quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Laica de Latão

Este ano as "prendinhas sonoras" que se foi arranjando na Feira Laica foram um bocado chochinhas - até porque até já tinha adquirido o que era/é muito muito muito bom!

A começar pelo Ambiansu e o seu Tagebuch (New Approach + Noori; 2009) que é "marado" (é uma "private joke"). Começa com algo "Jazz cinematográfico" (The Train's Bar), segue com a Dance Macabre (pouco alterada? pouco sei...), Clearing (um live-recording de gaiteiros e com um som negro por detrás tipo theremin), Adramlech's Rebirth (ambiental soturno com pedaços de Noise) e Tempus de Chuva (segue anterior mas inclui uma voz em português). Isto poderia impressionar pelo ecletismo mas por acaso tive um efeito estranho de rejeição talvez porque nem senti nem percebi o caminho do trabalho. Passado dias a ouvir não é que me queixe de o ouvir - talvez os gaiteiros começem-me a encher as medidas) - mas continuo sem perceber o sentido à coisa...

O novo álbum dos Ölga (não consigo pensar neste nome de banda sem pensar numa música dos Enapá 2000) é La Résistance (Skinpin; 2009) é todo ele dEUS com Kinks e qualqueroutra coisa mais no espectro Indie, Post-Rock (género que os índios começaram a fazer depois do Indie ter "falido") e o que for possível de catalogar como chato, aborrecido e melancólico-porque-sim mesmo que o virtuosismo e produção tentem animar a coisa. A Alma portuguesa adora tristeza sabe-se lá porquê e é nestas alturas que se topa isso. Poderia ser Fado mas não é um puxada a Camden Town depois de já ninguém querer ir para lá. Alguém pode oferecer uma viagem para Berlim a estes moços?
Com o Noberto e a Olga nas fileiras só espero que a Skinpin não se torne na Bor Land 2. Ou pelo menos não venha a editar o Old Jerusalem, pleeeeeease...

Por fim, Suchi Rukara estreia-se com Equation (We Love Pandas; 2008) oferta do camarada Lagosta Martins, em que toca bateria como um selvagem... aliás, toda a gente grita e toca como selvagens, e sendo isto Hardcore Screamo chega a um ponto que lembra Black Metal de tão irritante que é... Quem poderá gostar disto? Só se for pelo trabalho gráfico do Bráulio Amado (que também berra aqui algures), Injustiça!, isto está muito bem gravado, os instrumentais são bons... só a gritaria é que é uma irritação e muitas vezes rídicula...

É óbvio, a jeito de conclusão, que rejeito todos estes projectos porque afinal não passo de um gajo fechado, nostálgico, que afirma não gostar de Hardcore, música brasileira e House para se mostrar "open-minded" MAS na realidade como assim se prova pelas pseudo-críticas acima não pareço gostar de nada. É verdade, é verdade e é triste! Bom Ano Novo!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Soap Comics

Desde 2006 que o colectivo Habeas Corpus edita o zine Soap Comics. Coincidência ou cópia descarada o projecto lembra o Spon do colectivo L'Employ du Moi que também sendo do Bruxelas todos os meses editava um zine fotocopiado com bd's dos seus elementos.
O Soap sendo um grupo mais reduzido em número mantém essa chama acessa nas páginas A5 onde encontramos bd's abstractas, bd's minimalistas, bd's de gangsters que lêem romances cor-de-rosa (cor predilecta das capas do Soap, já agora), algumas bd's auto-biográficas e outras humorísticas.O talento narrativo e estético é bastante bom e profissional - provavelmente os elementos do grupo devem sair do curso de bd da Faculdade de Saint-Luc, e lá trabalha-se ao contrário dos cursos de cá. Seja como for, cada número custa um Euro, o que é um vício bastante saudável para quem tiver bd como droga habitual.

Oferta de um número de Soap Comics na compra de qualquer edição em francês no nosso sítio - a oferta limitada ao stock existente e é dada prioridade aos sócios.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

É fartar vilanagem! #1

Alexandre Esgaio (Maria Macaréu; Jan'09)

É um "zine revival"? De repente apareceram uma série de zines de bd - tal como de Metal e Hardcore... o que se passa? O pessoal chegou aos 30 e quer completar o sonho de fazer o zine que não fez quando tinha 20 e tal anos? Mucho weird...
Este senhor é conhecido por já ter zines e participado com uma das bd's mais violentas e divertidas no Mutate & Survive. Pelos vistos ainda anda com o "bichinho da bd" (imagem horrível!!! o bichinho da bd será o quê? uma ténia?) e lançou este zine gratuito 12 páginas A5 impressas em papel azul - que dão uma grande pinta ao zine, diga-se.
O humor é a chave das bd's, num estilo de desenho e argumento "todo o público" (se não fosse alguns palavrões podia ser "7 a 77"), divertido o suficiente e bem executado tecnicamente. Podia ser editado profissionalmente que não haveria nada contra mas aposto que o problema do autor foi o típico "aonde?" ou "que editora?"... Talvez por isso um zine? Seja quais forem os motivos, venham mais números do É fartar vilanagem!! - lembra algumas frases da Imprensa Canalha... - e sobretudo mais páginas e trabalhos que isto soube a pouco! 

PS - entretanto saiu um novo número na Laica de Verão para os mais distraídos (este "post" é repescado de Fevereiro)
PPS - e a razão da "pesca da posta" é porque encontramos alguns exemplares deste zine para oferecer, que só podemos fazer na compra de qualquer coisa do site - prioridade para sócios e oferta limitada ao stock existente.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Brasil VIII


Vida Boa
(Zarabatana; 2009)

Chegou um carregamento de livros da Zarabatana, editora brasileira de bd com uma catálogo bastante interessante de autores contemporâneos europeus, norte-americanos, japoneses e brasileiros. Do pacote aquele que se destacou logo - até porque o resto do catálogo já conheço daqui e dali - era o livro do grande Zimbres!
Esta edição recolhe as tiras humorísticas (já lá vamos!) de uma série desenvolvida pelo autor para a Folha de S.Paulo entre 1999 e 2001, algumas acabaram por ser eliminadas para o livro, ou então, refeitas e algumas foram feitas de propósito. Na essência para dar uma maior coerência narrativa às tiras que duvido que fosse necessário, pois apesar de elas ser o clássico "piadinha no final da tira" sincopado ao ritmo diário, a sua leitura unificada mostra uma dinâmica incrível, digna de estar ao lado de uns "Moomins" com as enormes e devidas distâncias.
Esta Vida Boa conta as desaventuras de um "looser" que procura emprego sem nunca o conseguir encontrar, em compensação encontra sim, é um copo que fala! Ou será imaginação do tipo? Nunca saberemos, que sacanagem! A incapacidade de gerir o dinheiro, distraído pelo pecadilhos gulosos do consumismo ou o deslumbramento fácil são temas que vão surgindo neste trabalho, com pretexto para criticar a existência urbana dos nossos tempos num discurso ágil e irónico. O desenho do Zimbres continua "bad" para quem gosta de coisinhas redondas mas parece um bocado mais composto e "clean" provavelmente para que "toda a gente possa ler" sem ter um chilique - afinal de contas já basta o texto ser corrosivo como é.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Laica de Prata ÚLTIMO DIA!!!


A 15ª Feira Laica será entre 19 e 20 Dezembro 2009 no espaço Fábrica Braço de Prata (Rua da Fábrica do Material de Guerra, nº1, Lisboa) no seguinte horário: Sáb (19) das 18 às 24h ::: Dom (20) das 15h às 21h

A Chili Com Carne mais uma vez está a organizar a habitual Feira de Zines e Edições Independentes tendo reunido as seguintes editoras: loja Asa Negra (representando Arga Waga, Funzip, Luminus Box e Zona Zero), Atac, Averno, Associação Chili Com Carne, blam blam, Boca, Contraprova, Drome : vídeozine, discos F. Leote com Skinpin, Hülülülü, Imprensa Canalha, Mike Goes West, Mina Anguelova (desenhos/ originais), MMMNNNRRRG, Mula Alada com a Cooperativa Artística Obtusa, Oficina do Cego, Opuntia Books com Pipe & Horse (Rússia) e Boom Books (Bélgica), Os Gajos da Mula, Raging Planet com Chaosphere (só no Domingo!), Reject'zine, Sleep City, Thisco e zine Znok.

Novidades editoriais: Canções Usadas (Oficina do Cego), v/a; I Heart / Summer / Girl + Young Governor 7" (Sleep City), v/a; Mediaeval Spectres Soaked In Syrup (Pipe & Horse), André Lemos; Sacudiram-nos bem forte lá no campo de batalha (Ateliers de Santa Justa/ Mike Goes West), v/a; Satanic Holidays/ Days Of Celebration (Imprensa Canalha), Salão Coboi; Znok #4, Filipe Duarte.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

pele vermelha


é um blogue gráfico da autoria do nosso associado Chambel, onde se amalgama desenho, ilustração e até bd, quem sabe...?

A quem possa interessar aqui ficam as coordenadas.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Um ano cru...


Gnu : Quem tem pressa come cru
Norman
(Skinpin; 2009)

Não escrevo mais para revistas, não compro mais CD's, não sei o que se passa pelo mundo a nível de música. É triste e mais triste é que só tenho acompanhado edição nacional - e isso não seria uma coisa propriamente má se a edição portuguesa não tivesse quase desaparecido - falo da Bor Land, da Matarroa e da Thisco, por exemplo. Entretanto parece que este foi o ano da Skinpin Records que anda toda lançada em edições baratas mas de qualidade Rock assumida, independentemente de depois gostar-se mais deste ou daquele género.
Mas não é por o animal andar no deserto português que os Gnu merecem pancadinhas nas costas... ehm... no dorso? Não, não! Para começar há uma coisa que esta banda tem e que raramente podemos ver isso, que são três gajos que curtem tocar ao vivo - e não há nada mais penoso que ver bandas nacionais por causa daquele ar de frete que costumam ter. À parte, por acaso tive a sorte de os ver quando fiz um cartaz para os tipos sem os conhecer, e daí posso afirmar que esta é uma banda para se ver ao vivo mesmo! Os Gnu fazem música instrumental com uma bateria, dois sintetizadores, baixo e guitarra eléctrica, estes últimos quatro instrumentos são divididos por dois músicos, e que assenta em bandas como Aavikko (felizmente menos histérico e circense), Messer Chups (menos electrónico e experimental) e Man...or Astro-man? ou já agora os nacionais Dr. Frankenstein (pelo exotismo/ surf). Sem ficar numa situação de desconforto das comparações, esta música é para curtir sem ser linear ou preguiçosa, tendo sido feita uma boa gravação que capta a energia desta besta tricéfala.
Vai ser bom voltar a ver esta banda ao vivo desta vez na Feira Laica - ok, ok lembrei-me agora: há uma coisa afinal que a banda não é boa! Andaram a tirar poderosas fotos homoeróticas vestidos de talhantes "serial-killers" para depois colocar uma "fotografia-encontrada" bastante parva e pouco atraente para a capa do disco. Acho melhor o gnu meter-se com a cadela-zombie-soviética e perguntar-lhe o que deve fazer para a próxima edição!
Já a capa fotográfica dos Norman tem uma qualidade e definição suficiente para funcionar como capa. Sendo uma banda que se espera melancolia instrumental por estar metidos lá todos Lobos - Norberto à cabeça - acaba por impressionar pelo seu universo rico de psicadelismo lúdico e difícil de colocar nas caixas dos "géneros". É um disco que poderá agradar um "nerd" do Jazz, um pedante da Electrónica, um falhado pós-rock (os Slint não estão na moda? ou isso foi no ano passado?), o novo-frique pseudo-intelectual e toda uma multidão de gente odiosa e pseudo-elitista, que infelizmente vou ter de os gramar a todos se quiser ver um concerto dos Norman. Outro grande disco! Talvez haja Esperança para a música portuguesa sem ter de ir queimar uma vela em Fátima.

No Oppression


2227 : Sarlo, budi nezan (Stripcore; 1995)
The Oppressed : Fuck Fascism (Anti-Fascist Records; 1995)

Os Fascistas e os neo-nazis em portugal são burgueses chateados com a vida mundana pós-moderna - lá fora dizem que é proletariado ralado mas é dificil de acreditar numa sociedade cuja a população activa acenta em maioria no sector dos serviços, que tal os Skins dos Recibos Verdes? Mas voltando aos porcos: os Skins sabem que ser racista ou anti-semita é imbecil mas também sabem que não há muito mais para fazer nos dias de hoje, aborrecidos tomam o caminho que é a última aventura do homem moderno, o "hooliganismo" e o tribalismo bacoco. Optam pela falta de identidade num ideal colectivo para cobrir a falta de imaginação quando são jovens, depois ficam adultos arranjam emprego e quando se reformarem serão aqueles velhos caquétidos e nojentos que andam nos eléctricos a dizerem em voz alta barbaridades "dê-mos a democracia aos pretos e olha o que eles fizeram...". Daqui mais uma geração espero que desapareça essa sub-cultura juvenil idiota que andou na moda este tempo todo.
Mas o pior ainda são os tipos que são os S.H.A.R.P.'s ou Redskins que querem limpar a imagem dos Skinheads, querem eles relembrar que o Skins não eram racistas - muito pelo contrário - bla bla bla, tão rídiculo como os Satánicos que querem manter o "bom nome do Satanismo" (ver os estatutos da Associação Portuguesa de Satanismo para uma boa barriga de riso). Para quê recuperar algo que já foi corrompido? Para quê obrigar uma sub-cultura perdida a remediar-se? Novamente a resposta é só uma: falta de imaginação. Daí que ao ouvir este EP dos The Oppressed é o desprezo total, mesmo sendo uma banda de culto, influente na cena dos anos 80 e 90 graças à sua militância anti-fascista e anti-racista. A sua mensagem é directa - não há lirismos possíveis - e a música é aquela cena básica de Punk - eventualmente os especialistas dirão que é Street-Punk ou Oi ou ... - mas quem, a não ser mentecaptos, poderá se interessar por isto? Eu não... se é para ficar como o gajo da capa deste EP prefiro ser fascista!
Bom, no mesmo ano de 1995 na Eslovénia, o Hardcore e o vinil tinham outro colorido, pelo menos era azul na rodela que é uma caixinha de Pandora quando se põe a tocar na aparelhagem. O primeiro tema é Hardcore simples que acaba por se transformar em Ska, cantado em língua nativa que só lhes fica bem, segue-se uma versão do tema Innocent when you dream do Tom Waits que não está má excepto pela voz vulgar mas o melhor vem no lado B em que temos Techno-Dub misturado com a matriz "Hardcore + violino" que caracterizava a banda. Estes dois temas já eram conhecidos do álbum de estreia No Brain No Tumors sendo que o tal último tema aqui aparece remisturado pelos Borghesia - uma banda electro-industrial dos anos 80 que apesar de conhecer esqueci-me completamente de investigar quando estive em Ljubjiana,... é o que dá pensar só nos Laibach.

o vinil dos 2227 (e os seus CD's) pode ser aquirido à CCC (20% desconto para sócios).

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Domingo,último dia da Feira Laica, há concertos:
Internet Movie Blogs Internet Free Tv Online Movies Database,
(///),
Cangarra
e Gnu.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Toing Toing Toing Toing Toing


Oto (auto-edição; 2009)

Podem ter a capa de disco mais feia do ano e podem ser os meninos queridos da cena Free / Improv / Experimental mas é garantida a satisfação auditiva deste CD-R gravado na Fundação Serralves em 2008. Três putos de laptop, gira-discos e um instrumento "real" nas mãos criam os ambientes e texturas em que é um vale-tudo de sons concretos, glitches, scratch e Noise sem nunca ser só exclusivamente uma coisa - de alguma forma lembra Most people have been trained to be bored pela infidelidade aos truques dos géneros em que muita música experimental parece cair muito facilmente no aborrecimento da masturbação e do academismo de café.
Ao ouvir este CD-R (que infelizmente não toca na minha aparelhagem em casa!) parece que estamos suspensos no espaço (sabendo que isso nunca irá acontecer, iremos apodrecer todos neste planeta), ouvimos fragmentos perdidos de rádio com décadas de transmissão passadas e vemos lixo e restos de comida a flutuar contra nós. Uma lata de sardinhas, uma perna de cão serrada ou uma casca de banana passam por nós, são bonitos de se ver porque já nos habituamos a ver de tudo ou porque, esqueci-me de dizer, é a primeira vez que estamos a flutuar no espaço, e claro que à segunda já não acharemos piada nem ao lixo nem aos astros mas até lá é fascinante...

sábado, 28 de novembro de 2009

Dio na FNAC


Não, não é o Ronnie John Dio (o anão do Heavy Metal que canta sobre dragões e que inventou os famosos corninhos com a mão) que nos referimos neste "post" mas do Rafael Dionísio (ahhh...) que tem os seus dois (anti)romances A Sagrada Família e Lucrécia e ainda Cadernos de Fausto, à venda nas FNAC's - como podem ver na fotografia abaixo retirada na do Chiado.

Curiosamente foi mais fácil de tratar com a FNAC em relação às nossas edições literárias do que a BD, aliás, basta ver como está a bd nas suas lojas...


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ccc@ciclo.imagens.projectadas.02

Nos dias 26 e 27 de Novembro, no Instituto Franco-Português, acontece o Ciclo de Imagens Projectadas, organizado pela Granular, e que inclui na programação concertos com Carlos Zíngaro.
Estaremos lá com uma mesa cheia de edições nossas e dos nossos associados, a partir das 18h.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Brasil VII


Beleléu (Daniel Lafayette + Eduardo Arruda + Elcerdo + Stevz; 2009)
Chamam-lhe "revista" mas tem o aspecto de um livro - todo ele quadrado bem maneirinho e a cores, assim do tipo "mini-luxo". Os brasileiros gostam de ser troca-tintas, assim só porque lhes apetece... E por nós isso não é um problema seja como for, porque o que nos preocupa são as acusações que a bd brasileira (alternativa ou não) está sempre virada para o humor, mesmo quando os artistas atingem grafismos que não são os mais habituais para esse género. É o que acontece aqui e talvez por isso que o Beleléu tem uma ligeira carga dramática inesperada, pendendo mais para o Laerte do que para o Angeli - o que significa que é muito mais interessante, mêmo! Alguns autores vê-se que tem influências europeias como o Mattioli, Blanquet ou Morgan mas posso estar errado, e agora?
à venda no site da CCC (20% desconto para sócios que devem pedir o desconto por e-mail)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Casa Ruim


Malta / loja fixe de Torres Vedras que vendem lá as nossas edições e de associados... O vídeo é porreiro até porque aparece a capa do Noitadas, Deprês e Bubas e uma foto da montra em que o livro do João Maio Pinto está em destaque. É preciso ter um olho clínico ou ruim...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Breakcore comix... finalmente!

Alto e pára o baile! (2007), Jungle Comix #1 (2009), Vomitcore #1 (2008)
Rudolfo Comix

Tem sido uma batalha por o Destruição de pé (como se pode por uma destruição de pé, seja como for?) e felizmente topei um puto ranhoso que gostava de Otto Von Schirach e Breakcore e também que desenhava - pelo menos cartazes. Fiz-lhe um convite pessoal via myspace (eis algo finalmente positivo na porra do myspace!) e Rudolfo (é o nome do bicho) surge como uma caixinha de surpresas quando enviou o seu trabalho para o apartado da CCC, em que o envelope despejou lixo mental a rodos: desde cromos da bola "black metalizados" (ver lá para baixo), desenhos inéditos que não foram para o caixote do lixo porque ele lembrou-se de os enviar no envelope, um póster em stencil e três zines mal-paridos de esperma de boi e óvulos de macaca velha. As bd's e desenhos do Rudolfo são ordinários, cheios de ritmo & sangue, palavrão e piada seca, feitos de desenhos Pop de quem comeu muito Pokemons e vomitou Digimons dentro do pacote daquelas batatas fritas com sabor a chouriço. Mas ei! os desenhos dele são tão respeitáveis como são os do Evan Dorkin ou Jeffrey Brown. O puto sabe o que desenha!
Diz ele sempre com orgulho no meio de mil e uma tretas que nasceu em 1991 e faz bd, zines e música desde 2006. Se for verdade já pode morrer em paz porque fez-me vir ao quebrar a modorra do apartado nesta época do digital-em-que-já-não-existe-mais-matéria-para-a-cultura. Soa a pedófilia rasca mas posso assegurar que nenhum ser vivo foi abusado na escrita desta resenha. É tudo ficção e drama... Cuidado com ele!

ADN


D & N 2 (Mayyrh; 2009)

Nevada Hill (dos Zanzibar Snails) e David Lee Price juntaram-se para fazer um disco experimental baseado em gravações improvisadas e posteriormente trabalhadas em estúdio. O trabalho é feito de sons íntimos e fantasmagóricos, como a chuva no Texas (o que tem ajudado neste Verão prolongado), algum ruído branco controlado para não atrofiar (como acontece com os Zanzibar, diga-se) e alguns barulhos de mecanismos simples (ou serão instrumentos?). No fundo parece mesmo que uns músicos friques invadiram uma quinta de instrumentos em punho e puseram-se a experimentar que sons é que poderiam sair dali. Talvez por isso que a embalagem do CD-R seja um simples saco com a ficha técnica serigrafada e dentro do saco para além do disco apareça lã de ovelha encharcada em óleo. É curioso que muitas vezes as embalagens e imagens dos discos transmitem o que está para se ouvir, é mesmo curioso...

ccc@lucca.comics.2009



Tem toda a pinta de ser Dantesco mas as edições da Chili Com Carne e associados lá tiverão representação no Lucca Comics & Games 2009 através dos camaradas Passenger Press.

Podem ver fotos deste evento, um dos mais antigos da Europa e do Mundo, em que há espaço para foleirices populares como ter gajos vestidos de irmãos Metralha como outras coisa, ao contrário da Porcalhota em que os nossos representantes no evento, a loja portuense Central Comics, vendeu 2-sim-2 livros apenas num evento de 3 fim-de-semanas! O evento da "Sporcha" é mau ou é o seu público que é desinteressante? A Central Comics não é boa vendedora? Também não é por aí, nos últimos cinco anos, a CCC teve em vários stands (de entidades diferentes) e teve sempre os mesmos resultados. Em Lucca, pelo pudemos apurar pelos nossos camaradas do Passenger devem ter vendido 10 exemplares pelo menos. O que está de errado nisto? Alguém que responda porque não conseguimos fazer isso, tendo como única conclusão possível que esta foi mesmo a última vez que deixamos lá os nossos zines e livros...

Já agora, anunciamos também que os italianos lançaram o novo número da antologia The Passenger, em que participa o Pepedelrey que desenhou uma bd para o Lloyd Kaufman, a cabeça pensante (como disse!?) dos filmes de série ZZZ (?) da Troma!!!

Antes disso este ano em Agosto lançaram um "art book" que incluia um trabalho de Jorge Coelho - que assina ou assinava JCoelho.

Também só agora é que se lembraram de anunciar a antologia... enfim mais informação no e-flyer (basta carregar na imagem para aumentar). É só cromos!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

pinball cha-cha

O autor sueco mas residente em Berlim, Lars Sjunnesson, co-criador do "Cão Capacho Bósnio" com Max Andersson e participante no Mutate & Survive enviou-nos este link: youdontlikeit.com/index.html - um "pinball" feito com os seus desenhos para promover o seu projecto musical. Futuras horas de diversão em linha?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Saudades da Cartoonia

Eis algumas "tele-fotos" da visita à Eslovénia, mais concretamente ao evento Greetings from Cartoonia que decorreu na semana passada em Ljubjana, que incluiu uma exposição (a trazer para Portugal), um livro e ainda serigrafias que foram assinadas pelos autores presentes no evento.


Na primeira foto, o impressor explica o que se deve assinar. Jakob Klemencic, Matej Stupica e Filipe Abranches (por detrás de Stupica, mal dá para vê-lo!) estão atentos ao contrário do Matei Branea - é sempre assim com os romenos ;)
Segunda foto com resultados serigrafados...


Uma apresentação sobre bd em Portugal descambou numa instalação de livros no chão cortesia do romeno!


Igor Hofbauer estava em Ljubjana e assim finalmente conheci-o pessoalmente. Espera-se a sua visita para 2010 a Portugal. Seguido do finlandês Jyrki Heikkinen (que já nos tinha visitado no Salão Lisboa 2005) e o romeno sempre "mucho cool"...


Uma "comic-jam" no Kinovdor, Jakob do lado esquerdo, Marko Kociper ao meio, seguido pela "boss" da Stripcore Katerina Mirovic, Kaja Avbersek (que nos visitou na última Feira Laica) e o norueguês Bendik Kaltenborn.


Os escritórios da Stripburger muito limpinhos... aliás, a Eslovénia NÃO é "Balcãs & Kusturica", o sangue germano/aústriaco corre nas veias e na cuidada organização.

Bom... esta será a estante menos organizada, e por acaso é a que tem as edições portuguesas e espanholas - um destino latino inevitável?

Esta semana deveremos disponibilizar os 30 exemplares do livro que vieram para Portugal, alguns números recentes da revista Stripburger e uns discos antigos da Stripcore (ver mais tarde no blogue OSAMAsecretLOVERS as resenhas críticas).

Sendo impossível escrever (ou dizer) "obrigado" em esloveno, fica em português para os organizadores, autores do projecto e em especial para a Embaixadora Maria do Carmo Magalhães, pessoa bastante afável e curiosa, que permitiu, via Instituto Camões, a nossa representação onde "acaba a Europa".

terça-feira, 20 de outubro de 2009

porquê é que os cães lambem os genitais? porque podem...

Enquanto o pessoal vai ver o mesmo de sempre à "BD Porcalhota", Filipe Abranches (a imagem ao lado é de sua autoria) e Marcos Farrajota vão a Ljubjana participar no projecto Greetings from Cartoonia de onde trarão exemplares do livro (co-edição com a Stripburger) para Portugal - por isso, se quiserem reservar já o podem fazer escrevendo para o nosso e-mail.

Participam da Eslovénia Kaja Avberšek, Jakob Klemenčič, Marko Kociper, Matej Lavrenčič, Gašper Rus e Matej Stupica (quase todos visitaram a Feira Laica e Bedeteca de Lisboa ou foram publicados pela Bedeteca de Lisboa, Chili Com Carne e Polvo), Bendik Kaltenborn (do grupo norueguês Dongery), Mateusz Skutnik (Polónia), Matei Branea (Roménia, do colectivo Hardcomics), o finlandês Jyrki Heikkinen (Salão Lisboa 2005), Andrea Bruno (do colectivo italiano Canicola) e o já referido Filipe Abranches. Mais detalhes sobre o livro para breve!

...

Alto! Afinal a Chili Com Carne este ano vai estar na BD Porcalhota!!!
- "Mas como se escreveram isto o ano passado?"
Porque a loja Central Comics convidou-nos a ter as nossas edições no seu stand...
- "Mas como se escreveram isto o ano passado?"
Realmente... temos uma espinha dorsal de uma vulgar cobra, não?

Vamos por partes, a Central Comics apesar de incentivar uma cultura "teen" e bedófila da bd, sempre foi simpática com a CCC (ou pelo menos de algum tempo para trás). Convidaram-nos e prometeram dar destaque às nossas edições - ao contrário ao que acontecia nos stands de outras editoras e livrarias que nos representaram no passado. Sendo, que se for verdade os vários rumores que ouvimos, que um stand no Festival Internacional de BD da Amadora (um momento sóbrio!) está estimado em 500 euros (ou mais, rumor do ano passado: 1000 eur!) não nos importamos de ajudar a Central Comics, que é uma pequena empresa privada, estilo familiar.

A CCC já esteve presente com mesas e stands em países nórdicos, na Itália e no maior festival de bd da Europa (Angoulême) sendo que nesses eventos ou nunca pagou ou pagou-se um quinto do que a Amadora pede, isto para eventos em que apesar de sermos "só mais uns" entre mil editores HÁ um público curioso, interessado e consumidor. Sem nunca termos saído milionários destes eventos, as vendas sempre cobriram custos de viagem (avião ou carro) e gastos do quotidiano (alimentação). No final das contas apareceu alguns cobres e outras recompensas: material trocado, contactos e satisfação de ter atingido algum público que parece não existir em Portugal.

Sabendo que o mercado de bd está em baixo (tão mal como antes de 1996, embora já ninguém se lembre desse tempo) isso pelos vistos não impede de um organismo público peça um valor absurdo a privados por seis dias de vendas - contamos apenas os fins-de-semanas porque nos outros dias o festival está às moscas. Como é possível?
É possível porque as editoras e lojas afinal sempre conseguem vender para pagar os stands? Porque afinal ainda há mercado de bd em Portugal e ele concentrasse na BD Amadora?

Há quem diga que não há capitalistas mais convictos que os comunas, é capaz de não ser uma frase tão reaccionária como isso se os valores destes rumores se confirmarem.

Bom, com sorte, pode ser que não vendemos nada e assim não teremos de por os pés ao Festival para repor exemplares.
...

Com ou sem Amadoras, o mundo continua a girar e a única novidade desta semana é que temos uma nova moldura no nosso site - chilicomcarne.com - feita pelo associado Marco Moreira. Para quem nunca reparou mas desde que remodelamos o site todos os meses mudamos a pele... de cobra!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ccc@Greetings.from.Cartoonia

This week, Chili Com Carne will be in Ljubjana for Greetings from Cartoonia, organized by our dear Slovenian weird friends from Stripcore. Author Filipe Abranches will show his animated film "Pássaros / Birds" and editor Marcos Farrajota will participate in a debate about comics.
...

about CHILI COM CARNE:
The Chili Com Carne association is a non-lucrative young artist's organization, who's functioning is established upon the free and spontaneous cooperation of its members. Since it's foundation in 1995, we have promoted and developed a series of events in the field of the arts, such as the organization of exhibitions and publications. We favour a line of action that privileges the independence of the artist, in the context of the diversity in form and content that shapes the contemporary cultural and artistic scene.


Since 2000, CCC is working mainly in edition:
1. Editing their members work in collective or individual books or zines. CCC publishes literature, comix, illustration and essays, in the following collections.
a) "Colecção CCC", dedicated to fragmented books, poetry, (anti)romance, comix (like the "Mutate & Survive" anthology that published 77 authors from 16 countries), illustration (like João Cabaço scretchbook)
b) "Mesinha de Cabeceira" ("bedside table" in English), mainly comics, a zine that exist since 1992 with 20 issues published in a permanent mutant change of formats, have published early Portuguese authors, infamous American Mike Diana and other international artists like dice industries (ger), Claudio Parentela (it), Tommi Musturi (fin), Aleksandar Opacic (ser),...
c) "Mercantologia", lost zine reprint collection, comics only until now...
d) "THISCOvery CCChannel", Occultural collection - essays, interview and fiction - non-comics - co-edited with Thisco electronic label, with contributions of Hakim Bey, Critical Art Ensemble, Aesthetic Meat Front, Boyd Rice... check antibothis.com, thisco.net
2. Supporting other members editorial projects in promotion and distribution like El Pep (the "B series" / Trash comics project of Pepedelrey), Imprensa Canalha (graphzines and illustration books run by José Feitor: imprensacanalhainternational.blogspot.com), MMMNNNRRG (Art Brut comix run by Marcos Farrajota: gentebruta.pt.vu), Opuntia Books (chap books directed by André Lemos: opuntia-books.blogspot.com), and other zines of our members
3. Promoting DIY ethos and pathos through our blog chilicomcarne.blogspot.com and co-organizing Feira Laica, a fair that unites the most important independent publishers in Portugal. Most of the time it homage the soviet she-dog blown in space but also the separation of the Church from the State - the first fair was made during the Christmas consumerism frenzy. feiralaica.com

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Filipe Abranches (1965, Lisbon) - Illustration and Comics author, with published works in several books, journals and media press, including the most reputed daily and weekly papers in Portugal (Público, Expresso), and France’s Le Monde. Finalist of Superior Degree in Cinema (2005–2006), B.A. in Cinema (with Editing as specialization; 1987-1990) and Attendance of Superior Degree in History (1984-1987) was the Beneficiary of the first Literary Creativity Grant in the field of Comics, by the Portuguese Ministry of Culture (1998). Lecturer of course in Comics for Ar.Co (School of Arts and Communication) since 2005. Is first Animation short film Pássaros (Animanostra, 2008) won a prize in IndieLisboa 2009 festival. A new one, "Sanguetinta" is being prepared. His most know books are "História de Lisboa" with A.H. de Oliveira Marques (1998/2000; Assírio & Alvim, Câmara Municipal de Lisboa) also available in French (Amok) and in Italian (Comma 22); "O diário de K" (2001; Polvo), adaptation of Raul Brandão novel; and his collaboration on "Lanza en Astillero - el caballero Don Quijote y otras sus tristes figuras" (2005, Junta de Castilla-La Mancha, Sins Entido) collective book, adaptation of Cervante's D. Quixote episodes. His work has been exhibited in various Comic Festivals in Portugal and Italy Komikazen, but also in some art galleries and DIY events like Feira Laica.
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Marcos Farrajota (1973, Lisboa) - Since 2000 works in Bedeteca de Lisboa – the Comics Library of Lisbon – as curator, teacher and editor. He’s also a comics author (with six books out, two as complete autobiographical author, other four as fiction writer with artists João Fazenda and Pepedelrey). Since 1992 publishes "Mesinha de Cabeceira" zine where he published other Portuguese and international authors like André Lemos or Mike Diana (USA). In 2000 he created the MMMNNNRRRG label that publishes outsider comix and illustrations but first, in 1995 he has the founder of the Chili Com Carne association.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Massive (aos papeis)

e para quem não está a perceber, clique aqui

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Scorpio feedbacking

Este fim-de-semana tivemos duas inesperadas resenhas do livro Scorpio Rising : Transgressão Juvenil, Anjos do Inferno e Cinema de Vanguarda, escrito pela Ondina Pires e publicado este ano no âmbito da "Anger-mania" na colecção THISCOvery CCChannel, trata-se de um "post" no blogue do escritor David Soares e uma leviandade na revista Os Meus Livros (imagem) deste mês - em que nem se quer colocaram o nome das editoras do livro.
Obrigado a todos! Já era tempo alguém reagir...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Caminhando com Samuel, livro de bd de Tommi Musturi, a sair pela MMMNNNRRRG comercialmente para a semana!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Kacetada


C-utter : Urban Hermits ; Eten : Kaseten (Afeite al perro; 2009)
v/a : Psychiatric Underground, vol.1 (Emerson Cake and Asshole; 2007)
A Cassete ou k7 voltou! Para dizer a verdade também nunca desapareceu mas nos últimos anos têm-se assitido mesmo a uma insistência no formato para editar música "underground". Não sei se é apenas nostalgia, ou se inclui algum fetiche pelo formato do objecto - ou pelo formato editorial do mesmo - mas elas andam aí, ainda recentemente até vi uma versão em K7 de um CD de uma banda portuguesa de Death editado de forma profissional. Pessoalmente tenho reencontrado o "mundo da k7" para fazer algumas misturas para amigos - e nunca deixei de ouvir as minhas k7's antigas ao longo destes anos todos.
Há coisas que a k7 tem vantagens em relação aos outros formatos, uma delas é que é uma tecnologia barata que permite gravar e desgravar como quisermos. Tem um lado A e B como o vinil o que lhe assegura um ritual de audição obrigatório ao contrário dos 80m de CD que nos tornam insensíveis à sua audição passado um pouco - aliás, se está provado que o ser humano só consegue estar concentrado 20 minutos imaginem o que isso significa com um CD de 80m? Bom vamos às fitas:
A melhor coisa da K7 de C-utter é mesmo o desenho do tipo Afeite al Perro da capa / embalagem, um desenho orgiático e violento para pensarmos que iremos ouvir algo de especial. Provavelmente os espanhóis devem estar a descobrir a Electrónica agora para acharem isto especial porque o quer temos é o que já ouvimos em Coil e Jarboe há muito tempo. Os Eten são um duo basco, bateria e guitarra, com uma capacidade para dar ainda uma boca no microfone ou no trompete - são de Espanha, certo? Ok, ok... não vou ser mau, o trompete até o que safa a coisa, como podem imaginar é mais um "dinamic duo" que anda pelos terrenos sónicos tal como outras mil bandas, e é graças ao trompete que consegue-se entrar noutras texturas e dramas sonoros menos óbvios. O lado "jendaurrean" é ao vivo - gravado em Maio 2006 - e mais energético, o lado "jendatzean" foi gravado em Janeiro 2009 sem ser "ao vivo" (com público), é o lado calmo e o que prefiro porque ao menos não berram nada em Basco. Nada de brilhante mas também nada de humilhante.
As k7's do Afeite geralmente são pintadas a spray ficando opacas e dificil de controlar de que lado da k7 estamos a ouvir - não convém perder a ordem! A k7 de C-utter é embrulhada numa folha A5 com o bendito desenho, a de Eten é mais vulgar com um desenho psico-geométrico mas é giro sem sombra de dúvida.
Tal como vão longe os tempos em que Espanha só tinha bandas de merda - embora o País Basco fosse sempre a excepção! - mais longe vão os tempos em que o Rock era proíbido na Rússia ao ponto das bandas ensaiarem em quartos de hotel visto que não podia estar numa garagem como no "mundo livre". A Rússia está em modo "zeitgeist" que temos aqui uma k7 de Noise, para a dizer a verdade este Psychiatric Underground é uma compilação de nove k7's com bandas tão carismáticas como Апелюски Уста, Братья Шимпанзе, Итька Йоц, Казлетон, Карман Кузнечиков, Мистер Жмурь и Пастор Шняга ou ainda Ухогорлонойз. Tenho a k7 da primeira banda, que me tinham dito que era "Shitcore" e após algumas horas de investigação sobre o género na 'net lá descobri o que poderá ser Shitcore e bom... é Punk ou qualquer género agressivo mal-gravado, com letras imbecis e escatológicas (estas são em russo por isso fiquei pouco ofendido, infelizmente), usando equipamento electrónico estragado ou antigo, ou seja, imaginem Grindcore antigo ou moderno a sofrer de mongolismo avançado... Díficil de ouvir como ver o "Beavis & Butthead" 24 horas de seguida, e daí... Mas espera aí!? É Noise ou Shitcore?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bordados em Crack

Eis um bizarro artefacto urbano criado no Crack 2009, com as participações em regime de cadáver-esquisito de Aleksandar Zograf, Nina Bunjevac, Vladimir Palibrk, Anna Ehrlemark e Franco Sachetti - alguns dos autores que estão na antologia Crack On - eu acho que fiz os dentes mas já não me lembro! Fizemos durante a tarde de sexta-feira (creio) a lápis no tecido que Gordana Basta bordou mais tarde.
Já agora recordo que já há poucos exemplares do livro e que a distribuição foi ainda mais limitada que o normal. Se estiver interessado só pode ir aqui.

domingo, 27 de setembro de 2009

Destruição em Cascais

A Chili Com Carne prepara uma nova antologia de banda desenhada para lançar ainda este ano - a ideia foi apresentada ontem, no Jardim Visconde da Luz em Cascais, no meio do caos das actuações de VRBLS e Feedback My Homeboy - concertos que decorreram pelas 18h. Desde as 16h, a CCC esteve no Jardim com as suas edições e dos seus associados (Bela Trampa, El Pep, Hülülülü, Imprensa Canalha, MMMNNNRRRG, Opuntia Books) para mostrar trabalho feito e explicar de forma pessoal o que se pretende desta nova antologia.



E foi "destroy"! No meio de uma feira de Eco-biológico da treta - pouca ecologia muito artesanato urbano vulgar - conseguimos as gentes de bem em Cascais contra nós, tendo até alguns chamado a polícia para investigar o ruído que se tocava no jardim Visconde da Luz. Como tudo foi feito nas maiores das legalidades, com todas as licenças exigidas, as tias tiveram de engolir. Assim conseguimos um público de gente estranha que nunca pode ver coisas estranhas numa vila dedicada ao turismo e cultura "clean". O começo desta sessão de fotos de tlm deste "post" começou por causa de um casal em euforia de narcisismo. Ele começou a tirar fotos da namorada em posições "sexy do calendário da oficina" com os VRBLS por detrás. Estranho? Mais virá...



Os Feedback my Homeboy em acção, pedais e distorção!



o seu público incluia os muito respeitáveis homens do lixo, o poeta Dionísio, uma velhota "freak-chic" que adorou as duas actuações (um concelho não pode viver só de Pimba e Rego), o Vice-Presidente Martins (da CCC! posto desta forma poderia ser da Junta de Freguesia bem sabemos), a Vogal Borges, um elemento dos The Sound of the Typewriters e...



um puto tótó mas com uma impressionante t-shirt dos Motorhead! Desconfiamos que ele não conheça os Motorhead nem que o possamos considerar público porque ele estava sempre a passar de bicla à frente da banda e em círculos pelo jardim...



eis uma foto com parte da Feira, da nossa banca e do Dionísio, um pai e filha (ela está escondida por detrás dele nesta foto) que se interessavam por bd e zines:



Os VRBLS em acção - ah! é verdade, os concertos como já repararam não foram acústicos, afinal, se o conceito é "Destruição" tinha de ser eléctrico, certo?



O público inclui uma bifa trintona, uma família montada em bicicletas, alguns junkies e uns betos que começaram à estalada. Cascais é demais!!! De certa forma, para mim, senti que tinha sido um regresso (com 10 anos de distância) a isto.



Resta dizer que apesar de esta acção de divulgação da Destruição ter sido pouco produtiva, já começaram a aparecer autores interessados na antologia, a saber: José Smith, Silas, Afonso Ferreira (com Nuno Saraiva?), André Coelho (com David Soares?),... esperamos pelos trabalhos!!!