terça-feira, 30 de junho de 2020

O Meu Nelson Mandela e outros contos / ÚLTIMOS 17 exemplares!



Papá em África morreu!
Viva Papá em África!

Anton Kannemeyer, que também assina como Joe Dog na melhor tradição punk do uso de pseudónimos podres, nasceu em 1967 na Cidade do Cabo, África do Sul, onde reside com a sua mulher e filhos. Fundou em 1992 com Conrad Botes a Bitterkomix (17 números até à data), publicação onde a sociedade africânder nunca sai ilesa de crítica.

Como artista plástico, tem feito exposições em importantes instituições como o MOMA (Nova Iorque), o Museu de Arte Contemporânea da Austrália, MU (Eindhoven), Museu de Arte de Seul, MHKA (Antuérpia), Tennis Palace (Helsínquia), Yerba Buena (São Francisco), Studio Museum (Harlem) e o Museu de BD e Cartoon (Nova Iorque).

Tem livros publicados na África do Sul, Alemanha, Finlândia, França e Portugal. Papá em África (MMMNNNRRRG; 2014) é o título que o trás ao Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora 2016 e que se mostrou controverso mas não impediu de ter sido inteligentemente premiado como Melhor Álbum Estrangeiro nos Prémios Nacionais de BD 2015 do Festival. Não foi colocado nos escaparates físicos na FNAC - só podia ser encomendado nos balcões ou no sítio em linha desta cadeia de lojas - e foi “retirado temporariamente para que se pudesse identificar que se trata de uma Banda Desenhada para adultos” nas livrarias da Fundação Gulbenkian, no âmbito da sua visita para uma mesa-redonda em Maio de 2015, uma sessão dedicada à banda desenhada no encontro "Outras Literaturas", integrado no programa Próximo Futuro da Fundação.

Se as bandas desenhadas de Kannemeyer suscitam discussão sobre os traumas e a má-consciência do pós-colonialismo, o mais estranho é levantarem o velho preconceito revelador da falta de estatuto da banda desenhada noutros circuitos. Apesar da escamoteada censura económica este título rapidamente esgotou mas tornou-se impossível a sua reimpressão. Já é um livro de culto.

Aproveitando a visita do autor ao 27º FIBDA, a MMMNNNRRRG lançou O Meu Nelson Mandela e Outros Contos, uma nova compilação de histórias e desenhos, desta vez mais autobiográficas e ensaísticas, afastadas do imaginário do não menos polémico Tintin no Congo. Apesar de serem trabalhos mais intimistas não significa que sejam menos virulentos.
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O Meu Nelson Mandela e Outros Contos 
de 
Anton Kannemeyer 
36º volume da MMMNNNRRRG
compilado por Marcos Farrajota 
traduzido por Manuel João Neto (BDs) e Marcos Farrajota (desenhos e pinturas)
Design e legendagem por Joana Pires com o apoio da Táxi Lettering (criação de font e títulos)
500 exemplares / metade da edição esgotada
16p. p/b + 16p a cores, capa a cores

À venda na loja virtual da Chili Com Carne e na Tasca MastaiBdMania, Linha de SombraMundo FantasmaTigre de Papel, Bertrand, FNAC, UtopiaMatéria Prima, STETLAC e Nouvelle Librarie Française. E ainda na Ugra Press (Brasil), RastilhoFatbottom Books (Barcelona), Neurotitan (Berlim)...

Historial: Lançado oficialmente no dia 30 de Outubro na BD Amadora 2016 com presença e exposição do autor ... Entrevistas no Público e na Blimunda ... Foi aceite pela FNAC (uau!) ... Um dos Melhores Livros de 2016 no Expresso ...
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Feedback:
serve de complemento à histórias do livro anterior, e onde aquele era uma espécie de radiografia a um imaginário interno e cultural partilhado, que tantas vezes reflecte igualmente fantasmas dos seus leitores, estoutro é mais focado na experiência própria do autor, como se houvesse a possibilidade de mostrar um balanço da sua vida como fruto das consequências da educação. 
Pedro Moura in Ler BD

Obra seleccionada pela Bedeteca Ideal

O Meu Nelson Mandela e outros contos foi uma revelação muito positiva e honesta para mim.
Ana Ribeiro in Bandas Desenhadas

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Edições especiais

Há 10 anos que seguimos as "edições valentes" dirigidas por Martin López Lam e se um gajo se distrai perde pitada. Pensava até que ele já nem publicava por causa da sua carreira como autor - espero em breve falar do seu novo livro - e eis que aparecem belos livros como No Eres Especial (2020) de Carlos Santonja e Sucumbir (2019) de Andrea Ganuza. Livros A5 com excelente design, No Eres Especial é impresso a vermelho - como o Love Hole. lembram-se? - que lhe dá o ar hostil de acordo com o seu conteúdo. 


É "art brut comix" vindo dessa grande linhagem norte-americana, falo de Rory Hayes (1949-83), Mark Beyer e Mike Diana - há um bocado dos três ao longo do livro -, e a BD estrutura em capítulos é sobre a violência da vida. A escatologia está bem definida e alberga a pseudo-filosofia do que aquilo que fazes vai-te atormentar sempre para o resto da vida. Certo, certíssimo!


Do segundo livro dizem que é composto por cinco histórias / textos / BDs (o que chamar, realmente?) mas li como se fosse um todo e fez todo o sentido. Lembra muito o próprio Lam pela forma elegante que a intimidade cresce em prosa e num grafismo sempre permeável a novas experiências. Autores a seguir!!

Entretanto como Lisboa já é civilizada (outra vez) eis que facilmente encontrarão estes títulos na livraria Tinta nos Nervos - aproveitem que os correios espanhóis foram privatizados e estão bem caros!

sábado, 27 de junho de 2020

Recordando 6 de Junho


fotos Dois Vês



No passado dia 6 de Junho, a bela manif anti-racista e anti-fascista estava cheia de sócios da Chili. Curiosamente alguns que fizeram cartazes, usaram a fita adesiva da BD Amadora 2018 - com imagens de Francisco Sousa Lobo tratadas pelo atelier de design Barbara Says...*. Afinal sempre a BD Amadora serve para alguma coisa!! Claro, que pouco conforto isto trará naquele que será um dos concelhos com racismo bastante institucionalizado.


* que um bedófilo, garantido a ignorância e autofagia cultural da comunidade bedófila, declarou serem uns "putos novos que andam praí"... Desculpem, tenho de usar a expressão "LOL"!!

sexta-feira, 26 de junho de 2020

5 estrelas!



Apesar de não estar, estou muito, a exposição de Rudolfo na Galeria Municipal do Porto, recebeu cinco estrelas no Ipsílon / Público. E já agora, a Associação Chili Com Carne co-editará o catálogo da exposição em breve...

terça-feira, 16 de junho de 2020

Mata-borrão ALL WATCHED OVER BY MACHINES OF LOVING GRACE acaba amanhã!




Exposição na Tinta nos Nervos 
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 Ana Maçã, Amorim Abiassi Ferreira, André Vaillant,  André Pereira, Cátia Serrão, Cláudia Salgueiro, Dois Vês, Félix Rodrigues, João Carola e Vasco Ruivo 

 Mostra de estudos e desenhos originais realizados pelos autores da antologia AWOBMOLG, editada em 2019 pela Chili com Carne. 

 Venda parcial das obras expostas.

de 10 a 17 de Junho

domingo, 14 de junho de 2020

conversa virtual AWOBMOLG


Pedro Moura / Ler BD entrevista Dois Vês e João Carola, autores e editores da antologia All Watched Over By the Machines of Loving Grace...

quarta-feira, 10 de junho de 2020

10 Junho na Rádio Paralelo

Nem fronteiras nem nações nem bandeiras nem deportações nem barreiras nem prisões.

Emissão de oposição internacionalista e miscigenatória ao dia da raça e da discriminação do outro.

Todo o dia (a partir das 6 da manhã) na Rádio Paralelo

Para ouvir: https://indymedia.pt

(clicar no botão do player)


sábado, 6 de junho de 2020

Porque há leitores deste "bloguezine" que não leem A Batalha...

The Antifa Comic Book 
Gord Hill

Do mesmo autor de The 500 Years of Resistance Comic Book (2010) – sobre resistência indígena nas Américas – eis um resumo das grandes lutas anti-fascistas, num espectro de 100 anos. 

As BDs de Hill não são muito narrativas, estão mais próximas da onda “Príncipe Valente”, onde as vinhetas são sempre acompanhadas por cartuxos cheios de texto. Estamos perante uma tradição de BD pedagógica pouco sofisticada mas o que lhe joga a favor, tal como no livro sobre resistência indígena, é estar bem documentado, com uma abrangência histórica enorme, cobrindo desde a origem italiana até aos neo-nazis russos ou a “alt-right”. 

Outro pecado de Hill será intitular os seus livros de “Comic Book” quando sempre houve alternativas ao termo (basta pensar em Lynn Ward ou Will Eisner, só no espectro anglo-saxónico), sendo o mais comum nos dias de hoje seria apelidar de “graphic novel”. Mas como diz o prefaciador Mark Bray, há uma tradição enorme de super-heróis dos “comic-books” a esmorrarem o Hitler, justificando realmente o uso deste termo degradante, embora a única coisa cómica nos EUA do século XXI foi ver o facho do Richard Spencer a levar nos cornos.

PS - sim esta resenha já saiu há bué da meses num número d'A Batalha, filhotes...