quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Zines é no Porto!

Trouxe alguns zines da última edição da Feira de Publicação Independente, onde havia dezenas de novidades de zines fazendo do Porto de novo um pólo de zines e edição independente como já não acontecia há alguns anos. O único "mal" é que a maioria dos zines que vi eram de ilustração e design, que sinceramente não tenho paciência. Chamem-me de cromo mas o que gosto mesmo é de ler. Talvez seja um problema português, a falta de cultura visual, que cria comportamentos ora de desconfiança ora de euforia sobre "graphzines" e afins... Como só havia uns quantos zines de bd ou de texto fico por estes "lugares comuns", apesar de serem novidades:

Eis o primeiro número do Buraco que junta uma redacção de Lisboa e do Porto num objectivo de ser uma publicação de oposição política em bd, em que encontramos trabalhos de Bruno Borges, André Lemos, Carlos Pinheiro, Marco Mendes, Nuno Sousa, Miguel Carneiro e uns misteriosos pseudónimos. Dizem que "batemos no fundo e ainda escavámos um buraco" mas acabam por "bater no ceguinho" para quem já se habituou a ver os trabalhos destes autores em outras produções independentes, não havendo neles grandes diferenças temáticas ou na forma de os tratar. O caso mais flagrante é o de Marco Mendes que aparece com as suas mesmas tiras de sempre - é provável que elas sejam inéditas em papel mas para quem visita o seu blog parece que estamos a ver / ler outra vez o mesmo material, ad eternum...
Para uma publicação de "sátira" (?) política parece bastante púdico, talvez os autores tenham pena dos políticos... afinal eles também são seres humanos, snif, snif...

buracoeditorial@gmail.com

Tiago Araújo voltou com mais um zine seu cheio de alucinações sobre a existência e "raison d'étre", Metamorfis. Passou a escrever à mãozinha - coisa que irritava noutras bds suas - os seus textos esotéricos que nos ensinam o sentido da vida apesar de o autor ter só uns 20 anitos... merda! Não soa a muito convicente o que acabei de escrever... talvez seja isso que acontece com a sua bd também. 
Puto, mexe-te! Só há sentido para a vida se deres-te ao trabalho de a viver. Só há reflexão depois da acção... caso contrário é só melodrama português, fatal como o seu fadinho... Vai esmagar um carro contra uma esquadra de bófias, queimar algum outdoor ou algo útil do tipo! Ou ouvir o "Sean Paul Satre", o rei do Dancehall Existencialista, caga no escritor francês, boy! Como diz essa grande fonte de sabedoria, Matti Nykänen, "life is the best time you have!". 

Em compensação, o Rudolfo é só testosterona e acção xunga assumida para "skaters from hell" ou para quem viveu jogos de computador, "shokushu goukan" (porno japonês com violações por tentáculos), RPGs e toda uma alienação cultural dos últimos 20 anos. Falo de 666 Hardware, um micro-épico trash curtido com o Rudolfo a lamber o desenho para nos impressionar. É uma estupidez pegada numa edição bem cuidada. Pedidos práqui. Imagens em velocidade excessiva (mais que a bd):


Mas o melhor do Porto, aliás, do Rudolfo é mesmo o seu zine Lodaçal Comix, que vai agora no terceiro número. Um excelente trabalho que merece todos os elogios possíveis. Não sei se o título "lodaçal" apareceu para retratar a "cena da bd portuguesa" e a falta de expectativas que esta área comporta a nível social, económico, profissional e artístico.
Mas se todos os autores fossem empreendedores e abertos como o jovem Rudolfo, a cena seria um "continente" invés dos típicos nomes de projectos dos portugueses que insistem em "meter água" (literalmente) nas suas identidades: BaleiAzul, Polvo, pedranocharco, etc... Mas aqui falamos do oposto simétrico, com o Lodaçal meteu malta nova e "velha", feminina e masculina, nacional e estrangeira, numa produção de qualidade e com regularidade - o projecto apresenta-se trimestral e ainda não saiu um número atrasado! Junta bds de recortes autobiográficos com umas de alucinações grotescas, um bocado de surrealismo post-pop emperfeitamente sintonia com as correntes "underground" da bd mundial.
Só os idiotas do costume não irão perceber que se está a fazer História por aqui. O número quatro vai sair na próxima Feira Laica com um número "fora de série". Razões justificadas para quem gosta de bd ir a correr prá Laica! Entretanto, quem quiser gastar o subsídio de Natal que o faça aqui invés de ir gastar em pizzas (piças?)...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

Anti-tetânica


v/a : I Never Metaguitar (Clean Feed / Trem Azul; 2010)

Este ano a Clean Feed comemora 10 anos de existência muito bem merecidos numa Lisboa que não ata nem desata. Este deve ser o único caso de editora portuguesa que expressa realmente o que a sua cidade é. Em Lisboa e fácil poder assistir a concertos de Jazz, Free e Improv nas suas variadas facetas como Felipe Felizardo, Gabriel Fernandini / Red Trio, Sei Miguel, Carlos Zíngaro, Noberto Lobo, David Maranha, Tiago Sousa, etc... há sempre concertos durante a semana de pelo menos um deles. O que é impossível ver em Lisboa é um bom concerto de Metal, Hip Hop, Rock ou Dubstep sem ser em estádios de futebol ou coliseus. Não há "clubbing" nem salas médias de jeito, é preciso ir ao Porto curtir Duran Duran Duran ou Godflesh porque em Lisboa apodrecemos de tanto Free... Se este é o espírito musical da cidade não é por maioria mas por exclusão de partes.
Claro que a Clean Feed não tem nenhuma obrigação de salvadora da capital nem merece que a use para desabafar sobre a tristeza lisboeta. Estamos perante uma editora que criou um enorme catálogo respeitado internacionalmente e onde se pode encontrar a maior parte do tempo muito saxofone destructivo, o que não é som fácil de assimilar para quem não é "jazz nerd", como é o meu caso. De vez enquando em alguns discos da Clean Feed, os metais são colocados de parte como acontece com esta colectânea de "solo guitars for the 21st Century" produzida por Elliot Sharp. Numa elegante embalagem (como sempre) encontramos um CD com 16 guitarristas, incluíndo Sharp, que exploram a guitarra de várias formas, representações e estilos: acústica, eléctrica, electrónica, composição, improvisação, ao vivo, estúdio, folk, blues, noise, lounge,... ou seja um ecletismo invejável que não se encontra em Lisboa mas em Nova Iorque onde o disco foi comissariado. Parabéns à Clean Feed por trazer os cheiros cosmopolitas da "Big Apple" provocados para uma cidade que só cheira a mijo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ccc@2ª.feira.de.publicação.independente


Estaremos lá com as nossas edições [+ info AQUI] e Marcos Farrajota numa conversa sobre edição independente irá tentar responder às seguintes perguntas:

1. Brevemente, dizer em que consiste o projecto editorial de que faz parte:
- que tipo de objectos produzem?
- qual a tiragem?
- quais os processos de produção?
-  quais as motivações iniciais que levaram ao desenvolvimento do projecto?
2. Perante o mercado editorial português, dominado por grandes distribuidoras como a FNAC ou a Bertrand, acham que a edição independente aparece como alternativa a este tipo de mercado? Ou terá motivações completamente distanciadas desta ideia?
3. Quais as primeiras dificuldades com que se depara um editor que quer começar uma publicação ou uma editora? Quais os principais problemas?
4. As edições independentes vão vivendo num nicho de mercado muito específico. Muitas vezes são os próprios editores que compram a outros editores, e acaba-se por produzir material editorial para um círculo bastante fechado. Concordam? Acham preocupante? Acham que esta ideia choca com os objectivos principais dos vossos projectos editoriais?
5. Como é que se gere um projecto editorial independente? É posssível ter um estrutura económica sustentável? Têm como objectivo o lucro? O que pensam de apoios ou subsídios do estado ou outras instituições?
6. Acham que estamos a viver agora uma altura de 'popularidade' da publicação independente? Uma vez que o público está cada vez mais alargado, o que define uma publicação de sucesso?
7. Para terminar, no fundo, porque é que editam? Dinheiro, paixão, entusiasmo...?

A Luz de Lisboa... pfff!!!

A revista italiana L'Internazionale tem uma secção de bd semanal em que os autores criam bds sobre as suas viagens ou suas cidades. Lisboa já teve um retrato pelo Filipe Abranches em 2007 e agora volta pela mão de Andrea Bruno que esteve cá este ano no âmbito do Festival de BD de Beja.
Também o sérvio Aleksandar Zograf fez uma bd sobre a sua passagem em Portugal - e ao mesmo tempo de Bruno, houve aqui influências mútuas! A bd desta vez foca Beja, uma vez que esta foi a quarta visita deste autor ao nosso país.
Para os demasiado-entusiastas do jornal I, enviei estas bds para ver se eles gostariam de as  publicar neste pasquim mas depois de as receberam nem responderam... Povinho mal-educado!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Futuro Trauma



Futuro Primitivo exhibition is doing a double date in Mälmo (Sweden)... After the ISV / Galleri Ocampo the show is going to TRAUMA where it fits as a glove since it's a Noise / Power Electronics music festival promoted by the infamous Wormgod group. 
Helvete, we'll not be there but our books and silkscreens will!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

BD alemã em alta


+ sobre Anke Feuchtenberger aqui e sobre Two Fast aqui / novo site: twofastcolour.tumblr.com

sábado, 5 de novembro de 2011

O mundo é finlandês!


Para quem pensa que a BD ou os belos livros acontecem nos EUA, França ou Japão... A Huuda Huuda garante que não! É impressionante a vitalidade da bd finlandesa como provam alguns livros (que não conhecia) do Marko Turunen e Jirky Heikkinen. Bem que podem comemorar os 100 anos da bd finlandesa!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Very Important Publishers


O húngaro Daniel Csordás foi ao Festival de Helsínquia e fez uma bd "reportagem" do evento - numa língua pouco acessível ao português médio - em que vamos encontrar algumas caras conhecidas como o David Schilter (da Estónia), Tommi Musturi - editor da Huuda Huuda e autor de Caminhando com Samuel -, Marcos Farrajota (de Futuro Primitivo na mão!) e Nuno Neves (participante no Mutate & Survive mas mais conhecido pelo projecto Serrote)... O Farrajota parece um "turku"...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Futuro é agora!


Como prometido temos as publicações da š! e kuš! - para quem se esquece rápido: são publicações do colectivo da Letónia que organizou a exposição O Último Fósforo que visitou Lisboa o ano passado. 
Pedidos e listagem de títulos acessiveis através do e-mail da Chili Com Carne. Stock limitado, prioridade para sócios da CCC.