O brasileiro Nik Neves estava presente com o seu trabalho Inútil (auto-edição), o zine Picabu (do seu colectivo Bestiário) e ainda com o Prego. O primeiro é um livro que colecciona trabalhos seus que se divide em dois tipos, um do tipo "mudo" e movimentado que podemos meter Chris Ware ao barulho e outro mais "retro-sud-américa" que podia lembrar algo de Hernandez bros. Bom tratamento gráfico do livro! A "questão brasileira" que se tem reflectido neste blogue emerge sempre mas ao encontrar mais um artista gráfico como Neves vamos juntando um massa de autores que se deslocam do "besteirol" e do humor para outros campos mais artísticos e experimentais mas sem nunca abandonar essa tradição "cartoonesca". É o caso do zine Picabu, regressado 17 anos depois do último número, mostra autores que se expressam, sem papas na língua, em vários estilos gráficos (do mais "podre" ao mais hiper-realista) mas que piscam sempre para a "sacanagem". Felizmente a maior parte das bd's tem piada q.b. e são bem feitas para não irritar.
Depois de estar uma tarde de Sábado toda na venda de livros, a um ritmo lento, houve festa à noite com várias bandas, que quase não vi e a que queria ver, os palestinianos Team Darg mais conhecidos por "Da Arabian Revolutionary Guys", perdi-os. Comprei o CD-R na onda de apoiar a causa - a banda encontra-se retida na Suécia porque perdeu os bilhetes de regresso (?). O Hip-Hop tornou-se há muito tempo o género predilecto para recuperar a língua e origens musicais misturando com uma roupagem urbana. Tal como o Hip Hop português passou no final dos anos 90 como a única música urbana que cantava em português (enquanto meia-dúzia de parolos tentavam a internacionalização cantando em inglês), estes Team Darg cantam em árabe(-palestiniano?) que soa bem, com samples de música árabe que soam bem, e tudo isto podia soar a uma fabulosa bomba musical caso os tiques do Hip Hop & R'n'B e outras manhosices-lamechices não dessem sinal de vida, arruinando as músicas e o respeito pelos músicos. Em seis músicas consegue-se ouvir umas duas (ou três se formos menos exigentes) e felizmente, não sei árabe para ouvir o que eles dizem porque receio que no final se descubra que fossem mais umas tretas moralistas como acontece com o Hip Hop aborrecido pelo mundo fora (com raras e poucas excepções).
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