quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Ward Zwart (1985-2020)

 


É um sentimento horrível abrir uma página de jornalismo sobre BD e vermos que é dada a notícia do falecimento de um artista tão novo e conhecido nosso. O flamengo Ward Zwart faleceu justamente há um mês. Apesar de só ter participado no nosso glorioso MASSIVE, sempre nos convidou para estarmos no festival Grafixx e foi-nos atencioso. Um vazio doloroso que nos deixa...

domingo, 15 de novembro de 2020

Isola-te com Brie!


Bríi
: Entre Tudo que é Visto e Oculto (Lovers & Lollypops; 2020) 

Por mim o Metal do Futuro deveria ter começado lá em 1996 com aquele genial tekno-samba-metal-remix de Chaos B.C. dos Sepultura, ooooh heresia! Não aconteceu, temos pena, por isso neste frustrante presente contento-me com as migalhas que vão aparecendo aqui e acolá, como este projecto brasileiro. Apesar de ter títulos - do disco e respectivas faixas – dignos de Paulo Coelho (credo!), a sua música dá-me Fé na Metal-Humanidade. Com quatro faixas entre os 15 e os 21m temos progressões de estilos de músicas que vão cair sempre numa destruição Black Metal, o que assim de repente soa apenas a ordinário e barato. É realmente dissonante ouvir BM a bombar com sons tribais ou de “Kosmische Musik” ao mesmo tempo, no entanto percebe-se que Bríi fez muito bem o seu “trabalho de casa” e deu calor à sua música, de tal forma que ela opõe-se à ideia da vulgaridade de juntar dois estilos musicais antagónicos só porque alguém fumou uma ganza e teve uma “ideia estúpida” (Zeal and Ardor, por exemplo). Oiçam a faixa A Hora da Morte que começa com um ambiente à Harmonia (a super-banda Krautrock) para se atirar ao BM selvagem e de lá para Trance digno do Boom Fest, estando registados até “glitches” do computador a borrar-se todo, talvez para nos lembrar que errare machinale est. Pura delícia secular, sabendo perfeitamente que o futuro nunca é como queremos.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Na pista da imprensa musical

 


O chavão mantêm-se sempre, vivemos em tempos bizarros. Nem é por causa de 2020-ano-do-covid. Antes da pandemia já não se percebia nada sobre imprensa musical em Portugal. A única publicação de quiosque desde há dois anos, creio, para cá é a Loud! ("Lodo" para os amigos) dedicada aos "sons pesados". Na Internet é um vazio existencial. Claro que há blogues e sítios mas o sentido crítico deles é digno de um peixe cheio de plástico nos intestinos. Acompanhar os suplementos culturais dos jornais é um erro, pior que ser apanhado no algoritmo do Youtube. É estranho que a 'net não tenha proporcionado nenhuma publicação que fizesse diferença no panorama musical - o mesmo se pode aliás dizer do cinema, teatro, poesia, literatura,... Ao contrário do que há em França, eis-nos reduzido a redes sociais com fotos catitas dos discos que sairam, colocações de "likes", corações ou emojis, discussões de fórum entediantes de uma crise total de ideias ou perspectivas. Depois aparecem casos estranhos, por exemplo uma série de zines anacrónicos de Metal perfeitamente inúteis e reveladores da crise da meia-idade ou pior um aborto como a JAMM. E agora esta Pista!

À primeira vista vista parece "muito design e pouco conteúdo" mas logo com a entrevista aos Desterronics e o artigo dedicado ao Rudolfo - merecedor de estar publicado no seu catálogo, já agora - mostra que estamos perante de algo sério. Reduzindo o ruído omnipresente da Música em todas as coordenadas espaciais ou temporais à ideia do "Clubbing", não se deixa agachar à música de dança como se esta tivesse o seu exclusivo. Assim, o conceito abre-se a mais propostas e ideias contemporâneas sem mofo quando se juntam mais nomes como a Odete ou o Mário Valente (do Lounge) para mostrarem a diversidade de opiniões, sons e programações possíveis em Clubes, e sem cair no espírito de gado do Lux - como a brasileira Cigarra o denunciou numa revista francesa.

Já saiu um número zero, este é o "primeiro" número da revista (fanzine?) datado de Agosto deste ano. O preço proibitivo de 15 paus parece que se deve a alguma inexperiência editorial, esperemos que venha a ser mais acessível de futuro, até porque tem o apoio da CM de Lisboa. Agora, porque raios é que o logo da CML aparece três vezes na revista - nos dois volumes e na cinta que os acopla - é um mistério gráfico que prefiro não saber a sua razão.

domingo, 8 de novembro de 2020

Será a caneta mais poderosa do que a espada?

 


A edição portuguesa do Monde Diplomatique tem publicado, sob a nossa coordenação, as respostas em Banda Desenhada por uma série de artistas. Este mês é a vez de André Lemos cuja sua nova exposição individual está patente até ao final do mês na Tinta nos Nervos!!

sábado, 7 de novembro de 2020

Isola-te com Carisma

 


Sim, a Chili Com Carne apoia o LP 100% Carisma dos Vaiapraia editado pela novíssima Tons to Tell!! É um vinil "deluxe punk" com bela capa e boa produção, uma edição luminosa para estes dias negros e infelizes que vivemos. Quem tiver dinheiro para pagar a electricidade mais cara da Europa ou viver nas quentíssimas casas lisboetas (cóf cóf), é fazer o que o Governo nos pede para salvar a celebração do porco nazareno, ou seja, toca de ficar em casa, de pelota a dançar como se estes fossem os últimos dias!! Aos heteronormativos desconfiados deste bem ritmado e esperto Queercore, pá... não se preocupem, os vocais do Rodrigo são tão difíceis de perceber que se calhar ele até 'tá a falar de relações tipo gajo e gaja, topam? Vá, nada de dramas! Granda som, vão lá comprar o disco, não sejam toscos!