ccc@Feira.do.Jeco.3
Lá fomos ao Porto à terceira edição da Feira do Jeco que foi nos Maus Hábitos (MH) como têm sido habitual no Porto quando há este tipo de eventos - algumas Feiras Laicas, a festa dos 10 anos da MMMNNNRRRG e o próprio Jeco - mas ao contrário dos eventos passados, desta vez este estabelecimento não passou muito cartão à coisa, e mesmo com os seus problemas de público que sofre há muitos anos (com as mudanças das movidas noturnas da cidade), os MH mandaram o Jeco prós corredores do fundo com pouco espaço para tantos produtos dos poucos editores presentes. Poucos mas bons, a julgar pelas três novidades que trouxe de lá, já lá iremos.
É verdade que o Jeco não trouxe muito público mas ainda assim no salão principal dos MH pelo que vi durante toda a tarde de Sábado tiveram três ou quatro pessoas a comerem tostinhas e pouco mais. É bem capaz que o consumo teria sido maior se os próprios editores tivessem ficado nesse salão. Mais uma oportunidade perdida de fazer um evento de edição independente de forma decente numa cidade que ao contrário de Lisboa (graças à Laica de 2004 a 2012) ainda não soube criar uma fidelização de público, habituado a seguir o evento para onde quer que fosse, não tendo o Jeco de ficar com medo de arriscar em plantar-se em espaços menos centrais da cidade. O Jeco demorou tempo a fazer a sua segunda edição (foi em Setembro deste ano) mas pelo menos está no terreno a fazer o que mais ninguém faz, um encontro de editores independentes de forma desinteressada para editores e artistas que precisam destes eventos para divulgar e comercializar o seu trabalho. Que a organização não desista e procure espaços que sejam mais honestos com este tipo de movimentos.
Ainda trouxe duas k7's de música electrónica: IV de AtilA pela Bisnaga e Challenger Two pela Marvellous Tone, dois projectos que se separam à nascença. Se ambos partilham as batidas de Hip Hop e Techno para criar "illbients", o primeiro rapidamente leva-nos para várias dimensões sobrenaturais como se fosse possível juntar Juno Reactor com Burzum, casamento inesperado mas que resulta neste excitante trabalho. Já Challenger leva-nos para o dubstep narcótico e sons espaciais, em má-onda cósmica e beats assertivos, um imaginário que me fascina menos porque sei que não só nunca irei visitar Marte como ainda por cima irei apodrecer no meio de vocês todos. Qual deles o mais Dark realmente?
PS
Por fim, ainda arranjei na banca do Cru um single de 1997 dos Familia Carnage Asada que nem sei o que dizer sobre o disco...
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