quarta-feira, 29 de março de 2023

The Reading Gaze : "My Comics" by Domingos Isabelinho :::: last 10 copies!!! SOLRAD review it!



volume +08 of Thiscovery CCCChannel collection published by Chili Com Carne and Thisco in June 2022

156p. 16,5x23cm black & white, color cover, limited to 150 copies

These essays were originally published, in a slightly different form, in the magazines Satélite Internacional (Oporto, 2005) and L’indispensable (Nîmes, 2011), Indy Magazine online site (USA, 2004) and on the blogs The Crib Sheet (Portugal, 2008-10, 2015) and The Hooded Utilitarian (USA, 2010-11, 2013).

...

The index of the book includes the following themes: 
WHAT IS A COMICS FAKE, THE EXPANDED FIELD OF COMICS AND OTHER PET PEEVES, THE ORIGIN’S MYTH, CARICATURE, THE BLIND MEN AND THE ELEPHANT, UT PICTURA POESIS, SOME CONSIDERATIONS ABOUT THE GRAPHIC NOVEL, BRUNO LECIGNE ON THE MIXING UP OF THE LANGUAGES, COMICS THEORY AND CRITICISM, ANA HATHERLY, JACQUES CALLOT, THE CANTICLES OF SAINT MARY, FRANS MASEREEL, KATSUSHIKA HOKUSAI, OTTO DIX, PABLO PICASSO, MARTIN VAUGHN-JAMES, ALAN DUNN, ROBERTO ALTMANN  and FRANCIS BACON. 

...


“It was February 24, 2004, 08:27 AM, on the Comics Journal Messboard.” This is the first phrase of my blog, The Crib Sheet. What happened at that particular day and particular hour was that I, fed up with the accusation of not liking comics, decided to write a list of my favorite ones. With that list my answer was: I like comics, I just don’t like the same comics you like. This is the genesis and explanation of this book’s subtitle, “My Comics.” On the other hand, if you insist that I don’t like comics because what’s in this book are not precisely cartoonists, don’t worry, I like them too, they’re just not here yet because I divided the comics corpus in two: The Extended Field and The Restrict Field. This book is, then, an anti-essentialist stance, a cry of freedom from India Ink on board, if you like... 
Domingos Isabelinho 

...

Domingos Isabelinho was born in Lisbon in 1960.  He contributed to the magazines Nemo, Quadrado, Satélite Internacional, Splaft!, various catalogs of the Porto, Lisbon, Amadora comics conventions (Portugal), The Comics Journal, The International Journal of Comic Art (U.S.A.), L’indispensable (France), European Comic Art (UK). He also wrote the preface to one of the latest editions of Guido Buzzelli’s book I Labirinti (Italy). He co-curated a Buzzelli exhibition in Lisbon and an exhibition of his original art collection in the Beja Comics Convention (Portugal).  He wrote twenty three entries in the book 1001 Comics You Must Read Before You Die (UK). In 2012 He was invited to the seminar Aesthetics of Contemporary Comics in Oslo (Norway).

...

You can buy HERE - available also at Tinta nos Nervos, Kingpin Books, AlquimiaLinha de Sombra, Snob and ZDB - all in Lisbon - and in Matéria Prima (Porto), Quimby's (Chicago),  Just Indie Comics (Italy), Senhora Presidenta (Porto) and Le Mont en L'Air (Paris).

...

Feedback:

Domingos Isabelinho has been called by Jan Baetens "the most virulent comics critic" and there's a truth to it. This book collects essays that draw a much-needed anti-canon. As he calls it, an Expanded Field of Comics takes our heads out of our asses in typical assumptions. A+! 

(...) Isabelinho delves into the theory and practice of sequential art, with a not-so-subtextual advocacy for a richer self-education in wider spheres of art. It’s not an unwelcome cry—one of the most prominent results of the corporate subsumption of culture is a self-referential, which is to say self-absorbed, pool of inspiration, and Isabelinho tries, in his own way, to fight that; he is combative, sometimes downright hostile, but his heated passion comes with an articulatory edge: he will always clarify and back up his arguments, leaving the reader no choice but to thoroughly understand the point he’s making (...). He knows why a thing works or why it doesn’t, (...) he will tell you exactly why.

...

Historial:

Lançado no dia 15 de Outubro 2022no Museu Bordalo Pinheiro com participação do autor, Marcos Farrajota e Pedro Moura.

segunda-feira, 27 de março de 2023

Não é com festas que se comemora 30 anos de Mesinha de Cabeceira mas com isto:

 


Este é o número do Mesinha de Cabeceira que comemora de vez os 30 anos de actividade deste fanzine.

E é um prazer poder publicar Forceps de R. Paião Oliveira em formato físico - originalmente foi publicado em linha no sítio bandasdesenhadas.com - com a sua estética Arcade 8bit embrenhada em tecno-misticismo patchouli.

Uma BD selvagem mesmo que cada pixel seja trabalhado horas sem fim pelo autor, de forma obsessiva e desgastante, ultrapassando a máquina para criar uma parábola que só os mutantes do futuro irão venerar.

RPO é mais um artista que mostra como a cena da BD portuguesa está viva, com ideias e projecção internacional ao ser publicado na última Kuti , publicação de referência com estadia em Helsínquia.

Foi para isto que o Mesinha foi criado.
Foi para isto que o MdC continua a ser publicado.

Obrigado RPO!

zzzt

36p. a cores, formato "comic-book", à venda na loja em linha da Associação Chili Com Carne que publicou mais este número (#2 do vol. XVI) e também na Tigre de Papel, Kingpin, Snob, Matéria Prima, Tasca Mastai, Legendary Books, ZDB, Utopia, Senhora Presidenta, Socorro, Alquimia e Tinta nos Nervos.


FEEDBACK:

Estive a ver o mesinha com a BD do Paião Oliveira e parecia que me estava a ser revelado um grande segredo esotérico... Ele não fará parte da Golden Dawn ou algo assim? Achei fascinante
Nunsky (por email) 

 Folheando (...) instintivamente somos remetidos para a dimensão harmoniosa e infalível dos manuais de instruções de montagem da IKEA, apresentados em linguagem Lego, com cores lisas e tons tranquilizadores. Apesar do aparente esquematismo inicial, vislumbra-se uma leve cadência em lenta progressão, uma bem ensaiada coreografia mecânica e precisa a acontecer diante dos nossos olhos. Em suave dinâmica Minecraft, peça por peça, um procedimento após outro, e eis que surge um mundo novo - camada em cima de camada, cada vez mais complexo, totemizado, inexpugnável e arrogantemente vertical. De repente, algo surge ameaçador no horizonte... objectos voadores, que se dirigem imparáveis contra as duas torres siamesas. O rombo na estrutura é notório, mas a destruição não opera os resultados esperados. Os elementos primordiais reagem e de forma orgânica e simbiótica, com sequências a acontecerem em cadeia, por reprodução ou por simetria, movidos por uma febril força criadora que se expande galopante, acumulando cada vez mais elementos. O novo novo mundo aí está refeito, mais complexo e simultaneamente orgânico, uma emulação dos dispositivos tridimensionais pixelizados, esféricos e novamente perfeitos. Eis uma mulher, o ser feminino - o principio e o fim de tudo, uma esperança que se renova. Afinal, parece que nem tudo estará irremediavelmente perdido...
Erradiador in My Nation Underground


zzzzzzzzttttt


Here's the Mesinha de Cabeceira's issue which celebrates, once and for all, the 30 mother-farting years of radioactivity of this fanzine.

And so, it's a pleasure to be able to publish Forceps by R. Paião Oliveira i.e., in physical format (as it was originally published online, at bandasdesenhadas.com) with its kind-of Arcade 8bite-me-hard aesthetic, steeped in a proper techno-mystic etherealness o'patchouli.

A wildly-ugly comix, and proudly so, even if each atome-pixel is worked thru endless hours by the Great Authority, in an obsessive-compulsive and/ or exhausting manner, by means of a slow making of love-sweet-love with the machinery in order to generate/create a parable that only the mutant-bodies-and-souls of the far-future will venerate.

RPO is yet another artist who shows how the portuguese comics scene is alive i.e., Portugal is a beautiful circus, a core-monster of artists, as happily exemplified in the most recent spawning of Kuti magazine, a landmark publication forever nestled in the cold comforts of Helsinki.

This is what Mesinha de Cabeceira (in English means "Bedside table") was created for, and why it continues to be published.

Buy at our online shop and at Fatbottom Books (Barcelona) and Le Mont en L'Air (Paris)

Música para ver @ Alquimia



Sinapses do Ivo Puiupo é o novo volume da Mercantologia, colecção que recupera material perdido. 

O livro é resultado do concurso dos 500 paus.

Serão 12 bandas desenhadas curtas com poesia ou serão 12 poemas com desenhos sequenciados?


116p. 15 x 21 cm p/b (48p a cores), edição brochada

à venda na loja em linha da Chili Com Carne e na Tinta nos Nervos, Snob, Kingpin, Utopia, ZDB, Senhora Presidenta, Linha de Sombra, Tigre de Papel, Tasca Mastai, Alquimia e Matéria Prima.


Historial:

Lançamento em 17 de Dezembro 2022 na Tinta nos Nervos, com a presença do autor e uma pequena exposição.


Segundo Fábio Zimbres:

Há uma tentação de entender as histórias aqui como fazendo parte, alternadamente, de: 1) um diário; 2) registros de sonhos; 3) ideias para um filme. Decidimos uma vez por um e depois por outro mesmo sabendo que não é necessariamente uma coisa nem outra, nem apenas isso. Mas há alguma coisa de íntimo, como um diário, e há um prazer nas associações que se desenrolam, as ambiguidades e o aspecto sensorial dos sonhos. E há às vezes a imediatez de quem registra.

Só que não é só isso. É mais que isso porque são o que são, obras acabadas, mesmo que não pareçam encerradas. É como uma estrutura no ar ainda com o processo nu, transparente. Mas são verdadeiras pontes nos transportando para lugares desconhecidos, Puiupo na frente. Cada ponte, várias possibilidades de história, de literatura, de imagem e de gente. 

Provavelmente por isso podem parecer fragmentos de diário ou de sonhos, porque a matéria-prima dessas pontes (sinapses? Ou o que permite informação passar de uma célula a outra) é, basicamente, gente, essa coisa feita de sonhos. É realmente um livro feito de pessoas. Se comunicando, se desdobrando e se tocando. Transpondo pontes, ligando possibilidades ainda desconhecidas.

No meio de cada conto, podemos olhar para trás e imaginar de onde ele veio e para onde vai, como uma estrutura expansível que atravessa mais do que o que vemos. Podemos imaginar o que acontece antes do começo e depois do fim. Não é difícil imaginar também que estamos flutuando, como uma ponte às vezes nos faz imaginar.

No meio da travessia, de repente achei que estava assistindo a uma coleção de curta-metragens, com uma trilha sonora adequada, uma coleção de trilhas sonoras que viraram filmes. E esqueci da ponte, ou seja, lá onde estava e tudo virou um fluxo me levando, que é aquele momento em que eu me esqueci que devia escrever algo sobre o livro e tive que refazer todo o caminho de volta para me lembrar o que estava fazendo ali.

Que é o que um diário/ sonho/ filme deve fazer com a gente. Nos desorientar.




Sobre o autor

Nasceu em Lisboa (1996) mas reside actualmente em São Paulo. Começou sua trajetória na BD em 2011 e participa da cena luso-brasileira de fanzines desde então. O seu trabalho já foi publicado em antologias, revistas e livros solo na America Latina, EUA e Europa. Trabalho esse que habita as fronteiras da narrativa sequencial desenhada-escrita e mescla-se com pintura, fotografia, produção de atelier e por vezes torna-se também contra-sequencial. 

Em 2018 participou do projeto de residência artística Revista Baiacu, sob curadoria de Laerte e Angeli sediado pelo instituto Hilda Hilst em parceria com o SESC São Paulo. Em 2019 foi vencedor do concurso de publicações Des.gráfica premiado pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) São Paulo pelo livro Óbice, que posteriormente foi também publicado pela editora argentina Waicomics. 

Além das publicações e fanzines, Puiupo também actua como ilustrador em projetos tais como a edição brasileira do clássico "Ilha do Tesouro" publicado pela editora Antofágica, a capa do album "who told you to think??!!?!?!?!" do rapper e poeta americano R.A.P. Ferreira e diversos artigos para plataforma Narratively. Puiupo faz parte do selo editorial / conglomerado empresarial Pepito Corporation e publica-se através do mesmo ao lado dos artistas da jovem-guarda brasileira Adônis Pantazopoulos, Julia Balthazar e Flavushh. Também faz parte do coletivo de arte contemporânea BASA sob mentoria do curador Lucas Velloso. Por vezes também flerta com produção musical no duo Fuga. 

Venceu o concurso Toma lá 500 paus e faz uma BD! de 2022, traduzido no livro Sinapses que saiu em simultâneo em inglês com a Kuš!

quarta-feira, 22 de março de 2023

Conger Conger Comix na BdMania


Co-edição com a Yuzin, lançado a 5 de Junho 2022

32p A5 a cores, agrafado

Capa e design de Gregory Le Lay

ed. limitada a 300 exemplares


Publicação da "BD cadáver esquisito", isto é, uma BD em que começa um autor e que passa a história para o outro sem poder controlar a direcção da narrativa. Esta experiência foi realizada entre Junho e Dezembro de 2021, todos os meses com um autor diferente que saía em cada novo número da agenda alternativa açoreana Yuzin

 

A "BD Cadáver-esquisito" feita por Gonçalo Duarte, Alexandra Saldanha, a dupla de "Azoresploitation" Francisco Afonso Lopes e Francisco Lacerda, Rodolfo MarianoDois VêsTiago da Bernarda e Mariana Pita.



À venda na Kingpin Books, La Bamba Record Store (Açores), Linha de Sombra, Tigre de Papel, Snob, Alquimia, Senhora Presidenta, BdMania, Tinta nos Nervos







Story Tellers - Conger 2


É com muito gosto que vos convidamos a (re)visitar a instalação "Story Tellers", patente no Parque Silva Porto em Benfica, que apresenta uma nova seleção de bandas desenhadas. Desde Agosto de 2021 que o Parque Silva Porto, em Benfica, tem novos habitantes - os Story Tellers! Estas pequenas esculturas da autoria do artista Fulviet – vieram dar uma nova vida ao Parque e proporcionar novas experiências a quem o visita! Junto a estes simpáticos personagens podem encontrar QR Codes que dão acesso a excertos de Bandas Desenhadas. O principal objectivo desta intervenção é dar a conhecer um pouco da história da banda desenhada, com especial ênfase na portuguesa, e criar novas formas de apreciar o Parque através da cultura interactiva.  


O StoryTellers é como a natureza, está sempre em ciclos. Na programação do ano passado, quando apanhamos a Primavera, estação da renovação da vida, aproveitamos para "abrir as portas dos QR" a novos autores em ascensão em parceria com artistas da Associação Chili Com Carne e a agenda açoreana Yuzin. Este ano repetimos a proeza e colocamos ao dispor mais uma "BD cadáver esquisito", isto é, uma BD em que começa um autor e que passa a história para o outro sem poder controlar a sua direcção narrativa. 


Esta experiência foi realizada entre Junho e Dezembro de 2022, todos os meses com um autor diferente que saía na Yuzin. A esta acção na agenda foi intitulada de Conger Conger Comix - que resultou também num livro publicado no ano passado que compilava a BD inteira. A nova "Conger conger Comix" que aqui apresentamos teve um desafio extra, além dos artistas terem de continuar o que os anteriores fizeram, ainda tinham um tema a aplicar. Assim Mariana Pita que à dois anos teve "o azar" de ter de acabar com o caos narrativo, começou uma nova BD com "Fotossíntese" como "tema extra", seguindo para Inês Louro (com o "Divino"), Daniela Viçoso (Folia), Carlos Carcassa (Réplica), Mário Roberto (Eclipse), Rudolfo (Conflito) e Rui Moura (Monumento). Este foi o resultado. Divirtam-se!

domingo, 19 de março de 2023

CENSURAR ATÉ REEDUCAR ... BANIR QUEIMAR ABOLIR



Censura já!!
de

tradução de Ondina Pires
Colecção THISCOvery CCChannel, vol. -11
formato 16,5x23cm, 168p.
PVP: 13,12 eur


Precisamos de censura. Censura para impedir que a rádio expele o seu vómito imparável. Censura à “imprensa livre”, a qual cria uma versão dos eventos mundiais fantasiada e o enquadramento intelectual para assassínios em massa. Censura aos livros que fazem o mesmo que a imprensa: livros de memórias de figuras políticas e celebridades que deveriam estar presas em vez de aparecerem nos circuitos literários; memórias estas, adulteradas por escritores-fantasma. Censura à indústria cinematográfica por produzir em série apologias infantilizadas e imperialistas, e pornografia pró-tortura. Censura às artes, cujo estatuto de imunidade à culpa explica e perdoa a ideologia degenerada, a qual permite que toda esta “liberdade” seja possível de existir.

(...) Estás disposto a ser visto a ler um livro chamado Censura já!! em público? (...) Sentirás o teu cérebro a bater mal enquanto tenta acomodar-se a algumas novas estratégias hilariantes, absurdas e radicais de como viver neste mundo ridículo 
Washington Post

(...) Mantêm este livro contigo e lê-o, uma palavra de cada vez.
Los Angeles Review of Books

(...) Svenonius sempre foi o mais inteligente da turma... Em livro, Svenonius é como aquele teu amigo que adoras porque, mesmo que a sua visão se divida entre humor, paranóia e ira anti-social, ele nunca dissipa a tua fascinação de como ele chegou até lá. 
SF Weekly

Ian Svenonius é mais conhecido por ser o "frontman" das bandas Make-Up e Nation of Ulysses, mas é também um brilhante crítico cultural com o talento de trazer os melhores tópicos que poderás ler. Nesta colecção, Svenonius escrever poderosos argumentos a favor da Censura, acumular livros e discos, polémicas contra a Apple e Ikea, a "yuppieficação" do Indie Rock, e a depilação de pelos púbicos.
Buzzfeed

A capacidade de disparar em direcções, mais focado na libertação dos projecteis do que no seu trajecto ou eficácia, inclina a leitura para esse registo irónico, mas a assertividade de certas afirmações aponta no sentido inverso, como quando afirma que os muçulmanos dominaram a Península Ibérica apenas porque tinham açúcar... 

Que merda é esta? (...) suspiras, recuperas o fôlego e pegas na obra (...)
Luís Rattus in Loud!

(...) é uma análise política sobre o estado da cultura de uma forma um bocado irónica. E a ironia faz-nos pensar, sobretudo quando é bem feita (...)
Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta) no Expresso



...

Esta colecção de ensaios de Ian F. Svenonius reorganiza as ideias das pessoas sobre censura, Ikea, filmes documentais, o muro de Berlim, danças rock, depilação, Apple, a benevolência aparente da Wikipedia, acumulação de cultura, College Rock, as origens da Internet e muito mais...  até BD!! Foi considerado um dos melhores livros sobre Música em 2015, uma altura quando ainda havia concertos em caves imundas e imundícies em Festivais de Verão. 

Ian F. Svenonius nascido em 1968, Chicago, EUA. Activo na música desde 1988 até ao momento presente, como músico compositor, cantor, guitarrista e escritor, nos grupos Nation of Ulysses, The Make Up, Weird War, Chain and the Gang, Cupid Car Club, XYZ, Escape-Ism. Tem vários textos escritos para revistas e fanzines, alguns são compilados em livros como Recognize, The Psychic Soviet, Keep Your Eyes Open, Supernatural Strategies for Making a Rock 'n' Roll Group e pela primeira vez em português este Censura Já!! 




Podem encontrar uma entrevista ao autor na Stress.Fm na sua visita lisboeta em 2015.

E eis uma entrevista - Marx, Apple e Rock'n'Roll - no Público sobre este livro.








PS - a Lolita já tem o seu exemplar!! Ó:



sexta-feira, 17 de março de 2023

ANARCO-QUEER? QUEERCORE!


O livro mais f.o.d.i.d.o. de 2016!!!

ANARCO-QUEER? QUEERC0RE!
de 

Uma edição 
CHILI COM CARNE / THISCO
com ilustrações e grafismos de Bráulio Amado, Astromanta, Hetamoé, Joana Estrela, Joana Pires e Rudolfo e capa de Carles G.O.D.

O queercore foi-se esvaziando nos últimos anos, apesar da existência de novas bolsas de liberdade, apesar dos sinais de que a hecatombe do capitalismo pode mesmo acontecer e apesar do nomadismo dos sexos. Muito de bom foi produzido no impulso de enfiar os dedos em lugares quentes e húmidos, mas não será pouco? O hardcore queer ainda resiste, mas resiste porque está na defensiva, porque está fraco. É como se tivesse sido geneticamente programado para falhar. Mas quando ouvimos um estridente feedback dos Apostles e dos Nervous Gender tudo, absolutamente tudo, parece possível… Vamos acreditar que sim, OK?


venda no sítio da Chili Com Carne, Linha de Sombra, Sirigaita, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão), Flur, Tasca MastaiTigre de Papel, Utopia, XYZ / A Ilha, Tortuga (Disgraça), Rastilho, Ugra Press (Brasil), STET, Neat Records, Kingpin Books, SocorroJazz Messengers e Matéria Prima.


ilustração de Astromanta

Historial: entrevista no Bodyspace ... lançamentos a 8 de Abril no MOB 9 de Abril de 2016 na SMUP com apresentações de Daniel Lourenço (Lóbula; poeta, activista queer) e João Rolo (A Lata Music, Música Alternativa; divulgador de rock independente), com mostra de videos de bandas queercore (Nervous Gender, Super 8 Cum Shot, Limp Wrist, The Gloryholes, Shitting Glitter, Lesbians on Ecstasy, Hidden Cameras, The Clicks), DJ sets de Pussybilly (MOB) e Lóbula (SMUP) e concerto de Vaiaapraia e as Rainhas do Baile (SMUP) ... artigo n'Observador ... artigo na Time Out ... reacção de José Smith Vargas ao artigo da Time Out in Mapa Borrado (secção de BD do jornal Mapa)
...










Feedback:

parabéns pela edição do queercore, está alta objecto, o livro!
Bernardo Álvares (dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS, Zarabatana,  Älforjs)

Quase a acabar de ler e foi, sem dúvida, uma agradável surpresa (...) empolgante de ler. A verdade é que aguça a curiosidade e a vontade de saber mais. (...) Daqueles livros que nos fazem olhar para as coisas com outro olhar e em diferentes perspectivas. Aconselho vivamente!
Margarida Azevedo (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova)

Característica fundamental deste livro é o próprio formato físico e a sua paginação atípica, que se aproxima do formato “fanzine”. Numa escolha estética pouco comum (e exemplificativa do espírito rebelde do livro), cada capítulo é paginado e ilustrado por um artista nacional diferente (...) Este é um documento atípico que pode interessar a curiosos que queiram descobrir um universo musical pouco explorado. 
Nuno Catarino in Bodyspace

Bandas como Gay For Johnny Depp (...) ou Tribe 8 entre outras, são retratadas numa narrativa húmida e sem preconceitos.
Luís Rattus in Loud!

quinta-feira, 16 de março de 2023

Um país / 8 distritos / 10 concelhos / 11 freguesias, um porradão de santos padroeiros... TUDO PARA A FOGUEIRA!


Quando não há nada para fazer, acende-se um fósforo.

Na terrinha, o aborrecimento combate-se com fogo e só há uma forma eficaz de matar o tempo: de uma vez por todas.

Este livro é um guia para lidar com os sítios onde nada acontece: partindo da canção dos Big Black e levando à letra a sugestão da banda, partilham-se testemunhos de quem, tendo vivido a indolência das pequenas cidades, vilas e aldeias de Portugal, deu consigo a ponderar as possibilidades da piromania. Seja sobre a arquitectura pavorosa ou as gentes beatas que nela habitam, as histórias aqui reunidas documentam as frustrações e ansiedades de quem não cresceu no bulício do Porto ou de Lisboa e, sentindo a falta da animação das metrópoles, viu na fogueira a única cura para a letargia.

Na colecção LowCCCost, para quem gosta de "viajar sem apanhar transportes e gastar dinheiro", já se deram muitas voltas: do aborrecimento da Europa à Guiné-Bissau, passando por um convento de monges silenciosos em Évora ou pela Ilha de Príncipe aquando do eclipse de 1919. Tal como os outros títulos desta colecção, não estamos perante um guia de turismo bacoco: Querosene, tal como os volumes no passado — Zona de Desconforto (Melhor Livro de BD de 2014) e Lisboa é very very Typical —, junta autores, ora amadores, ora consagrados, que se abrem na intimidade sempre desconfortável da autobiografia. Na soma desta transmissão de estados de espírito individuais, fica a saber-se mais sobre o país do que através dos dados do INE: os resultados, talvez sem supresa, deixam dúvidas sobre a laicidade das gentes ou sobre o futuro da população jovem.



Incendiários identificados:

Ana Margarida Matos, André Pereira, Cláudia Sofia, Dois Vês, Eva Filipe, Gonçalo Duarte, Joana ToméJoão Carola, Rodolfo Mariano, Rui Moura e Sofia Neto.


«««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««

160p (duas cores alternadas) 16,5 x 23cm, capa a cores com badanas

ISBN: 978-989-8363-46-6


«««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««







«««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««


Historial: 

...
Entrevista a André Pereira e Dois Vês no Acordes de Quinta





«««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««


FEEDBACK

Portugal esteve sempre a arder. A adolescência está sempre a arder. A luta arderá sempre! A nova antologia da Chili Com Carne reúne algumas das novas estrelas do rock, conduzidos por André Pereira sobre as terras em que se viveram ou vive com desejos de botar fogo em tudo!


A história do João Carola é do cacete, só isso vale o livro... Também gostei da do André, embora mais no registo choramingas. Fiquei com pena deles todos por terem sido tão traumatizados pela santa madre igreja...
P.S. (via email)

(...) é um livro importante para se medir o pulso à novíssima banda desenhada portuguesa (...)
Sara Figueiredo Costa in Expresso

(...) Não se procure aqui a resiliência que as televisões papagueiam, a tão cultivada superação dos vencedores. Sem sentimentalismo, o que as páginas revelam são vidas individuais à procura de sentido, indissociáveis de lugares, devidamente apontados em mapas: Castro verde, Montijo, Setúbal, Coimbra, Setúbal, Barcelos, Marinha Grande, Caldas da Rainha, Alverca do Ribatejo, Torres Novas e Figueira da Foz. (...)

4,5 estrelas no Ipsílon / Público

Nomeado para Melhor Antologia e Melhor BD Curta nos Prémios Bandas Desenhadas

quarta-feira, 15 de março de 2023

Espero chegar em breve / últimos exemplares



Número #28 do zine Mesinha de Cabeceira outra vez com o Nunsky!!!

Edição Nunsky Comics com o apoio da MMMNNNRRRG
44p. p/b, 16x23cm
ed. brochada, capa a cores em cartolina texturada

disponível na nossa loja em linha e na 

Nunsky (1972) é um criador nortenho que só participou no Mesinha de Cabeceira. Assinou o número treze com 88 considerada única no panorama português da altura (1997) mas também nos dias de hoje, pela temática psycho-goth e uma qualidade gráfica a lembrar os Love & Rockets ou Charles Burns. O autor desde então esteve desaparecido da BD, preferindo tornar-se vocalista da banda The ID's cujo o destino é desconhecido. Nunsky foi um cometa na BD portuguesa e como sabemos alguns cometas costumam regressar passado muito tempo...

Desde 2014 que este autor regressou à BD e com toda a força: primeiro com Erzsébet sobre a infame condessa húngara que assassinou centenas de jovens na demanda da eterna juventude, e em 2015 com Nadja - Ninfeta Virgem do Inferno, verdadeiro deboche gráfico entre o Hair Metal de L.A. dos 80 e a distopia do RanXerox.

Agora apresenta este um belo trabalho sobre um homem que recupera consciência do seu sono criogénico a bordo de uma nave especial. A Inteligência Artificial não consegue reparar o problema e Kemmings vê-se obrigado a manter-se acordado mas fisicamente paralisado durante dez anos da travessia sideral. Como a maior parte da obra de Philip K. Dick (1928-82), este conto questiona o que é ser humano e o que é a realidade.



Feedback 

O isolamento criativo dos autores, mesmo numa cena incipiente como a portuguesa, poderá dar francos frutos. Num curto período, o elusivo Nunsky, que havia apresentado uma fulgurante mas fugaz novela com 88 (...) há 20 anos, regressou para apresentar toda uma bateria de trabalhos acabados, coesos, densos, inteligentes e graficamente vincados, cada qual com a sua própria personalidade de humor, género, tradição, e exigência de leitura. (...) Apesar do tema ser claramente a do cerne que torna um ser humano tal coisa, isto é, a teia da identidade, a verdade é que as implicações filosóficas mais tipificadas de Dick não deixam de se fazer sentir imediatamente. (...) A adaptação do conto pelo autor português é fiel, precisa, quase extrema, quase ipsis verbis, mesmo, (...) Apesar dos desenhos de Nunsky serem reconhecíveis como tal, com a sua austera e sólida figuração, notar-se-á de forma evidente que a assinatura do traço acompanha um registo distinto daquele de Erzsébet e de Nadja, seguindo métodos de artes-finais particulares. O uso de linhas paralelas para marcar as sombras, a oscilação entre momentos melodramáticos, de poses estáticas e construções simbólicas – a recorrente apresentação simultânea do rosto de Kemmings tal qual no seu semi-sono criogénico e a sua consciência interna acordada (usada de forma excelente e retro-psicadélica na capa) - , faz recordar muitas das assinaturas clássicas que emergiram nos comics de terror e de ficção científica da EC Comics (...) Em 41 pranchas, a densidade intelectual de Dick (chamar isto de “ficção científica” somente é falhar o alvo) e expressiva de Nunsky unem-se para apresentar uma soberba novela. 
...
Melhores livros de BD de 2016: Nunsky é cada vez menos um cometa na BD nacional, (...) afirmando-se como um dos mais relevantes autores no panorama nacional. Que se mantenha sempre presente. 
Gabriel Martins in Deus Me Livro
...
(...) A obra é uma deliciosa inversão da IA perseguidora, trocando os papéis: quem inflige o terror é o protagonista a si mesmo. (...) Nunsky demonstra, uma vez mais, a sua qualidade, ao adaptar-se ao estilo e exigências da história, com uma cuidada estruturação da narrativa e uma adaptação de estilo. Nos momentos em que isso é exigido, o autor dança entre a sombra e a luz, num equilíbrio que já o caracterizava na adaptação da depravação de Erzsébet (...) Este autor português consegue a proeza de justificar o seu regresso, insistindo em ser um dos melhores a trabalhar na 9.ª Arte. 
Acho que Acho
...
Nunsky trabalha de forma brilhante, com o traço grosso e o uso do negro a iluminarem com as suas qualidades opressivas
Jornal de Letras
...
Nomeado Melhor Álbum, Argumento e Desenho no Comic Con 2017
...
Nomeado Melhor Álbum, Argumento e Desenho nos Troféus Central Comics 2017
...
Por onde anda este (bom) autor? (...) Ah, gostei também bastante da capa (incluindo a textura do papel).
Jorge Ferraz (por email)