sábado, 27 de novembro de 2010

CCC Tex not Mex Shows (1) André Lemos

Chili Com Carne with Nevada Hill are organizing a cycle of Portuguese illustration shows in Texas with our artists, here's the first one:

André Lemos (Lisboa, 1971) –Portuguese artist, illustrator, comics author and independent publisher. Has work featured in many solo and collective Portuguese and International publications. Editor of the independent publisher Opuntia Books.

Solo books: Quem É Este Homem?, Super Fight II – George Grosz Vs André Lemos, Tribune Brute, Even Gravediggers Read Playboy, Family Portraits, Cirque Intraveineuse, Word Games – Shaken Not Stirred, O Percutor Harmónico, Embroidered Muscles, Charlottesville’s Preliminary Black Blooming, Dry And Free From Grease, Some Dishonourable Creatures Attacked Us With Rubber Wrenches, Mediaeval Spectres Soaked In Syrup and An Intrusive Black Circle.


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Guerra estrangeira

Continuando o relato do Alt Com, ficam agora alguma divulgação de autores estrangeiros que por lá passaram exoticamente numa cidade que ainda há algumas semanas tinha um "serial-killer" a matar estrangeiros com armas de fogo. Sobretudo havia muitos dinamarqueses - afinal em 20 minutos consegue-se apanhar um comboio Copenhaga para Mälmo que passa pelo meio do mar numa ponte. A cena dinamarquesa é tímida mas tem vindo a ser divulgado ao mundo através da revista sueca C'est Bon, e nota-se uma peculiar fusão entre o desenho realista e alguma experimentação.

O brasileiro Nik Neves estava presente com o seu trabalho Inútil (auto-edição), o zine Picabu (do seu colectivo Bestiário) e ainda com o Prego. O primeiro é um livro que colecciona trabalhos seus que se divide em dois tipos, um do tipo "mudo" e movimentado que podemos meter Chris Ware ao barulho e outro mais "retro-sud-américa" que podia lembrar algo de Hernandez bros. Bom tratamento gráfico do livro! A "questão brasileira" que se tem reflectido neste blogue emerge sempre mas ao encontrar mais um artista gráfico como Neves vamos juntando um massa de autores que se deslocam do "besteirol" e do humor para outros campos mais artísticos e experimentais mas sem nunca abandonar essa tradição "cartoonesca". É o caso do zine Picabu, regressado 17 anos depois do último número, mostra autores que se expressam, sem papas na língua, em vários estilos gráficos (do mais "podre" ao mais hiper-realista) mas que piscam sempre para a "sacanagem". Felizmente a maior parte das bd's tem piada q.b. e são bem feitas para não irritar. 


Depois de estar uma tarde de Sábado toda na venda de livros, a um ritmo lento, houve festa à noite com várias bandas, que quase não vi e a que queria ver, os palestinianos Team Darg mais conhecidos por "Da Arabian Revolutionary Guys", perdi-os. Comprei o CD-R na onda de apoiar a causa - a banda encontra-se retida na Suécia porque perdeu os bilhetes de regresso (?). O Hip-Hop tornou-se há muito tempo o género predilecto para recuperar a língua e origens musicais misturando com uma roupagem urbana. Tal como o Hip Hop português passou no final dos anos 90 como a única música urbana que cantava em português (enquanto meia-dúzia de parolos tentavam a internacionalização cantando em inglês), estes Team Darg cantam em árabe(-palestiniano?) que soa bem, com samples de música árabe que soam bem, e tudo isto podia soar a uma fabulosa bomba musical caso os tiques do Hip Hop & R'n'B e outras manhosices-lamechices não dessem sinal de vida, arruinando as músicas e o respeito pelos músicos. Em seis músicas consegue-se ouvir umas duas (ou três se formos menos exigentes) e felizmente, não sei árabe para ouvir o que eles dizem porque receio que no final se descubra que fossem mais umas tretas moralistas como acontece com o Hip Hop aborrecido pelo mundo fora (com raras e poucas excepções).

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sexo Sueco



A Suécia tem pouco mais habitantes que nós mas com uma educação exemplar, o povo sueco gosta de livros. Ainda não sabe bem o que é boa bd mas pelo menos um livro de bd de autor vende 5000 exemplares, um valor suficiente para sustentar minimamente o negócio das editoras e a vida profissional dos autores. Não sei qual a origem deste fenómeno, como ele se desenvolveu, talvez tenha sido como em Portugal ou noutros países ocidentais, os autores e editoras de bd de autor (antigamente chamadas de "alternativa") começaram a produzir trabalho e livros, só que em países onde a massa alfabetizada e com hábitos de leitura o movimento consolidou-se, ao contrário em que este desapareceu. Na Suécia, as bd's dos anos 90 têm se pautado pela autobiografia, quase sempre tosca graficamente e eventualmente lamechas em conteúdo. Até poucos anos era uma cena fechada em si mesma mas que começou a mudar gradualmente com a edição de autores suecos nos EUA e uma aproximação artística aos vizinhos finlandeses. Mas de uma forma geral sente-se que a produção sueca pós-80 sabe a algo "sem sal" em quase todos os autores que tenho visto provando as acusações (externas) de que os suecos são uns chatos e matemáticos.

Creio que a Globalização irá mudá-los (como a todos nós) e o evento Alt Com mostra esses primeiros passos de mudança. O evento em si é uma fórmula do festival europeu com pouco dinheiro que não opta pelas festival hiper-cenografado europeu nem pela convenção ultra-comercial norte-americano. Uma ou duas exposições, as mesas de venda com editores, convidados estrangeiros (do Canada, Brasil, Portugal, Dinamarca, Finlândia e França), conversas com o público e umas festas fazem o evento - como acontece com o SPX em Estocolmo ou a Feira Laica em Lisboa, embora esta última não seja exclusiva de bd.

A diferença é que desta vez a bd era focada em algo mais social do que genérico da bd independente. Assim, a programação passava pelos trabalhos chocantes de Ivan Brun, o glamour violento de Ho Che Anderson, apresentação de Mangás pornográficas para mulheres, colectivos feministas ou o livro sobre a relação da bd e a propaganda, escrito pelo professor / investigador Fredrik Strömberg - ah! esqueci-me, em Mälmo, a cidade do evento, existe um curso universitário de bd e ilustração.
De certo forma as parvoíces mangakas estavam afastadas deste evento - não impedindo de haver uma gótica loura desesperada numa banca (ver desenho) - e uma sensação que as pessoas que iam ao evento eram as mesmas que iam a Estocolmo... Não falo dos editores e autores mas do público!
Para completar o evento, foi feita uma antologia internacional, com capa de Ho Che Anderson (primeira imagem) que era oferecido aos visitantes, sim... falo de um livro de 100 páginas menores que A5 100% gratís!!! Os suecos podem ser matemáticos mas deverão chegar lá, ao contrário dos portugueses que apesar de terem sido convidados para a antologia nada fizeram...

Resta dizer que a programação deste vento foi feita por Mattias Elftorp, autor/ editor que através do seu selo Wormgod publica na Suécia e contra o normal do que se passa lá, bd's polítizadas e cyberpunks, como a colecção Dystopia e a sua série Piracy is liberation.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ccc@altcom.2010

a Chili Com Carne vai à primeira edição do Alt Com (12 a 14 de Novembro, em Mälmo, Suécia); o tema é "Sexo e Guerra", cortesia do camarada Mattias Elftorp; considerando que Mälmo é mais dinamarquesa que sueca pode ser que desta vez ficamos com melhor impressão daquela gente...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Potencial em triplicado

Apesar da crise no sector da bd - em que a CCC e poucos mais resistem depois das euforias institucionais (1996/2002) e comerciais (2002-04) - creio que o pior era observar que na cena dos zines não apareciam autores para renovar o organismo. As euforias registadas tiveram base nessas publicações e enquanto houve muitos bons fanzines aguentaram-se nessa altura (Succedâneo, Na verdade tenho 60 anos, Gambuzine, Durty Cat, Zundap...). Entretanto desapareceram, alguns ficaram ar de pseudo-profissionalização (Mesinha de Cabeceira,...), os graphzines sobresairam (Imprensa Canalha, Opuntia Books),... A acrescentar ao rol de desgraças, a Bedeteca de Lisboa nunca mais lançou a colecção Lx Comics, e as dezenas de alunos inscritos em escolas de bd não sabem o que é auto-edição...
só recentemente é que tem aparecido indícios de uma nova geração de autores dispostos a usar as fotocópias baratas como forma de promoção do seu trabalho (como o Rudolfo) ou nestes três casos a apresentar como forma de desenvolverem um trabalho maior:

O Fígado da República (parte I)
José Smith Vargas
ed. de autor; Out'10

Smith há muito que tem colaborado em projectos da Chili Com Carne (Mutate & Survive, CriCa) mas sempre com ilustração / colagens. Só nos últimos anos é que o seu interesse pela bd se manifestou publicamente com uma "bd Apupópapa" e a participação no Destruição saído em Agosto - embora a sua estória tenha sido feita em 2008.
Este Fígado é o seu mais recente trabalho - em progresso - em que mostra uma vertente clássica e eficiente da narração, longe dos desiquílibrios de Passeio ao Norte de Portugal (bd publicada na referida antologia Destruição). Ao que parece, não tendo lido o texto, adapta excertos de forma bastante livre Os Operários de Raul Brandão nas suas (apenas) 10 páginas A4.
A acção passa-se em 1918, no meio do turbilhão republicano e os seus paradoxos frente à classe operária, e relata a estória de uma comuna que se instala no Alentejo... E basicamente teremos esperar por mais nos próximos zines que venham a ser produzidos pelo autor. Desde já avisa-se que estamos longe das inocuidades dolorosas das adaptações literárias Antigo regime (José Garcês e afins) e do espírito social "light" de Lacas (Obrigado, patrão!). A seguir atentamente!
este título pode ser adquirido na Casa da Achada

Bhikkhú
David Campos e Nuno Marques
Paracetamol; Out'10

Foi lançado durante na F.E.I.A. - David Campos foi um dos co-organizadores e responsável pelo cartaz - e vemos uma melhoria de ambas as partes em relação ao Meteoro Imprevisível. Da dupla, os textos de Marques são mais vivenciais e por isso mais interessantes de ler versus à poluição dos textos do Meteoro.
Da parte de David, aparece as primeiras páginas do seu "work-in-progress" diário de viagem a Guiné-Bissau. O registo gráfico lembra automáticamente algo de Baudoin pelo liberdade do uso de píncel e tinta-da-china mas o desenho é outro, mais realista. O texto está reduzido a nível de tamanho da letra / legendagem mas a curiosidade já é muita em relação ao futuro. E claro, 6 páginas sabem a muito pouco!


Cosmonauta
João Ortega
Mosca; Out'10

Entretanto em mundos da fantasia onde há as improváveis influências de Manga urbanas de Tekkonkinkreet, alguma fashion "emo-gothic" e admiração por Stockhausen.
Ortega apresenta três projectos apresentados a editoras de bd rejeitados, um drama que poderia ser insuportável se não tivesse posto no papel para uma crítica pública. Há várias falhas ou excessos - em desenho, paginação e enquadramentos - que Ortega irá perceber isso com esta experiência editorial.
Irá perceber com o feedback do público, da minha parte "voto" na bd Ruído Nómada (apesar da horrível "font" do texto) e gosto graficamente as últimas três páginas d'Os traslúcidos.
É uma opinião, que apareçam mais...

Estes dois últimos zines podem ser adquiridos aqui

sábado, 6 de novembro de 2010

PEQUENO É BOM encontros sobre edição independente (7ª sessão)



O PEQUENO é bom! vai fazer um intervalo até à Primavera... e despede-se este ano com a América do Sul, não tivesse a Chili Com Carne um denominação dúbia de gastronomia latino-americana.
Assim, será uma oportunidade única de poder adquirir zines, comics, publicações vintage daquele continente e poder usufruir das novas produções do Brasil (para quem ainda ressaca Chiclete Com Banana), Peru, Argentina,...
Voltamos às CURTAS CHILENAS (2ª sessão) com uma mostra de uma série de curtas-metragens do Chile onde encontramos ficção, cinema de animação e documentário.
Aproveitando o espírito "revolucionário sud-america" conjugado com as comemorações da República para promover o lançamento de o Fígado da República, zine bd de José Smith Vargas - bem como ainda outros zines de David Campos (que recentemente fez a moldura do sítio da CCC) e João Ortega, com uma pequena análise à situação da banda desenhada portuguesa com a presença de alguns destes autores.
E ainda vamos projectar os 2 volumes do Drome Vídeo-zine.
...
Aproveitem o último PEQUENO deste ano!!!
a CASA DA ACHADA fica aqui - entrada livre!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Desastre Popular

DESASTRE POPULAR

Uma Exposição de Margarida Borges e Ricardo Martins.

Inauguração 4 de Novembro - 20H.

Concertos - 22H.

CANGARRA
FILHO DA MÃE

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No Bacalhoeiro durante o mês de Novembro.