quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ccc@HELLsinki_SAINTpeterburg.2008


Chili Com Carne is attacking the North Hemisphere, so tired of the latin (l)attitude!
So, Marcos Farrajota and Jucifer after being in the Helsinki Comics Festival selling the best Indie Portuguese editions like the ones of Imprensa Canalha, MMMNNNRRRG, Opuntia Books and others... now will be represented in a small press exhibition at the Boom Fest in S. Peterburg, Mother Russia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Bacalhau da Noruega


Os latinos têm a mania que são muita loucos e extravagantes mas a verdade é que os humanos têm todos as mesmas características seja de onde eles forem. O colectivo Dongery é prova cabal que o humor não é exclusivo do sul como se gosta tanto de estereotipar por aí. Desde que existem desde 1997, o Dongery tem feito dezenas de zines de bd com títulos idiotas e conteúdo não menos idiota no melhor sentido pós-moderno. Da produção do grupo, há algumas curiosidades, as bd's sobre Lisboa (ver "post" anterior), a participação do português Pitchu (autor e editor do saudoso zine Sub) em zines como o recente Sing it out!!!!! (2008) - que tem um formato de piano de cauda! I shit you not!!! - ou ainda os coléricos Duncan e Folino, personagens de Bendik Kaltenborn e Kristoffer Kjølberg que tem aparecido nos zines Friends for Fighting (2 números, 2006) ou no mini-zine M walk with me (2006).
De forma geral, o Dongery o que faz juntar pessoal na sua esfera nacional, pegar num tema (cabelo, humor, música são exemplos de temas para essas edições) e lançam cá para fora sem grandes preocupações. Aproximações a David Shrigley não são de se excluir... Alguns resultados são hilariantes outros duvidosos mas desde o início até ao fim, os zines Dongery dão pica de ler/ver!
A CCC oferece títulos deste colectivo na compra de qualquer zine na sua loja online - oferta limitada ao stock existente. Have the funzine of your life!

Vieram todos do frio: Finlândia, Noruega, Lisboa... Lisboa?

Eis uma fornada de novos zines/livros que vieram da visita da CCC ao Festival de BD de Helsínquia, curiosamente todos eles pautados pela revisitação à infância e juventude.

A mais óbvia ou de relação mais directa é Death to Most (Boing Being) do Tommi Musturi que mostra que quando era puto já desenhava bizarrias virtuosas. Musturi resgata desenhos feitos entre 1986 e 1992 quando era um puto metálico e skater a viver na província finlandesa. Como é óbvio só poderia desenhar caveiras, demónios e "damas de ferro". A cor berrante - tão típica nas produções finlandesas - foi acrescentada para a edição deste mini-livro A6 de poucas páginas. Queriamos mais já que este ano não saiu a Glömp - a propósito o número 10 desta antologia sairá ainda este ano e servirá de catálogo para uma exposição de bd em três dimensões... Promessa feita de trazê-la a Lisboa para 2009. Cruzem os dedos!

Anna Sailamaa com Ollaan nätisti (Huuda Huuda) a infância é revisitada - por acaso é um tema do qual não tenho nenhum interesse seja em bd, literatura ou cinema. Apesar de tudo gostei de ver as distorções gráficas que a autora aplica no espaço e nas personagens criando um efeito "nostálgico" quando olhávamos para os adultos ou para os nossos pais e achávamos que eles eram enormes - as pessoas mais poderosas do mundo. Tirando as bd's de Chester Brown nunca tive interesse em bd's sobre a infãncia - acho que revelam fraqueza e falta de inspiração por parte do autor - mesmo assim este livro é interessante, novamente mais pela parte gráfica... Está escrito em finlandês mas com as legendas em inglês.

E se o finlandês consumiu demasiados desenhos animados pela TV, os noruegueses Kristoffer Kjolberg e Sindre Goksoyr leram demasiados "Tio Patinhas". E a piorar ainda tem uma obsessão doentia e inexplicável por Lisboa como se pode perceber pelo quatro zine dedicado a "Lisboa" em que o Gavião e o Prof. Pardal andam à bulha com a nossa capital como pano de fundo - um pano de fundo farçola e minimalista como as bd's Disney. Safety on Board (Dongery; 2008?) é um split-zine em que as bd's que se desenvolvem de um lado e do outro vai colidir nas páginas centrais. De um lado assistimos às acções do Gavião e do outro do Prof. Pardal, apesar de estarmos a assistir a uma bd de "continuação" pode-se ler com a independência sã de um oubapo. Escrito em inglês.

Experimental é o Jyrki Heikkinen com o seu novo livro (um deles, sairam mais mas só este é acessível para além dos 5 milhões de finlandeses e mais alguns conhecedores da língua suomi) Paparoad (Boing Being). Um livro horizontal que por pouco não se "parece com uma bd". Sem palavras, com desenhos que mudam de estilo/material de desenho/pintura, sem vinhetas clássicas podemos ser enganados a pensar que se trata antes de um livro de desenhos. O engano é tão legítimo como a qualidade e maturidade do trabalho.


E enquanto as fotos não são descarregadas, contas feitas e aquisições editoriais totalmente revisitadas (faltam dezenas de zines do Dongery e do Rui Tenreiro) podemos anunciar que já temos à venda o livro Nalle Uhh e que trouxemos também os últimos dois números do jornal "psico-berante-marado" Kuti que pode adquirido gratuitamente na compra de qualquer artigo finlandês ou com autores finlandeses no site da Chili Com Carne - a oferta é limitada ao stock existente - ou no caso do número 8 (imagem) por ser dedicada ao Trash, poderá ser oferecido na compra de qualquer bd Trash - as ofertas são acumulativas!

Para mais informações sobre o Kuti é só clicar aqui.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Glömp #9

Boing Being; 2007

Um mamote com 308 páginasa cores de bd e ilustração psicadélica de porte global: da Coreia do Sul a Portugal (com André Lemos), da Grécia ao Canadá, e claro pela Escandinávia fora - ver aqui pormenores mas atenção à baba que vos escorrer pela boca não atingir o teclado.
Esta antologia finlandesa organizada por Tommi Musturi mostra o melhor que se faz em bd de autor neste novo milênio. E se todo este texto parece histérico é porque o conteúdo não deixa outra opção tal é a quantidade de material marado (e "marado" é mesmo a melhor expressão) que aparece nas páginas deste livro.
É de aproveitar enquanto existem exemplares porque quando esgotar ficarão a chuchar no dedo como já aconteceu com muita boa gente em relação ao número anterior - que já preparava o terreno para o que vinha a seguir.
Neste momento só há 5 exemplares em posse da editora (que para a semana conta esgotá-los participando numa feira do livro) e 3 exemplares à venda no site da CCC. Estão mais do que avisados...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

åbroïderij! HA! – International Graphic Arts Exhibition - até 15 de Setembro!

cartaz da exposição de José Feitor

Exposição åbroïderij! HA! – International Graphic Arts Exhibition na Bedeteca de Lisboa com trabalhos de André Lemos, João Rubim, José Feitor, Jucifer, Ilan Manouach (gr), Guillaume Soulatges (fr), Fabio Zimbres (br), Bruno Borges, Joanna Latka, Nuno Neves, Richard Câmara, Miguel Carneiro, Cátia Serrão, Luís Henriques, Rosa Baptista, Daniel Lima, Zé Cardoso, Rui Vitorino Santos, Júlio Dolbeth, Joana Rosa Bragança, Lucas Almeida, Pedro Zamith, João Maio Pinto, Teresa Amaral, Pedro Lourenço, Bráulio Amado, Christina Casnellie, Lucas Barbosa, Sérgio Vieira, Artur Varela, Ana Menezes, João Fazenda, Rafael Gouveia, Stevz (br), Christopher Webster (uk), Filipe Abranches, Marco Mendes, dice industries (ale), Kolbeinn Karlsson (sue), Gianluca Costantini (it), Daniel Lopes, MP5 (it), Andrea Bruno (it), Igor Hofbauer (cro), Kai Pfeiffer (ale) e Ulli Lust (ale).

E antes de atacar o Norte...

The Essential Guide to World Comics
Tim Pilcher & Brad Brooks
Collins & Brown; 2005
Admito que comprei este livro apenas porque o Aleksandar Zograf alertou-me para as referências à Bedeteca de Lisboa e à Chili Com Carne incluídas nas suas 300 e tal páginas sobre a "BD Mundial" - foi com uma ponta de vaidade e orgulho que vi o nome da CCC, uma mençãozita, uma linha a dizer que em Portugal «pequenas editoras independentes como a CCC estão a criar interessantes publicações e livros que têm recebido atenção no estrangeiro». Uma linha singela e uma lágrima no olho, pá! Não merecemos tanto! Até porque cá em Portugal nem essa linha alguma vez apareceu no livro do Carlos Pessoa, pá! Não merecemos, pá! Snif snif!
É daqueles livros "coffee table", todo a cores, de leitura simples, de caixinhas e separadores, que aumentam a cultura geral de qualquer babuíno. A "bd mundial" é separada por continentes ou zonas geográficas - EUA, Inglaterra, Japão e extremo Oriente, Europa, América do Sul (Argentina, Cuba, Brasil e México), Austrália, países europeus nórdicos e outros nações com pouca tradição em quadrinhos (África, Índia e países árabes). Lê-se um apanhado da história da bd nesses países e alguns destaques para os mestres de cada "escola". Claro, que é inevitável encontrar erros, omissões e gralhas - apanhei alguns em relação aos países de leste e à Finlândia - nada de grave para o público em geral. Claro que para os Egos dos omitidos é sempre revoltante e no caso português, por exemplo, os autores do livro apanharam mais ou menos bem a bd portuguesa mas a nivel de referência actual (o livro é de 2005) sobre autores de bd e editoras parece que se ficaram pela geração Lx Comics (a revista, não a colecção de novos autores de bd) ou (desconfio) pela revista Quadrado e o livro Para além dos Olivais (ambos publicados pela Bedeteca de Lisboa). Nomes importantes como os do Pedro Brito ou João Fazenda, ou da editora Polvo que entre 1997 e 2001 publicou quase tudo o que de bd portuguesa se mexia, não aparecem no livro - é até perdoável que os "bifes" não saibam da Polvo porque a Polvo sempre teve uma política "low-profile" na auto-promoção, sabe-se lá porquê. Que o Pessoa "não saiba" da Chili Com Carne ou da MMMNNNRRRG isso é que já não se perdoa.