Três géneros musicais que criados no século passado ainda fazem muito barulho nos dias de hoje: o Industrial, o Metal e o Punk. Para além do xinfrim que fazem tem outro ponto em comum o facto de que usam os meios mais modestos de difusão: k7's, CD-R's, fanzines fotocopiados, etc... Eis três exemplos de micro-edição nacional a celebrar cada um desses géneros:
- Red Silk (Noori; 2010) mistura trabalhos de Merankorii e RedSK (dos EUA), o primeiro é uma colagem sonora de montes de obras de música clássica e afins com Noise por cima - suponho. O segundo é Noise puro e duro sem novidades - aliás, nenhum deles tem essa característica. Não existe nenhuma ficha técnica ou texto de suporte para se perceber o que se passa aqui: como trabalharam os artistas, se trabalharam em conjunto (acho que não), porque usam este título em comum para terem cá fora um CD-R limitado a 20 cópias. No fundo, o que sucede aqui é o mesmo que ver uma peça de arte contemporânea sem o título ou sem o texto do comissário. Não se entende e não se dá importância. A culpa é minha como ouvinte? é bem capaz, vou tentar ouvir este disco da forma mais lúdica - daqui uns dias. [passam-se uns dias... entretanto ouvi na posição horizontal com o sr. sofá e:] Continua-me a passar ao lado o sentido ou o sentimento disto...
- Rockers de Esgoto (ed. de autor; 2009) dos Eskizofrénicos é punk rock sujo e mal-criado do Porto de fazer corar os betinhos de Lisboa. A javardeira inclui mutilações em palco, letras como Quero lamber-te a cona e clichés como Caos em Portugal. Em contra-partida também recitam Fernando Pessoa, está bem gravado, com pica e tem uma boa capa de André Coelho (que participou entre outros projectos na antologia Destruição). Devem ser bons e divertidos ao vivo! Porque é que não fiquei entusiasmado com o CD-R? Porque sou um velho burguês!
- Ossarium estreia-se com Emanation (Latrina do Chifrudo; 2010), é Death psicadélico - "ritualista" segundo os próprios - em que se percorre Death rasgado à Morbid Angel e ambientes dronescos, aliás (e desculpem que ainda não me habituei à expressão) e-drogestos de Dark Ambient. Quer num caso quer noutro, a qualidade de cada tipo de registo sonoro é bastante poderoso e convicente. Deste grupo de CD-R's foi o que mais gostei, sem dúvida, e não foi por causa da capa do André Coelho! Resta saber quando voltarei a ouvir esta barulheira dos diabos!?
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