domingo, 27 de setembro de 2020

A Sagrada Família / ESGOTADO

A Sagrada Família
de 
Rafael Dionísio

Terceiro volume da Colecção CCC; 192 págs 21x14,5 cm, edição brochada; ISBN: 972-98177-4-X; edição apoiada pela Junta de Freguesia de Cascais e o Instituto Português de Juventude

ESGOTADO, talvez ainda apanhem exemplares na FNAC, Bertrand, ZDB e Matéria Prima.


O livro: 2002 é o ano em que Espanha fez a festa de anos de Antoni Gaúdi, arquitecto barcelonês que entre outras gracinhas fez a sua Sagrada Família. Cada um faz a Sagrada Família que quer.

Rafael Dionísio fez a sua. Arquitectou-a em livro. A Sagrada Família é um livro escrito numa prosa labiríntica, obcecada e por vezes orgulhosamente alucinada. Mas sem fio de Ariadne.

É um livro complexo mas acessível a vários terrestres. É um livro em que várias personagens familiares e outras menos familiares chapinham num caldo de ácido sulfúrico. Com humor corrosivo, faz-se uma obra heterodoxa.

O gozo de escrever um texto que dança sobre si próprio, em rodopios e cambalhotas, e outras acrobacias literárias. Tecendo referências explícitas e implícitas a vários assuntos culturais, desde a história, a literatura até à cibercultura. Desorbitando em torno de algumas personagens que interagem, autistas, umas em relação às outras.

É provável que o leitor sinta alguma perplexidade mas também algum gozo, se não se sentir ofendido na sua idiossincrasia de cidadão votante. Um livro politicamente insurrecto, disparando em todas as direcções inclusive nos próprios pés.

Excerto:
- sabes quem morreu? - pergunta a mamã com aquele ar oficialmente espantado. foi a tua tia nhónhó. que horror.
- e o que é que eu tenho a ver com isso?
- que insensível.
- isso de ela morrer é lá com ela.
- assim não te casas, com esse feitio. assim ninguém te quer. assim ninguém vai querer fazer família contigo. a tia nhónhó gostava muito de ti, como é possível seres assim tão insensível?
(para quem não sabe a tia nhónhó era um monte de fezes amontoadas com uns olhinhos castanhos e que de vez em quando, na sua voz de merda, dizia, quando é que te casas meu querido sobrinho? quando é que arranjas uma noiva? diz lá minha jóia. meu tesoiro. os meus sobrinhos são a minha riqueza. quando é que casas?)

Historial: lançamento a 3 de Outubro 2002, na FNAC Chiado com apresentação do livro por Dinis Guarda e exibição de video-art de António Pedro Nobre e Nuno Pereira ... seguido de festa no bar Agito [Rua da Rosa 261, Bairro Alto] com DJ Lazer Squid e Feira de Fanzines ...


Feedback:

Um desafio literário a seguir com atenção
Número Magazine

fica-se, de facto, um pouco baralhado com a escrita circular
Mondo Bizarre

as aparentes “facilidades” e “concessões” mais não são que outras faces de um salutar sarcasmo, a aliviar-nos de crises de fígado que esta sociedade (de yuppies amancebados com velhas nobrezas sem eira) suscita no corpo de noveis gerações que se rebelam contra os poderes.
Nuno Rebocho in O Arquivo de Renato Suttana

revela sobretudo uma dimensão satírica rara e interessante, por vezes de uma inteligência precisa, livro a ler, um autor a seguir - pelo que de novo pode trazer.
Pedro Sena-Lino in Canal de Livros

sábado, 26 de setembro de 2020

ccc@queer.lisboa.2020


Como tem sido hábito desde 2018 eis que uma selecção de títulos nossos estará presente no Queer Market do festival Queer Lisboa.

E deve ser o único sítio em Portugal onde podem apanhar o divertido livro de BD de Sim Mau, The Plumber.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

ccc@tan.tan.tann


Uma selecção de edições nossas estão disponíveis no TAN TAN TANN

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

ccc@motelx.2020


Uma selecção aterradora das nossas edições vão estar no Mercado do MoteLx durante todo o evento. Se depois de ficar com os nervos em franja ainda quiser ler algo nosso... tudo bem! Não nos responsabilizamos pelos danos!

domingo, 13 de setembro de 2020

ccc@feiras.do.livro.2020

Num ano anormal estaremos também numa situação anormal na Feira do Livro de Lisboa, sem os nossos habituais parceiros... Mas estamos bem acompanhados pela malta da Blau no stand D22.
Fixem isto porque na Feira vai ser preciso usar máscara o tempo todo e não há tempo a perder com o lixo editorial transacto. Outra vez:
D22

Mais coisas importantes:

Não vai haver sessões de autógrafos e apresentações.

Os preços serão todos em múltiplos de 5, ou seja, a 5, 10, 15, 20 Euros para facilitar os trocos.

Os livros do dia serão sempre títulos da defunta MMMNNNRRRG.

Haverá um caixote de 50% cheio de raridades e curiosidades.

A novidade editorial será o CENSURA JÁ!! do norte-americano IAN F. SVENONIUS (Nation of Ulysses, The Make-Up) para quem ressaca Rock com R, ehm, grande!




E na Feira do Livro do Porto, idem idem aspas aspas, este ano as nossas edições ficam representadas na fabulosa e madura Matéria Prima - como aconteceu várias vezes noutras edições. 
É assim!

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Sessão de autógrafos com RUDOLFO (Diogo Jesus)



Lançamento do livro APESAR DE NÃO ESTAR, ESTOU MUITO / DJ NOBITA EARLY YEARS 2002

11.09.2020, 18h30 na Capela Carlos Alberto – Jardins do Palácio de Cristal, Porto
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O livro/catálogo APESAR DE NÃO ESTAR, ESTOU MUITO / DJ NOBITA EARLY YEARS 2002 foi publicado no âmbito da exposição homónima apresentada na Galeria Municipal do Porto, entre 2 de Junho e 16 de Agosto de 2020.

Uma edição
GALERIA MUNICIPAL DO PORTO

Copublicado com
CHILI COM CARNE

sábado, 5 de setembro de 2020

Será a caneta mais poderosa do que a espada?


A edição portuguesa do Monde Diplomatique tem publicado, sob a nossa coordenação, as respostas em Banda Desenhada por uma série de artistas. Este mês é a vez de Rodolfo Mariano, cujo seu livro de estreia aproxima-se para lançamento em Outubro! Beware!

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

graphzine PUNK COMIX cd / ESGOTADO

Quem adivinhou que este desenho era da "desaparecida" Júcifer?

Se a Música sempre foi registrada em objectos circulares, das primeiras máquinas mecânicas às rodas das k7s. A Reciclagem artística e a ecológica seguem o mesmo princípio geométrico.

300 rodelas áudio, 13 artistas gráficos, impressão luxuosa risográfica

Esta edição é no fim de contas um CD que acompanhou um lote de exemplares do livro-duplo Corta-E-Cola / Punk Comix (Chili Com Carne + Thisco; 2017) de Afonso Cortez e Marcos Farrajota, sobre a história do Punk em Portugal.

Foram tirados 1000 exemplares do livro e 1000 cópias do disco, no entanto só 700 dos CDs é que entraram nos livros. Cerca de 300 exemplares do livro foram para as grandes cadeias livreiras… recusando trabalho de escravo para esses monstros ou satisfazermos consumidores preguiçosos, não foram enfiados discos nesses exemplares.

Esta sobra de discos inspirou-nos a criar um graphzine com 13 desenhadores a ilustrarem as músicas que por sua vez foram baseadas na BD da forma mais abrangente possível: sobre autores (Vilhena, Johnny Ryan), personagens (Mandrake, Corto Maltese), séries (O Filme da Minha Vida) ou livros (V de Vingança, Caminhando Com Samuel). Alguns temas são mais óbvios que outros mas o resultado é uma rica mistura de sons que vão desde o recital musicado ao Crust mais barulhento.

Impresso a duas cores em Risografia - via Mundo Fantasma - participam neste graphzine com BDs, desenhos e ilustrações vários autores "punkis" assim assim, que já foram ou ainda serão ou nem por isso Mauro Coelho, Ana Louro, Neno Costa, Ana CaspãoNunskyRui MouraJosé Smith VargasXavier AlmeidaMarcos FarrajotaRudolfoVicente Nunes e André Coelho. E Jucifer na capa.

Edição Chili Com Carne + Zerowork Records
Agradecimentos a José Feitor e Thisco.





Lançado no Festival de BD de Angoulême 2019.

Ainda pode ser que encontrem esta raridade na Mundo Fantasma, Glam-O-Rama, RastilhoBlack Mamba e Kazoo.


FEEDBACK 

 Cada música tem direito a uma ilustração ou banda desenhada, sendo as dedicadas à BD aquelas que constituem a maioria das páginas da obra (...) que evocam autores, personagens, séries e livros de banda desenhada, dos menos aos mais mainstream. Este pot-pourri gráfico tem uma existência passível de apreciação para além da mera bula que acompanha o disco compacto, desde o piscar de olho ao Popeye fálico e ao vampiresco Batman até ao Homem-Aranha punk (quiça retirado do aranhaverso) e às diferentes fases do acto sexual (não necessariamente cinemática).
Je l’offrirai à ma maman (je ne connais pas d’autre vieille dame).
Putan Club, Presidente Drogado com banda Suporte and FDPDC are my favorites! Unfortunately Putan Club isn't portuguese. Putan club is really great. Presidente Drogado's noisy guitar is so cool. It reminds me Sonic Youth or Blixa Bargeld in Nick Cave in 80's. FDPDC sounds like death metal!