sexta-feira, 29 de maio de 2009
Hülülülü & Chili com Carne // Antologia de Ilustração
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Clopkiller*
- o single de estreia autoeditado dos belgas Möse (Mösambique; 2004) com dois temas: Counting On To Zero e More Than A Bullet que não sei qual é qual porque não estão marcados no disco. Não é diferente a mil bandas Sludge no planeta que executam o que os Eye8God ou os Iron Monkey fizeram no passado. Mas o que se pode esperar de uma banda que afirma com orgulho que a escolha do nome deve-se ao facto que "möse" significa "cona" em alemão, "pântano" em dinamarquês e "lama" em flamengo? Fixe mesmo é o desenho que está no vinil, um gajo a masturbar-se e a vir-se com a mão direita e a dar um tiro nos cornos com a mão esquerda. Quando o disco anda à roda mais estranho o desenho se torna. Viva le vinil!
- um Maxi dos Api Wizz: Api Uiz De Merdre (Les Potagers Natures; 2005) se realmente for Api Wizz o nome - li na reduzida ou quase nula informação disponível na 'net que também pode ser Hapi Wizz... "Bof!"... É uma cena de Bordeaux na linha do Rock Duo - energético e rápido tal como deve ser qualquer Duo. Lembra Lobster mas mais folião, considerando que é a região dos cognaques talvez não esteja muito errado o que afirmo...
- o CD The anti-apopathodiaphulatophobicoustical Days (Skyr + Amertume + Ocinatas + Nothing Positive + Sombre Obscure + Shifty + HCB + Amanita; 2008) dos tais Raxinasky, um trio Noise-Rock produto da sociedade da hiper-informação - repararam na qualtidade de "labels" que editaram o CD à escala global? O caldeirão musical vai do Death Metal ao Math Core, dos Naked City aos Melt Banana, do Free Jazz ao Hardcore, dos Boredoms aos Fantômas, tudo é feito em progressão (improvisada?) impossivel de absorver - tal como acontece com as nossas experiências virtuais do dia-a-dia??? Bateria, guitarra, gritos com electrónica problemática à mistura são os elementos desta barulheira que se esquece da mesma forma como aquele site que vi à dois dias atrás... Gosto? Não gosto? Respostas: "Oh la la" + "bof!"
- CD La Fiévre Noire (Les Potagers Natures; 2005) dos argentinos / franceses Radikal Satan que fazem um Nu-Tango (?) longe do esquema óbvio dos Gotan Project mas sim próximo do dramatismo negro dos Von Magnet em relação ao seu (Electro)Flamenco. O som experimental e progressivo quase parece Neurosis com um acordeão. Estamos perante um novo género? Ou uma fusão de géneros? Serve a etiqueta Post-Tango ou Math-Tango? Apesar do nome idiota remeter para o Black Metal esta é banda mais interessante de todo o lote de discos que trouxe. Deixa até curiosidade para saber mais deles...
- um mini-CD'R dos franceses Ezofaj cuja a embalagem é um penso higiénico não se fosse ele intitular La souffrance ultime (auto-edição; 2007?). Este foi o primeiro disco que escolhi antes de o gajo suado começar a sugerir outros discos. Adoro o formato mini-CD e esta ideia tonta do penso fez-me lembrar os melhores momentos do saudoso zine Succedâneo . Que importa que o Metal desta banda seja manhoso? São apenas 13 minutos de tortura mongo-metaleira e que não são assim tão lineares - por exemplo a faixa 6 (sem título) é uma surpresa industrial-metal (Godflesh primitivo) no meio de grosseria Grindcore. Podia ser pior, muito sinceramente...
- Por fim, um LP colectânea "indus" (digam isto com sotaque francês para se rirem um bocado): Night on Earth 04 (Night on Earth; 2004) com projectos electrónicos "underground" como TZII, LFO Demon, Gamaboy, The Radar Threat, Man-eater Orchestra, S.Lemonon e Cham. Lado A é "mais" calmo girando pelo Ambient (TZII) e Hip-Hop Industrial (LFO Demon, Gamaboy) enquanto o lado B é mais barulhento com os restantes projectos a entrarem em experimentações lúdicas e algum Noise moderado. Longe de ser uma colectânea seminal ou original ouve-se com interesse sobretudo porque num gira-discos podemos mudar as rotações, hehehe - pena a Thisco nunca se ter metido no vinil...
Por fim, é pena já não fazer as tiras de concertos porque das comemorações da Fanzinoteca podia ter feito a actuação do Mr Marcaille, um gnomo "one-man-band" mal-criado armado com um violoncelo cheio de distorção e pedais de bateria. Melhor que ele para explicar o que se passa com a sua música: «it's some weird original brain covers... I agree some sounds like songs or thing we know in the inconcious, but I don't know myself what are they... These are my songs. Like Motorhead sounds like the Beatles sometimes... or the Rolling Stones / Chocolate Watchband... Acid Mother Temple / Gong... Ruins / Magma». Ok! Suponho que as "one-man-bands" sejam tão carismáticos como os mini-CD's. Podem sacar a actuação no seu sitío oficial: zoubroff.free.fr
*o título deste "post" é uma "private joke" entre mim e o inglês Edd do Monkey Riot / Last Hours depois de termos visto um grafitti que tinha escrito "Fuck la police"... inventar "Clopkiller" ("clop" é cigarro em calão francês) foi só mais um pequeno passo.
Pontevedra
Estive em Fevereiro no Salón do Libro Infantil e Xuvenil de Pontevedra e eis duas recordações fotográficas deste simpático evento. A primeira é um desenho incrivel de putos porque todos os anos, as escolas participam no Salão com trabalhos feitos de propósito. O tema deste ano era o "Amor". Geralmente os resultados são extravagantes misturando desenho, escultura e instalação. Gostei deste desenho não sei bem porquê, talvez as cores e composição... A segunda foto é do último livro do galego David Rubin na minha mochila, aqueles olhos da capa bateram muito bem com uma pasta feia do IPJ. O livro encontra-se na Bedeteca de Lisboa.
terça-feira, 26 de maio de 2009
School days
segunda-feira, 25 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
Consolações gráficas na CHILI
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A santa consolação é o bico da caneta a riscar no papel novelos de emaranhados. Os labirintos são mapas de se perder e andar às voltas. O desenho é o rasto da deriva entre o inconsciente e o pensamento. O resto é o tempo a passar - disse-me ela no outro dia. Creio que era um desabafo ainda dos teus tempos gloriosos do mundo do trabalho precário português (redundância bem sei) em que fez o zine Enfraskado com fotocópias manhosas - tiradas no Call Center? - embalado num... frasco!
Ana Menezes (1971, Lisboa) estudou Artes Plásticas nas Caldas da Rainha e em Évora, onde concluiu o mestrado em Artes Visuais. Para além do trabalho como artista plástica, a sua actividade profissional durante os últimos anos tem alternado entre o trabalho como professora, o subsídio de desemprego, e o submundo dos call-centers da PT.
domingo, 10 de maio de 2009
pós-pós-SPX: Portugal
Lançamento português pela terra sueca foi Heavy Metal (Bela Trampa; 2009) de Jucifer, zine A5 cheio de bd's e desenhos marados que não sei se homenageia o Metal ou não... está prometido um último exemplar para Portugal na CHILI mas até agora nada - talvez aja uma reedição... De resto, o zine não inclui o cinzeiro e o título é pintado à mão com cor assim a dar para o dourado...
Também para a SPX, Marcos Farrajota levou um sarcástico postal - a bd sobre SPX do ano anterior. O que vêem é a parte detrás, por isso quando ele vos escrever, não se admirem de apanhar com essa bd impressa... está à venda na CCC.
Algumas destas características podiam ir para quatro volumes da colecção Há Água em Marte (2008/09) - chama-se Caderno de Insecto? Não se percebe - editados pela Associação Cultural Lemur. Livros em formato A5 mucho sexy mas com contos que se esquecem a maior parte do tempo e ilustrações pouco expressivas. De uma colecção já relativamente grande, li quatro volumes e destaco Tipler Café de Augusto Lima (texto) e Renato Seixas (ilustrações), um conto "cyber-qualquer-coisa" divertido, as ilustrações demasiado digitais para o meu gosto funcionam como apontamentos gráficos. Porreiro!... O projecto e este livrinho em particular.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
pós-SPX: Itália
ESCRITA CRIATIVA NA CHILI
Associação
“Chili Com Carne”
CURSOS DE ESCRITA CRIATIVA
Próximo Curso:
“Construir a Narrativa”
por Rafael Dionísio
Quintas das 19h30 às 21h30
7 de Maio a 2 de Julho
Máximo 6 participantes.
Preço: 2x €50
Mais informações e pré-inscrição em:
joaorafaeldionisio@hotmail.com
(ou no local)
R. dos Fanqueiros, 174, 1º Esq.
Objectivos do Curso:
· Melhorar a expressão escrita.
· Exprimir o mundo interior.
· Desenvolver capacidades narrativas.
· Ganhar capacidades ao nível da construção de uma estória.
· Tomar consciência das especificidades e estruturas narrativas.
A quem se destina:
A todos os que tenham interesse em desenvolver processos criativos no âmbito da palavra escrita, tanto numa perspectiva de desenvolvimento pessoal como na perspectiva de quem aspira a construir uma obra narrativa de algum fôlego.
Modo de funcionamento:
As aulas funcionam com breves exposições teóricas sobre vários temas seguidos da apresentação de enunciados e da sua resolução e discussão. Curso com uma vertente essencialmente prática.
João Rafael Dionísio é um autor com cinco livros editados, dois dos quais romances, e tem um sexto na forja.
Tem o curso de Estudos Portugueses e actualmente frequenta o mestrado de Edição de Texto.
Fez, anteriormente, frequência dos cursos de Engenharia e Arquitectura, dedicou-se às artes plásticas durante um período, tendo assim uma visão renascentista da cultura (hoje em dia diríamos pluridisciplinar).
Tem dado cursos de Escrita Criativa em Lisboa, em colaboração com várias entidades, com grande satisfação por parte dos participantes.domingo, 3 de maio de 2009
pós-SPX: outros nórdicos
Da Noruega: Martin Ernstsen mas que vive em Estocolmo (sabe-se lá porquê!) temos quatro zines, dois números por dois títulos, a saber, Owls (2009) e Seldon Plan (2007/08). Ambos são casos curiosos como o zine ainda é uma publicação alternativa mesmo quando um autor já é profissional. Owls é a versão em inglês de comics já editados na Noruega - por isso em norueguês, população: 4 milhões e meio? - pela Jippi. No fim de contas é uma forma de promoção do trabalho para outras culturas. Trata de estórias da puberdade/juventude e de relações amorosas, algumas homossexuais - mais precisamente femininas. A narração e os desenhos são bons, mostrando que Ernstsen domina a linguagem na perfeição ao ponto que para o tema que é consegue ser mais humano e comovente que as militantes do género. O que não é nada de novo porque estórias de mulheres tem vêm do uma tradição rica com nomes como os irmãos Hernandez ou o Daniel Clowes. Seldon Plan é o "refugo" do autor, aquilo que não publicou profissionalmente: bd's autobiográficas curtas (algumas sobre a SPX do ano passado), desenhos marados, bd's parvas e experiências prestes a falhar. Mas na realidade corre tudo bem e é bem divertido! Martin Ernstsen eis um nome a reter...
sexta-feira, 1 de maio de 2009
pós-SPX: Suécia
Os sextos volumes de Piracy is liberation (C'est Bon; 2009) de Mattias Elftorp e da revista C'est Bon Anthology (2008), provavelmente os melhores até à data. No primeiro caso porque começa atingir novos picos de drama nesta odisseia ciber-anarquista, no segundo porque a recolha do material é bastante bizarra em especial a bd de Johan Jergner-Ekervik que é um verdadeiro épico bacteriológico mostrando que a bd ainda é uma arte visual-narrativa com temas inéditos para explorar.
A autora Emelie Östergren foi uma surpresa este ano porque lançou dois títulos: um grosso e impecávelmente bem feito volume dos seus trabalhos anteriores pela editora Sanatorium (que edita belos livros, diga-se) intitulado Evil Dress - é bilingue sueco/inglês. Palavras chave: corpo feminino, nostalgia/infância, vestidos, fogo,... O outro é um zine XL (12 páginas A3) com um título tão comprido que me deverei enganar a escrever: Mexikask Granso / Spar lost Forsvumen. Feito a meias com Clara Johansson - ou seja, uma bd para cada uma e um desenho no meio da edição (agrafada) a meias. Mais nostalgia e cinzentismo humano por aqui.