Ainda há "coisas" vindas do Festival de Helsínquia para divulgar... bom aqui vai:
Ufoja Lahdessa 1/4 (Daada Books; 2008) do finlandês Marko Turunen (que esteve presente no Salão Lisboa 2005) é um comic-book que compila estórias curtas embrulhadas como se fosse uma revista dedicada a OVNI's e fenómenos paranormais. As bd's de Turunen estão realmente muito bem embrulhadas porque elas são bastante paranormais. Os factos biográficos são dramatizados e representados com excertos de cultura Pop (sobretudo de bd fantástica ou de super-heróis). Seja uma cena de ciúmes com a sua companheira Annemarri Hietanen ou a compra de um livro numa livraria podem ser mostradas de forma absurda com figuras anatomicamente impossíveis, a começar pelo alter-ego de Turunen, Alien, que é isso mesmo, um "alien" baixote. Impresso a preto e branco o desenho de Turunen revela-se virtuoso e decadente ao mesmo tempo podendo encontrar relações com o italiano Andrea Bruno e um gajo qualquer da Marvel. Já está a ser anunciado o segundo número desta fantástica revista!
Next stop, a Suécia... com Emelie Östergren que tem dois zine publicados: Solflickan e The Evil Dress (imagem) ambos de 2008 (?). O primeiro é uma bd sobre a sobrevivência ao frio nórdico e apobreza rural, entre um homem e um javali (que fala) num ambiente onírico devedor a Anke Feuchtenberger ou a vizinha (finlandesa) Amanda Vähämäki até por razões gráficas: o uso de grafite, algumas composições e representações de personagens. O segundo zine é dividido em várias bd's e ilustrações sequenciadas tem um fundo sobre a solidão em que os vestidos servem de metáforas. Menos coerente que Solflickan há imagens que quase lembram o velho mestre italiano Crepax. Desconfio também que sejam trabalhos anteriores a Solflickan. Emelie poderá uma autora a seguir...
Por falar na Suécia, é onde está actualmente a viver o português Rui Tenreiro depois de ter passado pela África do Sul e Noruega. Ele criou a Soy Friends, uma editora de livros de autor tal como é a Opuntia Books, Le Dernier Cri, etc... São graphzines impressos a lazer, quase sempre em papel cinzento num formato A5 ou menor, de 20 e poucas páginas. Tiragens limitadas a 50 exemplares, numeradas e assinadas pelos os artistas que na maioria noruegueses também podem ser estrangeiros como o norte-americano Tim Pigott, cujo o título do seu livro Chicago Obituary Pictures já diz tudo. Os retratos lembram-me vagamente uma experiência "oubapiana" do Lucas Almeida num número do O Hábito faz o Monstro pela textura dos desenhos e pelo ar naíf das figuras. Não sei o que é mais "creepy", se são as expressões dos mortos (ainda eram vivos quando tiraram as fotos, claro está) ou a atitude do autor fazer disto o seu corpo de trabalho... Mais "creepy" é o trabalho de Martin Skauen - o livro não tem título - que lembra as visões apocalípticas de Hieronymus Bosch mas mais Gore, sexuais, contemporâneas e desenhadas a grafite - livrinho impressionante! Nihilism, Emptiness, Nothingness & Nonsense de Kalle Runeson é mais "zine old-school" à base de trabalhos visuais de colagem, desenho e texto de teor iconoclasta Pop. Apesar da produção perfeita da Soy/Rui - o livrinho é impresso em vários papeis de cor - não tem o mesmo efeito que os anteriores.
Alguns deste zines estarão à venda no espaço da Chili Com Carne a abrir para a semana, dia 27.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
E elas berram!
Reltih: 13 Years in Misery (Infected Records DIY + Zerowork; 2008)
We Are The Damned: The shape of Hell to Come (Raging Planet; 2008)
Até parece moda se antes não tivessem existido os No Oppression ou os Intervenzione com as suas "co-vocalistas" femininas. Em 2008 sairam discos dos Reltih e We Are The Damned cada um com a sua Sofia, no primeiro caso como acompanhante ou no segundo como a vocalista principal. A verdade é que o sucesso de Angela Gossow nos Arch Enemy (desde 2000) tem aberto terreno para as mulheres que queiram grunhir. Caso para perguntar se estas Sofias são genuínas ou se são réplicas de fenómenos Pop/Rock.
No primeiro caso, a "Sofia Reltih" acompanha a banda com um papel colectivo - a banda assina todo o trabalho do CD como um colectivo, sem distinguir quem escreve as letras ou quem compõe a música. Este é o segundo álbum de uma banda Crust, ou seja, para quem não sabe o que é Crust, é na verdade Metal mal tocado (ou tocado por Punks o que vai dar ao mesmo) embora há quem diga que o Crust é Punk/Hardcore fundido com Metal e com letras Anarkas e/ou pessimistas, pró-direitos dos animais - também é preciso lembrar que os Crusts são tipos nómadas com montes de cachorros atrás roçando aos Hippies mas com ar mais podre. Não sei se banda é burguesa ou não mas tocam como qualquer outra banda pesada. A única malha de jeito é Abused Child que tem uma composição mais elaborada do que o resto que é aquela pantufada tum-tum-tum de sempre. Será que alguém da banda sofreu abusos quando era menor? E por isso esforço-se mais a trabalhar nesta música? Seria positivo que tal tivesse acontecido para haver um bocado de personalidade na música portuguesa, caso contrário, não sei bem o que fazem por aqui com os seus samples de entrada para as músicas que parecem mais reaccionários que "anti" qualquer coisa... E samples de entrada de músicas é a coisa mais cliché deste tipo de bandas, diga-se.
A "Sofia Damned" e a sua banda já são outra história... tudo é melhor: desde a capa e design do CD, a música é mais rica e claro sempre com a Sofia a berrar. É Metal que reúne pedaços da "velha-escola" (Trash, Heavy - até fizeram uma versão de Parasite dos KISS) e da "nova" (Crossover, Death, Post - Lucifer VIP não deixa dúvidas o quanto Post que é) parecendo mais uma das bandas Metalcore que a Raging Planet costuma editar (TwentyInchBurial, etc...). Ainda assim a voz de mulher furiosa sempre é mais original do que meninos chateados. Não é uma maravilha mas também não é mau.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Punk que é punk...
Crise Total: Suícidio involuntário (Zerowork; 2003)
Garotos Podres / Albert Fish: Split CD (Anti-corpos DIY + Zerowork; 2005?)
Dois CD's de Punk Rock na lógica das baratas, ou seja não morrem e voltam sempre! Por exemplo, uma banda mítica como os Crise Total, que existe desde 1983 nunca chegou ter o impacto comercial dos Peste & Sida ou Censurados apesar de serem uma referência no underground, mudaram sei lá quantas vezes de membros, incluíndo vocalistas, gravaram aqui e acolá, gravaram cenas como este disco em 1997 que só saiu em 2003, assim na boa... Sem grandes planos, afinal Punk que é Punk 'tá-se a cagar! E bem, eu também... ouvir este disco nada acrescenta ao planeta, pelo contrário chupa os rescursos naturais da Terra para que meia-dúzia de cromos curtam, nada de mal nisso porque há coisas piores e ao menos o disco só tem 19m a abrir e Descontrolado. Cliché atrás de cliché musical e lírico, faço palavras dos próprios: «Desde que nasceste / sempre que viveste / apenas te fodeste / e nada aprendeste» (in Autista)... Certo!
Garotos Podres / Albert Fish: Split CD (Anti-corpos DIY + Zerowork; 2005?)
Dois CD's de Punk Rock na lógica das baratas, ou seja não morrem e voltam sempre! Por exemplo, uma banda mítica como os Crise Total, que existe desde 1983 nunca chegou ter o impacto comercial dos Peste & Sida ou Censurados apesar de serem uma referência no underground, mudaram sei lá quantas vezes de membros, incluíndo vocalistas, gravaram aqui e acolá, gravaram cenas como este disco em 1997 que só saiu em 2003, assim na boa... Sem grandes planos, afinal Punk que é Punk 'tá-se a cagar! E bem, eu também... ouvir este disco nada acrescenta ao planeta, pelo contrário chupa os rescursos naturais da Terra para que meia-dúzia de cromos curtam, nada de mal nisso porque há coisas piores e ao menos o disco só tem 19m a abrir e Descontrolado. Cliché atrás de cliché musical e lírico, faço palavras dos próprios: «Desde que nasceste / sempre que viveste / apenas te fodeste / e nada aprendeste» (in Autista)... Certo!
E por falar nisso, a auto-referência e autofagia fazem parte das "cenas pequenas" e talvez por isso que os Albert Fish fazem uma versão do Autista. Por acaso é a melhor música deles neste split com os "Garotes Podros", não só reduzem um tema longo em pouco mais de 2m e cantam em português para que os portugueses percebam o que os Albert cantam - as letras deles são cantadas em inglês, ou que fazem deles tão normais como outra banda Punk de outra parte do mundo. Têm energia e pica, ao menos isso. Nesta edição traduzem as letras do inglês para o português (os Garotos fazem o contrário porque cantam em português) mas incluiram o Autista - que está em português - sou eu que estou confuso? Punk que é Punk não traduz!
Os brasileiros Garotos Podres são uma instituição Punk lá para lá do Atlântico, nascidos durante a ditadura militar, não admira que as suas letras sejam de esquerda e fortemente proletárias (A Internacional ou Aos fuzilados na C.S.A. não deixam dúvidas) sem deixarem de ser terem outras divertidas ao melhor estilo do humor Punk. Algumas faixas são ao vivo aumentando o caos e direcção desta edição. Punk que é Punk não sabe o que faz!
No CD ainda há vídeos dos Garotos ao vivo (com muito mosh e stage-diving mas muito mesmo!) e um vídeo dos Albert animado. Punk que é Punk não curte vídeo-clip!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Bom-Bom Ano Novo
2008 foi um ano bom para a Chili Com Carne apesar das crises generalistas e a constante diminuição de apoios institucionais - por exemplo, a Câmara Municipal de Cascais desde 2005 acha que não deve apoiar os nossos livros porque os "Livros" como, aliás, toda a gente sabe, não trazem prestígio para uma vila. Só é pena que não tenham apercebido que graças ao Mutate & Survive, alguns autores participantes como o francês Jonathan Larabie e os italianos Mara Cerri, Alberto Corradi e Gianluca Costantini vieram a Portugal depois de conhecerem a antologia. Enfim... a cultura em Portugal continua a ser Fado, Futebol e uma Fátima.
Quem diria que em 2008 foi o ano que vendemos mais desde 2004? Esse ano foi quando a nossa distribuidora livreira, a Witloof, fechou a actividade e consequentemente foram feitas todas as continhas com as livrarias. Ora edições nossas estavam paradas naquilo que é o caótico mercado livreiro: contas com a distribuidora que nunca foram feitas, livros que pensavamos que não tinham vendido nada afinal tinham sido todos vendidos após as contagens de stock. Mas continuando, 2008 foi um bom ano... como foi possível?
Quem diria que em 2008 foi o ano que vendemos mais desde 2004? Esse ano foi quando a nossa distribuidora livreira, a Witloof, fechou a actividade e consequentemente foram feitas todas as continhas com as livrarias. Ora edições nossas estavam paradas naquilo que é o caótico mercado livreiro: contas com a distribuidora que nunca foram feitas, livros que pensavamos que não tinham vendido nada afinal tinham sido todos vendidos após as contagens de stock. Mas continuando, 2008 foi um bom ano... como foi possível?
Várias razões, a primeira é que tivemos "em todas"... fomos ou co-organizamos tantos eventos nacionais e internacionais que alguns, lamentavelmente já nem me lembrava que tinham sido em 2008. Estivemos ou fomos representados no Festival de BD de Angoulême, First Off (Bruxelas), SPX (Estocolmo), Festival de BD de Beja, Feira Refractária (Porto), Feira do Livro Anarquista (Lisboa), Comunicar:Design (Caldas da Raínha), Crack (Roma), Festival de BD de Helsinquía, Boom Fest (S. Peterburgo), Cinanima (Espinho), Feira de Fanzines de Almada e MAGA (Caldas da Raínha). Para não falar naqueles que fomos responsáveis parcialmente ou na totalidade: Brucutumia 2008 (com a Groovie Records), Bunny Weekend 2008 (como o LAC), ZineZineZine (com a livraria Ao Sabor da Leitura), Feira(s) Laica(s) e o Furacão Mitra. Claro que fomos muito mais bem aceites lá "fora" (há estórias lindas de Helsínquia ou de Roma!) do que cá tanto que pela primeira vez decidimos nem se quer meter as edições no Festival da Amadora.
Também foi um ano com novidades editoriais: Cadernos de Fausto do nosso "escritor-fetiche" Rafael Dionísio e Noitadas, Deprês e Bubas de Marcos Farrajota, mais um volume de Occultura, Antibothis, co-editado com a associação amiga Thisco, e avançamos com T-shirts (impressas por Lucas Almeida). Os associados não pararam de editar excelentes edições como a antologia Cabeça de Ferro da Imprensa Canalha, o zine Post Shit da Jucifer (que fez um sucesso em Roma e Helsínquia!) ou novos Opuntias Books. E para acrescentar ainda apareceram o sangue-novo-colectivo Hülülülü que já lançaram uns 5 títulos...
Foi também um ano que duas distribuidoras interessaram-se pelos nossos livros e dos nossos associados: By Zebra (Madrid/Berlim) e a Corndog (UK).
E com o site remodelado desde 2007, a CCC chegou a mais pessoas interessadas na Associação, nas edições ou o que distribuímos. Ainda dizem que em Portugal não há público para "coisas alternativas" e por isso que as livrarias escondem os nossos livros ou que não os querem, ou até aceitam, vendem-nos todos e depois não pedem mais porque... - em relação a esta última situação acho que não há mesmo explicação. É triste mas a tristeza só atrapalha e por isso que este ano vamos abrir um espaço para não termos de nos sentir humilhados pela falta de visão das "casas de cultura" (livrarias, discotecas e outras lojas) com as devidas excepões, e desde já queríamos reconhecer publicamente a inteligência da Mundo Fantasma em ter deixado de trabalhar à consignação connosco - e esta já é a primeira vitória de uma guerra a combater ferozmente este ano.
Pelo meio, vamos inaugurar um espaço no meio da degradada Baixa Lisboeta na Terça-Feira, dia 27 de Janeiro. Estão prometidas exposições, lançamentos de edições (discos, livros, zines), performances e workshops. Sem medos empapados de "saudade". Mais informações sobre a inaguração durante esta semana, estejam atentos!
sábado, 10 de janeiro de 2009
Kuš! #3, 5
Komiksu Kultūras žurnāla; Nov'07/Abr'08
Eis uma revista vinda da Letónia que apesar de vir de um país que teve um regime soviético que erradicou esse "lixo capitalista" que era a bd, em poucos números já se posicionou no mapa internacional da bd com a estratégia mais simples do mundo: publicando uma revista de bd em que misturam autores nacionais (a maior parte deles ainda amador) com internacionais já conhecidos e até profissionais. Daí que apareçam nas páginas autores "nórdicos-vizinhos" (como a Suécia e a Finlândia) Knut Larsson, Kolbeinn Karlsson e Marko Turunen, ou o alemão Mawil ou ainda o esloveno Jakob Klemencic.
Antes de avançar mais, é melhor rectificar, esta é a PRIMEIRA e ÚNICA revista que há da História da Letónia... Creio que é difícil imaginar um país que nunca tenha tido bd no seu meio cultural mas para dizer a verdade também não perderam muito neste tempo todo. Pelo menos até aos anos 50 não perderam nada de especial...
Sendo a bd uma linguagem nova para os criadores desta nação, é natural que o material que eles apresentem seja mais "estético" do que narrativo, sendo na maior parte dos casos humorístico ou caricatural. Tenho a sensação que a maior parte dos autores que participam devem ser Designers a experimentarem a fazer bd (imagem horrível, bem sei!), a maior parte com resultados pobres ou verdes. A excepção será Anete Melece (publicada no último número da Stripburger) que parece ter um domínio narrativo (digo, sem poder ler as bd's que não estão traduzidas para línguas mais acessíveis) e equílibro gráfico - próximo até de alguma bd alternativa francesa vinculada à L'Association.
O #3 é um número em que há autores nacionais e estrangeiros, no #5 o material é 80% "caseiro". A acompanhar mais desenvolvimentos para aqueles lados...
Eis uma revista vinda da Letónia que apesar de vir de um país que teve um regime soviético que erradicou esse "lixo capitalista" que era a bd, em poucos números já se posicionou no mapa internacional da bd com a estratégia mais simples do mundo: publicando uma revista de bd em que misturam autores nacionais (a maior parte deles ainda amador) com internacionais já conhecidos e até profissionais. Daí que apareçam nas páginas autores "nórdicos-vizinhos" (como a Suécia e a Finlândia) Knut Larsson, Kolbeinn Karlsson e Marko Turunen, ou o alemão Mawil ou ainda o esloveno Jakob Klemencic.
Antes de avançar mais, é melhor rectificar, esta é a PRIMEIRA e ÚNICA revista que há da História da Letónia... Creio que é difícil imaginar um país que nunca tenha tido bd no seu meio cultural mas para dizer a verdade também não perderam muito neste tempo todo. Pelo menos até aos anos 50 não perderam nada de especial...
Sendo a bd uma linguagem nova para os criadores desta nação, é natural que o material que eles apresentem seja mais "estético" do que narrativo, sendo na maior parte dos casos humorístico ou caricatural. Tenho a sensação que a maior parte dos autores que participam devem ser Designers a experimentarem a fazer bd (imagem horrível, bem sei!), a maior parte com resultados pobres ou verdes. A excepção será Anete Melece (publicada no último número da Stripburger) que parece ter um domínio narrativo (digo, sem poder ler as bd's que não estão traduzidas para línguas mais acessíveis) e equílibro gráfico - próximo até de alguma bd alternativa francesa vinculada à L'Association.
O #3 é um número em que há autores nacionais e estrangeiros, no #5 o material é 80% "caseiro". A acompanhar mais desenvolvimentos para aqueles lados...
ccc@MAGA.2008
Estivemos representados no MAGA, nas Caldas da Rainha, evento organizado pelo Atelier Arte Expressão entre 11 e 21 de Dezembro, com as nossas edições (e associadas) e alguns dos nossos autores (a "bold") a participar numa exposição colectiva de ilustração: André Lemos, Barbara Annes, Bruno Franquet, Carlos Quitério, Catarina Fernandes, César Évora, Daniel Silvestre da Silva, Daniel Teixeira, Estela Baptista Costa, Filipa Pontes, Filipe Abranches, João Cabaço, José Feitor, Luís Morcela, Luís Favas, Luísa Passos, Marcos Farrajota, Maria Pereira, Marta Veludo, Nuno Nogueira, Pedro Ferreira, Raquel Figueiredo, Sofia Lourenço, Tiago Baptista, Fátima Ribeiro, Yannick Schafer e Zorba.
Agora que o evento acabou, ficaram algumas das nossas edições na loja do Atelier Arte Expressão... bom, bom!
domingo, 4 de janeiro de 2009
à boleia... e outros poemas
Clique na imagem para ampliá-la e saber como participar nesta iniciativa da autora finlandesa Tiitu Takalo, que esteve presente na Feira em Coimbra e deixou-nos dois livros da sua autoria: Jää (Suuri Kurpitsa; 2008) e I Ringen (Optimal Press; 2008).
O primeiro é uma antologia de 13 bd's curtas que vão variando (um bocado) de estilo gráfico e de narrativa. Algumas bd's são de foro mais pessoal, outras de cariz social-político feminista. Muitas das bd's falam de viagens - daí que a convocatória da autora para o tal zine de "Boleias" não seja nada à toa. Muitas das bd's são poemas para quem acredita em Liberdade na vida mundana.
O segundo é uma estória completa e auto-conclusiva sobre duas jovens pugilistas que se apaixonam. Achei este livro menos interessante porque topa-se que é quase um manifesto lésbico disfarçado de estória. A capa tem uma força e presença em qualquer lado que se ponha o livro (da estante à banca de feira de bd), já o conteúdo achei óbvio demais mas é capaz de agradar ou de inspirar jovens perdidas na sua (homo)sexualidade.
De realçar os bons desenhos da autora que consegue ser bastante dinâmica sobretudo no que diz a movimentos dos corpos e que mostra ser virtuosa sem ser excessiva ou inexpressiva.
Ambos livros estão escritos em finlandês e sueco, respectivamente (I Ringen é a edição sueca do livro original, com capa dura e uma melhor impressão que o original), mas são incluídos suplementos com as traduções em inglês.
à venda na CCC - não estão na shop devido a um bug informático que estamos acabar de resolver - a 12€ e 15€ respectivamente (desconto de 20% para sócios da CCC).