniz plaza, built on public shame & corruption!

2) Short story A Day by Mariana Pita is the first Portuguese comix ever published in the Very Important Fantagraphics Books - taken from Outside with the cuties (co-published with O Panda Gordo, in 2017), it was published in their "zeitgeisted" magazine Now #6!!

3) Canadian TRIP anthology made a special Portuguese issue (number 10) that included brand new comix by some of our best artists, that is: Gonçalo Duarte, Francisco Sousa Lobo, Cátia Serrão, Mariana Pita, Tiago Baptista, Hétamoé, Daniel Lima, Bruno Borges and Xavier Almeida. Cover was done by José Feitor and an introduction text was written by Sara Figueiredo Costa. DGLAB gave support for this fat book!

4) Graphic Novel The Care of Birds by Francisco Sousa Lobo was finally published in Spain by Reservoir Books (Penguin Random House) after such good critic reviews by the likes such as Paul Gravett. Synopsis: "Peter Hickey is to paedophiles what birdwatchers are to hunters". Peter Hickey dixit. What is meant by this oblique statement is the crux of this graphic novel. Peter Hickey is a godless catholic perv. Peter hickey has a saint syndrome.

5 + 6) ПИКАЧОК: Истории из жизни. Козырь means Musclechoo - Side Story File 001 - Trump Card in Russian! Bloody fucking Rambo and Pikachu mash-up creation by Rudolfo saw Cyrillic second life with a regular edition and one special edition! How the hell this happens!? Crazy Comfed crew done it! Eat shit, Bob!

Also The Care of Birds will be published in France by Rackham and we're dealing with Kassumai by David Campos - about his Guinea Bissau NGO experience - for Poland. AND, our sister-label-soon-to-die MMMNNNRRRG will have W.C. by Marriette Tosel in Colombia. But all this will be in 2020! We'll have to wait!!

Thank you to all that help us to make this possible, you know who you are!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

E3 - convite



Depois de um ano cheio de actividades relacionadas com o eclipse de 1919, eis mais uma iniciativa desta vez com uma edição da Chili Com Carne.

Para já, é um convite triplo, para dia 19 de Dezembro, as 17h, no Atrio do C6, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Será lançado um livro com um ensaio de Ana Simões e uma Banda Desenhada de Ana Matilde Sousa (mais conhecida pela Hetamoé) e serão inauguradas as exposições "E3" e "The Eagle has Landed. Viagens a Lua" (comissariada por Maria Paula Diogo).

O livro será apresentado por Sara Figueiredo Costa!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Parabéns!


Já se sabem os vencedores das Bolsas de Criação Literária deste ano, são dois nossos associados: Francisco Sousa Lobo e Sofia Neto.

Sobre o livro do Francisco (imagem): Gente Remota será um livro baseado em parte numa série de entrevistas por mim realizadas com ex-combatentes das guerras coloniais, e em parte em trabalho ficcional. Segue o curso de uma rede de personagens num Portugal do presente, com interacções difíceis, sendo que três das personagens ancoram o argumento e têm primazia sobre as outras. 

O argumento de Gente Remota já se encontra totalmente finalizado, será um livro de 100 páginas, exactamente. É um projecto especialmente importante no contexto actual, em que impera pela Europa e pelo mundo um retorno a políticas de isolamento, populismo, desinformação, construção de muros, um mundo que começa a assemelhar-se às origens do totalitarismo de Hannah Arendt. 

Um ponto importante do livro será o de não se fixar numa única personagem, mas espraiar-se em várias relações, algumas felizes, mas a maioria difíceis. O título conduz à partida para o carácter remoto das relações, para um isolamento das personagens em gerações, em si mesmas, em classe e etnia. 

O título também aponta para o lado dominador e míope dos Lusíadas, postos aqui em contraste com a amplidão da lírica Camoniana. Memórias das guerras coloniais são postas em contraste com o presente português, e novas tecnologias de comunicação em contraste com a imprensa e o jornalismo tal como o entendíamos.

É com alguma expectativa que esperamos este livro, afinal, toda a exploração do tema da guerra colonial tem sido mal conduzida e insultuosa na Banda Desenhada portuguesa.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Coragem e Vingança


Escrevo aqui sobre a colectânea Godspunk volume twenty (Pumf; 2019) porque nos últimos números d'A Batalha tenho divulgado os volumes anteriores ou discos da Pumf e para que os anarquistas não pensem que estou a receber payola para falar tanto deles, eis um "post" neste blogue que em tempos tanta informação underground vos trouxe. Aproveitem! Mas ide pesquisar o que já escrevi, sff.
Sempre com uma capa de um palhaço assustador (redundância, todos os palhaços são assustadores), estas compilações são excelentes discos para quem não suporta ouvir a rádio ou os algoritmos do iutuuube ou do sepotifai. Assim sendo, é mais uma "emissão" de demência em que os estilos musicais se misturam em alegre fusão e percurso bastante harmonioso mesmo quando possa aparecer uma malha experimental ou Noise (Mutant Beatniks) ao lado dos estilos que mais dominam (ou se destacam) no CD, ou seja o Rock & Pop & Folk. Tudo soa a bizarro mesmo quando se ouve Dub ou Electrónica, não um bizarro que vem de outro planeta mas mais um bizarro da outra face da mesma moeda. 
De destacar os UNIT e a sua faixa Amery Hill School que denuncia sobre a violência dos professores nas escolas (inglesas) e o desejo dos abusados por vingança - "não sou cristão e não perdoo aquela escumalha", yes! Pela voz diria que é uma catarse geriátrica mas como se costuma dizer, mais vale tarde do que nunca! À autoridade nunca há perdão!

sábado, 16 de novembro de 2019

ccc@raia.4

O melhor cartaz da Raia! Culpa do André Lemos!
Vamos lá!

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Xavier Diplomatique



Como tem acontecido, de dois em dois meses desde Janeiro, eis na edição deste mês a participação de Xavier Almeida (Santa Camarão) no Le Monde Diplomatique com uma banda desenhada segundo a seguinte premissa: Será a caneta mais poderosa do que a espada? Nestes tempos assanhados, desafiamos autores de Banda Desenhada a reagirem a esta pergunta. Nos próximos meses, a edição portuguesa do Le Monde Diplomatique vai publicar as suas respostas...

domingo, 3 de novembro de 2019

ccc@bd.amadora.2019

cartaz de Jorge Coelho


A Chili Com Carne volta à BD Amadora com um stand cheio de edições independentes e com neurónios... este ano teremos lá uma exposição de originais de banda desenhada intitulada És meu amigo ou meu fã?, colectiva CCC#5 com Mariana Pita, Tiago Baptista e Xavier Almeida
... 
será apresentado também o livro que venceu este ano o concurso interno Toma lá 500 paus e faz uma BD! 
... 
eis o programa:

1 Novembro 
sessão de autógrafos de Tiago Baptista
às 15h

sessão de autógrafos de Tommi Musturi e Benjamin Bergman
às 16h

2 Novembro 
apresentação do trabalho de Tommi Musturi
às 15h30
sessão de autógrafos de Tommi Musturi e Benjamin Bergman
às 16h
apresentação de All Watched Over by Machines of Loving Grace (vencedor do concurso 500 Paus deste ano) com a presença dos autores João Carola, Dois Vês, Félix Rodrigues, Cláudia Salgueiro, André Pereira e André Santos,
às 18h15

3 Novembro
sessão de autógrafos de Mariana Pita
às 15h
apresentação do trabalho de Benjamin Bergman
às 16h30
sessão de autógrafos de Benjamin Bergman
às 17h

exposição "És meu amigo ou meu fã?, colectiva CCC#5" @ BD AMADORA 2019 / 24 outubro - 3 novembro



Esta colectiva de Banda Desenhada apresenta três autores da Chili Com Carne com vozes únicas no panorama português, sendo que à primeira vista, nada as une...

Reflectindo sobre as suas obras vamos descobrindo autobiografias mais ou menos encobertas, como Xavier Ameida (1980) com Santa Camarão relata um excerto da vida de José Santa "Camarão" (1902-1963), que foi um dos maiores boxistas do mundo, esquecido pelo tempo, Almeida adapta uma biografia baseada num caderno escrito pelo próprio Santa que relata a primeira parte da sua vida: da sua infância em Ovar à juventude em Lisboa, onde culmina com o inicio da sua vida profissional. O tom melancólico confunde-se com a experiência de Almeida, também natural de Ovar e migrado para Lisboa.

Berlim : Cidade Sem Sombras de Tiago Baptista (1986) conta a sua estadia entre Fevereiro e Abril de 2013, na residência artística Culturia em Berlim. Esse Inverno foi o menos luminoso em décadas e isso ressentiu-se na sua estadia, nos seus hábitos, nas suas impressões sobre a cidade, no seu trabalho e no resultado deste livro sobre fantasmas. Fantasmas de memórias e de uma cidade que já não existe, de um sistema que desapareceu mas que está ainda tão presente, nos edifícios, na História, no turismo, nas pessoas...

Lá fora com os fofinhos de Mariana Pita (1990) compila várias BDs da autora feitas entre 2013 e 2017, algumas publicadas em vários fanzines e na Internet, outras não... Suspeita-se que quase tudo que é contado sob a máscara de criaturas fofas e um imaginário inocente se esconde pedaços de vida da autora, aliás como prova este diálogo:

- Não me lembro de ti. És meu amigo ou meu fã? 
- Não, eu não te conheço...

moxinho @ porcalhota CCCosplay

Marcos Farrajota, Moxinho e Éme na BD Porcalhota 2019! Yeah!

O dinamarquês Peter Snejbjerg foi hipnotizado pelas ondas do Moxinho!

Moxinho come pipoca!

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Cadernos de Fausto : ESGOTADO


Cadernos de Fausto
de Rafael Dionísio
...
Trata-se de um livro que orbita recursivamente em torno dessa personagem tentando defini-la de uma maneira obsessiva. São pequenos textos que funcionam simultaneamente ou como capítulos de uma biografia sem factos ou como capítulos de um romance que não existe. Assim temos que o livro é de um género híbrido, algures entre a ficção e a poesia, num lugar não determinado. Uma das características do livro é ter algum grau de experimentação sintáctica e semântica. É um livro, literariamente, encorpado, denso e profundo.
...
volume 7 da Colecção CCC
164p. 21x14,5 cm, edição brochada
ISBN: 978-989-95447-0-3
Capa ilustrada por João Maio Pinto, paginação por João Cunha / Ecletricks
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excerto:
fausto na floresta observava a matéria viva como se esta o observasse. se ele tinha consciência da aragem e do minotauro de troncos também tinha consciência que a floresta era tudo de si próprio. assim sentia-se observado observando.
como se houvesse perigo por estar no centro da floresta, como se pudesse ser fagocitado como uma célula estranha a um organismo.
por vezes fausto chamava floresta à floresta, com o seu chão de musgo, com as folhas ecossistema caídas com todos aqueles riscos e mais riscos, tracejados de troncos, tramas, e tinha sonhado que estava a aprender a desenhar florestas.
por vezes fausto chamava à floresta "o inconsciente" ou "o meu esquecimento".
e deixava a sua mão deslizar na caruma. e sentia-se bem portanto.
...
ESGOTADO, talvez ainda apanhame alguns na Fábrica Features, Matéria Prima, ZDB e FNAC.
Versão e-book na Todoebook
...
Historial: Lançado no dia 14 de Junho 2008, na Almedina Atrium Saldanha, com apresentação de David Soares e presença do autor ... livro lançado no âmbito dos 10 anos da Chili Com Carne - "comemoração 8" ...
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Feedback: ler aqui crítica de Pedro Moura in Cadeirão de Voltaire

sábado, 26 de outubro de 2019

domingo, 20 de outubro de 2019

pequeno É BOM - 11º encontros sobre edição independente

imagem: Tiago Baptista in fanzine Cleópatra (2006)

O mundo gira sempre de forma inesperada e quando o PEQUENO é bom! Encontros Sobre Edição Independente preparava-se para seguir um rumo - a vinda de autores internacionais para conversas com o público - eis que somos convidados para integrar a programação do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, que decorre de 10 a 20 de Outubro

Uma coisa não impede uma outra e vamos em frente com um encontro mais complexo e completo.


PROGRAMAÇÃO

Exposição É Só Vaidade! Colecção da Fundação Farrajota (dias 10 a 20 Outubro) @ Casa José Joaquim Santos 
Os Fanzines poderão ser um artesanato urbano da Era da Informação, publicações amadoras em marginalidade bibliográfica, galerias nómadas e precárias, reacções à tirania da História. Desde os anos 30 que sofrem mutações e provocam dores de cabeças a todos que gostam de gavetas bibliográficas. Nesta exposição, da colecção particular de Marcos Farrajota, são mostradas uma série de publicações independentes deste universo, buscando mostrar a sua riqueza de temas e formatos, tudo graças à sua livre circulação.


Conferências (dias 19 e 20 Outubro, respectivamente) @ Livraria Artes & Letras - Espaço Ó, às 15h
Casa de Papel - quando os zines invadem espaços físicos 
com 
Cecília Silveira (Sapata Press) e Xavier Almeida (Revista Decadente)

Tradição já não é... metamorfoses do fanzine 
com
Hetamoé (Clube do Inferno), Tiago Baptista (Façam Fanzines Cuspam Martelos) e Rodolfo Mariano (Rock Bottom)


Workshops por Patrícia Guimarães (dias 19 e 20 de Outubro)
E se o Medo fosse uma personagem de BD? 
para maiores de 7 anos

Folio um outro formato de fanzine
para maiores de 12 anos


Mercado de Fanzines e Edição Independente (dias 19 e 20 Outubro, entre 14h-18h) @ Livraria Artes & Letras - Espaço Ó ::: MUDANÇA DE LOCAL por causa das condições climatéricas!!!
com 
Chili Com Carne, Clube do Inferno, MMNNNRRRG, Paperview, Patrícia Guimarães, Revista Decadente, Rodolfo Mariano, Sapata Press Tiago Baptista.


Novidades Editoriais
All watched over by machines of loving grace (Chili Com Carne) de vários autores
Instant Gratification (Paperview) de Abdrew Kuykendall
O Colecionador de Tijolos (Chili Com Carne) de Pedro Burgos
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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

ccc@DOC.lisboa.2019



Como tem sido tradição, a Chili Com Carne e a sua irmã MMMNNNRRRG mais uma vez têm uma selecção dos seus livros do DOC LISBOA.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Noitadas, Deprês & Bubas / ESGOTADO



«É extremamente difícil escrever um livro medíocre. O livro conseguido está na ordem do dia. Falhar em literatura é um gesto de pura rebeldia. Um péssimo romance é um acto de terrorismo. Só uma miopia extrema, ainda assim facilmente corrigível, pode conduzir ao desastre. A possibilidade de errar foi reduzida ao mínimo indispensável que mantém as aparências e evita o escândalo. Só nos resta escrever livros certos e vendê-los a um público certo. Um público obedientemente entusiástico e atento. (...) O que antes era puro empirismo ou um difuso ritual feiticista tem agora um método de infabilidade. A improvisação e o gesto institivo estão desactualizados. Pior, são nefastos. O escritor deve actuar com rigidez e concisão. O êxito é a meta. O êxito é a única saída.» - Artur Portela, filho in Feira das Vaidades (Atlântida Editora; 1959)

É com palavras da juventude de "alguém que foi para a Alta Autoridade para a Comunicação Social", que apresentamos um livro novo de Marcos Farrajota. De novo quase nada têm, a não ser uma bd inédita de 10 páginas (para o #5 do zine A Mosca que nunca chegou a sair), porque o livro insere-se na colecção Mercantologia, uma colecção da Chili Com Carne dedicada à reedição de bd's perdidas no mundo dos zines.

São bd's autobiográficas de Farrajota, publicadas entre 1995 e 1997, nos números (esgotados) 6 ao 12 do Mesinha de Cabeceira, antecedentes ao É sempre demais... (Lx Comics #2, Bedeteca de Lisboa; 1998), apresentam o grosso da exploração da autobiografia no seu trabalho. Género esse pouco habitual em Portugal, mesmo depois do "boom" e da implosão da bd portuguesa, ao qual o autor acabou por subverter e abandonar gradualmente.

E como na vida, há de tudo nestas bd's: sexo juvenil, amores de recorte Primavera/ Verão, uso de drogas leves, vida suburbana em Cascais, relações sociais (envolvendo desde vários autores de bd a músicos como os Primitive Reason), deambulações urbano-filosóficas de quem andava à toa, rapinanços de conteúdos alheios (Mão Morta, Julie Doucet, Einstürzende Neubauten, Madman) e participações alheias de amigos - como acontece na bd Die Fliege II com textos de Miguel Caldas....
volume 3 da Colecção Mercantologia ... 72p. p/b 21x22,5 cm, capa a cores, edição brochada ... com prefácio de Daniel Lopes e apoio técnico de Pepedelrey... apoio: Instituto Português de Juventude
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algumas páginas aqui.
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talvez encontrem ainda exemplares na BdMania, Fábrica Features, Matéria Prima, Mundo Fantasma e Neurotitan.
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historial: Comemoração 9 dos 10 anos da Chili Com Carne ... Lançado na 10ª Feira Laica ... Nomeado como Melhor Argumento Nacional pelos Troféus Central Comics ... Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal ...

feedback: 

Os meus sinceros parabéns por teres sempre conseguido pôr a alma a nu, sem concessões nem comiseração! Ondina, The Great Lesbian Show 
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É excelente sem favor! Belo trabalho! João Chambel, co-autor de Heróis da Literatura Portuguesa ... 
os registos variam, da autobiografia à crítica ou ensaio sarcástico, a fantasias sexuais. Também em termos formais ultrapassa o desenho para explorar a colagem, faz citações a partir do uso de fotografias, bocados de outras b.d.’s (caso do período gigante da Julie Doucet ou capa do Kill Your Boyfriend), letras de música, cartões da J.S., que cruza com apontamentos do seu diário gráfico. Afonso Cortez-Pinto in Umbigo [ler aqui artigo completo] 
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é o delírio, mesmo! excelente a tua ideia de compilares tudo e editares. dei comigo a rir sozinho enquanto via o teu livro (e a rever-me em algumas das situações ;) tens ali um documento de grande fôlego (e talvez seja o livro de BD menos pretensioso que alguma vez vi ;) e isso dá-lhe uma força brutal. agora é pensares numa compilação "não tavas lá?!" e coleção de discos UnDj... daqui por mais um 10 anitos!! Nuno Moita, Grain of Sound





+ feedback: 
Acho que agora te fiquei a conhecer perfeitamente! Eh, eh, eh! Tiago Guillul, FlorCaveira 
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é necessário tomar em conta que os acontecimentos retratados nestes pequenos episódios, alguns solitários – a própria criação dos trabalhos, a masturbação, as migalhas, as paranóias dos charros, as fantasias mentais, as reflexões sobre a vida – outros colectivos – saídas à noite, festas, concertos, passeios, férias, conversas – vivem em torno de uma cultura noctívaga, de um certo grau de rebeldia em relação à imposição da “normalidade social”, de uma ansiedade em relação ao futuro e àquilo a que nos parece obrigar, que se revela no próprio modo de trabalhar a banda desenhada: os traços nervosos, a flutuação dos estilos, as complicadas ou grotescas composição de página, as inclusões de material alheio (...), as diatribes contra a “normalização” aventada acima, etc. Pedro Moura in Ler BD 
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Gostei muito, irmão! Bacana! Jakob Klemencic, autor esloveno de férias em Curitiba! 
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O livro está do caralho!! Lembro-me de uma ou outra coisa mas ler tudo de uma só vez é completamente diferente. Li aquilo em duas vezes e a meio já ganhava o hábito de andar a rodar o livro para ler as letrinhas no fundo e referências. Acho que as histórias funcionam bem melhor num todo do que fragmentadas! Gostei particularmente da do ano 2000, o pesadelo da droga (ainda sonho com isso!!) e aquela sobre nosso Portugal está brilhante (mesmo que tenhas gamado o texto!). A do Salão do Porto fez-me lembrar montes de coisas dessa altura, acho que esse foi o melhor festival que fizemos cá! Está tudo muito porreiro, desde a história das calinadas (hehe) até às desventuras amorosas. O problema da BD autobiográfica é o de se descobrirem os podres todos: vodka na cona é naquela... mas cartões do PS?? arrggghh Hei, quando é que sai o próximo?? Rui Ricardo, ilustrador 
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parecem polaroids dessa década. muito fumo de charros, mão morta, fantasias na carreira do 414? sem guita, música em altos berros, existencial. um trabalho interno rico e muito interessante que não começa nem acaba com este livro. in thefootballer-vs-thepugilist.blogspot.com 
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  it's crazy. I liked it. It is something in between Andrea Pazienza and Edika MP5, ilustradora italiana
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  gostei do livro, acho que foi mesmo boa ideia compilar tudo numa mesma edição. Apanhei uma valente gripe (...) e as primeiras gargalhadas, foram provocadas pela leitura de tiradas tuas decorrentes das vicissitudes da tua lúgubre existência. A “tua dor de braço” ser uma possível doença psicossomática resultante da tua timidez, quase que me deslocava os maxilares. Paulo, Division House 
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MAS COM RESPEITO AO TEU LIVRO, ESTA LIDO E DIGERIDO. (...) FIQUEI COM BOA IMPRESSAO DO AUTOR. UMA PESSOA HUMILDE, QUE DEMONSTRA CUIDADOS MUITO HUMANOS NO TRACTO COM OS OUTROS, ESPECIALMENTE COM AS MULHERES; QUE DEMONSTRA INTERESSES ALTRIUSTAS PARA ALEM DO CULTO DA POPCULTURE, UMA GRANDE QUALIDADE EM DEGENERAÇAO NOWADAYS; QUE DEMOSNTRA SABER COMUNICAR-SE COM O MEIO FISICO E SOCIAL INTERCAMBIADO AS SUAS FRAILIDADES E DEBILIDADES (UMA VEZES MELHOR OUTRAS VEZES PIOR É CERTO), O QUE O MANTEM NUM PROCESSO CONSTRUTIVO DE AMADURECIMENTO E CRESCIMENTO EXISTENCIAL MUITO VALIOSO; ESSENCIALMENTE DEMONSTRA GRANDES QUALIDADES PARA DOMINAR UM TIPO DE DESENHO LIVRE QUE EU PARTICULARMENTE APRECIO EM CONJUNTO COM O SEU GREEDY MEAN WAY EM QUE SE AUTO-CRITICA TORNAM O TEMA "EGOCENTRISMO" MUITO INTERESSANTE IN A FUNNY WAY, E ATÉ EDUCATIVO, E A LEITURA VIVA, RICA E ...ESSENCIAL! VERA SUCHANKOVA 
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Gostei muito do teu livro, o periodo em que foram escritas as tuas histórias corresponde à altura em que vivi em Lisboa e identifico-me com muitas das coisas de que falas(música, timidez, charros, copos, filmes....) André Ferreira, Ao Sabor da Leitura / Goran Titol 
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  Back then, the guy was young; he thought important to write down the names of fave bands as many times as possible (the way less creative colleagues do on schoolbags and tables (...) occasional innovative solutions in using and combining words and pictures, that several times reach across the standard comic language in Stripburger #48
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  Bom, o pacote chegou (...) Caí primeiro no seu porque foi uma surpresa, não esperava por isso, não sabia que você estava preparando um livro e é realmente muito bom, ainda estou nele. (...) parabéns pelo livro. Fábio Zimbres 
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  Entretanto o pessoal começou a contar histórias de "coincidências das nossas vidas" que acho hilariantes - ler aqui a primeira e mais recentemente esta.
...
Só coisa fina. Weaver Lima

sábado, 28 de setembro de 2019

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Dois anos depois...


O jornal Mapa é um bocado passado dos cornos, e bom, enfim, dois anos depois finalmente falam do nosso split-book Corta-E-Cola / Punk Comix de Afonso Cortez e Marcos Farrajota. No fundo era este tipo de crítica e discussão que desejamos o livro saiu e que ninguém trouxe à baila. Obrigado Mapa / Diogo Duarte, mais vale tarde do que nunca...

Estranho é o uso de uma tira dos Dälek (banda hip-hop noise que virá em breve ao Outfest, Barreiro) para ilustrar o artigo, quando nem essa tira de Bd está no livro e no livro há centenas de outras imagens. É certo que os Dälek são mais punks do que muitos punks assumidos mas ainda assim é estranho... Ou será uma estratégia para ajudar este livro que inclui essa tira? Porreiro, pá!

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

ccc@milhões.de.feiras




Nos próximos dois meses, estaremos em muitos sítios e situações. Aqueles que não estaremos presentes in loco são estes:

- De 6 a 22 Setembro estaremos na Feira do Livro do Porto mas não com stand como aconteceu nos últimos dois anos. Há até uma separação de águas, os livros da Chili Com Carne estarão no stand da Matéria Prima (como já aconteceu no passado) e os da nossa "irmã" MMMNNNRRRG estarão no stand do livreiro 1870

- Este fim-de-semana, 7 e 8 de Setembro, mantemos a parceria com a Oficina Loba para estar presente no mensal Mercado Negro, como sempre no Anjos 70, Lisboa. Mesmo "animal" e espaço na Unconvention, festival de tatuagem fora de série, entre 13 e 15 de Setembro.

- De 20 a 28 Setembro estamos representados no Queer Market do Festival de Cinema Queer Lisboa, no Cinema S. Jorge e depois de 16 a 20 Outubro no Queer Porto.

Dos outros eventos que teremos uma participação mais activa daremos notícias em breve.
Hasta!

terça-feira, 17 de setembro de 2019

"We can expect an extraordinary variety of genre and apparent eclecticism, but with an underlying conformity of sentiment and vision" (Tim Parks)

Outro texto que ficou perdido no tempo, viva as férias para recuperar e finalizar o artigo mas de resto como já sabem, as antigas resenhas que eram publicadas aqui foram prá A Batalha...
:::

Vive-se uma estranha confusão por aí, sobre o facto de "girl power" significar "feminismo". Se estamos perante alarvidades como as Spice Girls ou a Capicua ou em mulheres políticas que dizem barbaridades como a Joana Amaral Dias (ela que vá para a Índia com as suas propostas de transportes públicos com espaços exclusivos para mulheres) então estamos em modo de Neo-liberalismo tosco, que produz grandes porcas como a Margaret Thatcher (Rest In Pain!), Theresa May ou Christine Lagarde! Já temos o badalhoco do Trump neste triste mundo, não precisamos de versões femininas da mesma bosta. Na sociedade portuguesa, que nunca foi de grandes lutas sociais desde que o "Cavaquistão" se instalou, vê-se agora muitas mulheres dondocas armadas em grandes sistas e preocupadas com o status quo do seu género. Isto cheira-me a preguiça e a ignorância. Gostaria de as ver nas corajosas manifs dos queers, ou contra a tourada ou contra a empresa Monsanto, por exemplo, e não apenas em manifs de mulheres.

E há algumas que fazem isso! Elas vão a essas manifs para levar porrada cega e cobarde dos bófias-cães-de-guarda. As outras, as que ficam em casa no "Fezesbook" e só saem quando se fala de "direitos das mulheres" são um novo fascismo populista P.C. (nem os comunas terão nisto culpa, pobres diabos) que de imaginativo nada trás - só castra (ui!). Felizmente existem órgãos de comunicação com pés e cabeça, como a revista galega Revirada, que esteve presente na Zine'R'Us no Festival Feminista de Lisboa no ano passado. Mais bonita em linha do que fisicamente, mostra que em Espanha há sempre malta que junta esforços e mete-se em aventuras reais e impressas. Seja para discutir a violência ("e se as feministas usassem a força?" é o tema do #2) ou sobre identidades (#3) ou ainda sobre o desporto Roller Derby, há aqui informação para as portuguesas se informarem, afinal de contas os textos são redigidos em galego, castelhano e português. Outra surpresa dessa feira foram As Bruxas de Blergh, pela Sapata Press, com aspecto trashy e de fanzine "corta-e-cola", pretendem meter medo à antiga, quando uma mulher mais "prá frentex" era logo considerada ser uma bruxa. Já que têm a fama que tirem o proveito! Assim, estas Bruxas dão ferramentas para fazer "voodoo" sobre os políticos fachos do Brasil. Trump entra como extra, claro... Espero que resulte!

Falando da Sapata, eis um projecto que só uma estrangeira poderia fazer no país em que todos vivem como ratinhos bem-comportados - e ratinhas! A Cecília Silveira começou um projecto para inverter a sub-representação de mulheres e dissidentes de género nos espaços de produção de banda desenhada, e a secundarização destxs na história. Publicando projectos de cunho biográfico/ político e/ ou experimental através da perspectiva de autorxs de diferentes origens e backgrounds. É isso aí! Em pouco tempo já editou uma meia-dúzia de zines muito bem produzidos - ou devemos chamar "chapbooks" ou "plaquettes"? - de autoras brasileiras e portuguesas, como o Lado Bê de Aline Lemos, Coração Partido de Ellie IrineuSensui de Dois Vês e Fundo do Nada de Ana Caspão (que participou na Visita de Estudo ao Milhões).

A primeira coisa quando pego nestes zines é pensar se haverá uma forma feminina de desenhar, ou de escrever, enfim de fazer BD? Claro que Anke Feuchtenberger ou Julie Doucet ou Jucifer escrevem / desenham de forma diferente do resto dos idiotas da BD comercial-mercenária mas também o fazem, os masculinos Atak, Chester Brown ou André Lemos - ou o queer Sam Wallman, já agora. São artistas e não macacos-de-imitação. Justamente por isso chateia-me ver que Irineu ao querer contar uma lamechice use desenhos e legendagens que poderiam ser de uma série comercialóide qualquer; que a Aline Lemos apesar do texto muito pertinente seja mais uma "Angeli", ou seja, a sua representação caricatural do íntimo vira para algo genérico como uma vulgar tira humorística - que continua a ser uma marca da BD brasileira - sendo queer ou straight!; e, que Ana Caspão desenhe como estivesse a fazer super-heróis ou séries de Sword & Sorcery. Talvez neste último caso, se desculpe a figuração porque Caspão faz uma BD onírica dentro de um universo "fantástico". Aliás, ela parece ser a única pessoa em Portugal que sabe desenhar este género de coisas com estilo e pujança, está pronta para ir prós "comics-books" dos gringos, se ela bem quiser. A legendagem topa-se que está deslocada do desenho e cria frieza, como é que alguém que consegue levar o leitor para tão longe numa metáfora sobre a vida (da autora? de todos nós que crescemos?) e depois deita tudo a perder com letras mecânicas, cartuxos de textos de "marca branca", onomatopeias e balões de BD vulgares? Ana, caga nas convenções da BD, (re)inventa tu outras para o teu trabalho! É um belo livrinho seja como for mas o mais belo deles todos é o da Dois Vês, talvez inspirado no filme Ama-San de Cláudia Varejão, sobre a rotina do trabalho e a respectiva anestesia alcoólica de uma mergulhadora. É um "loop" sobre o delírio que a vida pode ser, num estilo gráfico super-elegante cheio de texturas. Belo, merece uma imagem grande neste "post", tomem:


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Pita Diplomatique




Como tem acontecido, de dois em dois meses desde Janeiro, eis na edição deste mês a participação de João Marcelo (o Éme da Cafetra) e Mariana Pita no Le Monde Diplomatique com uma banda desenhada segundo a seguinte premissa: Será a caneta mais poderosa do que a espada? Nestes tempos assanhados, desafiamos autores de Banda Desenhada a reagirem a esta pergunta. Nos próximos meses, a edição portuguesa do Le Monde Diplomatique vai publicar as suas respostas...

Para além disso, nesta edição também é publicado um artigo de opinião de Manuel João Neto - que entre muitas coisas, é co-autor de Terminal Tower e tradutor de tijolos Vollmann.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Satélite Zines

Ah! Agosto e a escrita em dia! Muitos zines de 2016! Esquecidos nitidamente numa caixa. Olhando para eles, ainda vale a pensa escrever algo? Veremos bem que sim. Sobretudo fico a pensar o que aconteceu a este pessoal... Vamos lá rápido, rápido que estou atrasado!

Deixo "as damas" pró fim porque são mais interessantes apesar deste Planeta Satélite (Dez'17) de Ricardo Baptista, não ser nada de desprezar, muito antes pelo contrário. O autor que ainda não percebi quem é (já nos cruzámos?) e o que quer fazer porque por um lado faz esta BD bem esgalhada de aventura / fantasia com um grafismo fixe como por outro tem lançado umas BDs de humor tótó e essa é a que tem tido mais visibilidade pública. Lembra o que o Zé Burnay fazia quando andava na faculdade, o que quer dizer qualidade (até rima), ou seja, boa narração com desenhos abonecados. E depois? O que acontece depois? Aconteceu alguma coisa? Acho que vamos ter de lhe perguntar para o endereço planetasatelite @ gmail . com (se o email ainda estiver activo).

Na onda BD ainda, Doctor Borrows (2016) de Bárbara Lopes é uma crítica simples e divertida à psicologia e a sua inocuidade. Lembro-me que peguei neste zine numa feira qualquer porque era o único de BD que a Bárbara tinha. Mais tarde apareceu na antologia Nódoa Negra. Isso já foi há um ano, não há mais nada entretanto? Zeus!


O meu admirável mundo novo (2016?) de Miss Inês é um livrinho quadrado de ilustração com texto do tipo manual de como viver. É uma caixinha de surpresas apesar da sua simplicidade e mensagem positiva. Giro! Sei que fez um desenho, como eu, para o single dos dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS e nem sei como o seu livro veio-me parar à mãos, para dizer a verdade...

Um, Dois (2018) de Anna B. Costa é um simples espelho narrativo com ilustrações com pinguins. Desengana-se quem pensa que está perante um graphzine parvalhão. A autora participou antes no primeiro Pentângulo. Outra para perguntar o que andas a fazer: a.b.costa @ outlook . com


Mais pérolas esquecidas, mais monografias de duas colaboradoras da Nódoa Negra: MANUELinútil (Façam Fanzines Cuspam Martelos; 2016) de Patrícia Guimarães e Go (Dor de Cotovelo; 2016) de Cecília Silveira. Sei que é tarde para falar nestes títulos até porque os colectivos que os publicaram já desapareceram mas são duas pequenas grandes obras dos últimos anos, que deixam uma nostalgia e desorientação, porque raios não apareceram mais obras com esta força nos últimos três anos? Go é uma metáfora sobre o trauma de refugiados e da emigração é contado com simplicidade mas de forma pungente, onde a simplicidade de uma BD curta mostra que vale mais que uma "novela gráfica" de 200 páginas. E o mesmo acontece no segundo livro de Patrícia, com mais páginas é certo, BD assanhada de pós-feminismo e de uma violência deselegante (a lembrar o Janus), não embelezada ou glamourisada, o contrário daquela que costuma aparecer nas BDs de rapazes idiotas (e infelizmente, nos dias de hoje também de gajas parvas). É difícil soltar um riso nesta BD, é preciso ter algum tempo para tal, são assim os melhores trabalhos em qualquer área criativa...

Creio que através da Sapata Press seja possível arranjar o Go.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

ccc@autobán


Não vamos lá mas vai a Imprensa Canalha com algumas edições nossas. 
Ah! o Rodolfo Mariano também vai estar por lá. 
Férias e fixeza!

quinta-feira, 25 de julho de 2019

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Not Books

A vaidade humana não tem limites e caramba, faz sentido um coleccionador mostrar os seus tesouros ao público. Nada pior que as retenções anais dessa malta! Quando os livros ou fanzines são feitos é para serem mostrados, emprestados, dados, oferecidos, comprados, vendidos e revendidos, whatever... É para terem uma leitura pública, meu, é por isso que são "publicações" e não "privatizações", que piadão!
Ora porque não mostrar livros de artistas e afins por cores? Agora capas amarelas, depois vermelhas, uau! E transformar uma colecção de publicações artísticas como um projecto de arte? É o caso deste No-ISBN on Self-Publishing, que teve direito a um catálogo, que já vai na segunda edição (Salon Für Kunstbuch, 2017). Editado por Berhard Cella, Leo Findeisen e Agner Blaha, já não me lembro bem, acho que a colecção é de Cella.
- "Já não me lembro bem"? Que raios de resenha crítica é esta que não presta atenção suficiente para depois criticar? Como te atreves, ó Farrajota, em pegar nisto sem ter as ideias BEM assentes?
Sei lá, é daqueles livros que fala muito e discute muito mas depois não deixa tantas certezas ou ideias marcantes, conhecem a expressão "artsy-fartsy"?
É um bocado isso, não é desonesto, não é totalmente desinteressante, apesar do redundante título. Mostra é que o mundo da especulação da Arte Contemporânea - o braço esquerdo do Capitalismo (o direito é o negócio de armas e turismo, como bem se sabe -, que começa a meter o pé (mau!? é o pé ou é o braço?) neste mundo que deveria significar liberdade criativa. E fala de política e vários assuntos ligados ao livro. É um bom "sourcebook", só por dizer é que tem aquele ar asséptico da "Arte", a estética pela estética, que deixa poucas lembranças, outras pessoas discordarão.
Distribuído em Portugal pela Matéria-Prima, a melhor discoteca e a livraria mais weirdo de cá do burgo.


Noutro campeonato está O Livro no Portugal Contemporâneo (Outro Modo; 2018) de Nuno Medeiros. Também baixote e fortinho, o livro trata de forma académica (notas de rodapé a pontapé, repetições exaustivas de ideias, escrita formulaica para funcionário das finanças interpretar de forma inquestionável) sobre o livro em Portugal nos séculos XIX e XX, passando assim pelo período negro da Censura do Estado Novo. Os textos são muito diversos tematicamente, todos eles foram pré-publicados em revistas académicas e que aqui formam um "Frankenstein" que poderia correr mal. Por coincidência ou planeamento sagaz acaba por afunilar quase tudo na editora de Romano Torres. Assim, a RT serve tanto para questionar a eficácia da Censura como especular sobre as lógicas editoriais sobre o género Policial como, por exemplo, as suas "pseudo-traduções" - os autores portugueses usavam nomes de "gringos" aumentar a credibilidade dos seus contos de "hoje acordei com uma enorme ressaca e ela entrou como um anjo no meu gabinete de detective". Prática esta que se fazia noutros países, relembro o caso mais conhecido e divertido (e brilhante!) de Boris Vian e o seu Vernon Sullivan.
Como é normal nestes livros vindos da academia, o rodízio de textos avulsos nunca são totalmente reescritos/ reestruturados para se tornarem mais ágeis e "populares" - isso é outro livro! Impõe-se o rigor científico. Mas chega de cuspir no prato onde comi, Medeiros é um "master" e dá-nos informação certeira, se querem chorar como uma Maria Madalena então peguem n'A Biblioteca à Noite (Tinta da China; 2016) de Alberto Manguel.

Depois destes dois livros, que me elevaram o meu conhecimento, admito que estou muito mais em pulgas para ler Books A Living History (Thames & Hudson, 2013) de Martyn Lyons, numa piscina fluvial algures nas beiras. Splash!

sábado, 13 de julho de 2019

ccc@feira.do.livro.de.olhão


Estamos lá! Com a ajuda fantástica dos Livros de Bordo. Gracias!

sexta-feira, 12 de julho de 2019

quinta-feira, 11 de julho de 2019

O Tempo da Geração Espontânea / ESGOTADO




O Tempo da Geração Espontânea
[novo romance]
de Rafael Dionísio

Sinopse : Este livro Atravessa o arco temporal de fins do século XIX até aos anos oitenta do século XX. No entrelaçar da vida de algumas personagens estalam as contradições do colonialismo, da esquerda, da revolução e da vida depois disso. É um retrato de uma certa geração que nasceu em Angola e que cresceu dentro do regime, na posição de estarem contra ele, e das dificuldades e adaptações que sofreram para se manterem à tona, cada um à sua maneira. É uma obra de um maior fôlego narratológico, sendo, simultaneamente um romance histórico e uma reflexão sobre Portugal. Mas tudo isto a la Dionísio, como é evidente.

356 p. 21x14,5 cm, edição brochada, capa a cores
ISBN: 978-989-8363-26-8
Capa de David Campos
Design de Rudolfo

talvez encontre à venda na Bertrand, FNAC, LACLinha de Sombra, Matéria PrimaLAC (Lagos) e Utopia.

Historial: lançamento brasileiro e universal n'A Bolha (Rio de Janeiro) ... lançamento lisboeta na IV Feira Morta por Pedro Madeira, nos Estúdios Adamastor ...

Feedback: pretexto para reflectir sobre colonialismo, esquerda e revolução e pós-revolução I

Errata online aqui







Sobre o autor: nasceu em 1971 e é sobretudo escritor. Presente desde a primeira hora na Chili Com Carne publicou seis livros nesta Associação. Começou a publicar pequenos textos no já há que tempos extinto DN Jovem. Durante os anos 90 participou com textos em publicações alternativas como a Ópio, Número, Utopia, Bíblia,... Participou em diversas exposições de artes plásticas e durante um pequeno período escreveu recensões na revista Os meus livros. Auto-editou dois fanzines de poesia, refúgios e alguns slides, numa altura em que se ainda não tinha decidido definitivamente pela narrativa. Continua a publicar textos em publicações como Nicotina ou Flanzine.
Andou a estudar para engenheiro no Técnico e, depois, para arquitecto na Faculdade de Arquitectura de Lisboa tendo desistido a meio dos dois cursos. Também estudou Desenho no Ar.Co e houve uma época em que quis ser artista plástico, tendo pintado bastantes quadros e destruído muitos deles. Entretanto atinou com os estudos e enveredou por Estudos Portugueses, na Nova, onde tirou sucessivamente, licenciatura, mestrado e doutoramento em Crítica Textual estando aos papéis do Ernesto de Sousa.
É monitor de cursos de Escrita Criativa, especialmente vocacionados para a narrativa. Em 2014, com os Stealing Orchestra fez um EP que foi recebido com boas criticas pela imprensa.