segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Campo di Babà

Amanda Vähämäki
Canicola; 2006

Amanda Vähämäki é a debutante do grupo Canicola na edição de livros monográficos. O talento dela já era uma constante na revista homónima ao colectivo italiano e mais do que isso, as suas colaborações eram (são!) um prazer misterioso. Se a "escrita automática" na banda desenhada surgiu nos anos 60 com Robert Crumb e Moebius, ela já percorreu vários patamares de criação, como o traço "ratty" Garry Panter ou o "minimalismo" de Lewis Trondheim. Agora temos uma finlandesa que mora em Itália (estão justificados os tremas!) que usa o lápis para desenhar e redesenhar e (também) escrever e rescrever bd's surrealistas em que a infância é tratada em colisão com um mundo indefinível. Há um urso blasée a guiar um carro, há operações dentárias a cães e a crianças como quem acende um cigarro, há ainda uns legumes com caras muito expressivas, enfim, e também há um comportamento normal a toda esta anormalidade por parte dos personagens. O tratamento do carvão lembra alguns efeitos estéticos dos últimos trabalhos da alemã Anke Feuchtenberger, o desenho é bastante atraente e expressivo. Uma prova de vitalidade na cena "indie" internacional.

4,5

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