sexta-feira, 29 de maio de 2009

Hülülülü & Chili com Carne // Antologia de Ilustração

HÜLÜLÜLÜ & CHILI COM CARNE

(PT)
CONVIDAM A PARTICIPAR NUMA ANTOLOGIA INTERNACIONAL
E MASSIVA DE ILUSTRAÇÃO E DESENHO!
A SER LANÇADA EM DEZEMBRO '09
DEADLINE: 15 JULHO
TAMANHO: 210 X 297
PRETO E BRANCO

(ING)
ARE CALLING FOR SUBMISSIONS FOR A MASSIVE INTERNACIONAL
ILUSTRATION AND DRAWING EDITION!
TO BE REALEASED IN DECEMBER '09
DEADLINE: JULY '09
SIZE: 210 X 297
BLACK & WHITE

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Qualquer dúvida hulululuattack@gmail.com

quinta-feira, 28 de maio de 2009

HOJE, há Drogado na CHILI

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Clopkiller*

Estive há duas semanas em Poitiers, bela terra francesa que tem um equipamento cultural MUITO especial - não diria único mas pelo menos o mais velho - uma fanzinoteca. Fizeram 20 anos e para comemorar houve concertos, debates e isso tudo, e claro que aproveitei para fazer as minhas aquisições feitas à última da hora com um incansável e simpático "mec", vocalista dos Raxinasky - o gajo suava feito parvo, afinal montou a sua banca depois de dar um concerto onde não parou de gritar - e dono da distro Amertume. Houve trocas com livros de bd que deram nisto:

- o single de estreia autoeditado dos belgas Möse (Mösambique; 2004) com dois temas: Counting On To Zero e More Than A Bullet que não sei qual é qual porque não estão marcados no disco. Não é diferente a mil bandas Sludge no planeta que executam o que os Eye8God ou os Iron Monkey fizeram no passado. Mas o que se pode esperar de uma banda que afirma com orgulho que a escolha do nome deve-se ao facto que "möse" significa "cona" em alemão, "pântano" em dinamarquês e "lama" em flamengo? Fixe mesmo é o desenho que está no vinil, um gajo a masturbar-se e a vir-se com a mão direita e a dar um tiro nos cornos com a mão esquerda. Quando o disco anda à roda mais estranho o desenho se torna. Viva le vinil!

- um Maxi dos Api Wizz: Api Uiz De Merdre (Les Potagers Natures; 2005) se realmente for Api Wizz o nome - li na reduzida ou quase nula informação disponível na 'net que também pode ser Hapi Wizz... "Bof!"... É uma cena de Bordeaux na linha do Rock Duo - energético e rápido tal como deve ser qualquer Duo. Lembra Lobster mas mais folião, considerando que é a região dos cognaques talvez não esteja muito errado o que afirmo...

- o CD The anti-apopathodiaphulatophobicoustical Days (Skyr + Amertume + Ocinatas + Nothing Positive + Sombre Obscure + Shifty + HCB + Amanita; 2008) dos tais Raxinasky, um trio Noise-Rock produto da sociedade da hiper-informação - repararam na qualtidade de "labels" que editaram o CD à escala global? O caldeirão musical vai do Death Metal ao Math Core, dos Naked City aos Melt Banana, do Free Jazz ao Hardcore, dos Boredoms aos Fantômas, tudo é feito em progressão (improvisada?) impossivel de absorver - tal como acontece com as nossas experiências virtuais do dia-a-dia??? Bateria, guitarra, gritos com electrónica problemática à mistura são os elementos desta barulheira que se esquece da mesma forma como aquele site que vi à dois dias atrás... Gosto? Não gosto? Respostas: "Oh la la" + "bof!"

- CD La Fiévre Noire (Les Potagers Natures; 2005) dos argentinos / franceses Radikal Satan que fazem um Nu-Tango (?) longe do esquema óbvio dos Gotan Project mas sim próximo do dramatismo negro dos Von Magnet em relação ao seu (Electro)Flamenco. O som experimental e progressivo quase parece Neurosis com um acordeão. Estamos perante um novo género? Ou uma fusão de géneros? Serve a etiqueta Post-Tango ou Math-Tango? Apesar do nome idiota remeter para o Black Metal esta é banda mais interessante de todo o lote de discos que trouxe. Deixa até curiosidade para saber mais deles...

- um mini-CD'R dos franceses Ezofaj cuja a embalagem é um penso higiénico não se fosse ele intitular La souffrance ultime (auto-edição; 2007?). Este foi o primeiro disco que escolhi antes de o gajo suado começar a sugerir outros discos. Adoro o formato mini-CD e esta ideia tonta do penso fez-me lembrar os melhores momentos do saudoso zine Succedâneo . Que importa que o Metal desta banda seja manhoso? São apenas 13 minutos de tortura mongo-metaleira e que não são assim tão lineares - por exemplo a faixa 6 (sem título) é uma surpresa industrial-metal (Godflesh primitivo) no meio de grosseria Grindcore. Podia ser pior, muito sinceramente...

- Por fim, um LP colectânea "indus" (digam isto com sotaque francês para se rirem um bocado): Night on Earth 04 (Night on Earth; 2004) com projectos electrónicos "underground" como TZII, LFO Demon, Gamaboy, The Radar Threat, Man-eater Orchestra, S.Lemonon e Cham. Lado A é "mais" calmo girando pelo Ambient (TZII) e Hip-Hop Industrial (LFO Demon, Gamaboy) enquanto o lado B é mais barulhento com os restantes projectos a entrarem em experimentações lúdicas e algum Noise moderado. Longe de ser uma colectânea seminal ou original ouve-se com interesse sobretudo porque num gira-discos podemos mudar as rotações, hehehe - pena a Thisco nunca se ter metido no vinil...

Por fim, é pena já não fazer as tiras de concertos porque das comemorações da Fanzinoteca podia ter feito a actuação do Mr Marcaille, um gnomo "one-man-band" mal-criado armado com um violoncelo cheio de distorção e pedais de bateria. Melhor que ele para explicar o que se passa com a sua música: «it's some weird original brain covers... I agree some sounds like songs or thing we know in the inconcious, but I don't know myself what are they... These are my songs. Like Motorhead sounds like the Beatles sometimes... or the Rolling Stones / Chocolate Watchband... Acid Mother Temple / Gong... Ruins / Magma». Ok! Suponho que as "one-man-bands" sejam tão carismáticos como os mini-CD's. Podem sacar a actuação no seu sitío oficial: zoubroff.free.fr

*o título deste "post" é uma "private joke" entre mim e o inglês Edd do Monkey Riot / Last Hours depois de termos visto um grafitti que tinha escrito "Fuck la police"... inventar "Clopkiller" ("clop" é cigarro em calão francês) foi só mais um pequeno passo.

Pontevedra


Estive em Fevereiro no Salón do Libro Infantil e Xuvenil de Pontevedra e eis duas recordações fotográficas deste simpático evento. A primeira é um desenho incrivel de putos porque todos os anos, as escolas participam no Salão com trabalhos feitos de propósito. O tema deste ano era o "Amor". Geralmente os resultados são extravagantes misturando desenho, escultura e instalação. Gostei deste desenho não sei bem porquê, talvez as cores e composição... A segunda foto é do último livro do galego David Rubin na minha mochila, aqueles olhos da capa bateram muito bem com uma pasta feia do IPJ. O livro encontra-se na Bedeteca de Lisboa.

terça-feira, 26 de maio de 2009

School days

O ano passado, em Dezembro, fui à escola D. Leonor (Alvalade, Lisboa) falar de bd... na mediateca da escola estava uma exposição que recuperava bd's de ex-alunos da escola - que tinham participado no jornal da escola. Encontrei os ilustres André Ruivo e João Fazenda nos seus "verdes anos". Do Ruivo não conhecia este "material antigo" mas lembrava-me da personagem do Fazenda, o Picas, que eu e o Pedro Brito aproveitamos para gozar no número zero do Mesinha de Cabeceira. Fim de episódio nostálgico.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Fotos da inauguração do MGW na CHILI

 fotos: MGW

sábado, 16 de maio de 2009

Consolações gráficas na CHILI



“Absorto nestas ilusórias imagens (…) senti-me, por um tempo indeterminado, conhecedor abstracto do mundo.”
- Borges (O jardim dos caminhos que se bifurcam)
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Na CHILI a minha amiga Piggy (é uma alcunha da Ana Menezes) inaugura a sua primeira exposição a solo de Desenho. Apesar do ar miserabilista como ela se apresenta na nota biográfica para esta exposição (ver + abaixo) ela é uma grande artista que, infelizmente para mim, aproveita pouco o mundo do desenho excepto quando é coagida pelos projectos gráficos independentes que tem dinamizado as cidades de Lisboa e do Porto - falo das excelentes exposições da Feira Laica ou do Furacão Mitra
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A santa consolação é o bico da caneta a riscar no papel novelos de emaranhados. Os labirintos são mapas de se perder e andar às voltas. O desenho é o rasto da deriva entre o inconsciente e o pensamento. O resto é o tempo a passar - disse-me ela no outro dia. Creio que era um desabafo ainda dos teus tempos gloriosos do mundo do trabalho precário português (redundância bem sei) em que fez o zine Enfraskado com fotocópias manhosas - tiradas no Call Center? - embalado num... frasco!
Gosto como a Piggy mistura uma veia clássica de pintura e desenho antigo com as coisas mundanas da vida moderna. Os Anjos dela no fim acabam por ter caralhinhos e ainda bem, o que menos suporto nos dias de hoje é ver a Arte de eunucos e frígidas - que ainda assim podem aparecer na exposição para se babarem com a monotonia da Piggy...
Hum! Ela até arranja cuecas para essa gente!
Axima Bruta
RP da CHILI


Ana Menezes (1971, Lisboa) estudou Artes Plásticas nas Caldas da Rainha e em Évora, onde concluiu o mestrado em Artes Visuais. Para além do trabalho como artista plástica, a sua actividade profissional durante os últimos anos tem alternado entre o trabalho como professora, o subsídio de desemprego, e o submundo dos call-centers da PT.

RUA dos FANQUEIROS, 174, 1ºESQ.
2ª a 6ª feira das 12h30 às 20h. Sábados: 12h30 às 19h.
Encerra para almoço das 15h às 16h
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inaugurada a 2 de Maio, está patente até 16 de Maio

domingo, 10 de maio de 2009

pós-pós-SPX: Portugal

Provavelmente foi na SPX que o catálogo da exposição Divide et Impera (Montesinos; 2009) foi comercializado pela primeira vez sem ser na Galeria Second Street onde esteve patente a exposição. A edição inclui um texto do comissário Pedro Moura e várias bd's de Fábio Zimbres, André Lemos, Frédéric Coché, Warren Craghead III, Aerim Lee, Ilan Manouach e Andrei Molotiu.

Lançamento português pela terra sueca foi Heavy Metal (Bela Trampa; 2009) de Jucifer, zine A5 cheio de bd's e desenhos marados que não sei se homenageia o Metal ou não... está prometido um último exemplar para Portugal na CHILI mas até agora nada - talvez aja uma reedição... De resto, o zine não inclui o cinzeiro e o título é pintado à mão com cor assim a dar para o dourado...

Também para a SPX, Marcos Farrajota levou um sarcástico postal - a bd sobre SPX do ano anterior. O que vêem é a parte detrás, por isso quando ele vos escrever, não se admirem de apanhar com essa bd impressa... está à venda na CCC.

Voltando a Portugal, apanhei logo com coisas novas...  curiosamente com pontos em comum. O primeiro é mais um livro editado pela Plana Press: Egg & Ham in Rotterdam (2009) de Ana Carvalho e Ricardo Lafuente, que recolhe 22 estórias escritas e ilustradas em 2006, quando os autores habitaram na Holanda. Os contos são secos, pretensiosamente humorísticos mas sem sal quer no ovo quer no presunto. As ilustrações idem aspas aspas. Safa-se a edição pelo formato sempre-porreiro que é o A5, pela boa impressão bem e também pelo uso de uma "font" de texto interessante. À primeira vista é "cute", depois de lido deixa de o ser, infelizmente.
Algumas destas características podiam ir para quatro volumes da colecção Há Água em Marte (2008/09) - chama-se Caderno de Insecto? Não se percebe - editados pela Associação Cultural Lemur. Livros em formato A5 mucho sexy mas com contos que se esquecem a maior parte do tempo e ilustrações pouco expressivas. De uma colecção já relativamente grande, li quatro volumes e destaco Tipler Café de Augusto Lima (texto) e Renato Seixas (ilustrações), um conto "cyber-qualquer-coisa" divertido, as ilustrações demasiado digitais para o meu gosto funcionam como apontamentos gráficos. Porreiro!... O projecto e este livrinho em particular.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

pós-SPX: Itália



Alberto Corradi, autor de bd (que participou no Mutate & Survive) e editor da Black Velvet, só levou livros de "bd muda" - ou seja sem palavras - para a SPX. E aproveitando que são bd's que qualquer um no universo poderá ler trouxemos alguns desses livros! Dois do suiço Thomas Ott que são umas das mais belas edições que já vi deste autor. É um autor obrigatório de conhecer não só pela sua capacidade narrativa como pela técnica que usa - grattage ou scratch board, ou seja um cartão com uma película preta que é raspada, ou que implica tirar o negro para desenhar (ao contrário da tradicional "tinta-da-china sobre papel"). Outro livro foi Odi's Blog 1.0 dos espanhoís Sergio Garcia e Lola Moral, uma onda "todo público" de desvaneios quotidianos. São bons exercícios sobre o aproveitamento da página como espaço narrativo.
Infelizmente ainda não temos a nova Canicola para Portugal - encomendas aceitam-se porque estaremos no Crack deste ano! A "nova fórmula" da revista significa redução de formato, aumento (brutal) de páginas, dois editores (antes era um colectivo) mas que mantem a mesma base de colaboradores abrasivos. Tenho pena pelo formato, não só porque o formato "livro" é vulgar (da Raw à Lapin, do Quadrado a...) como os desenhos que se publicam merecem um formato grande para queimar as pestanas e o cérebro.


ESCRITA CRIATIVA NA CHILI

Associação

Chili Com Carne


CURSOS DE ESCRITA CRIATIVA

Próximo Curso:

“Construir a Narrativa”

por Rafael Dionísio

Quintas das 19h30 às 21h30

7 de Maio a 2 de Julho

Máximo 6 participantes.

Preço: 2x €50

Mais informações e pré-inscrição em:

joaorafaeldionisio@hotmail.com

(ou no local)

R. dos Fanqueiros, 174, 1º Esq.



Objectivos do Curso:

· Melhorar a expressão escrita.

· Exprimir o mundo interior.

· Desenvolver capacidades narrativas.

· Ganhar capacidades ao nível da construção de uma estória.

· Tomar consciência das especificidades e estruturas narrativas.

A quem se destina:

A todos os que tenham interesse em desenvolver processos criativos no âmbito da palavra escrita, tanto numa perspectiva de desenvolvimento pessoal como na perspectiva de quem aspira a construir uma obra narrativa de algum fôlego.

Modo de funcionamento:

As aulas funcionam com breves exposições teóricas sobre vários temas seguidos da apresentação de enunciados e da sua resolução e discussão. Curso com uma vertente essencialmente prática.

João Rafael Dionísio é um autor com cinco livros editados, dois dos quais romances, e tem um sexto na forja.

Tem o curso de Estudos Portugueses e actualmente frequenta o mestrado de Edição de Texto.

Fez, anteriormente, frequência dos cursos de Engenharia e Arquitectura, dedicou-se às artes plásticas durante um período, tendo assim uma visão renascentista da cultura (hoje em dia diríamos pluridisciplinar).

Tem dado cursos de Escrita Criativa em Lisboa, em colaboração com várias entidades, com grande satisfação por parte dos participantes.

domingo, 3 de maio de 2009

pós-SPX: outros nórdicos



Da Noruega: Martin Ernstsen mas que vive em Estocolmo (sabe-se lá porquê!) temos quatro zines, dois números por dois títulos, a saber, Owls (2009) e Seldon Plan (2007/08). Ambos são casos curiosos como o zine ainda é uma publicação alternativa mesmo quando um autor já é profissional. Owls é a versão em inglês de comics já editados na Noruega - por isso em norueguês, população: 4 milhões e meio? - pela Jippi. No fim de contas é uma forma de promoção do trabalho para outras culturas. Trata de estórias da puberdade/juventude e de relações amorosas, algumas homossexuais - mais precisamente femininas. A narração e os desenhos são bons, mostrando que Ernstsen domina a linguagem na perfeição ao ponto que para o tema que é consegue ser mais humano e comovente que as militantes do género. O que não é nada de novo porque estórias de mulheres tem vêm do uma tradição rica com nomes como os irmãos Hernandez ou o Daniel Clowes. Seldon Plan é o "refugo" do autor, aquilo que não publicou profissionalmente: bd's autobiográficas curtas (algumas sobre a SPX do ano passado), desenhos marados, bd's parvas e experiências prestes a falhar. Mas na realidade corre tudo bem e é bem divertido! Martin Ernstsen eis um nome a reter...

Da Dinamarca: também um zine, Mixtape (ed. de autor; 200) que é que o caderno de desenhos mas que está metido numa caixa de k7 (sim, aquela tecnologia desactualizada e analógico de onde se podia gravar músicas, regravar até, e sim, ouvir música num leitor de cassetes). A capa é um desenho de uma k7 e como é normal nesta tecnologia, existe um lado A e B – é preciso virar o caderninho ao contrário para aceder a mais desenhos e páginas… Os desenhos de Allan Haverholm são essêncialmente realistas e parece o que procura no que ”capta” ou ”imagina” um enquadramento cinematográfico. Objecto giro!

Da Finlândia: Treasure Hunt #1 : Lisboa (Hyeena Kustannus + Princesa Pirata; 2009) é um zine que faz uma recolha fotográfica de street-art em Lisboa feita por Anna Kaisa Laine que à primeira vista lembra The Walls are the Publishers of the Poor - logo a começar por usar essa mesma imagem / capa do zine francês. As diferenças residem no formato quadrado e no uso de fotos de azulejos na composição das páginas. Bem... um francês e uma finlandesa a pegarem na nossa street-art... será que somos assim tão bons? Resta dizer que existe um segundo número deste zine "caça ao tesouro" dedicado a Dublin.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

pós-SPX: Suécia

Vieram muitas "coisas" da SPX de Estocolmo, afinal este foi o ano mais internacional deste evento com participações de norte-americanos, italianos, finlandeses, noruegueses e portugueses... iremos por partes nos próximos dias mas começamos pelos "anfitriões", ou seja pelos suecos:



Os sextos volumes de Piracy is liberation (C'est Bon; 2009) de Mattias Elftorp e da revista C'est Bon Anthology (2008), provavelmente os melhores até à data. No primeiro caso porque começa atingir novos picos de drama nesta odisseia ciber-anarquista, no segundo porque a recolha do material é bastante bizarra em especial a bd de Johan Jergner-Ekervik que é um verdadeiro épico bacteriológico mostrando que a bd ainda é uma arte visual-narrativa com temas inéditos para explorar.


A autora Emelie Östergren foi uma surpresa este ano porque lançou dois títulos: um grosso e impecávelmente bem feito volume dos seus trabalhos anteriores pela editora Sanatorium (que edita belos livros, diga-se) intitulado Evil Dress - é bilingue sueco/inglês. Palavras chave: corpo feminino, nostalgia/infância, vestidos, fogo,... O outro é um zine XL (12 páginas A3) com um título tão comprido que me deverei enganar a escrever: Mexikask Granso / Spar lost Forsvumen. Feito a meias com Clara Johansson - ou seja, uma bd para cada uma e um desenho no meio da edição (agrafada) a meias. Mais nostalgia e cinzentismo humano por aqui.


Por fim, Agnosis #1 (ed. de autor; 2004) de Li Österberg é um zine típico de zine como quase já não há no mundo: A5, preto e branco, catita, com bd's da autora (felizmente escritas em inglês) que graficamente lembra muita bd alternativa anglo-saxónica dos anos 90. As três bd's tratam da espiritualidade do ocidental novo milénio. Duas das bd's são autobiográficas e também as mais conseguidas a nível de estória. Uma delas a autora explica como ficou desiludida com a cena New Age - não posso contar mas é hilariante - e na segunda revela porque gosta de Hard Rock - é possível encontrar esperitualidade nos Gamma Ray? Sim, é doa a quem doer... desculpem estragar o final!
Ei! Os pirosos dos Gamma Ray são Power Metal e não Hard Rock!!! Que se lixe isso, podia ser pior, podia ser que a autora ainda ouvisse flautas de pã! Para além que este foi o melhor "zine-zine" ou "zine old school" que encontrei na cena sueca, longe das parvoíces de Mangakas e humor tótó...

todas estas publicações estão à venda no site da Chili Com Carne