escola argentina, antepenúltimo capítulo
Tempos houve que existia um tipo de bd sul-americana, chamada de Escola Argentina, de onde surgiram gente como o Alberto Breccia ou José Muñoz (reconhecido este ano em Angoulême com o prémio máximo do evento), ou o italiano Hugo Pratt que por lá passou. Foram tempos de trabalho árduo num medium popular como era o da bd. Como sabemos a bd foi perdendo a importância popular, e os mercados mudaram com as investidas dos gigantes económicos "comics" norte-americanos e Manga do Japão, para não falar ainda da ditadura. A crise económica cada vez mais forte na Argentina e o seu fundo dramático de Dezembro de 2001 estoiraram de vez com as últimas hipóteses da historieta de se recuperar.
Mas como a humanidade é feita de corpos e anti-corpos, tem aparecido pequenos resistentes - daqueles que não foram trabalhar para Espanha ou para os EUA - como é o caso da La Productora, um colectivo de autores / editores que tem experimentado uma série de soluções editoriais na nova realidade argentina. Já possuem um catálogo considerável (para uma pequena editora) porque por um lado apostaram em "comics" nas bancas numa onda "trash gótico-fantástico" e respectivo desenho naturalista. Para mim, são pouco interessantes e fico pelos livros que também tem editado. É o caso de Carne Argentina sobre o qual já escrevi nos "tempos gloriosos" do Entulho Informativo (#15) e nada tenho a acrescentar a não ser que o que aqui anuncio é a reedição argentina de 2003, mais pequena que a edição da Under Cómic (de Espanha). Este ano o livro teve uma edição francesa pela Éditions Minuscules.
Morón Suburbio (2005) é a compilação dos "comics" homónimos (um deles com edição espanhola pela Under Cómic) de Angel Mosquito (que participou no Mutate & Survive) e de uma estória de um número da colecção miniTonto. Para mim o autor menos virtuoso da carrada de bons desenhadores que existem por aquelas bandas mas é sem dúvida o mais divertido de todos. As suas estórias de Western contemporâneo sul-americano são de um terror para qualquer europeu burguês (como eu) pela forma como ele mostra a violência nestes ambientes exóticos onde por acaso também existem "McKakás". Fico na dúvida se a violência é ficcionada ou se pode ser real - fogo, eu é que não quero ir para a Terra do Satã! A edição de formato A5 não é lá muito boa - nem o papel - mas é a crise, cabrón primeromundista! [3,8]
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