The Beginning is the End is the Beginning
Duas revistas de bd espanholas... uma acaba a outra (re)começa, é a vida!
Quem não conhecia Nosotros Somos Los Muertos (NSLM) deveria ter vergonha para começar e agora bem pode esquecer porque ela acabou com o número 15 (Sens Entido + Inrevés; Abr'07) justamente este ano que ganhou o prémio de Melhor Revista no Festival de Barcelona. Dirigida por Max e Pere Joan, teve várias fases desde que apareceu em 1993 como zine fotocopiado com uma bd de Max. A bd reflectia a sua frustração em relação à guerra nos balcãs e acabou por servir de catalizador para o seu regresso à bd.
Depois passou a antologia tendo mudando algumas vezes de formato, ora parecendo a Lapin (ou a última série da Quadrado) ora num formato respeitador e grande de revista. Mudou de editoras várias vezes. Publicou o melhor que havia de novas tendências internacionais da bd e ilustração numa altura que ninguém queria saber de Chris Ware ou de Keko em Espanha.
Os tempos mudaram, em Espanha voltou-se a respirar bd - ex.: edita-se quase toda a bd do mundo, o Estado reconheceu a sua importância atribuíndo um Prémio Nacional e até já há promessas electorais de museus e mais prémios a caminho! Os seus editores acharam que já era tempo de acabar: missão cumprida. 70 e tal autores despedem-se da revista com umas colaborações mais viradas para a ilustração do que para a bd deixando um trago fraco para uma despedida deste calibre. Pena! [3,9]
Já BD Banda iniciou-se num novo número um (BD Banda; Abr'07) porque parte para uma segunda série. Foi fanzine, agora é revista, continua escrito em galego...
Tem um formato de comic-book, 64 páginas a cores e quer-se um projecto comercial. E consegue porque parece um catálogo sacado às editoras francesas Delcourt ou Dargaud tal é o nível profissional e capacidade mimética dos seus autores. Aliás, Espanha tem essa tradição e capacidade de trabalho há imenso tempo, desde os anos 60/70 que fizeram bd para os EUA (revistas de terror) ou nos 90 nos comics de super-heróis.
Aqui é aventura e humor nos géneros policiais, steam-punk, humor e cruzamentos de géneros. Quase todas as bd's esquecem-se depois de se ler excepto a de Jorge Garcia com David Rubin - em parte pelo virtuosismo e dinâmica do desenhador. Completa-se a edição com um artigo sobre Franquin (grande autor é certo mas escolha tão interessante como ver o caixote-wc dos gatos) e uma entrevista a Miguelanxo Prado. Não é má a revista mas não me impressionou. Pena! [3]
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