quarta-feira, 25 de abril de 2018

santa@inc


+ um lançamento do Santa Camarão, desta vez na Inc no Porto.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Don't panic


shhh... com o seu recém-chegado quinto álbum, I, of the stormé o grande disco da Thisco! Para já porque é um vinil 12" (a Thisco só editou uma vez neste formato). Depois porque tem uma capa brutal e arrepiante. E claro, o trabalho do shhh... se já era o que mais se destacava nesta editora aqui mostra o som mais potente de sempre. 
A música Electrónica também está em crise, se os anos 90 foram os de todas as explorações possíveis - do mais extremo ao mais comercial - nitidamente foram os momentos de expansão. Agora, pergunto se não se coloca a questão de que não se consegue avançar mais estando já as formas bastantes definidas (por ex: Noise, Drum'n'Bass, Dubstep). Resposta parece que não será em frente que poderá se seguir porque a "Retromania" também já atingiu "esta música". O que se assiste é o voltar à Nostalgia, ou o andar de lado acrescentando novos elementos inesperados como fazem alguns "pranksters" (Black Taiga, DJ Balli ou Walt Thisney) ou ainda maximizando as fórmulas in extremis como acontece com as produções da BLEID ou os sub-géneros Extratone ou Black Midi. shhh... será daqueles que virá para trás mas sem cair de cu, a sua cabeça está lúcida, a visão está a captar tudo para dar ordens ao cérebro e ao corpo para dar um jeitinho para não cair numa posição inglória e sem se magoar. Elegante como um bailarino visto em slow-motion num ecrã, é assim este LP.
Reconhece-se Drill'n'Bass, Industrial, Ambient, elementos concretos, IDM mas tudo em doses homeopáticas bem entrelaçadas. Num ano em que Portugal vive o Inverno na altura da Primavera, este disco é para um gajo se meter no sofá, com uma mantinha, a olhar prá janela, reflectir que a Mãe Gaia está toda fodida e que o próximo na lista serás TU e os teus pares! Esta depressão será, no entanto, ligeira uma vez que é preciso ir mudar o lado do disco... ufa!

sábado, 14 de abril de 2018

ccc@RAIA.2


É o regresso do grande mercado de edições independentes de Portugal! 
Outra vez nos Anjos 70 nos dias 14 e 15 de Abril

Vai ser bombástico tal como foi a primeira edição. 
E como tal preparamos algumas surpresas para o público da RAIA, a saber:


Convidámos o francês J.M.Bertoyas nascido em 1969 numa região de florestas e ruínas radioactivas. Podemos dizer, com algum excesso discursivo, que o autor descobriu, para barrar o horror deste mundo, uma forma simples e económica para se exprimir (ou fugir, se preferirem): a banda desenhada. Sendo a sua obra caótica, agradável e muito esfumaçada. Cof cof  Publicou em vários editores independentes de referência como L'Association, Les Requins Marteaux e Le Dernier Cri, para além do seu fanzine Kobe que já perdemos a conta da numeração. Actualmente trabalha com as edições Adverse e Arbitraire e tem cara de quem curte Mudhoney.



A nossa editorial irmã mais nova, a MMMNNNRRRG irá repetir a acção SOS Break Dance, ou seja, o autor André Ruivo estará no dia 14 de Abril, às 17h a assinar e a desenhar algo (tudo menos retratos!) a pedido do público sobre exemplares manuseados do livro Break Dance. Por um preço abaixo do PVP e um desenho feito ali na hora, de certeza que ninguém se sentirá mal em levar um livro em que se topa uma sujidade de uma etiqueta posta pelos animais da FNAC (por exemplo).



Por fim, não teremos nenhuma novidade editorial para apresentar mas está fresquinho este livro do Riccardo Balli / DJ Balli. Lançado internacionalmente em Berlim, prevê-se lançamentos oficiais em Lisboa e Porto lá para Julho. Até lá tem tempo para o ler! Frankenstein, or the 8 Bit Prometheus : micro-literature, hyper-mashup, Sonic Belligeranza records 17th anniversary é tudo e isto e muito mais. Duzentos anos depois de ter sido publicado o livro Frankenstein de Mary Shelley, o MIDIeval Balli pega neste clássico da literatura transumanista para o remisturar, transformando numa brumosa metáfora sobre o monstro sónico que é a cultura electrónica pós-rave. É dos livros mais bizarros e bonitos da Chili Com Carne, em parte devido ao design e ilustrações de Rudolfo, aquele que foi da realeza na BD portuguesa mas que preferiu partir mesas de mármore ao som chiptune dos BLEEEEEEP Bizkit. Break stuff!

Paelha


A Lovers & Lollypops anda pela k7 e pelo "jazz"... Depois da recente k7 de Julius Gabriel eis outra, Paisiel, que junta o alemão saxofonista com o baterista português João Pais Filipe (ex-Sektor 304, Macumbas e mil outros projectos) numa invenção sonora que poderia ser descrita como tribal caucasiano para sunset urbano. Além do nome do projecto ser nitidamente tribal - lembram-se quando as papelarias ou pastelarias chamavam-se "Xandré" porque os filhos dos donos chamavam-se "Xana" e "André"? - este disco é mesmo necessário para quem vive numa Europa Fortaleza parva que precisa de inventar um novo folclore para deixarmos de ser fachos. É música que mete a nós, branquelas feiotes, nus à volta da fogueira (elas com "strap-ons") a dançar e beber vinho verde de pressão para que tenhamos descargas sexuais e convulsões dionisíacas. O objectivo é deixar de ser um robot engravatado e/ou tatuado a comprar merda na Amazon (e no processo destruindo a floresta homónima). 
Paisiel poderá ser a solução para este mundo que precisa de expelir a xenofobia, digo com convicção porque Filipe é o mestre ritualista que impõe a cadência e ordem rítmica necessária para que Gabriel ofereça paletas de sons para criar êxtase, sobretudo quando já ninguém fica realmente dopado com álcool e drogas - já ouviram falar em narco-resistência? - nem a música de dança nos tira da realidade. Fuck u blazée babies! Dancem, dancem ao som de Paisiel!!! E ao cheiro de marshmallows queimados!